Eu comecei a existir em 2006, saindo do meu estado de autismo. Bem, Ao fim desse ano completo cinco anos de existência, de experiências e experimentos. Minha vida ganhou não apenas um sentido, mas vários, e eles se sobrepuseram, contrariaram, distanciaram, aproximaram e mudaram. Alguns, inclusive, continuaram os mesmos.
Em 2006 a luta era por uma possibilidade de existência; quando 2007 chegou, minha preocupação era manter a realidade feliz que havia alcançado e transformar os elementos que não condiziam com a vida que sonhava pra mim; 2008 significou uma crise nesse mundo perfeito, na medida em que percebi que ele não me realizava plenamente, eu não tinha precisamente o que estava acreditando não precisar; em 2009 joguei-me à busca pelo novo, na tentativa de localizar, num turbilhão conceitual, quais caminhos poderiam ser trilhados e que destinos me importavam o bastante para serem buscados. A crise passou em 2010, quando tudo que havia sido fragmentado foi remodelado, ampliado, alterado.
Se esse foi um bom ano? Não posso dizer de todo, mas acredito que sim. Minhas amizades foram aprofundadas, minhas relações com outras pessoas, aumentadas, meus estudos estão cada vez mais animados. Estive feliz, chorei como há anos não fazia, dancei inúmeras últimas noites. Despedi-me de pessoas amadas, reencontrei e disse tchau novamente. Mudei de habitação quatro vezes. Deixei pessoas pra trás, fui deixado de lado, odiei, amei, briguei, vivi. Muito, muito mesmo.
Eu não sei, ainda, o que eu quero. Sei que quero algumas coisas, e vou atrás delas enquanto outros interesses não aparecem pra me guiar. O que me espera em 2011? Que promessas faço, o que tentarei arrumar, mudar, viver? Vou continuar o que 2010 significou: construir e reconstruir, destruir, repensar, remodelar. De novo e de novo. Viver.
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