De um lado, a mãe que acha que não é homofóbica quando defende o direito de ensinar ao filho a não gostar de gays. Ou melhor, que diz que ama, só não ensinaria o filho que se ele quiser amar alguém do mesmo sexo, ele pode. A impressão que fica é que falta dicionário nesse mundo. Não é uma mera questão de desaprovar um comportamento: é questão de ensinar uma pessoa a considerar outras pessoas como inferiores. "Ah, mas vou dizer pra amar". Sim, tu pode amar, pode tolerar, só não pode ser. Se for, faz o quê? Exorciza?
Aí hoje cruzei, também virtualmente, com uma mãe que fotografou o filho segurando uma placa dizendo que o Feliciano não o representa. A criança deve ter uns cinco anos, no máximo. Lindo, bacana, fofo, razoavelmente apelativo (o que não é, em si, ruim). Aí vem um sujeito e comenta que a mãe está impondo um pensamento na cabeça da criança, que ela deveria ser livre pra crescer e decidir por conta. Peraí, pausa geral. O carinha está mesmo dizendo que não é pra ensinar à criança a amar e defender os direitos humanos, se possível os direitos dos outros humanos? Hummm...
Por que fico com a impressão, assim de leve, que esse mesmo sujeito concordaria com a mãe que ensina a amar, mas só a amar, nunca a ser? Naquela linha de amar ao próximo, mas só enquanto ele fica distante.
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=444933582254805&set=a.251608918253940.60133.100002145024680&type=1&theater |
4 comentários:
Nosso papel, enquanto mães, é ensinar RESPEITO. Respeito pelas escolhas, pelas maneiras, pelos amores. Dos outros e de si mesmo.
Meu texugo, que tem quase 4 anos, disse, no outro dia, que beijou o coleguinha numa brincadeira de papai e mamãe. E eu perguntei: "É mesmo? E vocês brincaram do que mais?". Se ele beijou o colega num roleplay, ótimo, é parte da infância. Se beijou porque quis demonstrar afeto, que bom, pq ele é realmente carinhoso.
A mim cabe observar e esperar que ele venha com as inevitáveis perguntas que surgirão ao longo do seu crescimento, e respondê-las com o máximo de sinceridade, ensinando-o que o RESPEITO ao próximo (não apenas o amor) deve ser a grande força motriz de suas relações sociais.
Não sei se consegui me fazer entender ^^
Nossa, excelente! O respeito é realmente algo primordial nas relações entre animais. Seja brincadeira, seja afeto, é uma experiência na vida dele que pode ser acompanhada, estimulada ou atacada, dependendo de quem ouve a respeito e (re)age... =)
Oi! :)
Estou colocando minha leitura em dia.
Queria te dizer que gosto demais da forma como escreve e para escrever meus blogs novos quero escrever também com mais calma.
Sua escrita é calma e lendo a gente se sente leve. Gosto assim.
Quanto a questão lembrei da minha filha. Hoje ela está com 26 anos. Quando ela era adolescente ela tinha um comportamento mais "abrutalhado". E eu pensava que ela lésbica ou trans. Como ela custou a namorar eu perguntava sempre: Filha se tu é lésbica diz para a mãe, tá? Queria saber primeiro para sair defendendo ela de todas as maldades
Ela dizia: Não, mãe não sou. Só não quero namorar agora. Gosto de homens e se gostasse de mulheres ia te dizer sem problemas.
Tales, graças a Deus minha filha tem uma mente bem aberta. E foi ela que me ajudou a desmistificar muitos dos conflitos internos que eu tinha. Herança dos anos de repressão.
Sabe, eu tenho um certo orgulho pela forma de pensar de minha filha. Não precisei ensinar nada a ela. Simplesmente deixei-a livre para que fizesse suas próprias escolhas.
Noto nas suas linhas o amor que tem por sua mãe e o dela por você também deve ser imenso. Ela deve ter um baita orgulho de você.
Quanto às manifestações do Feliciano e tal; não quero nem entrar nessa questão por achar que isso de "sai Feliciano" e conversa para manter o povo adormecido.
Com Feliciano ou sem Feliciano pais espancam seus filhos por causa da orientação sexual e negros são preconceituosos contra os próprios negros.
Te leio também no Face^^
Iza, obrigado pelos elogios =). Como alguém que deseja escrever não apenas em blogs, mas também em páginas de livros e em livros inteiros, ler tuas palavras me incentiva a continuar dedilhando!
A questão do Feliciano, das mães e dos e das filhotes acho que acaba sendo uma só: aprender, como disse minha irmã raposa no comentário acima, a respeitar os outros. É algo muito difícil, muito dolorido, até, porque implica colocar um limite em si, um limite que muitas vezes não queremos.
Em tempo, sigo te seguindo entre faces e blogs :)
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