Esta semana foi esquisita porque passei todo doente e, de quebra, voltei a ser aluno. Estou participando de um curso de francês com dois encontros semanais. Eu realmente quero aprender francês e tenho dificuldade com a disciplina necessária para ser autodidata, portanto fazer um curso é o que considero a melhor opção.
Ao final do encontro desta quarta-feira, uma colega comentou qualquer coisa como "nossa, teremos poucos feriados nas segundas e quartas, que saco!". Aí surgiu aquela dúvida de sempre: por que alguém está pagando por um curso que gostaria que não acontecesse? Mais feriados equivalem a menos francês.
Essa é a mesma coisa que eu não entendo sobre meus estudantes. Na maior parte do tempo, eles se comportam como se não quisessem estar na sala de aula, como se eles estivessem me prestando um favor em me ouvir e seguir as orientações. Consigo entender esse comportamento até o fim do Ensino Médio porque até lá os estudantes são obrigados a serem estudantes. Faculdade, porém, não. Curso de idiomas? Não. É tudo uma questão de como vamos ocupar o nosso tempo e quais são as nossas prioridades.
Sei bem que ter dezoito anos e saber o que são prioridades – ou melhor, saber administrar as prioridades e deixar de lado algumas coisas bem legais por alguns momentos que nem sempre são tão legais – é complicado. Assim como sei que esse é o tipo de coisa que a gente só percebe numa tarde chuvosa de domingo olhando para a rua e pensando em como as coisas poderiam ter sido melhor aproveitadas.
Talvez aí esteja uma explicação (parcial) sobre por que algumas pessoas alcançam mais coisas que outras.
3 comentários:
Taí Tales algo que também não entendo não.
Acho que por alguma razão o ranço do ensino médio fica pra sempre na alma das pessoas, porque não é possível.
é mais ou menos quando na faculdade, naquela disciplina bem importante, seu colega pede pra assinar a lista pra ele...
Minha experiência como estudante de faculdade: eu preferia não estar em algumas aulas pq alguns professores pouco acrescentam. Leio o texto recomendado, vou pra aula com o texto lido e, depois de uma hora e trinta minutos de aula, saio da sala sabendo exatamente o mesmo que sabia quando entrei.
Claro que isso só se aplica pra algumas disciplinas e pra alguns professores, mas o que me desmotiva é isso.
Quanto a cursos pagos, extracurriculares,
se acho que a aula não me acrescenta em nada, simplesmente deixo de frequentá-la. Realmente incoerente lamentar a baixa quantidade de feriados numa situação como essa...
Tá melhor da virose?
=*
Estou cursado da virose =)
Eu entendo o espaço da sala de aula como um ambiente não apenas de troca de experiências (especialmente quando essa "troca" é considerada apenas em uma direção professor -> aluno), mas também de experimentação. Sei que isso não é possível em todos os momentos e que alguns professores (e ambientes) possibilitam mais aprendizagens do que outros, mas me preocupa quando os critérios gerais de decisão para quais aulas valem a pena ficar estão mais ligados à dificuldade da matéria (passar na prova, ser reprovado por faltas, ter muitos trabalhos) do que pelo interesse em sair daquele período como uma pessoa que deu alguns passos em alguma direção. Talvez eu esteja sendo bem idealista nessa questão da educação, é uma possibilidade grande... =p
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