Escrever dá tesão, é verdade, mas também cansa, exige tutano, incomoda quando tranco numa vírgula, numa palavra, às vezes num parágrafo.
Assistir seriados é sempre divertido, baixo os capítulos e vejo vários de uma só vez, é uma diversão intensa e quase sempre bem construída com histórias fantásticas e personagens cativantes. Melhores que os meus na maior parte das vezes.
Escrever exige tempo, compromisso, silêncio. Um dia briguei (por escrito) com uma pessoa porque achava que escrever não precisava ser ação particular, escondida do mundo. Hoje entendo que escrever acontece na solidão mesmo que compartilhemos depois o seu produto.
Assistir seriados pode ser em dupla, em trio, em grupo grande, mas também pode ser sozinho se tu e somente tu gosta daquela história. Assistir seriados te dá uma noção de quanto tempo irá investir naquilo, de cada minuto ou segundo emprestado, mesmo que nunca devolvido, à indústria do entretenimento. O que há de errado em se entreter?
Escrever não tem hora para acabar, termina quando a história diz que sim. Escrever dá vontade de controlar tudo, de mandar no texto e fazê-lo se curvar, mas as palavras são tantas e tão mais que eu; quando tento enjaulá-las quem acaba preso sou eu. Escrever às vezes acaba antes do que o esperado, pois algumas histórias têm hora bem específica para acabar e acabam sem perdão.
Assistir seriados cansa porque não fazemos nada.
Escrever cansa porque fazemos tudo.
Assistir seriados funciona como um vício, assisto a um e quero assistir a outro logo depois.
Escrever também.
Ainda bem.
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