Claro, eu tenho uma tendência à monogamia autoimposta quando estou com alguém. Isso não cai muito bem a uma pessoa com tantos pensamentos libertários, mas estou melhor do que já estive. Meus argumentos pra recusar a transa foram puramente racionais: eu tinha mais o que fazer, e de fato fiz.
Razão e emoção não podem ser consideradas duas instâncias separadas do processamento mental humano. O modo como pensamos influencia o que sentimos, e o que sentimos altera o que pensamos. Estando isso claro, podemos começar a ampliar essas noções para níveis ainda maiores: pensamos e sentimos em relação ao contexto social.
Li, esses tempos, que a lógica é um pensamento construído, não-natural. Pierre Levy me enrolou o cérebro com essa noção, e estou disposto a acreditar nele. Parece lógica, afinal de contas.
Li também, para o mestrado, uma autora (Boler, se não me engano) questionando se a vergonha que sentimos é algo nosso ou é fruto de repreensões sociais que não queremos ver repetidas. Diferença sutil, mas parece explicar o que acontece com ambientes amigáveis e a tendência a ficarmos mais despreocupados entre amigos.
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