Ontem fui ao aniversário do amigo de um amigo. A festa foi bem legal, teve um bolo gostoso, champagne e salgadinhos. Havia cerca de vinte pessoas entre os convidados, além do movimento normal da casa noturna. Entre os participantes da celebração, as idades variavam entre 22 (posto que eu era o mais novo) e 50 (estou fazendo uma estimativa, não sou bom com idades).
Ali me coloquei a pensar: onde estarei com cinquenta anos e quem estará ao meu lado? Terei um círculo de amigos a me acompanhar nos eventos sociais, com os quais poderei sair para me divertir, reunir para jantar, fazer essas coisas? Será que algum dos meus amigos de hoje permanecerão ao meu lado até lá? Essas dúvidas vieram e duraram um leve instante, mas agora começo a pensar nisso com mais seriedade.
Um ex-possível-amigo perdeu o respeito e interesse de três pessoas que ele poderia facilmente ter cativado. As razões foram diferentes, os momentos também, mas o importante é notar como pequenas ações revelam quem são as pessoas e em que momento elas estão vivendo. Algumas criaturas se dão bem com outras por serem parecidas, outras por serem diferentes e se completarem, e outras tantas (talvez a maioria) por viverem em momentos semelhantes. Colegas de faculdade ou de trabalho (a convivência é um ótimo portal de acesso), pessoas que acabaram de se separar, amigos dos namorados, uma série de eventos circunstanciais determinam o que se ganha e o que se perde com cada relação, e numa escola menor o quanto nós desejamos lutar para que essas relações perdurem ao longo da vida.
Há meses, senão anos, não consigo conversar seriamente com o rapaz que foi, desde os idos tempos do colégio, meu melhor amigo. Acompanhei todas as paixões dele, todas as peripécias, soube dos segredos, participei de muitos deles. Estudamos juntos no colégio, fomos colegas na faculdade pelo mesmo curso, trabalhamos com uma área muito semelhante. E, em algum momento, eu perdi muito do contato que tinha com ele.
Tenho dificuldade em manter meus amigos por perto. Acredito que seja fruto de uma postura passiva diante da vida, de deixá-la vir e ir, principalmente ir, apenas aproveitando seus frutos e seguindo os caminhos desejados. Minhas poucas decisões de atitude sempre se provaram válidas e dignas de nota, mas são tão poucas que chegam a se encolher diante da maioria esmagadora de conformidades.
Agora mesmo lembrei de pelo menos uma amiga que está desaparecida no limbo. Já tentei entrar em contato com ela pelos meus meios tradicionais, orkut e e-mail, mas ainda não liguei. Tenho certa aversão ao contato humano, e voz é uma forma de contato. Isso é curioso, não deveria existir com pessoas que eu conheço e gosto e confio. Certamente confio nela, mas não sei o que acontece para eu não haver recebido resposta. Pode ter sido apenas acaso, esquecimento, estresse. Ou pode ser algo diferente, e o medo de não saber o que isso significa é mais forte do que eu gsotaria. Nhai.
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Esse é o post 350 desse blog.
Comemoremos :o)
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