Hoje rolou em Goiânia a Marcha das Vadias. De início, fiquei meio receoso pela pouca quantidade de pessoas, mas nada impediu o movimento e o barulho. Conforme a trupe avançava pelas avenidas Dez e Goiás, mais e mais pessoas se juntavam ao grupo, tornando-o um movimento certamente compacto, mas chamativo. Entre os participantes, um clima envolvente de protesto e companheirismo. Em meio às vadias, se é que não posso me considerar uma, encontrei demonstrações felizes de que há desejo de mudança social.
As reclamações das vadias são diretas: direitos iguais para todos. Não se trata de abraçar uma permissividade doentia, como alguns acusam, mas sim de defender o direito à gerência dos corpos pelos próprios sujeitos, ao invés de por tradições e instituições moralistas. As mulheres, historicamente afetadas pelo domínio masculino, erguem a voz para não apenas serem ouvidas, mas também levadas em conta.
Diversos momentos na caminhada me tocaram. Em certo ponto, uma senhora me perguntou se eu tinha algo a considerar sobre a presença dela na marcha. Só entendi do que ela estava falando quando colocou na questão a idade, pois tinha cerca de setenta anos. Não, a idade não importa, como também é irrelevante a cor, a classe, o nível de instrução. O respeito e a busca por ele devem perpassar todos e quaisquer marcadores sociais.
No fim das contas, a marcha foi bem legal. Ainda tem muito a crescer, tanto em tamanho quanto em visibilidade (poucos repórteres cobrindo o evento), mas existe ali uma semente que pode florescer. Para concluir a postagem, algumas outras fotos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário