sábado, novembro 29, 2008

Dúvida

Não sei se é algo particular meu ou se todo mundo é assim. De qualquer modo, alguém na existência deve ser semelhante, então vamos à pergunta: por que razão sempre esperamos exatamente as coisas que sabemos que não vão acontecer?

Em certa medida isso nos traz à construção mais comum da maioria das histórias: algo que saiu diferente do previsto. Normalmente apresentada como "conflito", ou "antagonismo", essa alteração no que era para acontecer sempre leva a ocorrências diferentes.
Também está no fundamento de todas as experiências novas. Muito esperta a raposa do pequeno príncipe, ao dizer que todos os dias são iguais e que o trigo não traz nada de interessante para ela, exceto se for cativada pelo menino, quando então o dourado do trigo trará lembranças. Meus domingos são de ficar em casa, portanto todos iguais; os que eu saio são especiais.

Vivo desejando uma vida mais agitada, mais social, menos inerte. O meu erro, porém, está nessa última parte, na inércia. Ela deve fazer parte da minha vida, porém de uma forma diferente: ao invés de me manter parado onde estou, devo estar me movendo e continuar andando.

Sair, respirar.

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