quarta-feira, novembro 29, 2006

estágio

Hoje eu fui na Band procurar um estágio. Minha cunhada atacou uma apresentadora de programa e pediu um estágio pra mim, ligaram e fui lá. Tirando a parte que alugariam minha alma por seis a nove horas por dia, pagando meio salário mínimo, a idéia era péssima.
adorei a iniciativa e ajuda da namorada do meu irmão, isso eu gostei mesmo. Ela teve toda a cara dura que um dia eu espero ter e poderia ter me ajudado horrores, dando um estágio que de outra forma eu jamais teria conseguido. Pena que ela atacou justamente essa digníssima profissional :o-

Então.
essa excitação toda da possibilidade de ter um emprego, ganhar meu dinheirinho, morar sozinho, viver a minha vida. E poder curtir o que eu quiser sem barreiras, o sonho de toda pessoa, creio.
agora estou entre o desânimo e a vontade ir atrás.
tanta coisa que eu quero.
tanta coisa que eu preciso.

Férias, venham logo.
mas que não me afastem de quem eu amo.

cuidado

Raposa carente = irritação certa

terça-feira, novembro 28, 2006

saco

To carente.
de novo.
saco.
quando fico assim, as coisas sempre saem mais ásperas do que deveriam, eu sempre saio mais exigente do que costumo.
saco.
de novo.
to carente.

Se tem uma resposta pra isso eu não sei... Poderia ficar escrevendo aqui por algumas horas, até o Blogger cansar de mim e dar erro e eu perder toda minha escrita.
eu to com tanta vontade de tanta coisa.
e chega no final do dia eu olho e penso se vale a pena.
me irrita estar duvidando.
me irrita mais ainda ter razão na dúvida.

desânimo noturno

Engraçado... Eu passei o dia inteiro cheio de idéias sobre o que eu poderia escrever aqui na Raposa e, chegada a hora, eu percebo que não tenho vontade de falar sobre nada. Eu não sei pq, mas desde ontem o dia passou agradável e a noite chegou triste, quase ruim.
eu não sei nem mais como eu estou. Todas minhas preocupações vêm e vão o tempo inteiro, elas me assombram de vez em quando de tal forma que não dá pra fugir. Basta um estalo, um pensamento rápido, porém, e elas já não estão mais por aí. Tenho que resolver isso.
também tenho que montar meu futuro. Tenho tantas coisas a fazer que está cada vez mais difícil descobrir por onde começar, que pequeno pedaço da minha vida mudar, que grande retalho costurar... Ai. Tá complicado.

Hoje eu e uma colega fomos entrevistar um taxista que tem um blog. Na verdade, eu fui acompanhar, enquanto ela fazia as perguntas. Isso não me incomoda nem um pouco, não acho que ser repórter seja meu futuro. Ainda nem sei direito a razão de ter continuado na faculdade, talvez seja porque, no final das contas, não valesse a pena largar tudo agora por um sonho ainda distante.
ele conta histórias que acontecem no seu cotidiano e no de outros taxistas. Visões raras, visões comuns. Histórias engraçadas, tristes, dramáticas ou inusitadas. Ele escreve sobre o que é real, o que é diário, o que existe.
isso me deixa pensando no motivo de eu gostar de escrever. Nunca me dei bem com a realidade, sempre preferi criar meus próprios mundos-fantasia para que pudesse escapar de quaisquer problemas que me afligissem. Só que essa esquizofrenia não está mais me ajudando. Acho que fiquei inteligente demais pra não perceber quando eu mesmo me engano.

De vez em quando me pego pensando numa vida normal, como seria boa. Pelos caminhos que escolhi, não tenho esse direito. Eu mesmo coloquei as cartas no baralho, então por que estou achando tão complicado jogar?
(pausa para o comentário, que metáfora mais descabida e mofada... todo mundo diz isso, tsc tsc... meu lado literário está se retorcendo de raiva aqui)
eu leio histórias românticas e questiono se tudo não deveria ser assim, perfeitamente compreensível como textos. Claro que não deve. Vida é isso, vida é conflito. Vida é problema.

Estou desanimado. Dá pra notar, não?
pra quem não tinha nada em mente e agora tem tudo, é um bocado estranho isso. Eu gostaria de ter na minha frente um caminho que me dissessem "é por aqui, sua raposa tonga". Não gosto de ter que criar meus caminhos, não gosto de ter que mudar as coisas. Odeio ter que escolher.

Hoje de tarde pensei no que queria conversar com meus pais, no que queria contar ao mundo, no que planejava fazer de mãos dadas. Agora tudo o que eu quero é carinho. Acho que tudo se resume a carência.
eu preciso ser reassegurado o tempo inteiro que tudo está bem. Quando isso não acontece, well, o mundo desaba. Como agora. Não o que está acontecendo, nem porque. Não sei porque eu não escolho simplesmente alguém que tenha capacidade de me animar o tempo inteiro, que se preocupe em me animar o tempo inteiro.
deve ser o meu lado canceriano, que gosta de ser estapeado de vez em quando.
saco, é muito chato estar carente. É muito chato querer alguma coisa e não receber. É muito chato esperar por alguma coisa e não ter. Especialmente quando, de fato, se tem.

segunda-feira, novembro 27, 2006

alma

Era uma vez um garoto que queria ser um escritor famoso. Ele não esperava escrever bons textos. Queria, sim, a fama. O tempo foi passando e um dia percebeu que seus personagens não tinham alma, não tinham desejos, não tinham sentido nem razão de existir.
comentou com o padrasto aquela descoberta e recebeu a resposta: os personagens não poderiam ter uma alma que seu criador jamais tivera. O menino não entendeu, recusou, ele tinha sentimentos, ele tinha alma!
não, não tinha. Ele era um garoto sem passado e sem futuro, quiçá sem presente. Poderia cantar Monochrome e ser ele próprio seus personagens. Tinha medo de não ser ninguém, mas mais medo ainda de um dia tentar ser o que ainda não era.
esse medo não acabou. Não. Ele apenas se transformou. E esse medo agora sou eu.

xxxx

Às vezes eu esqueço que antes de ser um belo pacote de folhas de ofício preciso, antes, ser árvore.

xxxx

Eu estou com saudade de muita gente. Tá na hora de ir atrás.

domingo, novembro 26, 2006

la la la

*título criado quando esta raposa estava ouvindo Hey Jude, dos Beatles... na hora que eles cantam "la la la" ou "na na na" ou algo assim... criatividade é meu sobrenome ^^


Hoje foi um daqueles dias cansativos que a gente faz o que tem que fazer, mas ainda assim se diverte. Ontem pra hoje foi estranho, foi bom, foi briguentinho, foi adorável. É, fazer o que, a raposa tá apaixonada, vai continuar soltando coraçõezinhos por aí.
sábado de tarde foi beeem bacana, último jogo do ano, um fechamento legal, acho que todos terminaram gostando da história como está se encaminhando... Pelo menos ninguém me avisou do contrário hehehehe
sexta de noite veio um casal de amigos da minha mãe e meu padrasto jantar aqui. Engraçado como o destino une duas pessoas tão diferentes, parecia que a qualquer momento os dois explodiriam em brigas e discussões, mas não, mesmo tão distintos os limites permaneciam respeitados. É esse o segredo?


xxxx


Eu continuo feliz.
tá vindo pela frente um desafio grande, quase dois meses. Daí eu penso que essa minha felicidade poderá acabar, ou ser interrompida, ou algo assim.
e então eu penso: e daí? Agora eu to feliz. Não há nada que eu possa fazer pra mudar os dois meses que virão, então que pelo menos eu possa fazê-los saudosos :oD

sábado, novembro 25, 2006

raposa poética

E, de vez em quando, eu faço uma dessas e tento escrever lirismos insanos. Fazia tempo que eu não escrevia nada razoavelmente abstrato, pelo menos mais de seis meses.
gosto dessas abstrações. É umas das minhas maiores capacidades, abstrair.

São os primeiros passos ao voltar a escrever. E você acompanha diretamente aqui, na sua Raposa Antropomórfica ^^
(eu sempre quis dizer algo assim, respeitem minha individualidade heheheheh)

água e fogo

Foi assim meio sem querer que os dois se conheceram. Estavam os dois numa sala cheia de gente, se viram de longe, resolveram conversar. E conversaram por dias a partir de então. Acharam-se parecidos, descobriram-se diferentes, mas não pararam de se relacionar.
tanto que resolveram que deveriam namorar. Foi o Fogo quem sugeriu, a Água queria ter certeza de tudo. Mas a Água ficou derramada quando o Fogo propôs o namoro. E passaram a namorar desde então.
hoje estão juntos há alguns meses, e não há dia que o Fogo não tente evaporar a Água ou que a Água não tente apagar o Fogo. Eles se amam, a fluidez da Água e a impetuosidade do Fogo. Eles se amam, mas são diferentes.
todo mundo acha que eles não devem estar juntos, o Fogo e a Água. Afinal um queima e outro apaga. Porém, eles continuam tentando. E são felizes. Mas também são tristes quando se percebem tão distintos. O destino de um é fulgurar; o de outro, chorar.

sexta-feira, novembro 24, 2006

ressentimento

É engraçado que, por mais que passe o tempo e eu ache que está tudo numa boa, quando eu olho para certos momentos do meu passado eu ainda me sinto estranho em relação a eles. Ontem escrevi uma matéria sobre algumas aventuras que vivi durante minhas férias do início do ano.
foi um período bem legal, conheci gentes bacanas e passei por algumas peripécias que demorarei ainda a esquecer... Contudo, eu continuo de certa forma magoado comigo e com o mundo das férias.


Acho que, no fundo, eu só preciso de algo para me sentir mal de vez em quando ^^

quarta-feira, novembro 22, 2006

férias

Todo ano é a mesma coisa, o tempo vem passando na cidade e vou cansando. Daí chegam as férias, três meses longe de tudo. Óbvio que no meio das férias eu estou cansado e querendo a cidade de novo, mas estar insatisfeito é humano.
todo ano é a mesma coisa.

O tempo passou e no início de 2006 a praia foi diferente. Esse ano foi o início de uma nova fase na minha vida, começo de um período de realizações e mudanças que continuam acontecendo até hoje. Conheci novas pessoas, experimentei outras possibilidades, vivi mais. Quem me conhece de antes sente que estou diferente. Quem me conhece só de agora tem sorte.
as férias estão chegando, e eu amo passar o meu tempo na praia, ler bastante, conversar com pessoas que só encontro por um ou dois meses a cada ano. Costumo contar os dias para o semestre acadêmico se encerrar, para que eu possa gritar "estou de férias" e abandonar a cidade.
todo ano é a mesma coisa.

Não esse ano. Esse ano eu não tenho toda essa vontade de partir da cidade. Dessa vez eu tenho algo aqui que me é muito importante e me fará muita falta durante as férias. Eu não quero tirar férias do meu coração.
infelizmente, também não quero deixar de lado a praia, as pessoas, as experiências. Eu preciso do verão para escapar da cidade e renovar minhas energias para um ano novo. Da mesma forma, eu preciso do meu coração para continuar aproveitando a vida feliz. Pena que não posso ter tudo junto.
todo ano é a mesma coisa. Sempre falta algo.


xxxx


Eu estou feliz. Daquele tipo de felicidade que a gente chacoalha só de estar acordado, só de estar perto de pessoas nós já as contagiamos. Assim eu estou. Assim eu.
é, pessoas, a raposa foi cativada. E dias como hoje só me fazem sentir cada vez mais prazer em estar cativado. Chega a ser bonito de tão bobinho ^^

terça-feira, novembro 21, 2006

reflexões são reflexos

Minha cabeça está doendo. Muito.
misto de dormir pouco com um calor nauseante, eu chego a ficar tonto a cada vez que tento pensar. Não é como se tudo estivesse girando, não, nada disso. É mais o tipo de dor que parece que tudo está doendo, alguém na minha cabeça finca uma faquinha no meu cérebro a todo momento que eu lembro que ele continua no lugar. E essa é uma daquelas coisas que eu não costumo esquecer.
portanto está doendo.


Ontem eu finalmente entendi porque não vivo mais dos meus sonhos. Antes era fácil, era simplesmente abrir os braços e sair voando pelos confins da minha imaginação, criando meus caminhos e meus agoras.
não é mais assim.
sonhos costumam ser perfeitos, costumam funcionar tão bem que nós esquecemos deles logo que acordamos, provavelmente para não ficarmos tristes por aquilo que não temos. Bobagem nossa. Os sonhos são breves passagens de agoras, sem antes nem depois. Até é possível sonhar com continuações, mas nunca teremos uma vida de verdade construída através de uma cadeia de sonhos justamente porque eles são nada mais que isso: criações oníricas.
acontece que nós temos uma história, nós projetamos futuros. Nós também sonhamos, e assim lembramos que estamos vivos e o que estamos vivendo. Somos capazes de tornar nossos sonhos parte da realidade, nunca a realidade parte daquilo que sonhamos. Nunca de verdade.

Uns dias atrás eu sonhei com algo que eu queria que fosse verdade. Um momento do meu passado que eu sempre desejei que tivesse sido diferente. Nunca, porém, ele o poderia ter sido, nem mesmo nos meus sonhos, uma vez que eu não sabia como seria então. Eu não sabia o que sentiria e meus sonhos não conseguiam reproduzir isso senão de uma maneira genérica.
nesse sonho que comentei, entretanto, eu sabia exatamente o que queria. Eu queria algo para o meu passado que estou vivendo no meu presente. Uma pequena mudança na variável que sempre acabava negando minhas experiências de uma forma ou de outra, mas que agora não nega mais.
é essa mudança que faz com que meu sonho não seja nada diferente disso, um sonho a ser deixado para trás. Uma lembrança de algo que não aconteceu, e que hoje eu não preciso mais desejar que tivesse acontecido. Dentro de algum tempo poderei olhar para trás e ver que, de fato, aconteceu; não precisei criar nada.

Eu prefiro a realidade porque só aqui eu posso dizer 'eu te amo' e saber que é real.

segunda-feira, novembro 20, 2006

só dedilhando pra ver o que sai

Hoje foi uma segunda normal, dia friozinho, nada muito desagradável. Comecei o dia acordando mais tarde do que acordarei no resto da semana, já que hoje a aula começa só 10h30. Nada mais agradável depois de um final de domingo estressante.
aula de fotografia. Apesar de eu ser um escritor wanna be eu gosto muito de fotos, tirá-las especialmente. Contudo, se o nome da cadeira é Fotojornalismo, é isso que eu quero aprender, e não como fazer portfólios artísticos enrolados em papéis caríssimos, ok?
depois almocei com uns colegas, talvez eu tenha companhia na casa da praia, segunda quinzena de janeiro. A idéia é curtir o mar durante o dia e festear durante a noite, beber tudo que pudermos, rir tanto quanto conseguirmos e essas coisas que amigos devem fazer quando saem assim. Não sei, nunca fui o tipo de pessoa que faz isso...
voltei pra casa, li 28 páginas de um texto sobre a arte do ouvir e fui ao centro, dormindo no ônibus, assistir minha aula de alemão. Bem interessante, verbos separáveis... Ich kaufe gern ein ^^
pra variar, a volta no horário mais lotado foi cansativa... Fiquei entre dormir e não ter certeza se dormi, então não sei bem o que falar sobre ela, exceto que havia uma menininha loira de uns seis anos que tava torrano a paciência da mãe, pulando de um lado pro outro do corredor super cheio de pessoas.

Eu não estou de bom humor hoje. Curiosamente, também não estou de mal humor. Simplesmente estou, aquele estado de existência que não questiona, não aceita, simplesmente vai e vive.
não é normal eu estar assim, não é normal eu não duvidar da minha própria vontade de fazer as coisas. Talvez eu esteja querendo ser diferente de quem eu sou. Ou, talvez, eu esteja simplesmente não querendo ser eu at all. Complicado.

Estou ouvindo muito Sigur Ros hoje. São músicas que eu não entendo, já que são cantadas por uma banda islandesa e em qualquer idioma que não português, inglês, francês, alemão, espanhol, japonês, chinês, ou qualquer outro idioma que eu reconheceria ouvindo (apesar de mal falar um ou dois dos listados).
porém não é a letra que me toca, é a voz, a melodia, o conjunto. Tenho vontade de chorar ouvindo, e isso é muito bom. A música me toca, eu amo quando isso acontece.
isso é arte.
também tenhou ouvido Monochrome, do Yann Tiersen. Linda demais a música, ela é algo de "tudo bem, vou continuar simplesmente existindo" que encaixa perfeitamente no meu humor de hoje.
completando o trio (para a felicidade do Peirce), Solitaire, do Notwist. Triste, cansativo, revelador, maravilhoso. Meio como a vida ^^
(ãhn, que poeta essa raposa...)
na verdade, tá valendo qualquer música que me dê vontade de enfiar uma faca no peito e girar e girar e girar

Acho que vou parar de escrever por aqui... Estou abstraindo demais e já não sei mais o que falar, estou começando a confundir o real com meus sonhos. Ou meus sonhos estão começando a se confundir com a minha realidade.
devo estar louco.
só que, se eu estivesse louco, não o saberia justamente por estar louco, e a capacidade de reconhecer-se louco é propriedade apenas dos sãos.
logo, estou são.
mas os loucos não acreditam, do fundo de seu ser, que eles estão sãos enquanto o resto que está louco?
óh, maldito Ardil 22 (que nem li, mas mesmo assim cito me achando o máximo)!

tempos

Engraçado...
há anos, acho, eu não sentia uma lágrima correndo pelo rosto.
que dizer de mais de uma?

sinceridade

De novo aquela dúvida... ser sincero tem um preço, e alto. As pessoas não estão preparadas para enxergar nossas dúvidas, nossos medos. Não sem duvidar, sem se amedrontar com isso.
qual a solução, então?
vamos mentir, de novo? Uma amiga disse que eu não precisava mais de mimetismos, que eu já tinha amigos e pessoas em quem confiar o suficiente para não precisar mais de mentiras e subterfúgios. O que acontece, porém, quando a sinceridade é que mais me machuca, e não os segredos?

Ser sincero é uma qualidade.
porém, ser sincero também é uma ingenuidade.


xxxx

Estou cansado, triste, machucado.
e não quero mais falar sobre isso.

domingo, novembro 19, 2006

mais domingo

Entrei no quarto logo atrás dele. Fechei a porta do quarto assim que passei e, ao me virar, ele ainda estava próximo, me olhando. Aquele olhar era diferente, eu podia senti-lo dentro de mim, procurando alguma coisa nos meus olhos.
recuei o único passo que podia, minhas costas na porta. Ele avançou, lento, suave. Nossos olhos ficaram mais próximos, nosso beijo quase os uniu. Olhos fechados, sonho realizado. Minhas mãos no corpo dele, as dele no meu. Beijo lento, abraço forte.

estávamos ali juntos como muitas vezes antes eu quisera estar. Eu estava surpreso. Juntos, mesmo que fossem apenas alguns instantes. Mesmo que fosse apenas um passageiro desejo de saber o que significaria partilhar a si mesmo com outra pessoa. Comigo.
quase senti medo de tudo aquilo ser perfeito demais. E era.

quase perguntei o que estava acontecendo. Não.
não deu tempo. Acordei antes.



xxxxx

Ontem eu me dei conta de que tenho dúvidas, ainda. Anos questionando, meses aceitando. E ainda tenho dúvidas. Pela primeira vez em muito tempo não tive certeza da única certeza que eu vinha tendo. Foi ruim.
não é que a dúvida persista. Não, ela já passou. Talvez volte outro dia, mas não me preocupo com ela.

O que dói é saber que eu prefiro o sonho.
será porque nos sonhos tudo acontece mais fácil?
será porque não existe um depois, consequências daquilo que fizemos?
ou porque podemos nos agarrar à crença de que não escolhemos o curso de nossas ações nos sonhos, e assim fazer aquilo que quisermos e não nos sentir mal por isso?
eu não acredito nisso. Eu acho que, de alguma forma, meus sonhos poderiam ser diferentes. Deveriam ser diferentes. Não são.
eu sonho com isso.


xxxxxx

E hoje segue sendo um domingo, mais um dia que eu estou deliberadamente abandonando aquilo que deveria estar fazendo para endireitar minha vida, em troca de algumas horas de reflexões. Esses pensamentos certamente acabarão com minha coragem de fazer algo pelo resto da noite.
são também esses pensamentos que fazem com que eu me ache tão inteligente. Eu sei o que me aflige, eu sei o que me dói. Não sei dizer o por quê.

sonhos

Hoje eu tive um sonho. Era algo bem simples, um mero reflexo de algo que eu desejava que pudesse ter acontecido alguns anos atrás, mas que ficou para trás conforme fui avançando na vida. Uma esperança boba, ingênua até, que minhas vontades pudessem se realizar facilmente.
e, nesse sonho, elas se realizaram exatamente como eu gostaria que tivessem se realizado. Foi tão absolutamente simples e feliz, e mesmo assim eu estava surpreso. Fui pego de surpresa.

Ao mesmo tempo que esse sonho representa uma esperança de futuro do meu passado, ainda hoje serve também como uma dúvida para o futuro do meu presente. Sinto que, ao sonhar, eu traio meus próprios princípios, minhas crenças mais fundamentadas sobre o meu caráter.
sim, eu gosto de dramatizar.
e sim, eu estou encucado com o que eu sonhei.

Eu gostei.
e é claro que me sinto mal por ter gostado e acordado querendo que fosse verdade.
creio que será só mais uma lembrança de algo que nunca aconteceu que terei que guardar na caixinha que fica fechadinha no meu peito...

sábado, novembro 18, 2006

sábado

Hoje é sábado e algumas coisas estão se encaixando finalmente.

Nada que boas verdades e um balde de ressentimento jogado fora não resolva.
e ainda sobram muitas verdades a serem ditas e muito passado para ser deixado de lado.
tempo ao tempo.


xxx


Por sinal, eu amo sábados. São dias especiais com uma energia diferenciada, mesmo que chova e falte luz.
^^

quinta-feira, novembro 16, 2006

momento estranho

Meu dia foi estranho. Coisas legais aconteceram, tive um sonho horrível, meus pais viajaram, meu pai me ligou, eu não fiz o que devia fazer, cortei o cabelo, essas coisas.
ia escrever um post gigantesco, faltou luz e perdi o que tinha escrito. Argh

terça-feira, novembro 14, 2006

meu lugar

Eu estou feliz. Parece que, entre os tropeços do início do ano, consegui engatinhar e agora já estou caminhando com segurança por este caminho que o Grande Roteirista planejou pra mim. É engraçado, meu lado raposa me diz para ficar atento, que alguma coisa ruim pode acontecer a qualquer momento e estragar tudo.
eu não me importo.
estou feliz, estou apaixonado. Hoje foi um dia muito legal, muito único. Hoje eu percebi que faço parte da vida de mais alguém; foi neste dia que encarei quem eu era no passado e como eu era visto; também hoje o dia foi divertido; não só, foi ainda o dia em que menti.

Estou amando.
e, subitamente, isso não me enche mais de medo...


(até amanhã, claro, quando todas minhas dúvidas devem voltar;
elas sempre voltam)

segunda-feira, novembro 13, 2006

gotas de sabedoria

Acabei de dizer algo que brilhou no meu cérebro como 'evidentemente sábio'... fará parte do livro de dupla-ajuda que um dia escreverei...

"Uma coisa é aquilo que sentimos e queremos.
outra, é aquilo que mostramos"


Ei!
ninguém disse que eu estava sendo original...

segundinha

Hoje recuperei minhas chaves, até então perdidas nessa cidade insana. O dia foi legal, eu não saí pra fazer happy hour com meus colegas, a professora disse que eu achava a cidade baixa 'baixa' demais pra mim (de brincadeira, eu espero)...

Enfim, foi um dia corrido, mas legal.
incompleto, entretanto :o-

domingo, novembro 12, 2006

domingo

Hoje o dia tá estranho... esqueci minha chave na rua, corro o risco de não a recuperar - o que é um saco, como quem já perdeu ou quebrou chave deve saber -, teve aniversário da minha vó, joguei RPG, atrasei tudo por conta do aniversário que foi até mais tarde, o jogo foi até mais tarde.

Caos completo.
mais um domingo.
a semana começou legal.

sexta-feira, novembro 10, 2006

recorrente

- O que tu quer aqui? Não entendeu ainda que já acabou?
- Tu podia ter atendido alguma das ligações. Foram dúzias - acende cigarro, traga, sopra.
- Se eu não atendi era porque não queria falar contigo! Ainda não quero! O que tu tá fazendo aqui, não era pra tu vir até aqui!
- Pode sentar se quiser - fuma.
- Eu não vou sentar, eu não tenho o que fazer aqui contigo. Não acredito que tu veio aqui...
- ...
- Seja rápido - senta.
- Já conseguiu emprego?
- Tu não veio aqui pra conversinha! Se veio, perdeu teu tempo, porque eu não vou ficar aqui perdendo meu tempo contigo. Já perdi dois anos da minha vida contigo. Dois anos! - levanta e sussurra - E já fazem meses que a gente terminou, acabou, cara, bota isso na tua cabeça - senta de novo.
- Tu já conseguiu emprego?
- Não - bufa - O que isso te interessa?
- Eu falei com uma amiga - larga o cigarro, pega uma xícara - Ela disse que pode te conseguir um emprego.
- Eu... - pensa - Eu não quero nada de ti. Nada mesmo, a gente não tem mais nada.
- Não é um presente nem um favor - bebe o café - Eu quero algo em troca.
- ... - olhar espantado - O que?
- Tu.


xxxxx

Essa cena fica voltando à minha cabeça o tempo inteiro. Ora com mais detalhes, ora mais apimentada. Eu devo voltar a trabalhar nela algum dia desses, mas resolvi colocá-la no 'papel' pra enxergá-la um pouco melhor. Imaginar a cena com a complexidade da minha imaginação nem sempre condiz com o limite da minha capacidade literária.
na verdade, nunca condiz ^^

quinta-feira, novembro 09, 2006

sonhos

Quão normal é sonhar com traições e desejos do passado?
noite agitada a de hoje... Primeiro, todo mundo tentando me matar; a seguir, eu era quase um messias que todo mundo queria ouvir; por fim, eu traí realizando algo que, anos atrás, eu muito desejava.

Que medo :o-

identidade

Hoje me perguntaram qual o estilo do meu blog. Foi uma boa pergunta, na verdade, porque eu não faço idéia de qual seja a 'cara' da raposa antropomórfica ^^... De alguma forma, é um espacinho de comentário sobre o mundo, minha pequena casa de abstrações.
de outro, ainda pretendo trazer para cá minhas incursões nos mundos da literatura, portanto este espaço tende a ser muito mais do que a minha visão sobre o mundo - e um portal de visão sobre mim -, alcançando o status de portal para o *meu* mundo.

Eu gosto disso, de separar o mundo em mundos, a verdade em verdades; tudo o que temos são diferentes visões de objetos diferentes. Nossa realidade é formada pela soma de todas as nossas experiências e impressões, portanto é complicado dizermos que algo é absoluto.
não me é de direito negar a existência de Deus para as outras pessoas, pois eu não vivo a vida dos outros. Eu gosto de me referir ao Grande Roteirista, que cria as histórias e as personagens que volteiam minhas peripécias. É uma visão agradável, quase bobinha. A grande diversão da coisa está em transformar a minha própria vida em uma obra de arte.
não minha, mas ainda artística.


xxxxx

Hoje eu fui na Feira do Livro. Sempre uma experiência agradável, comprei três livros.
O Senhor dos Anéis, A Sociedade do Anel - agora eu tenho a série completa e poderei reler... Muito me arrependo de ter emprestado meu primeiro volume anos atrás e nunca tê-lo cobrado com a persistência necessária para ter um item precioso devolvido. Agora my preciousss está de volta ao meu bolso e hobbit nenhum vai roubá-lo novamente.
Intermitências da Morte - a curiosidade de ter lido o Ensaio sobre a Cegueira me move, então, a comprar este título. Acredito que, como o livro que li antes, me renderá muito prazer e algumas reflexões. Gosto do estilo diferenciado do Saramago, acho que ele tem boas idéias e cacife para defender as revoluções linguísticas que ele prega em seus textos. C'est fabuleux!
As melhores histórias da mitologia egípcia - esse é, dos três, o que mais me assusta... Ano passado comprei As melhores histórias da mitologia nórdica e por pouco não me arrependi. Darei uma chance ao Egito, que pode me surpreender com um texto bem escrito e histórias que eu já não saiba. Confesso que só me deixei levar por conta do preço, daqueles que a gente não encontra em qualquer lugar.

e, que mal pergunte, quem deu o direito de escolherem "as melhores"? Puxa, nem perguntaram...

Se eu tivesse mais dinheiro para gastar na Feira (e tenho que me controlar, pois ainda tenho alguma reserva que pode ser muito bem torrada em livros - um gasto útil, eu diria), alguns livros precisam fazer parte da minha coleção e da minha cultura: Cem anos de Solidão, 1984 e Trainspotting são os que mais me fazem falta atualmente.
é engraçado, porque eu gosto de considerar quão cheio de cultura eu sou... E conversando com pessoas que estejam algum degrau acima da maioria eu percebo quantos caminhos eu ainda tenho que percorrer pra manter algum nível de arrogância. Chega a ser triste.
não só na literatura. Comentei hoje com um colega na volta para casa sobre o fato de eu considerar desenhos animados, filmes e quadrinhos arte tão digna de valor quanto literatura. Isso porque as considero formas maravilhosas - e alternativas - de contar histórias. São tantas ferramentas diferentes e estilos intrincados que se podem gerar a partir dos meios distintos de expressão que as possibilidades são godzillionárias.

Enfim, abstrações a parte, eu tenho que ler mais.
e voltar a escrever, também.
para esse fim, pelo menos, posso contar com a raposa antropomórfica ^^

terça-feira, novembro 07, 2006

detalhes

É isso aí, tem alguma coisa me encucando.
sabe aquela sensação de que algo vai dar errado nos próximos dias e vai te deixar chorando na cama por quase um mês? Pois então, tem algo do gênero vindo. Don't ask what, I just know it...


xxxx

Ontem eu estive pensando algumas datas... 9 de junho, 30 de junho, 22 de julho.
não foi nem um mês... eu achava que poderiam ter sido dois, três, mas não foi nem um. Eu ainda guardo como uma lembrança forte, um momento de quebra importante. E não foi nem um mês.

Não sei quanto tempo vou levar da próxima vez.
se 1 dia me derrubou por 21, realmente desejo que meses não me derrubem por anos. Mas que o tempo que for possa parecer que durou anos inteiros, décadas até.


xxxxx

E eu não sei como, não sei por quê.
todos meus medos, que chegam com detalhes vão embora por detalhes.
eu realmente acredito que é nas coisas pequenas que o mundo gira, que são elas que indicam o que há de bom e o que há de ruim para acontecer conosco. O geral todo mundo é capaz de perceber, todo mundo é capaz de fazer. Eu não, eu vejo além do todo, eu enxergo além da gestalt.

O que eu vejo são detalhes. O que eu sinto vem dos detalhes. O que eu faço baseia-se em detalhes.
porque o mundo não vive assim eu não sei.
porque os detalhes são tão importantes pra mim eu não sei.
mas são eles a única força - e tão onipresente - capazes de romper com meu controle racional sobre mim mesmo. Às vezes eu simplesmente odeio os detalhes.
mesmo que sejam eles que me façam amar ^^

mimetismos

Uma amiga acabou de me dizer que eu não preciso mais de mimetismos.

Aos que não sabem, mimestismo é a habilidade de se mascarar de acordo com o mundo que nos cerca, compreendê-lo e reproduzi-lo. Sua função é meramente passar despercebido, intocado e protegido.
num estágio mais avançado, uma raposa esperta é capaz de alterar seus próprios humores criando crenças fortes o bastante para convencer até mesmo sua mente perspicaz... Habilidade bastante complicada quando usada para se induzir sentimentos tristes ou raivosos ou, pior ainda, quando utilizada para fazê-lo em outras pessoas.


Eu acho que ela tem razão.
ela é como eu, o tipo de pessoa que tem razão sobre as coisas que fala e sente.
e, mais que isso, o tipo que percebe as coisas como elas são.


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Ahn, e pra entender o lance do mimetismo é necessária alguma capacidade de abstração ^^
eu mesmo preciso disso quando tento rever esses conceitos legais :oD

pensando

Agora me peguei pensando. Tudo bem, isso não é tão anormal como pode parecer pra alguém que chega e lê uma primeira frase como essa. Certo, paremos com metalinguagem.

Agora me peguei pensando. E certo, não foi exatamente agora, eu já tinha pensado nisso há muito tempo e vez que outra esse pensamento retorna à minha cabeça.

Agora me peguei pensando. Por que diabos eu insisto?

.........

Nada acontece se não fizermos nada. Essa é uma das leis mais óbvias dos acontecimentos: eles dependem de ações anteriores. Um avião nunca vai cair sobre sua casa se antes sua casa não tiver sido construída e um avião, decolado.
isso me permite dizer que o mundo não pode estar vazio de novidades em determinados períodos, exceto se todos no mundo estivessem sem fazer nada. Portanto, nossa impressão de estarmos sem nada acontecendo nada mais é que um reflexo de nós nada estarmos fazendo. O pensamento nem é muito complexo, só envolve questões que poderiam ter sido resolvidas bastante tempo atrás e não foram ainda e provavelmente nunca serão: nós precisamos nos mexer.
*tails no seu momento auto-ajuda...


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Engraçado, hoje eu passei o dia de uma forma diferente.
não tendo aula pela manhã, dormi.
prova de tarde, me ferrei.
feira do livro mais de tarde ainda, encontros inesperados.
palestra de noite, nada muito empolgante.
janta, massinha gostosa.
cama, MSN, análise semiológica e blog.

E meu dia foi muito estranho... encontrei quem eu não esperava, passei horas conversando de várias coisas que poderiam já estar enterradas no meu passado e não estão, quase não falei com quem eu realmente queria falar.
e não me senti mal por nada disso. Nem bem.
é a raposa passando e se esquivando, ou tudo já tá tão normal que não me deixa mais alegre e triste ao mesmo tempo? Cadê a montanha-russa que ainda ontem eu tava com os braços pra cima?

segunda-feira, novembro 06, 2006

contradições II

"maldade não é algo bom
justamente porque é mau"

Eis uma das pérolas de sabedoria desse que vos escreve.


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Agora é hora de abrir aquela caixinha que guarda meu passado, colocar minhas esperanças de futuro e fechá-la de novo. Ela continua batendo, e forte.
só que a chave não está mais comigo.

contradições

Eu espero demais das pessoas

O problema é que eu não sei esperar!

sábado, novembro 04, 2006

honestidade

Eu tinha esquecido quão difícil é ser honesto com quem a gente gosta.
parece fácil, chegar e contar como a gente está, o que a gente pensa, o que passa pelos nossos sentimentos... Não é.

Dá medo.
mas vale a pena. É sempre bom saber que, mesmo com tudo mudando, algumas coisas continuam iguais. Ou, pelo menos, não tão diferentes.

para até o bem e o mal

Hoje eu posso dizer que sei a diferença entre ser bom e ser mau. É bem simples, até. Tudo uma questão de postura. O bem nada mais é que uma predisposição de abrir mão dos próprios interesses em nome do bem-estar de outros, da felicidade de outras pessoas. Altruísmo mesmo. O mal envolve pensar em nós, apesar de quaisquer outras pessoas que possam estar envolvidas.

Questão de escolhas.
nós geralmente temos dificuldade para notar que tudo, na nossa vida, é uma questão de escolha. Nem sempre essas escolhas são nossas, é verdade. Mas tudo que é humano é pautado por divisões entre sim e não, e também para espaços para o talvez e "ou quem sabe assim".
ser feliz não depende do mundo, mas sim do que nós esperamos dele. Se o mundo corresponde às nossas espectativas, somos felizes. Se supera, estaremos muito contentes. Se nossas espectativas são altas demais para serem alcançadas pelo resto, ué, a escolha é nossa.
por essa mesma lógica defendo que tristeza é opcional. Nenhum de nós é naturalmente triste. As espectativas é que andam altas demais.

E é nessas bandinhas que a vida me surpreende. A semana foi estranha, as espectativas estavam altas demais, frustração dominando o cenário.
e mais uma vez o simples salvou tudo.
viva o simples.
isso me lembra algo: a magia é simples, porque basta acreditar.

Taí, gostei.

sexta-feira, novembro 03, 2006

quinta-feira, novembro 02, 2006

saudade egocêntrica

Não faz tanto tempo que o futuro deixou de o ser e virou presente. O problema é que o que era o agora se tornou o ontem e, nesse interim, eu descobri que estava meio apaixonado por quem eu era.

Era uma época fácil de entender as coisas. Minha vida estava pautada por negações e fugas, e eu sabia exatamente as razões de cada uma delas. E eu seguia assim, para o bem da minha sanidade. E tudo seguia. Não é que eu gostasse, era só que o medo de mudar era grande demais, a chance de dar errado e de tudo aquilo que eu tinha. Engraçado que eu tinha quase nada.
nesse tempo que eu aprendi a ser mimético (abstrai e continua lendo), capaz de circular onde eu quisesse sem ser notado e, quando percebido, sem ser compreendido. Foi um período tão estranho que eu era capaz de acreditar nas minhas próprias invenções sem muito trabalho.
eu estava seguro, havia construído um muro ao meu redor. Ninguém chegava até mim, ninguém entendia, ninguém enxergava minhas feridas. Nada mais prático. Nada mais triste, também. Well, era o preço a ser pago pela proteção.

Acontece que o tempo passa, e cansei de ser eu.
a mudança foi brusca, truncada. Foi 2006 que chegou e acabou com o que antes era o passado. Ano novo, vida nova. É, foi exatamente assim.
porém eu desconhecia as regras, a única coisa que tinha em mente é que queria jogar. Eu, que estava fechado para tudo há tanto tempo, abdiquei da minha habilidade mimetista. Para que eu pudesse entender o mundo que então queria pra mim, eu precisava que o mundo me entendesse e me ajudasse no processo.
fiz amigos, sofri amores, confiei. Vivi. Mudei.
doeu. E ainda dói, algumas vezes.

E eu não conseguia largar o passado. Seguia preso a ele, relembrando-o o tempo inteiro, pois era um mundo que eu entendia, não um cheio de regras novas e reviravoltas complicadas. Não um tão complicado, onde a negação não dita tudo que acontece.
algumas vezes o antigo eu volta pra conversar, e eu lhe dava bastante espaço. Eu precisava dele para me reafirmar como quem eu não era mais. Isso foi muito importante pra mim, não ser quem eu um dia fui.
contudo, não sendo quem eu já fui, eu também não estava sendo quem eu era. Foi preciso muita força pra guardar o antigo no passado e viver o atual, do presente. E também para perceber que o próximo, no futuro, pode estar chegando a qualquer momento. A todo momento.

Agora meu antigo vive numa caixinha dentro do meu peito. Essa caixa sacode o tempo inteiro, às vezes fraco, às vezes mais forte, mas eu sempre sei que ela está ali. Ele quer voltar, e continua me oferecendo habilidades que hoje eu tenho medo de usar. Mimetismo é tentador.
e eu preciso dele aqui, junto comigo. Preciso dele porque, sem, eu não existo. Já não posso mais viver no passado, e isso é bom. Já não consigo voltar ao passado, nem para respirar um ar mais puro.
isso não é bom.

quarta-feira, novembro 01, 2006

gravitation

E assim meu louco sonho continua. Queria poder acordar no meio dele.

Comecei ontem a assistir um anime muito fofo chamado Gravitation. Ele tem uma historinha meio bobinha, exatamente como eu gosto de histórias românticas ^^ É tão bacana ver nesses contos como as coisas acontecem e notar que, em alguns momentos, não é nada tão longe da realidade.
n'outros, infelizmente, estão o mais distante possível. Nessas horas eu preferiria simplesmente dormir, ou então acordar do louco sonho. Alguém deveria nos ensinar as regras do mundo antes de nos largar por essas bandas, é tão de malgosto deixar para aprendermos tudo na marra...

Ainda assim não sei dizer se estou feliz ou não.

Ontem encontrei dois amigos que, apesar de vê-los uma vez por semana, fazia tempos que não conseguíamos conversar, os três. Foi estranho. Eu adoro eles e não me importei nem um pouco de passar hoje o dia zumbizando por ter ido assistir um filme podre e ter conversado até o meio da madrugada. Mas foi estranho.
nós éramos tão iguais quando nos conhecemos dois anos e meio atrás, tão cheios das mesmas esperanças e dos mesmos ideais, aquela coisa toda... passamos um tempo meio afastados e o que temos agora, além de vidas tão diferentes?
não reclamo de sermos outros, o tempo passa e faz isso com a gente. Reclamo, sim, de não ter visto essa mudança acontecer, de ter deixado ela correr ao meu lado sem nem me dar conta.

E agora está tudo tão diferente que o jeito é continuar sonhando. Mas seria legal se, de vez em quando, eu pudesse acordar no meio ^^
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