Já quase dormindo, uma ligação me arranca o sono: "ele não quer depilar a bunda!". Depois de três meses de namoro, o motivo principal para as discussões de relação do casal são os pelos que meu amigo considera "em excesso", mas que seu digníssimo defende serem seu direito e sua liberdade de ter o corpo que quiser. Para o desespero do meu amigo, eu concordo com o namorado: o corpo é dele, os pelos também. Essa onda de depilação compulsória é coisa da nossa cultura que sacralizou a juventude e tudo o que se assemelha a ela. Fugiu disso, corta, depila, reforma, malha, faz dieta.
O que meu amigo está indignado a respeito é o fato de seu namorado não estar interessado em seguir os padrões de beleza que regem nossa cultura contemporânea, aquelas coisas de corpo sarado lisinho, sabe? Isso pra mim é sempre um desafio: estou voltando à natação amanhã cedo e o fato de eu ter pelos no peito, na barriga e nas costas me intimidam profundamente antes de tirar a roupa numa sala aberta na qual ficarei apenas de sunga. É absurdo especialmente porque eu sei que esses padrões são imposições culturais que em nada deveriam afetar o modo como eu enxergo o mundo. Só que afetam!
Pensando sobre isso, encontrei uma campanha de feministas que deixam os pelos do sovaco crescerem em nome da aceitação de mulheres com uma doença que tem como um dos principais efeitos colaterais o crescimento desproporcional de pelos. A lógica é perfeita: usar os próprios corpos para mostrar ao mundo que os padrões culturais de beleza são arbitrários, ou seja, não nascem de nenhuma lógica universal, são apenas reflexos e reproduções de ideais que vão mudando (a passos lentos) ao longo do tempo.
Por isso defendo o namorado do meu amigo: ele tem o direito de defender a possibilidade de simplesmente viver o seu corpo sem a interferência cruel e não requisitada da cultura que o circunda. O corpo é um espaço político, pois o que vestimos, pintamos ou movemos diz sobre o que acreditamos e defendemos. Ele, aparentemente, defende os pelos como o seu espaço de liberdade contra uma sociedade cruel e normalizadora. Mesmo que, me parece, ele possa perder o namorado no processo...
quarta-feira, julho 31, 2013
domingo, julho 28, 2013
O fim das férias
Amanhã minhas obrigações como professor voltam a existir oficialmente, de calendário e tudo mais. Gosto desse silêncio contínuo das férias, mas aprecio também o contato com várias pessoas diferentes, espíritos aventurosos em busca de formação, de um diploma ou dos dois. Por alguns dias tive o conforto mais que animador do coração de mãe por perto.
Junto com isso, as férias trazem uma novidade: casa nova. Não são apenas os móveis que se transformaram, mas também a experiência de viver. Eu agora tenho espaço para circular, pular, rodar! Se alguma coisa, aprendi nesse mês de julho que um lugar pode modificar completamente aquilo que vivemos. Onde estamos não é simplesmente um espaço, um ambiente, mas sim um catalisador de novas memórias, novas aventuras.
Finalmente te digo, próximo semestre: seja bem-vindo!
Junto com isso, as férias trazem uma novidade: casa nova. Não são apenas os móveis que se transformaram, mas também a experiência de viver. Eu agora tenho espaço para circular, pular, rodar! Se alguma coisa, aprendi nesse mês de julho que um lugar pode modificar completamente aquilo que vivemos. Onde estamos não é simplesmente um espaço, um ambiente, mas sim um catalisador de novas memórias, novas aventuras.
Finalmente te digo, próximo semestre: seja bem-vindo!
segunda-feira, julho 22, 2013
Comentários indiscretos
Os últimos dias acrescentaram uma característica ao tipo de pessoa que eu desejo ser na vida: alguém que fala as coisas para as pessoas, não sobre as pessoas. Estou sendo motivado por supostos amigos – a palavra melhor seria 'colegas' –, que não manifestaram para mim as suas preocupações com minha carreira ou com minhas decisões de pesquisa, mas para vários outros.
"Ah, mas quem é tu para falar?", alguém poderia perguntar. A minha resposta seria dar de ombros. Já falei mal de muita gente e acho que ainda falo. Por isso trata-se de uma característica de alguém que desejo ser e já antecipo que isso me conforta: sei que estou tomando medidas para me tornar uma pessoa que, acredito, é melhor do que quem eu sou hoje.
Taí um belo projeto de vida: ser uma pessoa melhor.
quinta-feira, julho 18, 2013
O homem de aço
Ontem assisti ao filme O homem de aço e saí do cinema com o mesmo punhado de questões que sempre fico quando me deparo com histórias do Super-homem. A principal delas é: o cara pode tudo, então por que ele não faz tudo? O Homem-Aranha tem um bom motivo para não sair fazendo o que quer, ele aprendeu a duras penas que pessoas queridas podem morrer como direta consequência das suas ações. O Clark Kent do filme não. Muito antes de qualquer lição de moral, somos apresentados à bondade magnífica do pai biológico do Clark, bem como à submissão total da mãe. Ao que parece, Clark herdou esses valores morais.
Daí ele está lá criança aguentando altas implicâncias de seus coleguinhas e, ao invés de revidar, ele entorta barras de metal. O cara é o absoluto mestre do autocontrole desde criancinha. No fim das contas, nós temos mais um filme de um super-herói imbatível e infalível que nem mesmo sua principal fraqueza consegue derrotá-lo.
Acho que é por isso que eu prefiro o Homem-Aranha e o Batman... é mais fácil acreditar neles. O Super-Homem é perfeito demais para ser um símbolo alcançável.
Daí ele está lá criança aguentando altas implicâncias de seus coleguinhas e, ao invés de revidar, ele entorta barras de metal. O cara é o absoluto mestre do autocontrole desde criancinha. No fim das contas, nós temos mais um filme de um super-herói imbatível e infalível que nem mesmo sua principal fraqueza consegue derrotá-lo.
Acho que é por isso que eu prefiro o Homem-Aranha e o Batman... é mais fácil acreditar neles. O Super-Homem é perfeito demais para ser um símbolo alcançável.
quarta-feira, julho 10, 2013
Flores raras
Resolvi me propor uma brincadeira. Um exercício criativo. Vou conversar com uma imagem.
Essa fotografia apareceu no Facebook. Parece que é de um filme chamado Flores raras. É isso, com nome e imagem, o que será que consigo pensar e produzir? Vou começar pelo que já carrego de antemão: não consigo evitar o conhecimento de que se trata de um filme sobre relacionamento amoroso entre duas mulheres. Isso já dirige esse abraço que vejo na imagem como algo romântico, de tristeza compartilhada ou de carinho, de proteção.
O ato de abraçar alguém por trás, pra mim, tem tudo a ver com querer proteger do mundo a pessoa abraçada, mas também se aquecer no calor de outro alguém. É raro eu me soltar nos braços de outras pessoas, sinto-me mais preso e afogado do que confortável, mas abraçar é algo que me traz prazer. Então talvez essa seja uma imagem de prazer e, ao mesmo tempo, de tristeza. Não sei, minha proposta não é encontrar verdades ou respostas, é apenas brincar com os sentidos.
Será que a mulher de vermelho está desmaiada, ou ainda morta depois de beber até não poder mais? Ou será que está de ressaca e tirou os óculos que lhe incomodavam a visão? Está tudo tão arrumado e tão aguardando um abraço, será que a mulher de vermelho não estava justamente aguardando e encenando uma tristeza para ganhar um abraço? Um dengo, quem sabe? Por que mulheres de vermelho (Roxaaaaane) são tão carregadas de sentidos culturais?
E a outra, toda insuspeita, de preto (de luto?), abraçando de olhos fechados. Um abraço de tato, não de olhares. Ela não precisa ver o que está acontecendo, ela simplesmente sente. Ainda assim, porque as duas parecem... distantes?
Essa fotografia apareceu no Facebook. Parece que é de um filme chamado Flores raras. É isso, com nome e imagem, o que será que consigo pensar e produzir? Vou começar pelo que já carrego de antemão: não consigo evitar o conhecimento de que se trata de um filme sobre relacionamento amoroso entre duas mulheres. Isso já dirige esse abraço que vejo na imagem como algo romântico, de tristeza compartilhada ou de carinho, de proteção.
O ato de abraçar alguém por trás, pra mim, tem tudo a ver com querer proteger do mundo a pessoa abraçada, mas também se aquecer no calor de outro alguém. É raro eu me soltar nos braços de outras pessoas, sinto-me mais preso e afogado do que confortável, mas abraçar é algo que me traz prazer. Então talvez essa seja uma imagem de prazer e, ao mesmo tempo, de tristeza. Não sei, minha proposta não é encontrar verdades ou respostas, é apenas brincar com os sentidos.
Será que a mulher de vermelho está desmaiada, ou ainda morta depois de beber até não poder mais? Ou será que está de ressaca e tirou os óculos que lhe incomodavam a visão? Está tudo tão arrumado e tão aguardando um abraço, será que a mulher de vermelho não estava justamente aguardando e encenando uma tristeza para ganhar um abraço? Um dengo, quem sabe? Por que mulheres de vermelho (Roxaaaaane) são tão carregadas de sentidos culturais?
E a outra, toda insuspeita, de preto (de luto?), abraçando de olhos fechados. Um abraço de tato, não de olhares. Ela não precisa ver o que está acontecendo, ela simplesmente sente. Ainda assim, porque as duas parecem... distantes?
terça-feira, julho 09, 2013
Conselho para escritores
Passei a última hora lendo conselhos para escritores. Presumivelmente jovens escritores, mas a verdade é que bons conselhos para artistas valem do berço ao caixão. Acho que dá para resumi-los a um conselho realmente direto e compacto: escreva. É, isso mesmo, sem maiores firulas, sem dicas sobre como usar a voz ativa ao invés da passiva, sem indicações de ler diálogos em voz alta. Todas essas coisas são técnicas e, sinceramente, acho que técnica a gente pega com o tempo e, principalmente, com a prática.
Eu tenho um conto publicado em um livro de uma editora pequena. Isso não me faz um escritor. Eu terei mais um conto publicado em um livro de outra editora pequena. Isso não me fará mais escritor do que eu era há um mês. Sabe o que faz de mim um escritor?
Todo domingo quando chegava na casa do meu pai ele já sabia: eu queria papel e caneta.
Todo dia que ia para o serviço da minha mãe ela já sabia: eu queria brincar na máquina de escrever.
Essas pequenas coisas me fazem escritor. O desejo de ser escritor me faz escritor. Acima de tudo, a prática de escrever – com paixão – me faz escritor. Eu tenho vontade de largar empregos e me trancar num quarto escrevendo compulsivamente. Não faço porque não tenho coragem e porque acho que perderia boas experiências de vida. Mais por não ter coragem do que pelas experiências.
No meio de tudo isso, algo que recuperei recentemente foi a coragem de escrever. Todos os dias estou descobrindo que não escrevo tão bem quanto gostaria, mas isso é um passo, uma etapa, uma parte do processo. Estou perseguindo meu próprio caminho rumo à montanha que o Neil Gaiman diz que deve ser o nosso objetivo. Eu me vejo escrevendo e sendo lido e mais que tudo estando feliz por tudo isso. Essa é a minha montanha. Minhas decisões e meus caminhos serão pensados como favoráveis ou prejudiciais no meu rumo a essa montanha.
Eu que nunca consegui me definir direito acho que finalmente encontrei algumas palavras que hoje me explicam. Eu sou uma raposa escritora.
segunda-feira, julho 08, 2013
Bons amigos te pegam pelas palavras
Amiga boa é aquela que não só pesca o que a gente diz, mas pesca e joga de volta quando dois minutos depois a gente está falando algo completamente diferente.
Estava eu discursando sobre meu projeto de publicar um livro até o fim do ano e parar de procrastinar quando comecei lindamente a dizer que 'ah, esse ano, daqui dois anos, quinze anos... nem me importo'. Escrevendo assim parece estúpido e bobo e infantil e completamente fora de senso. Tudo bem, é isso mesmo, mas acho que isso acontece com todo mundo. A gente esquece dos nossos próprios objetivos porque eles estão dentro de nós e quando falamos deles parece que os atualizamos a todo minuto. Eu nem lembrava que dois minutos antes havia declarado que queria publicar ainda este ano e já estava dizendo que o tempo não importa. É claro que o tempo importa, eu que tentei me enganar e estava conseguindo. Minha amiga, me olhando de fora, percebeu o movimento em falso e o destacou. Através das palavras dela, eu me vi fora de mim.
Farei uma lista de objetivos.
Sem ela, creio que continuarei me perdendo entre propostas de apartamentos, carros à venda, possibilidades inventivas de viagens de volta ao mundo e centenas de reais em livros todo mês (tá, não é todo mês, mas eu preciso acreditar que é muito pior do que é para que eu possa controlar o impulso de simplesmente ir lá e gastar, mesmo que com coisas que me dão algum prazer).
Estava eu discursando sobre meu projeto de publicar um livro até o fim do ano e parar de procrastinar quando comecei lindamente a dizer que 'ah, esse ano, daqui dois anos, quinze anos... nem me importo'. Escrevendo assim parece estúpido e bobo e infantil e completamente fora de senso. Tudo bem, é isso mesmo, mas acho que isso acontece com todo mundo. A gente esquece dos nossos próprios objetivos porque eles estão dentro de nós e quando falamos deles parece que os atualizamos a todo minuto. Eu nem lembrava que dois minutos antes havia declarado que queria publicar ainda este ano e já estava dizendo que o tempo não importa. É claro que o tempo importa, eu que tentei me enganar e estava conseguindo. Minha amiga, me olhando de fora, percebeu o movimento em falso e o destacou. Através das palavras dela, eu me vi fora de mim.
Farei uma lista de objetivos.
Sem ela, creio que continuarei me perdendo entre propostas de apartamentos, carros à venda, possibilidades inventivas de viagens de volta ao mundo e centenas de reais em livros todo mês (tá, não é todo mês, mas eu preciso acreditar que é muito pior do que é para que eu possa controlar o impulso de simplesmente ir lá e gastar, mesmo que com coisas que me dão algum prazer).
sábado, julho 06, 2013
Meu primeiro filhote
No fim de maio foi lançado o primeiro livro no qual tenho uma participação como autor. O Loveless traz, entre outras várias histórias, o conto O bufo, sobre um jovem e seus enfrentamentos quando precisa decidir se irá rever seus ex-colegas de colégio responsáveis por anos de tortura e bullying. Essa é uma história que traz muito de mim e que nasce de algumas experiências pelas quais passei. Contudo, ela não é exatamente meu primeiro filhote. Bem, é e não é.
Antes de escrever O bufo e tê-lo aceito para publicação no Loveless eu já escrevia há algum tempo. Lembro de uma festa de natal em que meu pai propagandeava a quem quisesse ouvir que seu filho havia escrito um livro. Eu estava no segundo ano do Ensino Médio e, de fato, havia escrito uma história. Uma professora leu A teoria dos anjos (professora essa que é mãe de um moço que veio a se tornar um dos meus grandes amigos atualmente) e disse que eu tinha um 'estilo machadiano'.
Levei o material a uma editora todo ávido por minha história ganhar páginas, mas era uma daquelas editoras que cobram para fazer qualquer material que lhes seja entregue, então não serviu exatamente para que eu tivesse uma noção da qualidade das minhas letras. Relendo 'meu primeiro livro' percebo que é um texto ingênuo, mas era uma semente que hoje já é um arbusto, quase uma árvore.
Agora outros filhotes começam a aparecer. Depois do Bufo, dentro de um ou dois meses terei O terceiro passo também publicado (mais notícias sobre isso quando eu tiver datas em mãos). Há um outro conto esperando ser apreciado e, se for aprovado, também ganhará forma e cor (chama O ponto do amor). Concluindo esse processo, terminei ontem de escrever a Terapia alternativa. Nesse fim de semana pretendo começar mais um conto, cujo nome provisório é A marcha da vadia, minha primeira história cuja protagonista é mulher.
Por que estou contando tudo isso? Simples: porque mais do que nunca acredito no potencial do meu sonho – ser um escritor (famoso) – se realizar. A minha parte do negócio eu comecei a fazer, estou escrevendo e buscando publicar. A outra parte é com vocês, meus queridos amigos de raposa.
Antes de escrever O bufo e tê-lo aceito para publicação no Loveless eu já escrevia há algum tempo. Lembro de uma festa de natal em que meu pai propagandeava a quem quisesse ouvir que seu filho havia escrito um livro. Eu estava no segundo ano do Ensino Médio e, de fato, havia escrito uma história. Uma professora leu A teoria dos anjos (professora essa que é mãe de um moço que veio a se tornar um dos meus grandes amigos atualmente) e disse que eu tinha um 'estilo machadiano'.
Levei o material a uma editora todo ávido por minha história ganhar páginas, mas era uma daquelas editoras que cobram para fazer qualquer material que lhes seja entregue, então não serviu exatamente para que eu tivesse uma noção da qualidade das minhas letras. Relendo 'meu primeiro livro' percebo que é um texto ingênuo, mas era uma semente que hoje já é um arbusto, quase uma árvore.
Agora outros filhotes começam a aparecer. Depois do Bufo, dentro de um ou dois meses terei O terceiro passo também publicado (mais notícias sobre isso quando eu tiver datas em mãos). Há um outro conto esperando ser apreciado e, se for aprovado, também ganhará forma e cor (chama O ponto do amor). Concluindo esse processo, terminei ontem de escrever a Terapia alternativa. Nesse fim de semana pretendo começar mais um conto, cujo nome provisório é A marcha da vadia, minha primeira história cuja protagonista é mulher.
Por que estou contando tudo isso? Simples: porque mais do que nunca acredito no potencial do meu sonho – ser um escritor (famoso) – se realizar. A minha parte do negócio eu comecei a fazer, estou escrevendo e buscando publicar. A outra parte é com vocês, meus queridos amigos de raposa.
quinta-feira, julho 04, 2013
Seguindo a correnteza
Um dia acordei sem saber onde estava. Minha vida, que outrora fora uma possante lancha, estava tornada em um simples colchonete flutuante ao sabor das correntezas. Fui para um lado achando que eram meus bracinhos que dirigiam o movimento, mas depois percebi que tudo ao redor também corria para lá. Mudei a direção – só um pouquinho –, mas eram as ondas que se desviavam do caminho. Eu não estava perdido, sabia muito bem que lugar era aquele: o meio do oceano, o umbigo da vida. Ecoando no ar se repetia intensamente a voz do gato: "se não sabe para onde ir, qualquer caminho serve". Em resposta, eu tentava gritar que existe uma larga diferente entre saber o caminho e percorrê-lo, mas quem me ouviria no meio do oceano se não eu mesmo?
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