A gente teima em acreditar que, por trás de tudo, há uma resposta. Uma só, única, verdadeira, solitária. Todo o resto é mentira, é erro, não pode fazer sentido. Com o tempo e a experiência, começamos a entender que existem sete bilhões de verdades, de pontos de vista, de entendimentos acerca do que se deve e do que não deve fazer sentido. Aí a gente percebe que, no fim das contas, nossas certezas são uma formiguinha no meio de uma floresta.
Para muitos talvez seja esquisito entender isso, mas as pessoas mudam. Algumas cansam de sentir, outras desejam não mais tolerar, outras ainda um dia resolvem que algo não lhes faz mais sentido. No meu caso, acordei para o fato de que não estava sendo sincero sequer comigo, ainda que meus motivos fossem minimamente altruístas. Cheguei à conclusão de que alimentar aos outros não é o suficiente se eu não estiver alimentado, e que sair do meu próprio caminho para dar as mãos a outras pessoas não é senão um erro caso eu não acredite estar fazendo a coisa certa. E eu não estava.
Eu sei que não há texto que eu possa escrever que venha a explicar isso, tornar claro o meu ponto de vista. Esse é o grande problema: quando não acreditamos que pode haver outro ponto de vista, que mais alguém além de nós pode estar certo, não há como compartilhar.
Por isso fui embora.
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