sábado, agosto 30, 2008

Mundos mágicos

Por estes dias, enquanto conversava no serviço, surgiu o assunto dos mundos mágicos que as pessoas enxergam e fantasiam para não verem a realidade fria e insossa. Na hora eu concordei que era realmente danoso envolver-se em crenças míticas sobre grupos de pessoas, mas esse dano tem um limite que ma parece muito claro.
A vida é chata e sem sentido.
Nós fantasiamos com diversos elementos, sejam eles o amor infinito, as amizades que colorem o mundo, as piadas inacabáveis, a sensação de poder advinda de um bom emprego.
O mundo real, por outro lado, nos apresenta relacionamentos entre duas pessoas que estão interessadas em se relacionar, criaturas que convivem umas com as outras a partir de afinidades, visões não ortodoxas de mundo que adquirem graça por fugirem do paradigma, trabalhos por mais dinheiro no fim do mês.
A vida é chata e sem sentido.
Guia-nos a fantasia através de caminhos diferentes. Acreditar na poesia nos deixa feliz ao ver o sol sobre as árvores, ao ouvir as risadas dos infantes, ao cheirar rosas. O próprio amor é uma farsa ensaiada e interpretada; feliz sem dúvida, mas passível de ser explicada como trocas químicas entre pessoas.

O segredo é não deixar de ser peter pan enquanto se domina as regras do mundo real.
Não ser peter pan o tempo inteiro, não ter um mundo de números ao nosso redor.
O caminho do meio.
A vida pode ser chata e sem sentido, mas a minha é colorida e saltitante. Mesmo a tristeza, muitas vezes presente, é um alívio.

Vou viver com minha licença poética e ser feliz assim.

quinta-feira, agosto 28, 2008

Amanhãããã, seeeráááááá um liiiindo diiiiiiiaaaa

O título não tem nada em especial, nasceu de eu não querer repetir o de sempre "futuro", "amanhã", "o que eu quero da vida"...

Estou fazendo para o ano que vem. Já sei algumas coisas por certas, como o fato de que não estarei fazendo mestrado. A explicação é simples: não tenho o tempo necessário para estudar para a prova de seleção e também não tenho qualquer projeto em mente. Já são razões suficientes, não? Da mesma forma, 2009 ainda será um ano Portoalegrense. Estou conseguindo trabalhos e tenho perspectivas aqui na cidade, sair agora me parece muito precipitado.

Dedicar-me-ei a quatro coisas ano que vem.
1) Estudar. Será um período de estudos avançados na área gráfica, farei tudo que encontrar que pareça interessante. O primeiro passo será a Especialização em Expressão Gráfica, na PUCRS. O segundo será um curso de Photoshop. O resto vou fazendo conforme aparecer.
2) Trabalhar. Continuo querendo ganhar dinheiro, e tenho esperança de ano que vem ter mais chances de ganhar cada vez mais. Ainda insipiente esse raciocínio, concordo, mas previsões não precisam ser muito exatas, afinal de contas.
3) Sair de casa. Mesmo como projeto piloto, um ano fora de casa é uma proposta justa para começar a viver a vida de uma outra forma. Se não faço mudanças *muito* radicais, pelo menos uma mais simples, porém funcional.
4) Escrever. Já não terei mais desculpas para não escrever, e com isso também não terei desculpas para não viver. Com a graduação concluída, talvez eu consiga até mesmo lançar um livro antes do fim de 2009.

Meus pensamentos ainda não estão totalmente embasados no mundo real, então é possível que nada disso venha a acontecer. Talvez eu resolva comprar uma guitarra de 15 mil reais e perca a oportunidade de usar o dinheiro que venho juntando para comprar um apartamento. Talvez eu gaste todo o dinheiro em balas de goma, por que não?
O certo é que esses raciocínios me deixam um pouco mais confortável. Gosto de saber para onde estou indo, e ter esses esquemas mentais me garantem alguma sanidade para que eu possa enfrentar o hoje sem me perder muito imaginando os muitos amanhãs.

^^

sábado, agosto 16, 2008

La la las

Eu tenho um costume estranho de usar onomatopéias e interjeições nos meus discursos. Como quando falo que estava caminhando, vira e mexe vem acompanhado um la la la. Ou quando tropeço, que quase sempre lanço um yahoo!. Não sei bem explicar de onde vem isso, mas não acho que seja um problema.
Aliás, cheguei à conclusão de que meu jeito não é um problema. Algumas vezes é difícil de me convencer de que ser como sou é normal, saltitante, onomatopéico, muitas vezes desajeitado. Quem me conhece sabe que eu tenho muito mais dificuldade em ser gentil e suave do que de ser grosso e esnobe. "Estou considerando a possibilidade" no lugar de "bah, eu acho que vou". Não é por mal, é simplesmente uma dificuldade insana de encarar o mundo com o coração leve.

Ontem foi um dia bem legal. A noite também. A maior parte das pessoas que foram ao aniversário da minha amiga eu já conhecia, a maioria dessa maior parte eu encontro quase todos fins de semana. Alguma coisa na fuga da rotina me fez um bem tremendo.
Até eu chegar em casa.
Acho que eu tenho síndrome de "tudo vai dar errado". Em casa, o silêncio de todo mundo dormindo, o coração batendo forte, veio o cansaço. Estou começando a entender o porquê de eu ser um criador de histórias.

quarta-feira, agosto 13, 2008

Momento nhé

Acho que o título já diz bastante, né? Não sei se são as músicas, a quantidade absurda de coisa para fazer ou a falta de perspectiva para o ano que vem, mas alguma coisa simplesmente acabou com meu espírito saltitante hoje. Na realidade, foi um misto de tudo.
Estou chegando muito perto do momento em que minha vida vai mudar. Essa noção está me tirando do sério, e ao mesmo tempo está me deixando terrivelmente triste. Meio que tenho essas crises sempre que chego perto de algum desfecho. Foi igual no ensino médio, mesmo eu tendo odiado a maior parte do meu tempo no Anchieta. Incrível como a mente humana – ou, no mínimo, a minha – funciona.

Se eu tivesse um cantinho só meu estaria nele neste exato instante, agarrado nos meus joelhos, ouvindo músicas tristes, tentando esquecer a solidão.
Puf.
Por que a vida passa?

quinta-feira, agosto 07, 2008

Coisas demais

Eu estava já com a impressão, mas somente agora, olhando para minha cama recheada de livros, roupas e comidas, é que percebi o quanto estou enlouquecido. Estou aguardando a gota d'água ou a volta do parafuso que vai me derrubar. Monografia, pesquisa, editora, freelances, francês, leituras particulares, desejos, namoro, futuro. Onde sobra algum espacinho para simplesmente curtir um dia de paz?

Estou há quase uma hora só ouvindo música. Não só, devo corrigir, pois estava procurando alguns materiais que preciso ler para segunda-feira. Tenho que comprar um livro na Cultura e não sei quando vou lá. Tenho que encontrar mais elementos sobre a história da revista que trabalharei na monografia. Tenho que escrever minha monografia. Tenho que estudar para a pesquisa, tenho que arrumar as imagens do artigo que será enviado para uma revista acadêmica. Tenho que trabalhar no fim de semana.

Isso que é crescer?

Subitamente o imenso oceano de pensamentos separados está se transformando num maremoto de confusões. Um verdadeiro brainstorm. Idéias demais cruzando um espaço de tempo muito curto. Não sei o que eu faço para o fluxo diminuir a velocidade, não consigo me concentrar em nenhum ponto isoladamente.
Estou, é evidente, com medo do futuro. Não sei se terei emprego depois de me formar, não sei se valerá o esforço de fazer uma pós-graduação, não sei se terei capacidade para criar um projeto de mestrado, não sei se conseguirei me virar com o dinheiro de freelancer, não sei se conseguirei voltar a escrever.

Ah, sabe como me dei conta de que estou louco?
Simples: hoje comprei algumas coisinhas para comer na editora, já que passarei dias inteiros lá. O problema é que os "dias inteiros" serão dois na semana, mais um meio-turninho de duas horas e meia que encerra em almoço. O segundo problema é que para "lanchinho" eu comprei dois pacotes de bolacha, um de salgadinho, seis bombons e dois pacotes de barras de biscoito. Eu aceitaria de boa se tivesse comprado isso numa segunda, mas amanhã é sexta.
Aaah, antes que eu me esqueça, também comprei um caderninho novo. Mais um espaço de papel onde eu posso exercer minhas insanidades. Por enquanto, ele está reservado ao que envolver dinheiro, em especial vindo da minha vida de freelancer. Separei um caderno meio-escrito para ser meu bloco de anotações da monografia.

Eu quero um dia de sol pra ficar parado dourando. Quero risadas, corridas, giros e saltos. Alguém me ajuda a esquecer o mundo real por alguns instantes? Podem ser poucos, rápidos, fugidios, mas eu quero, oh se quero.


O fim do ano está chegando. Outra grande mudança. Medo.

terça-feira, agosto 05, 2008

Carro

Eu quero um!

Vez e outra sou atacado por vontades de trazer o futuro até o presente, e isso meio que dói, já que custa dinheiro. Muito dinheiro. Eu quero juntar, mas ao mesmo tempo não consigo parar de gastar tudo que recebo. Até agora posso chamar de investimento. Nunca deixo de ficar com medo, contudo, que esse "investimento" seja em nada.
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