segunda-feira, setembro 29, 2008

Impulso

Hoje eu abri uma nova conta universitária. Fora minha poupança no Banrisul e minha conta no Banco do Brasil, passarei a ter também uma conta no Santander. Fiz pelo cartão sem anuidade, confesso. A intenção é boa, mas os neurônios falharam: agora eu tenho uma conta cujo custo de manutenção é R$ 1,00 ao mês, certamente menos que o Banco do Brasil, mas ainda assim é um real a mais por mês. Até que eu cancele a conta no BB. Será que vou cancelar? Por enquanto a única utilidade dela é o meu salário. Não sabendo onde estarei a partir do ano que vem, não me parece tãããão ruim a perspectiva de uma conta num banco melhor.

Ah, eu gosto do Santander, isso deve contar pra alguma coisa.

Se o cartão vier, como disse o rapaz do estande, com R$ 800,00 de limite, isso me deixa com um poder de compra a crédito de R$ 1200,00 (até que eu cancele o visa do BB). Tenho que concordar que é mais condizende com os custos de alguém que planeja sair de casa no início do ano que vem.


xxxxx

Bãh, hoje fui ver quanto custa passar um mês na França estudando. Só pra agência que operacionalizaria a função toda, R$ 7.000,00. Fico imaginando quanto mais em passagem, custos locais, etc etc. Dois meses ficam em R$ 16.000,00. Um ano, R$ 85.000,00.
Argh.
Vou amargar mais uns anos sem conhecer o resto do mundo e seguir trabalhando aqui, em busca de conhecimento e poder de fogo suficientes para bancar meus passeios. Se eu tiver que morar em Goiânia para chegar até Paris, em Goiânia morarei.
Dinheiro, hunf.

domingo, setembro 28, 2008

Alice

Série nova da HBO, hoje passou o segundo episódio. A história é simples: garota que mora em Tocantins vai pra São Paulo porque o pai se matou. Quando ela descobre um mundo de maravilhas na gigante cinza, acaba ficando e vai vivendo aventuras em busca do legado de seu sempre presente (mas só agora que está morto) pai. A mágica reside na descoberta de uma vida diferente, um mundo distante de tudo que a protagonista conhecia.
A referência básica é Lewis Carrol, com Alice no País das Maravilhas e Através do Espelho. Ainda estou lendo o primeiro, então a única ligação que eu consigo estabelecer é a correria do País das Maravilhas no qual Alice está metida, e a sensação de mágica constante que circula a menina do interior.
Estou achando o seriado bem fraco, faltam algumas explosões ou cenas mais rápidas. No fim do primeiro capítulo, resolvi assistir o segundo para tirar a prova. No fim do segundo, estou balançado sobre assistir ao terceiro, pendendo para o sim apenas porque estou gostando do mundo paulista que está sendo desnudado.

Eu gosto da Alice.
Já me senti Alice.
Sinto saudade, algumas vezes, de ser Alice. Não é a mesma saudade de ser Peter Pan, são coisas diferentes. Peter Pan fica no mesmo lugar para sempre, igual e intocado, porém feliz. Alice não, Alice desafia e descobre, se envolve e se perde.


xxxx


Acho que tentarei ficar zen nesta semana.

sábado, setembro 27, 2008

estimativas

Ah, e sobre a minha estimativa de 25 páginas por capítulo na monografia, já baixei para 12 :oD

Será que uma monografia de 40 páginas fica boa?
^^

Conhecimento

O tempo passa e a vida nos ensina que ainda ontem estivemos errados. Talvez esse seja o ciclo inacabável do viver: acreditar em algo, ver-se errado, acreditar em algo diferente (maior, em teoria, pelo novo conhecimento adquirido), ver-se errado novamente, acreditar em algo diferente novo, ver-se errado novamente ainda outra vez, seguir acreditando.

Por muitos anos (ok, respeitemos o fato de que eu tenho apenas 22 para contar) defendi ser perda de tempo decorar datas, nomes e lugares. Foquei meu raciocínio sempre no relativismo, sempre fugindo do mundo concreto. Não duvidava que isso me afastasse da realidade, mas achava que não precisaria saber o mundo para escrevê-lo em prosa.
Pensava, contente, que a inteligência seria capaz de suprir minhas dificuldades. Em grande parte ela é, mas recentemente notei algo: me falta repertório. Não apenas saber datas e nomes, mas também origens e trajetórias. Uma coisa é saber o que é um livro, outra bem diferente é saber pq nós lemos livros e não pergaminhos ou pedras. Exemplo idiota, sim eu sei.

Decorre desta constatação (e a obviedade dela me assusta profundamente, já que eu ainda não a havia enxergado) a importância do ensino na vida das pessoas. Talvez se alguém, no passado, tivesse me dito: "sem repertório, teu raciocínio fica viciado", hoje eu seria uma pessoa mais culta. Fico feliz que eu tenha aprendido isso agora, na graduação, ao invés de nunca ou de daqui quarenta anos. Seria possível. Preferiria que tivessem me aberto os olhos quando criança, é claro.

A minha pergunta sobre a importância da pesquisa em ciências humanas finalmente está respondida. Eu conseguia compreender as razões da medicina e da engenharia continuarem avançando, mas nunca enxergava por que a literatura, as artes e a sociologia deveriam ser estudadas.
Agora eu sei. O conhecimento se constrói através do estudo e nossa inteligência cria a nossa realidade conforme as ferramentas que temos disponíveis.
O cruel da vida é que o conhecimento não faz falta. Não podemos procurar por algo que não sabemos que existe. Podemos questionar a existência, mas para isso precisa haver a crença inicial de que há mais do que sabemos. E, para isso, precisamos saber que não conhecemos alguma coisa. A ignorância se completa em si mesma: ela é suficiente para passar pela vida.

Aprender é o segredo.

quarta-feira, setembro 24, 2008

Philadelphia


Eu já tinha ouvido falar. Nunca tinha assistido, nem sequer sabia do que se tratava. Mas, como era um daqueles filmes que "todo mundo tem que assistir", fiquei na frente da tv por mais tempo do que ficaria normalmente. Se valeu a pena? Não tenho dúvida.

Para quem não conhece, a história é a de um advogado gay e aidético que é demitido de uma firma de advocacia. Por achar que sua demissão foi uma fundamentada em preconceito, ele resolve processar a firma. Ocorre que ninguém quer representá-lo nessa luta. Um outro advogado, crente nas leis acima de tudo, por fim resolve defendê-lo.

É um filme muito bonito e tocante. Em primeiro lugar, ele foi lançado em 1993, quando certamente o preconceito contra gays e o medo com relação à AIDS eram muito mais fortes do que são hoje. Não se pode diminuir os problemas de discriminação que ainda são enfrentados, mas em relação à década passada eles perderam muito de seu peso. Em segundo lugar, os personagens são muito interessantes. O advogado representado por Denzel Washington, o único que resolve dar uma chance de lutar ao lado do demitido Tom Hanks, é de início um homem apavorado com a idéia da AIDS, ignorante e homofóbico. O seu olhar de nojo e preocupação para todos os objetos que Hanks encosta transmite muito bem o primeiro contato entre os dois. O conflito entre sua homofobia e seu amor pela lei, porém, guiam o filme até a divertida cena em que ele vai a uma festa gay.

O que posso dizer? Vale a pena assistir!

Je m'habille touts le jours

Alguma coisa me disse que eu deveria passar por aqui, então estou passando. Hoje jantei com minha família no Walter, em comemoração aos cinqüenta anos da minha tia. Deve ser estranho chegar a essa idade. Eu já considero estranho demais estar com 22, tendo passado pelas idades que eu achava que deveriam ser significativas. O curioso é que de fato foram ^^

Agora minhas expectativas estão mais a longo prazo, e ainda assim não consigo deixar de esperar um monte de coisas para acontecer o quanto antes.


Ultimamente a quantidade de pessoas que eu admiro aumentou um bocado. É gostoso ver que existem outros modelos nos quais se inspirar.

A questão agora é: Goiás? "É, Goiânia tem uma praça bonita". Hah, que ótimo!

quinta-feira, setembro 18, 2008

domingo, setembro 14, 2008

Not so afraid anymore

Não sei até quando a sensação vai durar, mas passou um pouco do medo de escrever minha monografia. Pode ser porque passei o dia sonhando com possibilidades de futuro, todas obviamente positivas e super decididas, mas também pode ser porque estou me saindo bem. Terminei hoje o primeiro capítulo da monografia. O segundo, aliás, considerando que o primeiro é a introdução, e pedirei para Cida para fazê-lo num tom subjetivo e pessoal. Se em algum lugar do trabalho eu puder falar como pessoa, acredito que será na introdução.

Essa semana tem tudo para ser bem calma, cheia de estudos e com poucas emoções. Espero que as coisas sigam o previsto.

Conversei com minha mãe ontem sobre sair de casa. Já havíamos discutido isso algumas vezes, mas agora eu estipulei uma data ideal para a saída: março de 2009. Por quê? Eu simplesmente espero do ano que vem muitas histórias diferentes das deste, e quero romper o cordão umbilical. Preciso de força para me soltar e aprender a viver, e um primeiro passo necessário é conseguir me virar sozinho – saber que eu posso. Enquanto eu tiver alguém sempre a apenas um quarto de distância sei que não conseguirei me desprender.
Fico triste, é claro, de querer sair de casa com tanta vontade. Perguntasse quatro anos atrás eu não pensaria em partir tão cedo. Hoje eu conto os dias passando, risco com giz na parede para não perder a conta.


Esse fim de semana foi meio que perdido, sabe?
Tudo bem, terminei uma parte da monografia, li algumas coisas e tal. Só que passei metade do sábado e do domingo jogado na cama, ou no sofá da sala, ou algo parecido.
Tenho trabalho por terminar, tenho amigos a manter. Ainda assim, fiquei socado em casa. Essa é outra das coisas que eu gostaria muitíssimo que mudasse, e rezo para ter a força necessária para fazer acontecer no ano seguinte.

quinta-feira, setembro 11, 2008

11 de setembro

Hoje é 11 de setembro (por mais 1h15). Por que todo mundo espera que eu fique comovido com a lembrança da queda das Torres Gêmeas em 2001? Quero dizer, realmente foi um evento bastante comovente, chocou o mundo inteiro, jogou para o alto as discussões sobre o poder do terrorismo, tudo isso. Contudo, cá no Brasil, a vida continua absolutamente igual. Escolhe um dia hoje ou há sete anos e tudo vai estar igual. Sem tanta internet, quem sabe, mas igual ainda assim.

Além do que, tenho um sério problema com idolatrias e sacralizações. Não tenho ídolos entre meus artistas e escritores favoritos, não acho nenhuma instituição verdadeiramente sagrada e intocável. Não acredito na manutenção do medo através da rememoração do terror, assim como não vejo no terror o caminho correto. Não que eu o negue racionalmente, já que junto com o humor é uma das formas mais fáceis de tocar o coração humano, fique claro.

Aconteceu, fique registrado na história, mas não façamos um grande drama disso, ok?

Atualização da monografia

Ah, eu havia esquecido!
Entreguei hoje meu texto monográfico com 15 páginas para minha orientadora ler. Ela deve me devolver entre segunda e quarta, quando espero entregar mais umas 4, no máximo 5, páginas para concluir o primeiro capítulo. Este tópico que falta é sobre o Novo Jornalismo (os três primeiros foram, respectivamente, cultura, jornalismo cultural e valores-notícia).

Minha monografia tratará sobre os valores-notícia da Rolling Stone e a possibilidade de incluir suas matérias dentro do estilo chamado Novo Jornalismo. Essas questões serão trabalhadas a partir da análise de dezoito matérias, selecionadas por um critério de tamanho (em teoria, reflexo da importância editorial dada a elas), na medida de três reportagens por edição ao longo de seis edições, totalizando 18 matérias.

O segundo capítulo, que desejo terminar até o fim de setembro, envolve a história da revista e uma descrição de sua morfologia, além de comentários sobre o gonzo journalism. Estou rezando para que este capítulo tenha a mesma quantidade de páginas do primeiro, ou mais, espero até que mais, mas não sei como as coisas ficarão depois dos comentários da orientação.

O terceiro capítulo, para finalizar o trabalho, será a análise propriamente dita. Não contem para ninguém, mas morro de medo dele não ficar nem de perto tão grande quanto deveria. E ele tem de ser o maior dos capítulos, já que é a análise a que o trabalho se propõe.
ai ai ai

Hoje

Acusam-me de pensar demais. É verdade, assumo, sou demais dedicado aos perigos da racionalidade e, curiosamente, sou presa fácil da emoção. De qualquer forma, em muito gosto dos caminhos pelos quais passo através da minha imaginação – embora deteste os que deixo passar. Vamos agora a um resuminho de coisas que estão na minha cabeça:

* Decidi o título do livro que escreverei no próximo ano. Não sei se conseguirei dar a ele a dimensão estética que estou planejando, sequer consigo prever se ele terá 40 ou 200 páginas. Comecei a verificar as possibilidades de editoras para enviar os originais para avaliação, com base no tema.
Aliás, isso me lembra vários anos atrás, quando eu fui atrás de uma editora justamente para publicar um livro. Era um romance infanto-juvenil que, apesar de ingênuo, bem está no nível de muito livro por aí. Como quiseram me cobrar R$ 5.000,00 pela publicação, divulgação e o escambau, deixei de lado a idéia por tempo indeterminado. De vez em quando fico pensando o que teria acontecido se eu não tivesse desistido e hoje tivesse um livro publicado. Teria alguma coisa mudado?

* Ano que vem, finda a graduação, o plano é começar a Especialização em Expressão Gráfica na PUCRS. Numa conversa com meu chefe, e somada a ela uma palestra dele que assisti hoje, descobri o que me interessa no mundo acadêmico. De alguma forma eu já sabia, mas não conseguia especificar e, por isso, sempre fiquei tentado a trocar de curso ou experimentar outras áreas.
Meu interesse, multidisciplinar, está nas histórias e narrativas. Visuais, sonoras, literárias. Todas as áreas pelas quais eu desejei/desejo passar possuem essa amarra lógica, a construção de significados e de sentidos através de histórias.
Senti um certo prazer em notar, finalmente, com qual universo pretendo trabalhar pro resto da vida. Isso meio que me norteia para as escolhas futuras, embora ainda falte um objeto ou tipo de objeto para focar meus estudos strictu sensu.

* Óh, puxa, estou me amarrando na leitura do Bourdieu. Pelos deuses, como é difícil passar pelo texto dele e entender o que ele está dizendo. Acredito que, se eu quero estar pronto para a aula da pós-graduação semana que vem, terei que reler o capítulo umas três vezes ainda. Um deles, quero dizer, pois no outro (cinco vezes maior) eu ainda não encostei.
Minhas leituras/estudos, todos voltados para monografia e bolsa de pesquisa, estão muito interessantes. A leitura do Tom Wolfe, El Nuevo Periodismo está boa, apesar do meu ódio mortal a tudo que vem escrito em espanhol. Pelo menos acredito que esse livro garantirá minha monografia. ^^

* Das questões que tenho ainda por decidir está continuar ou não em casa ano que vem.
Entendo que ir morar sozinho significaria uma ruptura com tudo que tenho hoje por garantido, e assim talvez me servisse de caminho para reavaliar minhas andanças e escolhas. Acredito piamente que, uma vez fora de casa, as correntes que me prendem à comodidade de uma vida sem desafios e aventuras possam se desprender. O medo, escondido sob a égide das considerações racionais, porém, está me corroendo com as possibilidades de passar trabalho financeiro hoje e no futuro. Se eu não tiver um emprego em 2009 acabarei com sérios problemas de ordem econômica.

* Eu preciso aprender a ir nos lugares, mesmo quando não expressamente convidado. Acho que tenho pavor da possibilidade de crítica ou desaprovação, por isso evito fazer as coisas ou sair com as pessoas. Bem eu poderia ter aproveitado a companhia de três pessoas que aprendi, nos últimos anos, a admirar deveras. Talvez pudesse ter aprendido muito, ou simplesmente tido uma boa experiência.
Ah, se pelo menos eu tivesse cabelo liso, aí poderia ser um emo completo... ^^

segunda-feira, setembro 08, 2008

250

Essa é a postagem de número duzentos e cinqüenta. Para comemorar, notícias felizes: estou gostando dos meus estudos em francês, tenho achado divertido (embora exaustivo) o processo de escrever uma monografia. Acho que estou pensando bastante no futuro, e com alguma seriedade, então os sonhos malucos não estão ficando tãããão no caminho quanto antes. Não que eu esteja deixando-os para trás, longe disso, só estou contaminando-os com um pouco de realidade.

Ano que vem acaba a estrutura que tenho hoje. Não quero que ela continue como está. Quero que ela mude completamente. Sei o que eu preciso para que isso aconteça, vamos ver se consigo e, se eu conseguir, se será a passos de formiga ou a pisadas de elefante.

Agora é hora de dormir!
(que engraçado, pensei em escrever uma frase em francês, mas me dei conta de que, apesar de eu conseguir traduzir algumas coisas e entender outras, não consigo criar ainda em francês... bem, o que eu esperava, já falar com nem dois anos de treino esporádico?)

Bonne soir!

quinta-feira, setembro 04, 2008

Irk

Fazer uma monografia é difícil. Estou me enrolando e mal consegui escrever doze páginas do meu primeiro capítulo. Eu tenho uma estimativa mental de 25 páginas por capítulo, mas já estou achando esse raciocínio otimista demais. O conteúdo parece fugir da minha mente e embaralhar-se enquanto eu tento colocá-lo no computador.
De ontem pra hoje já me foi uma grande ajuda ter imprimido o que eu tinha escrito. Serviu para alterar tudo, rearranjar a maior parte dos parágrafos e tentar construir uma linha lógica. Meu problema agora é que precisarei fazer isso novamente, amanhã, para rearranjar o raciocínio na segunda parte do primeiro capítulo.
Isso é apenas o começo, naturalmente. Tenho ainda mais pelo menos três partes só nesse capítulo um. As duas últimas partes, aliás, exigirão de mim algumas leituras que ainda não fiz. Paciência, não tenho muita escolha quanto a isso, agora tenho que focar nas prioridades.

Sempre duvidei que monografias fossem tão difíceis assim. "Ah, é só estar preparado que o trabalho sai fácil, como qualquer outro". Heh, a prepotência adquire um sabor amargo quando notamos que ela é, de fato, prepotência, e não uma qualidade inestimavelmente superior.

Segunda-feira entregarei um primeiro esboço para minha orientadora. Certamente ainda pela metade do primeiro capítulo, o que talvez não a agrade muito.
C'est la vie.
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