"Você quer armas? Nós estamos em uma biblioteca. Livros! As melhores armas do mundo" - Doctor Who |
Toda a nossa relação com o mundo é definida pela maneira com que nós o percebemos e interpretamos. É claro que nossas capacidades fisiológicas de enxergar, ouvir, cheirar e processar informações em grande parte limitam aquilo que podemos ou não perceber. Entretanto, é a nossa capacidade de interpretação que dirá como nos relacionaremos com determinados tipos de conhecimento. Como melhorar nossa capacidade interpretativa? Penso em apenas um modo, que na verdade é tão complicado quanto interessante:
Leia mais o mundo
Parece estranho dizer assim, mas é o que nos falta na vida: leitura. Não só qualquer leitura, não sempre a mesma leitura. Ler o mesmo livro a vida inteira é se viciar nas mesmas perguntas e respostas, é limitar o campo de visão e as possibilidades de interpretação. O pensamento e a criatividade são organizados através de interações entre ideias, conceitos e possibilidades distintas entre si. É como cozinhar: se nossos ingredientes são sempre os mesmos, não faremos pratos diferentes.
Ler o mundo de outras formas é um desafio. Arrisco dizer que é uma vocação: nem todo mundo é leitor, nem todo mundo tem a curiosidade de desbravar o mundo. Explorar as narrativas da vida é um convite a se reescrever, mas esse é um exercício que nem todo mundo está interessado ou preparado para fazer. É um processo que dói, aprender, porque nos tira o centro, nos coloca em deslocamento, nos joga na incerteza de perceber que aquilo que sabíamos não é tudo que há para se saber. Para muitos, o conforto da certeza é a única forma de conseguir lidar com a vida.
"Aprenda as regras como um profissional, para que você possa quebrá-las como um artista" - Pablo Picasso |
Não são apenas livros que nos informam. São filmes, fotos, desenhos, pessoas, viagens, comidas, roupas, danças, festas, conversas, brigas, blogs, bulas de remédio, shopping centers, lojas, jornais, publicidades, brinquedos... Em cada um desses casos, nós temos no mínimo dois caminhos: nos fechar para a diferença e persistir com aquilo que acreditamos, ou abraçar a possibilidade de que o contato com o outro nos torne alguém um pouquinho diferentes. Isso é bom? Não sei, mas só podemos descobrir experimentando.
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