sábado, abril 23, 2011

Cabelo curto

Sempre me encontro relutante nos dias em que cortarei o cabelo. Não gosto, mesmo quando o resultado fica agradável esteticamente. Achava, até hoje de tarde, que era algo relacionado com achar mais bonito cabelos compridos, mesmo quando evidentemente eles estavam menos agradáveis de ver do que assim, curtinhos, arrumadinhos. Arrumadinhos. Vi hoje, enquanto esperava para ser atendido no Subway, um fulano passar. Camisa ajeitada, olhar sério, calça social e cabelo curto todo arrumadinho. Subitamente entendi que aquele não sou eu, o cabelo que ele tem não conversa com a minha personalidade, e vendo meu reflexo de cabelo curto, percebi que estou mentindo pra mim mesmo, que dirá pro mundo.

Nos meus eternos conflitos entre "ser bonito" ou "ser eu", ganhou um ponto "ser eu". Vamos ver como fica essa luta quando eu voltar a pensar em depilação. No meio da semana, havia decidido me depilar, tirar os pelos de quase todo o corpo, conhecer-me com um corpo que me atrai. Ontem olhei para mim e vi que não me incomodo com os pelos que tenho, mas com a impressão que eles causam nas pessoas que me circundam. Damn it. Equilíbrio, cadê? Equilíbrio, pra quê?

sexta-feira, abril 22, 2011

Preguiça

Hoje passei o dia envolvido por preguiça. Diferente dos outros dessa semana, porém, eu não estava triste, decepcionado, machucado. Tomado por leveza, fiquei a observar o dia, sentir o calor, ver filmes, pensar na vida. Verei mais, ainda. Estou tão bem comigo, com quem me circula.

É bom saber que, algumas vezes, eu não sou o único que desejo continuar vivendo. Amar la trama más que el desenlace, diria Drexler. All is love, diria a cantora do Where the wild things are. O que tinha nome não tem mais, e assim libertou-se de sofrimentos e constrangimentos que só faziam mal. Não dar nomes, talvez esse seja o segredo. Podemos viver assim?

quinta-feira, abril 21, 2011

La vida es más compleja do que parece

Hoje de tarde me reuni com meus amigos do mestrado. Caiu uma ficha que estava balançando no topo havia algum tempo, mas resistia aos meus balanços. Por algum tempo, fiquei envolvido em enlouquecer com as tramas da vida afetiva e, no processo, esqueci que também estou embolado com outros problemas. Os nós foram se tornando cegos, envolvendo-me cada vez mais. Fiquei sem ar, sem vontade, sem escapatória.

Aí como que de repente, clareou. As dúvidas continuam, elas estão aí para isso e seguirão comigo por muito mais tempo. Contudo, eu tenho tantas coisas ao mesmo tempo andando que não posso me focar em uma só. Meu namoro foi terminado? Fiquei triste? OK, agora vamos pra frente, pois ainda tenho um mestrado, um concurso e alguns amigos pra cuidar, entre outras coisas que não vieram de pronto à minha memória.

É a vida, e não a fila, que anda.

terça-feira, abril 19, 2011

Entendi

Talvez seja meio óbvio, mas eu estava tentando compreender o que fazia esse último término de relacionamento mais complicado do que outros. Não foi o tipo de relação, exatamente, que influenciou nas dores (e continua influenciando, devo dizer), mas o papel que esse tipo de relação exerceu na minha vida. Eu ofereci, de mim, uma quantia significativa de tempo compartilhado, e agora estou perdido justamente por não saber o que fazer com esse tempo que me foi devolvido. Ele parece estar sobrando na vida, no limbo, na dúvida, ainda que eu saiba que ele é de novo meu.

Sofro, então, com a incerteza do que fazer, como se tivesse-o ainda preenchido. Agora que descobri isso, questiono: como faz para torná-lo meu de novo, de verdade? Quero meu tempo de volta!

Um diálogo que não existiu

- Oi.
- Oi.
Aquele instante de silêncio, breve, brevíssimo, nem meio minuto, mas com o peso de uma tonelada de algodão separando os dois.
- Eu... eu te chamei aqui porque... eu... queria conversar.
A evidência do óbvio. No telefone já havia dito, perguntado, pedido. Foi uma ponta de saudade que fez nascer o sim. A dúvida participou, também.
- Fale.
- Eu não estou aqui pra pedir que voltemos a namorar - mesmo que queira -, mas sim pra dizer que eu estou aqui por ti.
- Esperando? Não faz isso, eu não sei se...
- Não. Não esperando. Eu te quero bem, quero te ver sorrir.
- Eu acho que a gente precisa de um tempo separado, longe, pra saber se sente falta.
- Eu não quero isso, mas entendo. Eu estou aqui, e vou continuar aqui. Não sei como estarei no futuro, mas eu quero estar ainda te querendo bem. E tudo que peço em troca é que tu me queira bem, também, em nome do que a gente passou juntos.


x x x x x

Eu tinha pensado em um diálogo mais elaborado, tinha até ficado bonito, na minha cabeça. Mas nhé, perdi a vontade de escrever.

sexta-feira, abril 08, 2011

Tristezas

Ela vem assim de repente, sem aviso, sem nada. Senta-se ao meu lado, acaricia meus cabelos enquanto deito e penso na vida. Sempre fui assim, de pensar na vida, imaginar futuros, imaginar presentes, reviver passados. Vivo mais fora da vida do que nela, e quem pode provar que essa não é uma forma normal de se viver?

Limpei minha casa. Logo vou ler, tomar banho, assistir a uma palestra, conversar com amigo. Será verdade que nunca estamos contentes com o que temos?
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