sexta-feira, fevereiro 15, 2008

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Feliz duzentos posts, ó Raposa Antropomórfica ^^

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Eu sou daqueles que acreditam que é possível encontrar alguma coisa boa em tudo. Não importa a tragédia, depois de algum tempo se encontra algo que valeu o custo. Está certo que esta visão é meio determinista e agarrada a ferramentas abstratas como destino ou forças superiores ("ah, se aconteceu, é porque precisávamos de uma lição"), mas ela também pode servir de otimismo feliz. Esse talvez seja meu maior problema: eu acredito.

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Esse ano será voltado a conclusões. Algumas conquistas precisam ser comtempladas com alguma urgência, e pretendo dar forma a elas ao longo de 2008.
A primeira e mais óbvia é a formatura na universidade. Serei um graduado em Comunicação Social – Habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Acho que ontem ainda eu diria "grande coisa", balançando os ombros e desdenhando. Pois não faz sentido. Deficiente ou não, a graduação é o primeiro passo rumo a algo maior. É uma conquista que a maior parte das pessoas jamais alcançará. Heh, quando eu era menor eu queria ser o melhor, eu queria ser famoso, eu queria tudo. Ao longo do ensino médio e, depois, da faculdade, eu percebi que ser o melhor é difícil; só é fácil se destacar entre pessoas que não se destacam.
Até o final do ano terei um emprego. Carteira assinada, salário razoável, uma função que não me desgoste de todo. Isso é promessa de campanha e eu pretendo cumprir: não desistirei de alcançar uma posição que me agrade e que me permita buscar minhas esperanças. Esse emprego pode muito bem ser um cargo de servidor público. Ah, enfrentar milhares de candidatos em concurso e possivelmente gastar dinheiro não passando em vários? Dane-se, eu estou aqui para tentar e só me destacarei se me esforçar. Não chegarei a lugar algum simplesmente chorando que não sou mais o melhor. Ou fingindo ainda ser.
(uma pausa... sempre que eu escrevo aqui na Raposa Antropomórfica eu tenho vontade de chorar... é estranho, como se eu estivesse abrindo algumas janelas para quartos realmente escuros... que venha o sol)
Meu próprio canto para morar é outro dos meus objetivos, e momentaneamente o mais complicado de ser realizado. Um apartamento custa muito mais caro do que posso pagar atualmente, e não tenho perspectivas de juntar o dinheiro necessário até janeiro de 2009. Ainda assim, não desistirei dos meus planos de emancipação. Talvez eu compre uma moto para me auxiliar no processo de liberdade e para circular pela cidade enquanto não tenho um lugar para ficar parado. Minha casa eu amo, mas preciso das minhas asas e de um ninho que seja só meu.
Outro ponto, last but not least, é o meu retorno às letras. Como é engraçado que no segundo grau meus colegas – os que eu conversava com, pelo menos – sabiam que eu era, ou queria ser, um escritor, e hoje ninguém mais sabe. Alguns sabem, mas que provas eles têm, se eu estou com minha imaginação encerrada apenas à minha cabeça? Devo expandir esses limites, ou do contrário minhas histórias serão nada mais que sonhos particulares. Isso não quero. Anseio pelo retorno à literatura.

Parar de escrever foi muito dolorido para mim, apesar de ter acontecido lentamente. Não sei bem como aconteceu, foi um misto de desilusão e de "meu texto não é bom o bastante". Minha última tentativa de escrita não foi exatamente uma criação literária; está muito mais para uma liberação de idéias sem muito refino.
Preciso definir um estilo para minha prosa. Estou em dúvida se escrevo sobre fantasia ou sobre pessoas. Fantasia é um tema que muito me agrada, mas sinto-me pequeno quando leio os grandes escritores do gênero. Escrever sobre vidas quase-reais me agrada muito, especialmente por poder colocar minhas idéias e crenças nos textos, criando algo mais próximo da minha existência. Sim, eu sei que não preciso escolher apenas um deles, mas não queria recomeçar a escrever com vários projetos simultâneos, sob o risco de deixá-los se apagar sem maiores desenvolvimentos.

Músicas. Não sei explicar a razão de eu associar o som a algumas experiências particularmente importantes da minha vida. Algumas vezes a ligação vem de eu ter descoberto as canções/bandas na época dos fatos, n'outras é um momento em que a música esteve presente e que ficou gravado na memória.
Eu quero mais e mais momentos para gravar com a memória. Como diria uma pessoa que eu aprendi a escutar com atenção: um escritor vive das suas experiências para escrever, e se ele não viver, não poderá criar.

Acho que estou voltando às músicas tristes. Isso me deixa paradoxalmente feliz.

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