segunda-feira, setembro 23, 2013

Praticando o desapego

Há uma grande mudança na vida agendada e para chegar a ela preciso de pequenos ensaios. Ontem, com a ajuda do meu namorado, dei um passo: livrei-me de roupas que não usava mais, que não serviam ou que usava muito pouco. Deixei um pacotão de roupas na rua para que alguém levasse, o que de fato aconteceu. O mesmo com alguns tênis antigos (mas não necessariamente velhos no sentido de acabados).

Ainda tenho muita roupa, muito livro, muito badulaque, muito xerox.
Meu critério está sendo simples: manterei comigo poucas coisas, o resto darei, venderei ou colocarei fora. Deixei separados meus livros em xerox para caso algum amigo queira. Tenho bons materiais, farei uma lista de cada título. O mesmo acontecerá com a maior parte dos meus livros. Meus ursos. Mais roupas. Meus móveis, eventualmente (a geladeira, o fogão, a máquina de lavar e o sofá já estão reservados... talvez uma estante também. Ainda tem a cama e outra estante e um armarinho e umas cadeirinhas e um mochinho e uma outra estantezinha e um criado-mudo com espelho e acho que também uma televisão).

Manterei apenas presentes artesanais, seguindo a sugestão de uma boa amiga. O restante deixará de me acompanhar na vida e passará a estar ao lado de outras pessoas.


O que eu quero com isso?
Ser uma nova pessoa. Ou talvez simplesmente ser, sem o peso de tantas coisas a ditarem quem eu sou ou posso ser.

Não está sendo um processo fácil. Quem me conhece sabe que guardo da vida presentes e memórias na forma de objetos.
Contudo, busco navegar pelo mundo de corpo leve e para isso preciso abrir mão de certas posses. Não sei onde estarei nos próximos anos, sei apenas que um destino está já delineado. Quem tiver interesse em saber datas e locais, basta me perguntar.

Enquanto desapego de desejos e objetos, não perco de vista uma coisa: a chance de ser feliz no presente, de aproveitar as pessoas e, principalmente, os amores. Isso é insubstituível.

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