Por estes dias, enquanto conversava no serviço, surgiu o assunto dos mundos mágicos que as pessoas enxergam e fantasiam para não verem a realidade fria e insossa. Na hora eu concordei que era realmente danoso envolver-se em crenças míticas sobre grupos de pessoas, mas esse dano tem um limite que ma parece muito claro.
A vida é chata e sem sentido.
Nós fantasiamos com diversos elementos, sejam eles o amor infinito, as amizades que colorem o mundo, as piadas inacabáveis, a sensação de poder advinda de um bom emprego.
O mundo real, por outro lado, nos apresenta relacionamentos entre duas pessoas que estão interessadas em se relacionar, criaturas que convivem umas com as outras a partir de afinidades, visões não ortodoxas de mundo que adquirem graça por fugirem do paradigma, trabalhos por mais dinheiro no fim do mês.
A vida é chata e sem sentido.
Guia-nos a fantasia através de caminhos diferentes. Acreditar na poesia nos deixa feliz ao ver o sol sobre as árvores, ao ouvir as risadas dos infantes, ao cheirar rosas. O próprio amor é uma farsa ensaiada e interpretada; feliz sem dúvida, mas passível de ser explicada como trocas químicas entre pessoas.
O segredo é não deixar de ser peter pan enquanto se domina as regras do mundo real.
Não ser peter pan o tempo inteiro, não ter um mundo de números ao nosso redor.
O caminho do meio.
A vida pode ser chata e sem sentido, mas a minha é colorida e saltitante. Mesmo a tristeza, muitas vezes presente, é um alívio.
Vou viver com minha licença poética e ser feliz assim.
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