segunda-feira, março 28, 2011

Testezim 1

teste de imagem pequena
=)

quinta-feira, março 10, 2011

Chove lá fora

Estou aqui sentado na frente do meu computador, todo o apartamento com as luzes apagadas. Lembrei agora que no plural a gente não pode usar "todos" sem "os" ou "as" na frente. O que me faz pensar nos quadrinhos que li recentemente sobre o gênero de coisas que não têm gênero, como a lua, que em polonês é masculino. O lua. Na melhor das hipóteses, esses objetos são trans ou inter. Transexuais, interidiomáticos. Não faz sentido chamarmos a lua de feminina ou masculina. Cadê o diacho do gênero neutro pra nos salvar? Será que começo a usar i como artigo definido neutro? I mi casa foi explodidi por im pedreiri. É, não funcionaria. No curso que ministrei em janeiro, uma aluna usou o dicionário para definir o que é mulher, sem perceber que a linguagem é cheia dessas armadilhas inconscientes. Ou melhor, que passam por nós sem que tenhamos consciência delas. Imaginar que a linguagem tenha consciência ou inconsciência é uma projeção de humanidade sobre elas, antropomorfização ou algo assim. É como pensar que uma raposa possa escrever um blog. Como esse.

quarta-feira, março 09, 2011

Constância

Hoje jantei com um amigo, e nosso tópico principal no jantar foram os relacionamentos que eu e ele estamos vivendo no momento. O dele tem três meses, enquanto o meu tem 15 dias. Estávamos falando sobre as dificuldades de alinhar dois sujeitos diferentes em algo que é para ser bom e proveitoso para ambos. Enquanto conversávamos, comentei algo sobre o tempo que achei pertinente compartilhar.

É frequente imaginarmos o tempo e tudo que transcorre nele como sendo parte de uma linha reta, uma continuidade ininterrupta. O medo mais comum nos relacionamentos me parece ser a percepção de que "as coisas não são mais como eram". Contudo, as coisas nunca são num estado perfeitamente reto. São constâncias, repetições, reafirmações que cristalizam as nossas realidades, que chamamos de presente, em passados, que chamamos de memórias e usamos para dar sentido a tudo que vivemos.
A probabilidade de um relacionamento ser bom todo o tempo, dando a impressão dessa linha reta imperturbável de prazeres, é bastante pequena, variando com inúmeros fatores, tais como as experiências de vida dos sujeitos envolvidos. O mais comum é que ocorram desintendimentos, acertos, erros, maravilhas, lindezas, dores, felicidades, sorrisos, orgasmos, chateações. Assim, imprevisível, inconstante.
Decorre daí que não é inteligente desistir de algo quando deixou de ser satisfatório naquela linha imaginária de continuidade. Tentemos, como alternativa, explorar as repetições do que nos faz bem e avaliar se, num contexto geral, os momentos felizes superam os infelizes? Relacionamento também é trabalho =)


x x x x x

As aventuras em Goiânia agora ganharam uma nova direção. Depois das peripécias de chegar em lugar novo e estabelecer os companheiros do meu adorável seriado, o período de férias encerra com a permanência de alguns amigos, a marcação de algumas participações especiais e, por começo (já que espero que esteja longe do fim), o plot da temporada: a raposa está romanticamente envolvida e, tudo indica, correspondida.
Acompanhem ^^

domingo, março 06, 2011

Questionando

Comprei um netbook e, com ele, veio um juicer que, caso eu fosse comprar, me custaria cem reais. Além disso, ganhei um bônus de cinquenta reais para consumir algum produto acima de cento e noventa e nove reais no site, em virtude de um alegado atraso na entrega. Agora, deitado na minha cama, me pus a pensar o que motivaria um site de vendas a oferecer-me gratuitamente um fazedor de sucos de preço considerável. Entendo que para uma grande corporação, o valor de cem reais possa ser algo próximo de simbólico. Não duvido que eles não sintam a perda como algo memorável, como eu sentiria se fosse, digamos, assaltado. Ou, num paralelo mais adequado, se comprasse um presente deste valor, visto que há uma intenção no ato de entregar o "presente".

O que o site ganha com perder cento e cinquenta reais? A lógica me diz que não há razão para que isso aconteça, salvo se eles puderem reverter esse custo em lucro, tornando-o assim um investimento a longo prazo. O que aconteceu comigo nos dias seguintes ao recebimento do juicer e do bônus para compras acima de duzentos reais? Saí vasculhando o site em busca de possibilidades de novas aquisições, e teria aceitado comprar um item mais caro que em outras lojas apenas para usufruir do meu presente.

Recentemente, interessado nas promoções possíveis para a troca de operadora de celular, inclinei-me a trocar também meu aparelho. Tendo chegado a dois anos com ele no bolso, imaginei que já estava na hora de começar a utilizar algo novo. Motivado por um inspirado vendedor, comprei um celular que acessa a internet e tem wifi, podendo atingir velocidades impressionantes. Eu imediatamente ganhei uma nova necessidade: conexão sem fio em qualquer lugar. Por quê? Por estar ciente de que esse tipo de acesso pode me ser útil, em algumas situações. Bem, tantas outras coisas podem me ser úteis em situações tão específicas quanto!


Eu fui burro e estou me desacostumando a pensar, questionar, duvidar, ponderar, medir. A minha desenfreada busca por compreender melhor as relações humanas e suas consequentes emoções e desejos está me levando a explorar também as fraquezas e idiotices das quais eu tanto ri em outros momentos.
Passarei os próximos dez meses pagando por um aparelho que é bom, tem funcionalidades interessantes e tudo mais, mas que eu poderia estar feliz sem. Por quê? Porque eu posso, tenho dinheiro e crédito para comprá-lo. Além da estupidez. Argh.

O que falta?

Eu não sei, mas falta.
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