O meu sonho mais antigo é o de ser um escritor famoso. Meu problema é que eu vivo numa era em que ninguém lê. Mentira. O meu problema é que eu uso isso como desculpa para não estimular minha escrita e não colocar minha cara a tapa, não arriscar, não tentar fazer as coisas de um modo diferente, não ir atrás de pessoas que leiam.
Acho que essa limitação autoimposta nasce na escola. É, é, nesse modelo estúpido de escola em que um cara aparece lá como o maioral e um bando de gente é ensinada que (1) não sabe as coisas que precisa saber para ser gente e que (2) só há uma resposta certa pras questões da vida. O TED tem uma palestra maravilhosa sobre como a escola mata a criatividade, vale a pena olhar, tem legendas em português.
O que acontece quando compramos essa ideia da resposta certa? Acreditamos que se nós não somos tão bons em matemática quanto outros colegas, então nós não somos bons em matemática. Diferença sutil, mas que na prática funciona como uma parede de cimento para o nosso cérebro. Ontem trabalhei na aula com a criação de cartões de visitas. Entre reclamações e sofrimentos, o pessoal fez. Eu não estava exigindo nenhuma maravilha do design, apenas itens pensados e esboçados para fazer sentido.
Mais de uma pessoa veio a mim dizendo "eu não sou criativo" e "eu não sei desenhar". Essas frases só fazem sentido se a gente acredita que há apenas um jeito de saber. Eu já falei sobre conhecimento, ignorância e aprendizagem algumas vezes aqui no blog. Em resumo, o que acredito é que não há apenas um jeito de saber escrever, desenhar ou criar. Existem infinitos. Alguns interessam mais ao mercado que outros? Sim, mas só porque ainda não se criou demanda para esses outros. Ai, mas é difícil mudar o sistema! Sim de novo, mas desde quando algo ser difícil virou motivo para que não tentemos?
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Dito isso, decidi retomar meu projeto de uma postagem por dia. Há tempos que eu venho e tento de novo, vamos ver se desta vez eu consigo.
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