Eu concordo totalmente com a última postagem do Cem homens em um ano. Se tem algo que eu defendo veementemente é o direito e a liberdade da sexualidade alheia, independente da idade. Não sei nem quero estabelecer um ponto que separe "infância pura assexual" de um momento "ok, estou pronto para trepar". Esse ponto vai ser diferente para todo mundo, como basicamente qualquer coisa no desenvolvimento humano. Aliás, como a autora do blog explica, não existe "infância pura assexual", já que somos seres sexuais desde que nascemos.
O projeto original do blog Cem homens, aliás, é muito interessante. Ela decidiu contar virtualmente a experiência de transar com cem homens ao longo de um ano. Parece simples, parece putaria, parece bobagem. Pode até ser tudo isso. A grande questão é que, como feminista, a autora discute temas que escapam à compreensão mediana e, com isso, toca pontos interessantes. O principal: por que diabos julgamos tanto a sexualidade feminina, enquanto ignoramos a masculina? Se o blog fosse "Cem hímens em um ano", será que estranharíamos? Será que estranharíamos tanto um homem querendo comer cem mulheres no lugar de uma mulher querendo dar para cem homens? Isso se chama desigualdade de gênero. Dá pra chamar também de hipocrisia.
Hoje a autora já completou a missão e agora escreve, em geral, sobre as bobajadas que as pessoas publicam na internet, como no post cujo link eu trouxe aqui hoje. Leio sempre que posso, na esperança de aprender mais sobre modos de lidar com a ignorância humana relativa à sexualidade (dentro da qual englobo gênero, desejo, corpos, práticas, prazeres e mais um caminhão de coisas).
Já escrevi algumas vezes aqui sobre esses temas:
- por que falar de sexualidade na escola?
- a marcha das vadias de Goiânia
- publicidade com pais gays
- como ensinar sobre sexualidade?
- a tal democracia e a sexualidade
- um pouco sobre a academia e as sexualidades
Há muito o que se pensar sobre sexo, gênero, desejo, prazeres... Fica aqui o meu convite =)
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