segunda-feira, dezembro 28, 2009

Sobre amar

Eu estava matutando aqui o que significa amar alguém. Embalado pelos Titãs, acho que acredito na idéia de que "não existe o amor, apenas provas de amor". Amor é algo tão insubstancial, tão particular e impossível de dividir que nunca se pode ter certeza se se é amado simplesmente pelos nossos sentidos.

Porém, existem as provas de amor. O que são? Sacrifícios. Não é humanamente produtivo abrir mão do que queremos, pelo simples fato de que, se queremos, devemos ir atrás e ponto. É nosso, cai fora. Por outro lado, quando deixamos de fazer algo que pode nos trazer proveito em nome da felicidade de outra pessoa, isso é amar.

Uma mãe que deixa de dormir para cuidar do filho que chora com dor de ouvido; um pai que perde um dia de salário para ajudar o filho numa gincana da escola; um irmão que sangra para defender o caçula; um namorado que controla seu desejo de ficar com outras pessoas; um amigo que não lê um livro para conversar com um companheiro triste.

Essa visão do amor obviamente dificulta o platonismo romântico, a noção do namoro perfeito.
Hoje eu não quero um namoro perfeito, eu quero amizades que me completem. O sexo é um acréscimo, e se puder acontecer dentro das amizades, tanto melhor. Se não, dane-se, arranjo em outro lugar.


Eu amo meus amigos. Abro mão de coisas da minha vida para que possa vê-los sorrir. Não sei explicar a razão, e nem estou interessado. Sou feliz fazendo felizes os que gosto.

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