Tem algo de cruel no tempo. Ele está ali, passando para todos sem nunca descansar. Ainda assim, quando queremos que algo chegue, tomamos consciência de que o tempo existe e é bastante longo. Milhares de pensamentos cruzam a cabeça daquele que está ciente do tempo. E ele, em sua maldade intrínseca, apenas desacelera e continua a nos perturbar. O tempo, esse danado, não passa se queremos que ele se vá logo. Isso é especialmente verdade quando nós o temos de sobra, mas aqueles que amamos não. Podem ser amigos, amores, quem for: o tempo passa diferente para nós e para eles.
Cabeça vazia, oficina do diabo. Não é assim o ditado? Pois então, o sujeito fica em casa esperando, aguardando a ligação que nunca vem. Oh, ele não me ama! Oh, não vai rolar, meu deus, estou destinado ao inferno! Ou, quem sabe, a outra pessoa está ocupada? Quem sabe ela tem uma vida?
É isso, a gente fica num domingo pensando na vida, enquanto para outros sujeitos a vida está acontecendo. O que a gente faz? Ah, disso eu posso falar: a gente faz a vida acontecer aqui também. Amigos, trabalhos, leituras.
O que a gente faz? Vive.
Nenhum comentário:
Postar um comentário