sábado, outubro 12, 2013

A mulher chorosa e o monge zen

Copiei a história do livro Pocket Zen, do Bruno Pacheco. A imagem foi encontrada na internet, já que eu queria um monge e uma velha. Uma pequena variação do copo meio cheio ou meio vazio, mas que vale muito considerarmos em nossas vidas.


Havia em uma aldeia uma velha mulher conhecida por todos como a "mulher chorosa". Esse apelido foi dado, pois todos os dias, com chuva ou com sol, ela estava sempre chorando. A "mulher chorosa" costumava vender bolinhos de arroz na rua. Todos os dias um monge passava por ela a caminho da aldeia onde ia pedir esmolas. Um dia, ele resolveu parar para conversar.
"Todos os dias, faça sol ou faça chuva, vejo a senhora chorando. Por que isso acontece?", perguntou o monge.
Então ela explicou que tinha dois filhos artesãos. Um confeccionava delicadas sandálias e o outro, guarda-chuvas.
"Quando faz sol, me sinto aflita porque ninguém vai comprar os guarda-chuvas de meu filho e sua família pode passar necessidades. E quando chove, penso no meu filho que faz sandálias e tenho pena porque ninguém vai comprá-las. E ele também poderá ter dificuldade para sustentar sua família", explicou a mulher chorosa.
O monge ficou pensando na história da mulher chorosa enquanto comia um bolinho de arroz. E achou graça.
"Mas a senhora deveria ver as coisas de outra forma. Quando o sol brilha, seu filho vai poder vender muitas sandálias, e isso é muito bom. Ele poderá guardar dinheiro para os dias de chuva. E, quando chover, seu filho que faz guarda-chuvas venderá muitos guarda-chuvas, e isso é também muito bom", disse o monge.
A velha olhou para o monge com um sorriso nos lábios. E, desde esse dia, passou sorrindo todos os dias da vida, chovendo ou fazendo sol. Depois de algum tempo, ninguém a chamava mais de "a mulher chorosa".

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