Nesse fim de semana de felicidades e sorrisos aprendi uma coisa importante sobre amizades: nem sempre liberdade para ser amigo significa que não machucaremos a quem gostamos. Aprendi isso com uma aula prática no percurso de um elevador.
Para começar, me defendo com a crença que amizades não devem ter limites, devemos poder dizer tudo para aquelas que compartilham laços de carinho e confiança conosco. Realmente acredito nisso, pois sem essa abertura, nós estaremos sendo parceiros, companheiros, colegas... mas não necessariamente amigos. Tenho ainda essa visão ingênua, porém esperançosa, da amizade como algo que transcende as relações humanos típicas, essas cheias de fingimentos e segundas intenções.
Mas, contudo, porém, entretanto... ter liberdade para falar qualquer coisa não significa que podemos falar qualquer coisa a qualquer hora. Algumas vezes me falta tato para perceber quando seria melhor ficar quieto, quando seria melhor deixar que uma ferida se feche um pouco, se cure um pouquinho, antes de colocar o dedo nela mais uma vez. Cada um tem o seu tempo e, principalmente, a sua vida para lidar. Eu ser amigo não me dá o direito mágico de entrar na vida alheia e bagunçar as temporalidades de cada um. O que eu ser amigo deveria me dar é o poder de escutar, de abraçar para curar e, num momento mais calmo ou menos dolorido, dizer e conversar.
Um bom amigo, algo que em vários momentos não fui (no fim de semana ou na vida), provavelmente escutaria mais do que diria. Um bom amigo não é aquele que toma as decisões por nós e nos diz (manda aos gritos!) o que fazer, mas sim aquele que nos dá a mão para ajudar a retomar um bom caminho ou para comemorar uma escolha feliz. Ter o poder de ser absolutamente sincero e transparente não quer dizer que isso seja a mesma coisa que ter que fazer isso sempre.
Algumas vezes, o silêncio é tudo que uma amizade precisa para cultivar reflexões, carinhos e, principalmente, presenças. Peço desculpas ao amigo que, ao invés de ouvir, fiz calar.
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