quarta-feira, novembro 30, 2011

Como mudar o mundo?

O investimento que tenho feito em participar da vida acadêmica tem me servido para observar o mundo a partir de lentes analíticas bastante detalhistas. Ou assim acredito. Por enquanto, ao menos, não perceberei se estiver enganado. O que, aliás, é um dos grandes truques e maldades de estar enganado: a gente não sabe de algo por sabermos outro algo.

Antes de pensar em como mudar o mundo, eu preciso saber um por quê, um de quem, um quando e também um onde. Talvez existam outras perguntas que eu ainda não percebo. O aprendizado delas veio do jornalismo, mas carrego comigo para me assessorar quando penso. Ou seja, sempre.

Chegamos à crise da vez: eu não sei o que fazer da vida. Esse foi um problema facilmente contornável ao longo da vida, pois as escolhas foram se apresentando. Mudar de escola para uma melhor, pois acreditava que o ensino da minha era ruim. Por que eu pensava isso? Não faço ideia. Por que escolhi o colégio que escolhi? Talvez o mérito dessa esteja na publicidade. Faculdade foi fácil, sei escrever, gosto de aventuras (?), então logicamente a escolha é o jornalismo. Especialização? Eu já trabalho com o visual. Mestrado? Cultura + visual, fechou todas. Coloca sexualidade na panela e o caldo está engrossado. Agora estou terminando o mestrado. O objeto dissertação já não me empolga. Eu já acho que ele mesmo poderia se transformar em alvo de análise. Reflexão sobre como se fez, como não se faz etc.

Eu suponho saber algumas coisas. Não quero trabalhar oito horas por dia. Nem seis, aliás. Quero viajar muito, estar em contato com pessoas ao redor do mundo. Falar vários idiomas, aprender a cozinhar coisas gostosas e coloridas, dançar sem tropeços e me defender usando meu próprio corpo. Desejo ler muitos livros, não porque eles podem me conferir algum adjetivo culto, mas porque são histórias. Narrativas me excitam.

Talvez esteja aí uma pista. Gosto do jeito que histórias são contadas, partilhadas, imaginadas, desenhadas desde o instante da inspiração súbita até a concretização procrastinada. Aprecio a ideia de tecnologia, de técnica, de compartilhamento através delas. O poder das palavras, das imagens, dos sons. Tenho seguido essa pista pelo viés acadêmico e estou começando a sentir que ela já não me empolga tanto por aqui.

Será que narrativas podem mudar o mundo?
Se sim, como mudar o mundo?

segunda-feira, novembro 21, 2011

Direitos iguais

Hoje, conversando com minha amiga, ponderávamos sobre o que podemos fazer para lutar contra a noção de que homens podem usar as mulheres. Algumas horas depois, procurando material para o curso de sexualidade que darei com uma amiga em fevereiro, me deparei com esse link maravilhoso! Esse vídeo abaixo é um dos colocados no site, vale muito olhar!


The video above has subtitles in English. It still happens. It shouldn't.

Cantadas grosseiras

Por volta da uma e meia da manhã deste sábado, recebi uma mensagem da minha amiga. Ela reclamava que havia recebido três cantadas enquanto trabalhava como fotógrafa. Eu, como bom exemplar macho, perguntei o que havia de ruim, já que ela estava sendo valorizada, e isso nos colocou numa breve troca de mensagens madrugada adentro, que em seguida avançou para os e-mails e segue até agora.

O resumo do argumento, que pode ser visto super bem defendido no Escreva Lola Escreva, é que essas cantadas se baseiam no direito que o homem tem de fazer o que quiser com as mulheres, que são meros objetos de uso e consumo. De preferência, uso e consumo rápido e descartável. E que essas cantadas agressivas podem facilmente virar agressões, invasões de privacidade e de corpo. Foi fácil, para mim, pensar que isso tudo era exagero, considerando que eu tenho um pinto e, por isso, corro esse risco numa frequência infinitamente inferior.

O vídeo abaixo é um comercial que mostra bem o quê as crianças aprendem rápido. Aprendem porque ensinamos. Ensinamos porque, mesmo sem saber, aprendemos. Já é hora de romper esse ciclo, não?


Around 1:30pm this Saturday, I received a message from my friend. She complained that three guys had passed lines on her during the time she was working as a photographer. I, as a good male, asked what was the problem, since her beauty was being recognized. That put us in a brief exchange of messages late into the night, which then advanced to the emails and still go on. Well, we have this habit, it sort of makes part of our friendship, even when we actually lived in the same town.


From my friend arguments and the blog Escreva Lola Escreva, I can summarize that those teasers are based on the idea that the man can do whatever he wants with women, mere objects of use and consumption. Preferably, fast and disposable. This idea can easily turn into aggression, invasions of privacy or of bodies. It was easy for me to think that she was being excessive. Well, I have a dick, so this happens to me almost never. I don't feel endangered or trespassed every time someone says I'm beautiful or that they want to fuck me the whole night. OK, this last one is creepy.


The video above is a commercial that shows what children learn really fast. They learn because we teach. We teach because even if we don't know it, we learnt it. It is time to break this cycle, isn't it?

Vale uma clicada

It's worth a click!

http://brianshumway.com/projects/true-men/


domingo, novembro 20, 2011

Como educamos as crianças

Não sei por quanto tempo esse vídeo vai ficar disponível no Youtube. Quando o assisti pela primeira vez, fiquei pasmo. Não só eu, como é possível ler no Ensinando Artes Visuais. Eu realmente preciso dizer algo sobre pensarmos em que educação queremos para as pessoas?


I first saw this video a few months ago. It let me speechless. Now, a few months later, I decided to write about it and I still can't say a thing. Is this teacher a human being? I'm not sure. But he represents part of the reasons for my desire to be a professor.

As amizades continuam

Dando continuidade ao que eu postei aqui sobre amizades, minha digníssima ML respondeu no blog dela, como podemos ver aqui.

Não quero pensar em fórmulas para manter os amigos, mas reitero o que sempre digo: o tempo é o adubo de qualquer relação. Como alguém que saiu de uma cidade para viver em outra, mas mesmo assim persiste e insiste em manter seus relacionamentos a longa distância, eu creio que são esses momentos de leitura e de compartilhamento que nos aproximam, não importa quantos quilômetros nos separem.


Since my friend answered my post about friendships, I think it's time to make the conversation between our blogs go on. She posted a very nice reference about friendship, discussing Freud and Winnicott. For Portuguese readers, it's quite nice. Well, would be nice for English readers also...


I don't want to think about formulas on how to keep your friends, but as I usually say: time is the fertilizer of any relationship. As a guy who left a city but insisted in keeping the friends, even from long distance, I believe that those moments of sharing and reading are what make us still be close to each other. The actual distance, in kilometers, isn't that important. We give part of our time to the ones we love.

sábado, novembro 19, 2011

Foucault

Eu acho o texto dele um saco, confesso!"Filósofo", disseram minhas amigas. "Francês, ainda por cima", complementaram. Eu sou partidário da teoria de que para ser inteligente não precisa escrever difícil. Isso não quer dizer que o que se está pensando é fácil de compreender ou não, mas acho válido o esforço de tentar compartilhar nossas ideias e descobertas da melhor maneira possível. Essa maneira não é enrolando.

Aí eu leio alguém que teve a paciência que eu não tenho, que leu Foucault e escreve a respeito e zap!, a coisa flui lindamente. "Ah, tu tem que ir na fonte", me dirão os acadêmicos. Por quê?



So, I don't like the way he has written his texts. My friends said that I need to take it easy, since he was a philosopher and a French one, to complete. Well, I insist that to be intelligent you're not obliged to write hermetically. This has nothing to do with the easiness of a subject, with its complexity or deepness. I really think worthy the attempt to share our ideas and thoughts in the best way possible.


Then I read someone who actually had the patience needed to read Foucault. It's amazing! This french philosopher guy had astonishing contributions for the world. But the Ivory Tower guardians will  say: "you must read in the original source". Now say, why?

sexta-feira, novembro 18, 2011

Presidenta

Hoje caiu nas minhas mãos o link para uma postagem relativamente antiga (do início do ano) sobre o nome presidenta, utilizado pela presidenta Dilma. Cá está ele, na Síndrome de Estocolmo. Muito bacana a reivindicação da autora, discutindo se é ou não apropriado que haja uma palavra específica para o gênero feminino no cargo de maior poder do País. Ora, os argumentos são perfeitos: não há razão para tentar preservar um uso machista da língua. Se até então não havia mulheres no cargo, é até certo ponto aceitável que a palavra também não existisse, porém não devemos esquecer que a linguagem, enquanto construção social, não serve apenas para indicar ou fazer referência ao que já existe: ela também cria realidades. Já que nosso idioma insiste em separar os gêneros, que pelo menos faça isso sem a presunção de que o masculino é o correto, não acham?

Isso me lembra meu primeiro momento de "intervenção proposital" na linguagem, quando ao ministrar um curso para 24 mulheres e 1 homem, usei o plural no feminino. Eu esperava alguma resistência, talvez ingenuamente. Talvez por ser um curso de gênero e sexualidade, a questão foi solenemente ignorada. Ah, bem, haverão outras oportunidades haha!



OK, now let's try it in English. Portuguese is a much more gendered language than English. We have very few, at least in comparison with English, words that are ungendered. And as it seems to happen all over the world, the masculine always comes first and is the supposed gender of any undefined word or sentence. And plural. If you have, in a group, at least one male, the whole group is called masculine. That's a complete absurd.


The blog I linked in this post brings up a discussion that is quite interesting. Our president, Dilma Rousseff, stands for the feminine version of the word president, presidenta. That word didn't exist so far in Portuguese, but she insists in its usage, despite the complains of linguistics and academics. I couldn't agree more with her, since language is one of the sites of exclusion. If you don't have a name to say something, it is basically non-existent. And how (or why) can I think of something that doesn't exist?

Queering Paradigms IV

Já que estou nessa vibe publicitária, aqui vai mais um evento do qual pretendo participar!


Chamada para trabalhos – Queering Paradigms IV

Caráter do congresso e das contribuições:
Após o sucesso de três congressos internacionais e interdisciplinares Queering Paradigms, realizados em três continentes, o Programa Interdisciplinar de Pós-graduação em Linguística Aplicada da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o Programa de Pós-graduação em Memória Social da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e a Associação de Linguística Aplicada do Brasil (ALAB) têm a honra de sediar o quarto congresso, Queering Paradigms IV, a ser realizado do dia 25 ao dia 28 de julho de 2012. Nossos/as conferencistas serão Annamarie Jagose (Universidade de Sydney, Austrália), José Quiroga (Universidade de Emory, EUA), Alípio Sousa Filho (UFRN, Brasil), Jack Halberstam (Universidade do Sul de Califórnia, EUA), Luiz Paulo da Moita Lopes (UFRJ, Brasil) e Jô Gondar (UNIRIO, Brasil).
Assim como nos congressos anteriores, usamos o termo ‘queer’ para nos referir a um domínio indefinido e sem fronteiras de gêneros, sexualidades e práticas corporais não-normativas que inclui uma filiação a abordagens analíticas críticas, considerando também que o termo não ressoa globalmente com os mesmos sentidos a ele atribuídos em contextos anglo-americanos.  Portanto, para os propósitos do congresso, ‘queering’ implica questionar, contrastar, desafiar e destabilizar a heteronormatividade, não se restringindo a ela: o alcance da sua análise inclui a homonormatividade, normatividade de classe, religião, raça, e a normatividade científica e/ou disciplinar.
O objetivo do congresso é, portanto, analisar o status quo e os desafios para o futuro dos Estudos Queer e dos Estudos LGBTIQ a partir de uma perspectiva ampla e inter/multidisciplinar, com vistas a problematizar/desestabilizar (i.e. queer) discursos essencializados e paradigmas totalizantes.  Para discutir pesquisas sobre práticas sociais queer e LGBTIQ, nossa intenção é de colocar em diálogo pesquisadores/as de vários países e de diversas áreas de investigação, incluindo, mas não se limitando a, antropologia, sociologia, estudos da linguagem, teologia, ciência política, direito, medicina social, filosofia, geografia e psicologia social.
 Propostas para trabalhos e sessões coordenadas (panels):

Convidamos propostas para trabalhos e sessões coordenadas (panels) sobre qualquer aspecto dos Estudos Queer ou LGBTIQ. As áreas temáticas para submissão de trabalhos são:
·         Queering ética
·         Queering instituições
·         Queering práticas da linguagem
·         Queering artes e literaturas
·         Queering práticas midiáticas
·         Queering raças e etnias
·         Queering epistemologias e metodologias
·         Queering ativismos
·         Queering temporalidades e geografias
·         Queering corpos, corporificações e identidades

As propostas serão sujeitas a um processo de avaliação por pares pela nossa comissão científica internacional e devem ser enviadas pelo nosso site: http://www.alab.org.br/eventos/queering-paradigms-iv, até o dia 15 de dezembro 2012.

International Gender and Language Association Conference

Sei que parece sacanagem postar um esqueminha cujo prazo já passou, mas não se desesperem! O prazo foi extendido até o dia 30 de novembro!


THIRD CALL FOR PAPERS
7th International Gender and Language Association Conference
IGALA 7
June 20-22, 2012
São Leopoldo, Brazil


Abstract Submission Deadline: October 31, 2011

quarta-feira, novembro 16, 2011

Curso EaD sobre sexualidade

Estão abertas de 15/11 até 30/11 as vagas para o curso Problematizando sexualidade em processos educativos, que será ministrado por mim e por minha amiga-colega Juzelia Moraes na educação a distância. O curso, de extensão, é gratuito e terá oito vagas (preenchidas por ordem de inscrição) abertas para interessados que não façam o curso de Licenciatura em Artes Visuais (modalidade EaD) da Universidade Federal de Goiás.

O curso destina-se a professores (atuantes ou em formação) interessados em discutir o tema da sexualidade em processos educativos. Nosso foco será o uso de fenômenos visuais para abordar a temática, propondo discussões que sobre corpos, gêneros e desejos. O curso funcionará como um espaço de troca de ideias e possibilidades na educação, sem a pretensão de oferecer fórmulas ou respostas para as dificuldades encontradas cotidianamente em sala de aula.

O curso acontecerá de 05/02/2012 até 05/03/2012. Para se inscrever, envie um e-mail para oficinaseadfav@gmail.com informando seu interesse.

terça-feira, novembro 15, 2011

Interpretation

I'm in touch with an artist in the US, exchanging emails regarding my trip to Ohio next January. "An artist" doesn't quite explain who he is and how nice it has been to speak with, but I have my policy of not using people's name in the Anthropomorfic Fox and it is not now that I will stop that. Anyway, he sent me an message speaking about a snowglobe and the song Imagine, from John Lennon, and asked if I knew them.

Now, there are at least two ways this can go. I can assume he is calling me a dumb south american boy who probably knows nothing about snowglobes and famous songs, since I come from such an underdeveloped place in the planet. I might even be right thinking that. Or I can think that he is just trying to stablish a contact without assuming what I should or shouldn't know.

I really prefer the second one, it makes me happier. If I turn out to be wrong, well, one person less to be in my life. If I am correct, than I live right now a better life. Ha =)

O que eu quero dos meus amigos?

Minha amiga - irmã, está lá no Facebook! - me mandou um e-mail pedindo que eu comentasse um texto que ela leu em um blogue. Uma explicação rápida: nós moramos em cidades diferentes, portanto nosso contato atual está fundamentado basicamente em texto, mas ele acontece constantemente e cotidianamente, ao ponto que eu sinto mais falta de ler dela do que de encontrar algumas pessoas do meu dia a dia presencial.

http://papodehomem.com.br/%E2%80%9Cvoce-e-a-media-das-cinco-pessoas-com-quem-passa-mais-tempo%E2%80%9D/

Enquanto lia esse texto, me pesquei pensando o que eu quero dos meus amigos e por que eles são quem são. Sempre disse que um critério básico para alguém ser meu amigo é, entre outras coisas (incluindo aí a capacidade de agarrar a minha confiança), ser invejável. Eu invejo meus amigos, é verdade. São pessoas que têm características que eu gostaria de ter, e que além disso têm a capacidade de se manterem invejáveis ao longo do tempo. Quando tu convive com uma pessoa por vários meses ou anos, a tendência natural é que ela comece a perder esse efeito mágico de atração. Afinal de contas, a gente aprende com o amigo e, aos poucos, vai se tornando mais parecido. Há pessoas que têm só aquelo pontinho para te ensinar, ou que talvez tenha muitas outras coisas que não despertem interesse, e essas pessoas, infelizmente, vão passar.

O que eu quero dos meus amigos, além de amizade, é me tornar uma pessoa melhor, pensando sempre em quem eu quero ser e ainda não sou. Se não tem nada que eu preze mais do que o estímulo a me superar, tem como não amar quem me proporcione isso?

domingo, novembro 13, 2011

It is about time

Is there anything more important than time? I mean, with all our developments, it still is our greatest challenge: we can't beat the clock. Since it never stops, we create things to help us make the most of it. We can call people that are in the other side of the planet, we can send messages through the internet, we can leave notes. But it is all limited.

I don't think I'll forget anytime soon what I read in a book about polyamory: you can love how many people you may, but never forget that you do have a time limitation to handle. You can't do everything, at least not in a profound and bounding way. Relationships take time. Love does too.

How long you dedicate to something tells what is important to you. Seems like a simple rule to follow.

Trabalhar

Mencionei recentemente que vou parar de trabalhar no fim de novembro. Minha chefe imediata me pediu que eu considerasse a possibilidade de ficar ao longo de dezembro, pois só viajarei em janeiro. Estou cogitando algumas possibilidades de horários diferenciados, quem sabe até mesmo não trabalhar o tempo inteiro na sede da empresa, aproveitando um pouco para ficar em casa e organizar melhor o meu ir e vir. Eu quero que dezembro seja meu mês de arrumação final da dissertação (ao menos, uma organização de forma que ela fique "terminada") e de preparação para a viagem.

Aí acordo hoje e vejo trabalhadores na rua, asfaltando um trecho que, na última semana, estiveram esburacando e colocando canos gigantes. Coisa que evidentemente exige técnica, mas também exige força. O que eu faço não pede força. Pede concentração, atenção, foco, mas não força. O que eles fazem também pode ser melhor feito com concentração, atenção e foco. Quando comecei a escrever o post, eu pretendia escrever sobre como as pessoas nascem com algumas qualidades aqui e outras ali e que talvez fosse de alguma forma genético que potenciais elas têm para desenvolver ao longo da vida. Contudo, eu não sei se acredito nisso. Não sei se eu algum dia teria a destreza para ser um jogador de futebol, coisa que meu pai se esforçou para me ajudar, antes de desistir e determinar que o meu caso era de "tempo e estudo". Não sei se eu daria conta de aprender e lidar com o número infinito de informações e dados que se esperam memorizados de médicos. Não sei se eu poderia ser um cozinheiro profissional. Um ator. Um ator pornô. Um dançarino. Um engenheiro. Assim como eu não acredito que a maior parte das pessoas pudesse fazer o que eu faço.

Esse é o momento em que eu preciso voltar à discussão sobre etnocentrismo. Não acho que o que eu faço é, de alguma forma, superior ao que os trabalhadores estão fazendo na rua. Também não acredito que um médico, por envolver vidas diretamente, realiza uma tarefa que mereça estar em uma posição social superior a, digamos, um pescador. "Ah, mas pescar envolve menos conhecimentos do que a medicina". Talvez. Posso até concordar, para fins de argumentação. A pergunta que nasce é: e daí? E o queco? Por que nós precisamos valorizar como superior, independentemente de exigir mais ou menos conhecimentos? Está aí algo que me incomoda...

quinta-feira, novembro 10, 2011

Não fazer o que você quer não é ser burro

Hoje no serviço meu chefe sugeriu que eu deveria usar a cabeça para pensar melhor minhas opções, pois pretendo sair do emprego no fim de novembro. A intenção é ficar dezembro concentrado na minha dissertação, para que eu possa viajar mais tranquilo de janeiro a março. Na ideia dele, seria bom para mim (pelo dinheiro) e para a empresa (pelo meu serviço) que eu continuasse pelos 20 dias de trabalho em dezembro.

Ele não está errado. Isso obviamente não significa que ele está certo, porém. O dinheiro que entraria pelo trabalho em dezembro certamente me viria em boa hora, considerando os gastos absurdos que tenho pela frente nessa viagem a Ohio. Entretanto, meus objetivos de vida envolvem meus estudos em primeiro lugar, o que significa largar o trabalho a qualquer momento em que ele esteja me atrapalhando e não seja imprescindível.

Acho que tomei minha decisão.

quarta-feira, novembro 09, 2011

What one can teach?

I teach English to two classmates. They are PhD students and want to learn it in order to travel abroad. As you can probably notice, my English is not exactly perfect. Anyway, I teach them. How is that possible? Well, to explain that, I need to go back to May, when I was trying to decide if I would do a exam for a teaching position at a Federal University in the northeast of the country. I consulted with several professors, and they all said pretty much the same: "do you think you have something to offer to an undergrad student? If you do, you should try this exam".

That's what I think about teaching English: I know I have something to share and I'm not promessing perfect lessons. They are aware of my limitations and choosed to have me as a guide. This is something I can offer.

terça-feira, novembro 08, 2011

segunda-feira, novembro 07, 2011

Pink boys

http://biggaynews.com/gay-high-school-student-16-suspended-by-principal-for-wearing-make-up-in-class/9251

I think in a pretty messed up world. Every time I need to argue about what people's beliefs can do one to another, I remember the last episode of the first season of Skins. The father of the gay boy's best friend is a very rigid muslim who says that it is not up to him to judge the gay boy. He states that he doesn't understand, but has faith in his god and believe that someday he will.

Then a boy wears make-up and some principal says he can't. I mean, the guy runs a school. His actions, more than the ones of most of the ordinary people, will get to uncountable kids out there. Even though, he chooses to be an ass and interrupt perfect opportunities of learning. I don't want to give lessons about gender right now, but let's think what can be learned from a boy who doesn't fit. I can right away think in two questions: first, why? Second, why should he?

To end this post, what about an old but very cool image?

*I got this one from Milkboys.

Saying goodbye

I work as a revisor of Portuguese. I took this job for two main reasons: to get money for my trip to the US, in January, and to meet people on the editorial area. This is my work field outside the Ivory Tower, and I really need to get in touch with it, now that my master course is ending. I don't have any desire of being a professional again, but I have an experience and would be very nice if I could merge it with my academic life.

Today I let my boss know that I'm quitting the job. I intend to dedicate December to finish most of my dissertation. The six hours I spent every day reading and fixing bad written texts will be used to help my student life. And then, after that, I'll be traveling, getting to know new people, reading, living. I'm excited.

As vidas de uma história

Eu costumo pensar na minha vida como um seriado. Não é a primeira vez que eu escrevo a respeito, dificilmente será a última. É um pensamento recorrente. Tendo a imaginar cada semestre, e também cada período de férias, como uma temporada. Uns personagens entram, outros saem. Alguns vão ganhando importância e outros vão se afastando. São histórias que continuam, se amarram, se envolvem. Uma grande narrativa permeada de narrativas internas.

Penso em 2006 como o ano que inicia essa história, mas na verdade ela vem desde vinte anos antes. Muito desses vinte anos nunca foram anotados aqui na raposa antropomórfica. São períodos dos quais eu me arrependo, os quais eu renego, esqueço, finjo que nunca tiveram importância. Não é triste, isso, deixar dezenove anos de uma vida guardados em uma caixa? Àquela clássica pergunta "o que tu mudarias se pudesse voltar no tempo?", eu tenho inúmeras respostas preparadas. Arrependimentos e tal. De uns tempos pra cá, fui aprendendo a viver com eles e a cada vez mais alcançar a vida que eu sonho pra mim. Essa vida está muito perto, depois de tantas transformações. Eu não precisei voltar no tempo para que as coisas chegassem ao ponto em que chegaram: tudo o que foi necessário, e não digo que é fácil, foi aprender. O caminho que funcionou (até agora) para mim não é uma fórmula aplicável à espécie humana. Nada garante que os mesmos passos resultariam em êxito para outras pessoas.

Comecei parando de dizer não a tudo que me cruzava a vida. Um sim aqui, outro ali. Um momento significativo com alguém tornado numa relação importante que se virou em amizade. Mais de uma, na mesma época. Meus melhores amigos que me acompanham até hoje são de 2006. De uma vida completamente assexual, passei a namorar, a buscar caminhos para viver um relacionamento afetivo. Foi difícil, irritante, doloroso, envolvente. O fim de 2008 trouxe o término de tantas coisas, que me senti como Erica, de Being Erica, no fim da segunda temporada da série: sem nada. Sem namorado, sem emprego, sem aulas. Completamente perdido.

Passei a dizer sim para tudo, já que não tinha mais nada. Ou pensava que não tinha mais nada. Com vinte e dois anos, queria aprender aquilo que algumas pessoas de quinze já vivenciavam há pelo menos cinco. Estava cansado de ser aquela pessoa à qual quem tinha problemas recorria, mas que nunca tinha os próprios problemas para resolver. Arranjei problemas. Planejei encerrar minha vida de Porto Alegre e iniciar uma nova em Goiânia, a fim de acelerar o processo. Funcionou, prestei prova para o mestrado e passei, e em 2010 iniciaria uma nova vida. O que eu não esperava eram os dois primeiros meses do ano, os months of valediction. Munido de um desejo louco, me aproximei ao máximo dos meus melhores amigos e tive, com eles, os melhores momentos que poderia ter vivido em anos. Talvez ainda hoje muitos desses dias ainda figurem entre os meus favoritos.

Em Goiânia, onde já vivo há quase dois anos, passei boa parte do primeiro acreditando que estava imune aos artíficios do coração. A gente sempre acha, não é? Meio Jorge Drexler, tu corazón va a sanar y va volver a quebrarse. Hoje já não duvido mais dos poderes desse estranho arqueiro do amor, mas também aprendi que ele não funciona simplesmente pela vontade. Ele exige de nós mais do que geralmente sabemos como fazer. É, aliás, uma das maldades da vida: temos uma só e exige-se de nós que joguemos pelas regras, porém só vamos aprendendo-as conforme a vida vai fluindo. De novo Drexler: Nadie sabiendo que morir también es ley de vida.


Em um mês e meio, mais uma temporada vai se encerrar. A previsão é que a nova dure apenas dois meses e meio, envolvida em uma cenário diferente e com personagens novos, que podem ou não começar a fazer parte da minha história. Mais uma vez, um momento de encerramentos, que talvez afaste personagens de mim. Acho que é a pior parte, a dor de saber que nem tudo pode caminhar conosco. Os caminhos não são sempre paralelos. Isso é verdade para pais e filhos, para irmãos, para amigos. If nothing lasts forever, than what makes love an exception?


Então amanhã levantarei para mais uma segunda-feira, irei ao trabalho, cumprirei minhas obrigações. Passarei no mercado, farei compras para a casa, talvez a limparei, quando chegar. Continuarei escrevendo um artigo, lendo textos para minha dissertação, planejando um curso para fevereiro. De noite entrarei na internet, conversarei, contarei sobre meu dia. Essa é a vida que eu tenho agora e que me faz feliz. É a mesma vida que, por eu estar mudando, não me faria feliz para sempre. Há uma mudança chegando.

domingo, novembro 06, 2011

Cuidar do leitor

Hoje cedo pus minha cabeça a pensar sobre algo que um professor certa vez disse a um colega meu: "gostei muito do teu trabalho, e especialmente do cuidado que tu teve com os leitores, traduzindo as citações estrangeiras. Isso demonstra que tu não está esperando que aqueles que virão a ler teu trabalho devem ter algum nível de conhecimento além dos que já são necessários para se entender uma dissertação de mestrado". Não foram exatamente essas palavras e acrescentei uma coisa ou outra, mas isso me pegou pensando.

Cheguei à conclusão de que deixarei, quando possível, o texto original no texto e, em nota de rodapé, a tradução. Creio que traduzir amplia o acesso, verdade, mas elimina uma parte significativa do trabalho, que é o diálogo com outras estruturas de linguagem que, por sua vez, estimulam diferentes maneiras de pensar.

Quando pensei em escrever esse post, eu ainda não tinha encontrado essa solução, por mais óbvia que ela pareça. Agora que encontrei, escrever parece tão menos com propósito haha!

sábado, novembro 05, 2011

One more thing about me

I just noticed that I forgot to mention that I have a boyfriend. He complains a lot that I make him invisible, and for a first I noticed that as being true. In other moments, that wasn't so evident or even true. He argued with me, once, 'cause I introduced him to a few friends saying his name, only. The point is: my friends already knew he was my boyfriend, so why should I use the label?

Things like that make our relationship complicated. I'm getting used to answer, when asked about it, something like "..., but". But we argued. But we discussed. But he doesn't understand me. But I don't like the way he thinks. Those should be the things invisible.

This is a first

Actually, is the second. Second what? Post in English. Since I have this blog for five years, now, I decided that instead of starting a new one to contemplate my English-speakers friends, I should just adapt the Anthropomorfic Fox into another language. That's why I created a tag where all the posts in English will be stored.

So, let me introduce myself. My name is Tales, I'm Brazilian and 25yo. I have bachelor in Journalism and I'm doing a master in Visual Culture. Most of the time, I'm gay and man, but since I study sexuality, those boundaries are not exactly rigid. I truly believe in practicing what you study =)
I have a tumblr, which is not safe for work, where you can see (and maybe sometimes, hear) things that touch me, that make me feel something or imagine scenarios. Mainly pornography, but I prefer to call it erotic endeavor.

So, that's a briefing. Anything, just ask me. I intend to post regurlaly, but those five years of blogging have proved that I'm not the most present blogger. Let's what happen, OK?

Just a test

Let's see what happens here.

Etnocentrismo

Tenho discutido muito – num sentido mais cordial e menos agressivo – com uma amiga sobre questões financeiras que condicionam nossas vidas. Basicamente, ela decidiu trabalhar exaustivamente ao largo de aproximadamente cinco anos para, depois desse período, ter condições econômicas de viver apenas dos frutos de investimentos iniciados nesse período. Embora frequentemente eu questione o preço desse projeto, ou seja, investir pelo menos cinco anos em trabalho excessivo e distanciamento de distrações, o que quero discutir aqui é outra questão que vem lado a lado.

Ela defende o direito de aproveitar a própria vida e gastar seu dinheiro como bem entende, já que lutou por ele e superou uma série de dificuldades sociais para chegar onde se encontra agora. Esse pensamento é absolutamente justo, dentro de uma ótica capitalista. Tu trabalha, tu gasta. Easy. Ontem, enquanto conversávamos, apareceu um outro ponto: as pessoas deveriam abrir suas empresas, ao invés de ficar na "comodidade" de serem empregadas.

Nesse ponto, entra o tal do etnocentrismo, que é basicamente a ideia de que o nosso grupo social, seja ele qual for, é o que correto, é o parâmetro, é o que sabe a coisa da maneira certa, é o que deveria estar no poder. Ao pensar que todo mundo deveria seguir o caminho da iniciativa privada, minha amiga esqueceu que talvez haja pessoas que não consigam fazer isso. Os motivos podem variar infinitamente entre condições econômicas, intelectuais, físicas ou sociais. Se cada ser humano é diferente, um universo a parte, esperar de todos a mesma coisa é, no mínimo, limitante. Seria o mesmo que eu desejasse que todos os seres humanos fizessem doutorado: nem todo mundo consegue ou gosta do tipo de pensamento analítico-filosófico-artístico que se estabelece dentro da Torre de Marfim. Da mesma maneira, eu não tenho, tampouco desejo, a compleição física de um lutador ou pedreiro. Imagino que um mundo de acadêmicos sem pedreiros seria um desastre.

Ah, parece importante notar: eu não estou menosprezando pedreiros ao colocá-los em comparação com acadêmicos, o que poderia parecer pelo fato de eu ser um acadêmico e não um pedreiro. O que, aliás, serve de perfeito exemplo do que estou tentando dizer: uma postura etnocêntrica poderia reconhecer/construir essa diferença e até confirmá-la, aceitá-la, felicitá-la. O que eu defendo é um olhar para o outro (e não sobre o outro), com o outro, ou seja, o reconhecimento de características e elementos que constituem uma alteridade, no lugar de um esforço para alcançar uma dita normalidade, especialmente quando o normal somos nós. É muito fácil esperar que as outras pessoas tenham as nossas qualidades. O que é difícil é reconhecer que elas não precisam tê-las e, muitas vezes, seus contextos serão tão distantes dos nossos que talvez nós sequer fôssemos capazes de reconhecê-las.

Para finalizar, eu e minha amiga concordamos que abraçar a diferença não é algo difícil, mas é uma postura ética válida. É a postura que eu escolhi para mim, mesmo que isso signifique me prestar a ouvir aquilo com o que e aqueles com os quais eu discordo. Há limitações nesse projeto, obviamente. Fronteiras pessoais, de respeito ao outro e contenção de desejos que poderiam ser realizados (já que tenho poder para fazer muito mais do que faço, inclusive sobre outros), e também morais, envolvendo temas como crimes.

quarta-feira, novembro 02, 2011

Tales, qual é o teu gênero?

Ôu! Ôu!
Ser um homem feminino
Não fere o meu lado masculino
Se Deus é menina e menino
Sou Masculino e Feminino...

Esses dias eu perdi uma oportunidade perfeita de dialogar sobre como os gêneros são socialmente construídos. Estávamos justamente discutindo a pesquisa de uma colega na pós-graduação, que está estudando sua formação de gênero. Uma outra colega nossa assumiu que ela estava estudando feminilidade, mas eu intervim comentando que não necessariamente, que ela não sabia qual era o gênero que ela estava construindo. Então fui perguntado sobre o meu gênero e respondi prontamente que me alinhava com o masculino.

Pensando a esse respeito, e lendo hoje sobre pesquisa autoetnográfica, fui lembrado sobre as complicações de dicotomias como essa, do masculino e feminino. Dicotomizar tem pelo menos três consequências bastante claras: 1) ignora outras possibilidades além de duas e posiciona uma como melhor que a outra. Quando respondi masculino, assumi o discurso que ignora a existência de um contínuo que liga dois pontos idealizados de conformação de gênero. Quase ninguém consegue ser o Homem ideal, tampouco a Mulher. A maioria dos seres humanos se situam no meio desse espectro, e por usualmente conhecermos apenas dois sexos, assumimos que com gêneros deveria ser igual. Bem, que seja igual: o sexo biológico é muito mais complexo do que simplesmente ter pênis ou vagina, envolve hormônios, por exemplo, que interferem no nosso corpo de maneiras tão diversas e variadas entre machos e fêmeas que não é possível realmente separar, salvo numa categorização estanque para análise. O problema é quando essas categorias ganham status de verdade e passam a ser consideradas naturais, inquestionáveis.

Então respondendo novamente: sou masculino e feminino, ou seja lá como quiserem chamar. Eu sou gente, como já ouvi responderem. Acho tão mais fácil responder o que eu não sou...

terça-feira, novembro 01, 2011

Essa tal de ética

Acabei de me dar conta que, para ser ético, ou ao menos o que entendo atualmente por ético, não posso comentar publicamente o que estava matutando para ser meu post de hoje. Brindemos a isso, então, ao segredo que ser ético exige!

Tentarei contornar essas dificuldades. Eu me considero um bom profissional; trabalho com educação, produzo e reviso textos (discursos?) e pesquiso sobre sexualidade.  Acho que, na medida do possível, eu performo essas atividades com alguma qualidade. Enquanto tutor, procuro estar atento aos que os estudantes requisitam. Quando estou revisando e tenho permissão para tanto, interfiro ideologicamente no texto, questionando seus autores ou, no mínimo, aqueles que têm poder para alterá-lo. Na pesquisa, constantemente me ponho à prova de olhares terceiros para discutir e rever posicionamentos. Nada disso garante coisa alguma, já que alguém com posturas diferentes poderiam dizer exatamente as mesmas coisas, acreditar e até ser acreditado. Até por mim, dependendo do caso.

Onde entra a ética nisso? No momento em que eu não acredito que estou oferecendo minha "força de trabalho" para algo bom. É difícil discutir qualquer coisa sem deixar claras minhas posições ideológicas, o que até é algo que defendo enquanto pesquisador: não há objetividade maior do que assumir o seu ponto de vista e rechaçar a pretensão à neutralidade. No que eu acredito? Em me esforçar para produzir uma sociedade que privilegie pluralidades e confronte desigualdades jurídicas e morais. Sim, sim, super vago, mesmo. Sei que existem contradições aí dentro, como a prática de tortura estar incluída na defesa da pluralidade, mas eu assumo uma cláusula de recusa ao que machuca aos outros. Também amplo, mas hei, não esperem que eu resolva questões discutidas há séculos em um punhado de parágrafos, ainda não cheguei nesse nível. De volta à ética, eu não acredito que eu esteja fazendo algo de fato positivo como educador e revisor. O que eu estou ajudando a criar, estou fazendo simplesmente por precisar de dinheiro para alcançar meus planos. Esse post não é uma confissão moral de flagelamento por participar de um sistema capitalista. OK, eu acho o sistema uma droga e preferia que fosse diferente, mas ainda não surgi com nenhuma explicação aplicável. Certo, estou tergiversando de novo...

Enfim, é ético se trabalhar em algo que acreditamos que fará mais mal do que bem às pessoas?
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