Foi no sábado. Conheci ao mesmo tempo sogra e cunhada. Até alguns minutos antes delas chegarem na minha casa (eba, ao menos o território não era o delas!), eu acreditava que haveria outras pessoas ao redor para nos distrair e não obrigar as atenções a ficarem apenas entre nós. Meu namorado, ainda que o protagonista dos afetos das três outras pessoas na sala (quarto-sala, na verdade), não tinha muito o que fazer. Estávamos ali para construir um terreno comum sobre o qual pudéssemos pisar. Ela(s), de um lado, me analisando e decidindo se sou uma pessoa aprovável. Eu, do outro, analisando algumas das influências que tornaram meu digníssimo na pessoa que ele é hoje.
Conhecer a sogra é um momento especial em qualquer relacionamento. Por sogra quero dizer qualquer pessoa responsável pela criação de alguém que a gente gosta. De certa forma, é um momento de ingresso em uma nova família. Ou melhor, um momento de ampliar a família que se está estabelecendo com alguém. O risco de conflito está na percepção de qual relação importa mais: para mim, é a minha com o digníssimo. Para a sogra, provavelmente é a dela com o filho. Grandes conflitos podem surgir dessa diferença de percepção de realidade, especialmente se adicionarmos pitadas de egoísmo ou de ciúmes.
Em resumo, posso dizer que deu tudo certo em nosso encontro. Durou uma hora. Estávamos ambos nervosos e tateando as palavras com absoluto cuidado. Rimos bastante. Rir, aliás, é uma dica preciosa quando o contexto permite. Não estávamos rindo de confortáveis, não, certamente não, mas mesmo nosso riso nervoso indicava que tiramos do caminho possíveis farpas. Éramos duas pessoas com interesses em comum (o bem de uma mesma pessoa) avaliando como poderíamos desempenhar nossos papéis da melhor forma possível.
Por isso digo que aconteceu tudo bem. O maior exemplo disso talvez seja nosso encontro, que começou com um distante e nervoso aperto de mão, mas terminou com um aproximado e nervoso abraço.
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