Minha cabeça está doendo. Muito.
misto de dormir pouco com um calor nauseante, eu chego a ficar tonto a cada vez que tento pensar. Não é como se tudo estivesse girando, não, nada disso. É mais o tipo de dor que parece que tudo está doendo, alguém na minha cabeça finca uma faquinha no meu cérebro a todo momento que eu lembro que ele continua no lugar. E essa é uma daquelas coisas que eu não costumo esquecer.
portanto está doendo.
Ontem eu finalmente entendi porque não vivo mais dos meus sonhos. Antes era fácil, era simplesmente abrir os braços e sair voando pelos confins da minha imaginação, criando meus caminhos e meus agoras.
não é mais assim.
sonhos costumam ser perfeitos, costumam funcionar tão bem que nós esquecemos deles logo que acordamos, provavelmente para não ficarmos tristes por aquilo que não temos. Bobagem nossa. Os sonhos são breves passagens de agoras, sem antes nem depois. Até é possível sonhar com continuações, mas nunca teremos uma vida de verdade construída através de uma cadeia de sonhos justamente porque eles são nada mais que isso: criações oníricas.
acontece que nós temos uma história, nós projetamos futuros. Nós também sonhamos, e assim lembramos que estamos vivos e o que estamos vivendo. Somos capazes de tornar nossos sonhos parte da realidade, nunca a realidade parte daquilo que sonhamos. Nunca de verdade.
Uns dias atrás eu sonhei com algo que eu queria que fosse verdade. Um momento do meu passado que eu sempre desejei que tivesse sido diferente. Nunca, porém, ele o poderia ter sido, nem mesmo nos meus sonhos, uma vez que eu não sabia como seria então. Eu não sabia o que sentiria e meus sonhos não conseguiam reproduzir isso senão de uma maneira genérica.
nesse sonho que comentei, entretanto, eu sabia exatamente o que queria. Eu queria algo para o meu passado que estou vivendo no meu presente. Uma pequena mudança na variável que sempre acabava negando minhas experiências de uma forma ou de outra, mas que agora não nega mais.
é essa mudança que faz com que meu sonho não seja nada diferente disso, um sonho a ser deixado para trás. Uma lembrança de algo que não aconteceu, e que hoje eu não preciso mais desejar que tivesse acontecido. Dentro de algum tempo poderei olhar para trás e ver que, de fato, aconteceu; não precisei criar nada.
Eu prefiro a realidade porque só aqui eu posso dizer 'eu te amo' e saber que é real.
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