O filme Mera Coincidência, lançado em 1997, trabalha com uma premissa interessante: para salvar sua campanha de reeleição, um presidente dos Estados Unidos recorre a um publicitário. Assisti por recomendação de um amigo para que eu o discutisse nas aulas de teoria da imagem. É um prato cheio, de fato.
O filme sutilmente nos ensina algumas pérolas da narrativa e do encantamento produzidos pela televisão. Ou, nas palavras mais acadêmicas, o espetáculo. Sendo de 1997, ele não explora os impactos da internet nem como sua existência poderia mudar todas as ocorrências da história. Dediquei uns bons minutos imaginando o mesmo plot sendo desenvolvido em 2013. Não me parece tão difícil, ao invés de vazar para os jornalistas, bastaria jogar na internet um punhado de informações e memes.
Ao fim da hora e meia, estava cansado. A história abusa dos contratempos espertamente vencidos pelas mentes criativas dos personagens principais. Por um lado, entendo, uma vez que é isso que mostra a genialidade das artimanhas utilizadas. Por outro, pelo menos vinte minutos antes do fim eu já estava consultando o relógio, o que significa que a história não me amarrou o suficiente. Eu sou péssimo em prever narrativas, nunca presto atenção o suficiente na estrutura a ponto de conseguir decifrar quem é o vilão ou como um filme terminará (o que é péssimo para um escritor, verdade!), mas Mera Coincidência não impôs qualquer obstáculo. Ele terminou exatamente como deveria, o que me deixou imaginando sequências que desafiassem esse término previsível, mas necessário.
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