sexta-feira, dezembro 28, 2007

Presentes e escrituras

Hoje eu ganhei mais três presentes de Natal: uma agenda do Pequeno Príncipe, um bloco de notas (também do Petit Prince) e o livro Neve, de Orhan Pamuk. Falo sobre ele quando terminar (o que, antes, envolve começar) de ler. Ainda estou enrolando Os Três Mosqueteiros, que é muito bom, mas eu peguei para ler num período em que o vício pelo computador está falando mais alto.
Falando em presentes de natal, detestei o meu dia 25. Foi cansativo, cheio de pessoas e presentes não muito agradáveis, situações que eu não gostaria de viver, mas que todo ano tenho que passar, essas coisas. Um sonho absurdo de liberdade me faz esperar que um dia eu possa escapar dessas rotinas massacrantes, mas não creio que seja esse um caminho possível.

xxx

Existe um tempo para cada texto.
Um período para começar a escrever e que, se não for respeitado, é esquecido. A história apaga-se da mente do escritor e viaja para o próximo cérebro e coração interessados, até que deixe de ser sonho e passe a ser papel. Um prazo para terminar, pois as idéias se remexem na mente e se transformam. Depois de algum tempo escrevendo, perde-se a noção do que se faz e do que se terá: tudo vira pó, o final se perde, o fim chega sem ter a história terminada.
Escrever precisa de método. Tempo para as idéias fluírem, espaço para analisar os próprias escritas e companhia para dar segundos olhares. Há os que pensam que ser escritor é ter uma vida fácil. Quanto engano.

Acabando

O ano ainda não acabou, temos pelo menos mais três dias e meio para ficarmos brincando por aí e aproveitarmos de tudo que a vida tem a nos oferecer, mas ainda assim todos já comemoram o início do bissexto e tudo mais. Eu bem que deveria estar comemorando também, já que não faz muito sentido eu dizer que vou aproveitar e fazer mil loucuras, se continuarei com as mesmas normalidades.

Esses tempos eu estava conversando com uma colega que gosto como amiga, mas que questões de tempo e contato acabam nos deixando mais próximos da condição de colega. Ela escreveu recentemente sobre as propostas de mudança na virada do ano. Sempre achei meio bobo ter um momento para mudar, mas também nunca mudei sem determinados instantes que acendessem o pavio da diferença.
Analisando 2007, é possível ver uma série de coisas a serem mudadas. A primeira delas e a que mais tem me ocupado os pensamentos é, sem dúvida, essa mudança das condições "colega" e "amiga". Não é como se faltasse tempo para viver todas as pessoas que eu quero, para conviver com todos que eu gosto e para me dedicar. Dedicação, aliás, é algo que vem com o tempo, não é algo que se constrói de uma hora pra outra. Tudo o que precisa pra acontecer é um primeiro passo. Sobre isso, eu prometi a mim mesmo que faria o possível para manter contato com as pessoas que eu gosto, mesmo que seja por e-mail. Relação virtual, bla bla a parte, ainda é melhor do que nenhuma relação.
No final de 2008, eu serei um cara formado. Essa parte, apesar do atraso que o medo e a dúvida me causaram (ainda posso, mas não voltarei atrás sobre me a data de formatura), está finalmente definida e será mantida. No final de 2008 serei Bacharel em Comunicação Social, com ênfase em Jornalismo. Eita título pomposo pra uma coisa tão pequena. Ainda nos planos, em 2009 entrarei numa especialização ou ainda em 2008 farei provas para mestrado. Tudo depende.
Já não é a primeira vez que me prometo isso, mas vamos de novo: voltarei a escrever. Existe rios de histórias tentando sair pelos meus dedos e inundando meus pensamentos. Eles merecem o mundo fora de mim.
Ler mais é a promessa que sempre me faço, também. Se eu mantiver o ritmo desse ano, acho que conseguirei cumprir essa idéia a contento. Li muito esse ano, tenho muito ainda para ler. Eu tenho um mundo inteiro de leituras para fazer, sejam acadêmicas, sejam literárias.
O plano é para 2009, mas as bases precisam estar preparadas desde 2008: sair de casa. A idéia era associar esse vôo para longe das saias da minha mãe com o final da faculdade, e ainda publicamente é assim que defenderei essa idéia, mas eu quero começar 2009 num canto meu. A vida mudará, pelo menos em parte, na virada do ano que vem, e quero que essa mudança seja profunda, não superficial. Amo minha casa e minha família, mas minhas possibilidades de vida aqui são muito mais limitadas (inclusive pelas minhas próprias idéias, portanto parte da culpa é minha). Ainda vejo sair de casa como solução para os meus problemas. Visão meio ingênua, mas ingenuidade é característica da minha personalidade não é de agora.
Talvez a mudança que mais me seja importante para 2008 seja, para meu deleite, verbal. Até 2005 eu me enganei e menti pra mim sobre aquilo que, bizarramente, eu já sabia muito bem. Em 2006, o castelinho de mentiras pessoais ruiu e eu passei não só a acreditar e confiar, mas também a viver. Pode-se dizer que 2007 foi a continuação, em boa parte ampliada, das conquistas do ano anterior. Não posso deixar a bola parar agora: 2008 deve trazer mais mudanças. Positivas para mim, que me solto das amarras. Negativas, talvez, em pontos que ainda não consigo vislumbrar. O medo, porém, está cada vez menor.

Eu tenho saudade aqui do blog. Tenho escrito pouco, e sendo este o último espaço que vinha dedicando à escrita, isso me magoa. Eu sou um escritor. Não posso esquecer disso, não de novo.

quinta-feira, dezembro 20, 2007

Diferenças

Esses dias, na Editora, eu estava conversando com minhas adoradas colegas de trabalho. Falávamos sobre o(s) dia(s) do orgulho gay. Lembro ter comentado algo sobre o diferente ser normal, já que temos tantas coisas distintas umas das outras circulando por aí. Chega a ser bobo querer que todos sejam iguais, padronizados, com estilinhos combinados. Normais.

Não concordo com a existência de um dia para o orgulho gay. Acho que as lutas pela aceitação – não pela igualdade – são necessárias e fazem um bem danado ao mundo. Dias de orgulho? Não, isso não. Só percebi o quanto não gostava dessa idéia quando vi um cara levantar a bandeira do dia do orgulho hétero, numa forma engraçada de protesto. Alguns disseram que isso era absurdo, que onde já se viu, fazer um dia do orgulho hétero, se homem com mulher é o que mais tem por aí e tudo mais.
E daí? A pergunta é exatamente essa: e daí?
A diferença existe e está aí para ser apreciada. Celebrar a diferença é muito diferente (ãhn, ãhn?) de celebrar um tipo específico, uma raça, uma classe, uma orientação sexual. Por que não temos o dia das loiras, dos negros, dos garçons, dos jogadores de RPG, dos trekkers?

As pessoas são diferentes entre si e possuem buscas que não são iguais às dos outros. Não há, nem nunca haverá, o normal. O normal é uma situação momentânea de estabilidade organizada e mantida por um grupo predominante, que sempre é trocado por outro. Não vale a pena perder tempo em busca das normalidades que se alteram.

É diferente? Não faz mal a ninguém? Vai lá e vive tua vida, criatura, que se não tiver nada a ver com a minha, nada terá. Se tiver, bem, vamos ver no que dá nossa convivência.


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quarta-feira, dezembro 19, 2007

Testes

Estou testando uma nova forma de postar aqui no blog... vamos ver se funciona ^^

Quero testar ainda mais uns badulaques... cores, citações...
"Isso é uma citação?"
Bem, não consigo colocar imagens com a facilidade que o Blogger me dá... Parece que eu preciso delas armazenadas em algum lugar na internet, e não no meu computador... com o Blogger ele puxa pra ele e daí me deixa usar, mmmm
Testemos um link para o google.

Ainda não me acertei muito com esse jeito de postar, vamos ver se vale tanto a pena...


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sexta-feira, dezembro 14, 2007

Questões

Acho que é assim mesmo, hoje sou um morrinho, amanhã poderei ser montanha.

Ler [ser] é algo meio doído. Gosto da fantasia, mas o mundo que se diz real não me deixa fantasiar. Acontece que ele não é o meu mundo, e ainda assim não me deixa brincar. Estou preso.

Olhar para os lados me enche de vontades. Tantos prazeres, cores, sentimentos e pessoas. Olhar para o lado me deixa com inveja. De todos que compreendo nenhuma inveja eu sinto. Dos que projetam suas sombras maiores que as minhas, porém, tudo o que sinto é admiração e inveja. Estes, mais que me cativem, quero eu cativar. Não para ser como eles: para ser melhor.

Reconhecimento. É isso que eu quero, é isso que me faz feliz. É? Não necessariamente. Ler me faz feliz, contar uma piada, assistir a um filme, conversar com pessoas queridas e/ou inteligentes, passear. Tantas coisas, e no meio delas, o desejo de ser reconhecido pelo que sei, mais do que pelo que sou. Terei vergonha de mim?

domingo, novembro 25, 2007

Vício e problema

Eu tenho um vício: ler. Volta e meia eu me encontro ocupado, com coisas para fazer, e a sensação de não ter acesso a um livro ou a uma revista me dói. Vou ficando meio tonto, meio dopado, ansioso por alguma informação, de preferência ficcional, que eu ainda não tenha ou que eu deseje novamente.
Essa coisa de ler acaba com meus dias, corrompe meus pensamentos, desvia meu agir. É um vício, entendam, não consigo lutar contra ele, salvo quando estou tão ocupado que ler não é uma possibilidade. É um vício para o qual nunca vi remédio.

Eu tenho, também, um problema. Ando ocupado demais, cheio de tarefas, tempo escasso e ocupações mil. Final de semestre, trabalhos para fazer, referências para cruzar, dados para analisar, livros para criar. Parar é perigoso, complicado e indesejável.
Eu tenho um problema que me impede de ler.



xxxxx

Eu já pensei, prefiro muito mais ter uma aluna inteligente do que um pacote de Outros. E se para cada pacote de Outros eu conseguir uma Inteligente, meu trabalho como professor já terá valia. Não quero moldar multidões, mostrar luz a muitos. Basta um, dois, cinco por vez.
Eles que iluminem o resto, com o tempo e trabalho, porque estarei fazendo a minha parte ^^

quinta-feira, novembro 15, 2007

Feriadão

Eu quero um pouco mais de tempo, pessoas.
Não tem graça estar estudando, se a vida se resume a apenas estudar. Não é legal trabalhar, quando só se pode trabalhar. Eu quero tempo para ler, para passear, para ficar parado abraçado na redenção ou para ver o pôr-do-sol do alto do Gasômetro.

Terminar a faculdade daqui um ano significará uma coisa: começar o mestrado. Quero sair de um e entrar no outro, e se tudo der certo, conseguir. É isso que eu faço, afinal de contas: eu estudo. Sou um estudante profissional, com a proteção da família e sem maiores perspectivas na vida do que alcançar um doutorado. Isso é frustrante.
Tenho vários sonhos instantâneos, daqueles de pacotinho "prontos em três minutos", mas que se vão tão rápidos quanto chegam, algumas vezes até mais. Procuro delimitar meus interesses perenes e acabo chegando sempre ao mesmo ponto repleto de confusão.

Saber o que queremos para o futuro é complicado. Alguns têm isso tão bem delimitado nas suas mentes que eu as invejo, pois este não é um limite (de vida) que vejo limitante. É um caminho já desenhado, ou ao menos as placas já plantadas para indicar este caminho.

Algumas idéias me perseguem. Ser um professor. Fazer a diferença na vida de alguém ou de muitos. Amar e ser amado. Ler e escrever. Ser reconhecido por quem eu sou, pelo que eu faço.
Negarei até o fim dos tempos meus desejos de sucesso e riqueza, mas eles caminham comigo desde sempre.

Era fácil não ter um caminho definido quando me faltavam quatro ou três anos para a formatura na faculdade de jornalismo, onde entrei já sem saber bem um caminho. Fui pela curiosidade, pela imaginação de que ser jornalista fosse conhecer e viver mundos diferentes. Ingênuo, mas comum, por isso não é tão ruim, não estava sozinho naquele barco.
Agora tenho que escolher um mestrado, porque este é caminho para doutorado, e este, por sua vez, é caminho para ser um professor universitário. Em que serei mestre, pelo que me chamarão de doutor? Porque não existe um livro que nos explique tudo que podemos e que queremos, que nos indique onde seremos mais felizes?

domingo, novembro 04, 2007

So many questions

Eu tenho um método. Aliás, não necessariamente um único, mas ainda assim um modo como eu opero as coisas. Esse padrão (paradigma?) se marca por alguns pontos necessários: local para escrever fisicamente, pois a plataforma digital não me serve senão para versões finais; acesso irrestrito à internet, pois gosto de pesquisar enquanto trabalho; dicionários e livros ao meu dispor, o que frequentemente é trocado por um computador bem equipado e uma boa e velha pesquisa em bancos de dados; um período de tempo reservado para o trabalho, do contrário me perco em várias coisas que me atraem e acabo deixando de lado o que deve ser feito; e interesse.
É uma das "regras" da monografia, o interesse pela pesquisa. Não pelo ato de pesquisar e estudar em si, mais exatamente sobre o objeto que escolhemos. A idéia é que, ao passar um semestre ou mais convivendo com uma mesma realidade, não acabemos desmotivados por ela nos ser cansativa e chateante. Meu projeto de monografia, que será entregue daqui um mês, falará sobre como pretendo analisar a Revista Aplauso em busca de alguns referenciais do significado de cultura dentro do jornalismo (especializado) cultural. O fato de eu não saber se meu objeto de presta a isso, de estar nervoso ante a possibilidade de não conseguir realizar meu estudo e de tremer toda vez que penso na quantidade de leituras que ainda não fiz, com certeza não ajuda.
Certa vez eu conversava com uma vizinha sobre desafios. Ela disse que eu gostava deles, e pelo dever com a verdade fui obrigado a corrigi-la: não gosto de desafios, apenas de deixar claro do que sou capaz. Essa minha necessidade, que muitas vezes é interpretada como arrogância - saber o que se pode fazer, quais são as qualidades e, por tabela, os defeitos - é exatamente o que me deixa assustado agora. Eu tenho certeza de que sou capaz de fazer uma pesquisa monográfica de qualidade e me titular graduado em comunicação social.
Não saber o caminho, entretanto, me incomoda terrivelmente. Quase a ponto de me desestabilizar. Acho importante entender o que está acontecendo, como está e por quê. Entretanto, não sei o que vem pela frente, quem terei que confrontar e qual será o grau de desafio. Isso me deixa com medo. Tudo bem, mesmo com medo a gente segue adiante, não é assim que funciona?
Não necessariamente.
Aqui vejo necessária uma distinção entre o que somos e sabemos que somos, frente ao que os outros acham que somos e o que parecemos ser. O básico é que, conhecendo meus defeitos, eu não vou propagandeá-los por aí. Então boa parte da certeza absoluta costuma ser muito mais "efeito pavão" do que realidade. Como é fácil imaginar, medos não são superadas por coragens falsas.
Vai ser difícil esquecer o tempo que eu treinei aikido. Não consigo mais precisar o tempo, precisaria fazer uma pesquisa em recibos e escritos para identificar quando parei. Treinei por cerca de dois anos e meio. Parei porque os desafios se tornaram maiores do que eu estava disposto a superar. Uma palavra? Medo. Inventei para mim mesmo que estava ficando sem tempo e que o ritmo de treino estava chegando num nível que me desagradava. Eu sou muito convincente quando quero acreditar em alguma coisa, e mais ainda quando quero fugir de algo.
Não seria errado dizer que estou com medo do futuro, hoje. Preocupação assim é novidade pra mim, porque ao contrário da maioria, senão totalidade, das outras vezes, eu não tenho como escapar por outro lado. Ou melhor, tenho, mas é um atraso e uma fuga tão grande que não conseguirei de nenhuma forma disfarçar. Se eu não conseguir enganar a mim mesmo, não adianta.
Nessa brincadeira eu continuo seguindo, agora um semestre mais lento. Um semestre extra desnecessário, na verdade, mas que ao menos me garantirá uma segurança a mais nesse caminho ainda invisível. Eu não sei ver o futuro, mas consigo analisar os padrões e criar hipóteses. A minha atual é que, construindo o caminho que estou, chegarei ao final do curso ano que vem, em dezembro, e que tudo dará certo.
Meus passos seguintes, entretanto, são mais confusos e esfumaçados. Estou estudando lingüística; lendo ficções, renomadas ou não; e desde quinta estou procurando materiais sobre antropologia. Minha única certeza até o momento é que pretendo seguir o sonho velho de ser um professor, e minha passagem para esse futuro é a Academia.
Eu sou muito racional e analítico. Porém, sou muito mais emocional do que eu gostaria, quase uma criança. Da mesma forma que não costumo estar errado, e isso é mais uma constatação do que um achismo, eu preciso de apoio moral e de conforto, do contrário simplesmente vou caindo pelo caminho. Meu jeito tende a afastar as pessoas por várias razões, entre elas o ar de superioridade que me cerca. Anos usando esse ar como uma defesa frente a quem aparecesse, não é de estranhar que seja tão complicado me libertar.
Minha organização é caótica. Sempre acabo me achando, mas uma linha reta não consegue acompanhar a forma como eu penso, por conta de eternos loopings. Estabeleço relações entre pontos extremamente abstratos e assim vou seguindo. O que anoto, esqueço. O que me dizem, marca. Ainda tenho dificuldade de entender completamente porque eu deixo de fazer coisas que julgo importante para preservar uma relação, quando na verdade fazer as coisas que eu gostaria é, além da atitude mais racional, o modo que me parece mais claro de preservar as coisas. Eu não sei quanto de cada pessoa deve se manter intacto em um relacionamento, quanto cada um deve se doar ao outro, nada disso. Sei, ou acredito, que duas pessoas que se relacionem devem fazer o máximo para tirar proveito disso. De preferência, na forma de felicidade. Casais precisam perseguir os mesmos objetivos.
É verdade que me considero mais do que muita gente, simplesmente por eu ser capaz de enxergar algumas coisas que passam invisíveis para outros. É verdade que eu misturo meu racionalismo exarcebado com meus fluxos emocionais. É verdade que eu não sei o que eu preciso para ser feliz. Entre tudo isso, também é verdade que eu não preciso ouvir tudo isso. Eu me conheço bem demais para precisar que joguem contra mim meus problemas.
Não venho aqui escrever com muita freqüência quando estou contente ou tranqüilo. Ao que parece, sou dos que acreditam que é a tristeza que movimenta as letras. Não... O que acontece é que, em busca de alguma resposta, eu preciso enxergar os elementos escritos, dispostos em diagrama. Sou do tipo que trabalha com exemplos, que sem exemplos não vai longe. Um conceito não me é nada se não pode ser aplicado em algo que eu conheça ou que venha a conhecer.
Talvez esteja aí meu medo do futuro: não sabendo o que vou fazer nos dias seguintes, não consigo enxergar para que serve tudo isso que estou fazendo, todo o esforço e todos os planos. Algum dia terei certeza de que valeu a pena (ou não), mas hoje eu tenho apenas a dúvida.
Muita coisa se resolveu de uns tempos pra cá. Ainda ter tanta coisa para resolver, pelo resto da vida, é apavorante. Tendo em consideração que abandonei a arte cujo princípio era me ensinar a enfrentar a mim mesmo, como poderei vencer? Digo, eu certamente perdi uma batalha grande lá atrás quando desisti de treinar. Por outro lado, depois disso venci uma enorme, um nó que vinha desde pelo menos a quinta série, e hoje aceito quem eu sou. Por que é tão difícil aceitar quem eu quero ser, então? Ou será que eu simplesmente não quero? Ou quero tanto a aprovação de quem me cerca que é mais prático eu ser o que esperam, ao invés do que eu acredito que me fará, de alguma forma, feliz?
So many questions...

quarta-feira, outubro 31, 2007

Perdido no passado

Hoje eu passei meu tempo no ônibus lembrando. Fazia certo tempo que eu não ficava assim, perdido no passado, passeando pelas coisas que já aconteceram. Não é o tipo de lembrança que eu corra atrás para reviver, mas sim fragmentos daquilo que me formou como eu sou hoje. Gosto de lembrar, saber por onde eu passei e ver que meu passado não é tão branco quanto eu um dia achei que seria ^^

domingo, outubro 28, 2007

Aquelas regras que nós sabemos

Conforme o tempo vai passando, nós aprendemos a viver neste mundo.
As regras básicas são as primeiras que nós identificamos: necessidades e medos, que geralmente são traduções de perigos. Regras mais complexas vão aparecendo conforme o tempo vai passando. Elas estão sempre por aí, e novas surgem a cada instante, até alterando-se ante nossa presença. É um jogo complexo, esse, o do viver. Uma pessoa escolhe entre adaptar-se às mesmas regras dos demais ou subvertê-las. Quando isto acontece, temos conflito.

Às vezes, porém, entramos em conflito com nossas próprias regras. Excluamos outras pessoas do processo, assim já temos uma quantidade enorme de informação para lidar dia após dia. Alimentação, concentração, estudos, dificuldades.
Eu tenho uma questão que me incomoda desde pequeno: quanto tempo eu preciso para ser realmente bom em alguma coisa? Eu olho pra mim hoje e reconheço que sou muito mais do que era, e isso é bom. Em contrapartida, eu olho para os lados e enxergo mais pessoas que estão na minha frente, mais criaturas que são difíceis de serem superadas. Alcançadas, sequer.

Passei o final de semana em casa. Não botei o pé pra rua desde que acordei no sábado, exceto para levar minha cunhada em casa, junto com meu irmão, uma vez a pé e outra de carro. Meio entristecido e tal, mas isso não é o que eu gostaria de discutir (comigo mesmo). O problema está no fato de eu desafiar a mim mesmo.
Até o primeiro ano da escola eu tinha um problema sério com espinhas. Eu tinha mais pontos vermelhos do que pele branca no meu rosto. Minhas costas pareciam uma almôndega. Ao contrário do que pode parecer, eu não estou usando o típico exagero adolescente. Tenho fotos que me lembram disso.
Eu tomei remédio, a acne foi embora, mas o tempo se encarregou de trazê-la de novo. É uma coisa simples, mas que incomoda muito. Sou extremamente desequilibrado quando se trata de espinhas. Elas, obviamente, ignoram isso e continuam aparecendo. Eu, esta é a parte que me surpreende, continuo dando passagem para elas.
Não engordo há anos. Matenho o mesmo peso desde que estava na escola. Tenho um nível de colesterol bom altíssimo, portanto estou razoavelmente protegido contra gorduras e doces. Naturalmente, não é só isso que precisa ser visto. Minha pele reage às minhas emoções e, infelizmente, também a algo que eu costumo ignorar: minha alimentação.
Tendo passado o final de semana sozinho, de mal humor e comendo porcarias, não é de espantar que minha pele esteja o lixo que está agora. Uma parte disso, pelo menos, eu poderia resolver facilmente: a comida.

Ah, eu quero aprender a lutar. Esse desejo é antigo, de ter coragem para enfrentar o mundo não apenas intelectualmente, mas também no físico. É claro que, dadas minhas prioridades, esse desejo vai ficando pra trás.

quinta-feira, outubro 25, 2007

Calor

*Fui atravessado por um pensamento momentâneo*
que coisa mais de gurizinho de segundo grau ficar escrevendo incessantemente sobre as coisas do dia a dia, como as aflições pseudo-platônicas e envolvidas numa aura de intelectualidade... ah, grande coisa se está calor, oras, hunf
*Voltamos agora ao nosso post normal*

Então está quente. O calor atrapalha o pensamento, complica a vida e nos faz suar. Estou com fome, levemente enjoado por usar uma camiseta que não permite que o quente escape do meu corpo e, pra terminar, fiquei feliz por estar quase finalizando o livro de matemática, depois de 4 meses lutando contra ele. Talvez seja amanhã o grande dia da vitória.
Detesto o verão por causa desse calor alucinante. Gosto do outono. Cheguei a essa conclusão depois de passar pelo inverno e lembrar que o frio muito frio é desagradável, quase, mas que o meio-frio-quase-calor é ótimo.


Comecei minha incursão pelo I Ching. Não sei ainda até onde esse processo vai me levar, que respostas ou novas perguntas vão aparecer, mas a idéia toda gira em torno do aprendizado. Como qualquer filosofia oriental antiga, nós precisamos estar abertos para sua compreensão e aceitação. Talvez ela não seja útil para mim, talvez ela se torne um incômodo ao esclarecer coisas obscuras, ou quem sabe ainda ela será simplesmente o que é – um livro para ser estudado conforme suas regras.
Essa é mais uma leitura em busca do que é correto no mundo.

terça-feira, outubro 23, 2007

Resenha: Guardiões da Noite

Ontem assisti novamente ao filme Guardiões da Noite, adaptação para o cinema do texto de um autor russo que parece conhecido entre os nomes da literatura fantástica. Já havia olhado cerca de três anos atrás, ontem resolvi dar uma segunda espiada para ter sua história fresca na memória, a fim de assistir ao segundo filme da trilogia.
Comentei com minha colega de trabalho que era um filme possível de se ver com as crianças (ela tem dois gêmeos de cerca de 10 anos), baseado no que eu conseguia lembrar. Não, não veja com os filhos! O filme é pesado, possui imagens fortes e muitas vezes doloridas. Sangue, dor, gritos, uma linguagem visual extremamente aflitiva.
Por outro lado, ele é lindo. Muito bonito, uma escuridão quase perpétua que cansa os olhos, mas também assusta e prepara os olhos para mais escuro. A história é um pouco confusa, mal explicada, porém se apresenta bem costurada. Entendemos, no final desta primeira parte, todos os eventos que aconteceram até então, mesmo que eles não tenham nenhuma outra sustentação outra que não eles mesmos. Sem contar que o herói é um fracassado. Ele faz besteiras e triunfa na mesma medida.
Não saber se ele de fato vencerá no final é ótimo, quase tão bom quanto não saber quem acho que tem que vencer. Vale a pena assistir, ainda, pela curiosidade da construção russa, muito diferente da norte-americana. Não sou um entendido em cinema, nem de perto, mas ele tem um que surrealismo. Longe de ser agradável, por ser um estilo distinto do que estou acostumado.

Considerações sígnicas

Hoje na aula tivemos uma interessante discussão sobre blogs, sites de jornalismo participativo e as distintas linguagens que amparam uma e outra estrutura. Esse assunto me interessa especialmente considerando minha recente leitura sobre a teoria semiótica de Peirce.
Estou apenas dando os primeiros passos, mas já é possível perceber que a estrutura que parece fundamental para o entendimento de um processo de linguagem (ou seja, de interação; logo, de comunicação) envolve três pontos. O primeiro é o objeto; o segundo, o signo; por fim, o interpretante. Importante manifestar que por "interpretante" não se deve entender intérprete, ou receptor, mas sim a imagem mental que o signo provoca, algo mais como o entendimento do que com a recepção em si. Peirce apresenta diversas tricotomias, indicando diferentes níveis de signo, objeto, interpretante, e tantas outras categorias sobre as quais ele disserta. Esse estabelecimento de diferentes níveis é muito proveitoso para um estudo sobre a linguagem (lembrando que Peirce não trabalha a linguagem como algo isolado, mas sim como uma disciplina filosófica que envolve necessariamente um contexto). O exemplo clássico é a separação de signo em ícone (uma representação semelhante ao objeto, como um desenho de uma casa), índice (que faz alusão ao objeto através de uma relação, como uma seta para indicar o caminho) e símbolo (que é um estabelecimento de significado convencional, como as palavras). Parece impossível falar de Peirce sem se estender.
De volta à aula de hoje, um colega comentou que entre as diferentes linguagens (blog, jornal) o público para o qual ele se dedica não é de todo importante. Esse comentário não pode passar em branco, muito menos ser admitido levianamente. Num processo de comunicação, a importância do emissor é tão grande quanto a do receptor, pois é o conjunto de referenciais em comum que garantirá um entendimento ou a falta de um.
Um trabalho que fiz em algum semestre passado exigia que fizéssemos uma análise de peças de publicidade, separando suas características e potenciais significados. Uma tarefa que julgo inútil, ou ao menos pouco utilizável, considerando que os aspectos que meu conhecimento me permite acesso são, certamente, diferentes dos que seriam reparados e compreendidos (consciente ou inconscientemente) por outros observadores. Talvez pudessemos, num exercício de abstração, procurar as identificações possíveis para os alvos da peça em questão, num trabalho voltado ao entendimento do que se quis dizer, do que foi dito e do que foi compreendido.

Nessa linha entra a questão do conhecimento. Aqui quero ser breve: um estudo que fiz nos primeiros semestres da faculdade se mostrou quase impossível de decifrar. Hoje, passo por ele com certa facilidade e desenvoltura. Conhecimento é algo que se acumula e que abre portas para novos aprendizados.
O que, me parece claro, faz total sentido se comparado com os comentários a respeito da linguagem feitos acima.

segunda-feira, outubro 22, 2007

E se...

...a resposta para a pergunta fundamental não for, de fato, 42?

xxx

Ontem (quase anteontem, por folga de 10 minutos) foram completados quinze meses. Quinze! Eu fico muito feliz com isso; é, além de uma conquista, uma contínua descoberta. Obrigado e tomara que venham mais quinze ^^

quarta-feira, outubro 17, 2007

Pequeno segredo

Eu tenho um pequeno segredo, e ele é tão importante que o protejo com todos os meus poderes de raposa. Esse segredo é um casulo onde eu guardo todas as pessoas do meu mundo, ali elas ficam protegidas. Nunca perdi ninguém em definitivo, jamais senti a dor de ter uma morte de alguém importante (ou nem tão importante) perto de mim.
Isso é bom, claro. Só que eu olho pro lado e vejo que as pessoas não deixaram de morrer simplesmente porque eu cheguei no mundo. A tristeza continua por aí. A sensação que me preenche é de idiotice, por ficar irritado com um aumento de bolsa que não aconteceu, quando alguém por aí está atravessado pela morte do pai ou avô.

Nessas horas eu consigo entender o que é o zen, mas não por quê funciona o mundo.

:o(

Podaram minhas asinhas... Tales não vai mais para 30h por semana, retorno às 4h originais. Meu contrato novo irá até final de dezembro. Só os deuses sabem se poderei renovar, depois, não estando em período letivo. Ô, inferno.

segunda-feira, outubro 15, 2007

Hunf

Eu quero mais tempo para ler.
Mais um ano e acaba a faculdade, tomara que isso signifique ter tempo para fazer as coisas que eu gosto. Ah, doce ilusão.

Fantasia

Quem acompanha estas letras já deve bem saber que não tenho muito gosto pela realidade; a fantasia, permeada de sonhos e criações, sempre foi muito mais interessante.

É nessas que me veio a dúvida: porque, nas histórias de literatura fantástica, os magos são sempre mais poderosos que as feiticeiras? Terry Pratchett, J. R. R. Tolkien (que nem tem feiticeiras, se bem lembro), Terry Goodkind, e certamente não são os únicos.
Não conto neste cálculo as histórias construídas a partir de RPG, já que estes geralmente seguem regras não (muito) discriminatórias e, portanto, favorecem certa igualdade.
Histórias escritas por mulheres, por outro lado, parecem favorecer o lado feminino. Será que existe, de fato, essa ligação? Curioso, tenho que ler mais a respeito...

Esse é, pra variar, só o começo.

domingo, outubro 14, 2007

Quando eu escrevia, tempos atrás, meu padrasto dizia que meus personagens não tinham alma. Nossa, eu morria de ofensa com aquilo, sem perceber o que ele queria dizer. Sem experiência, sem sonho, sem alma, um escritor jamais poderia criar personagens de verdade.

Hoje (ontem) foi um dia muito importante pra mim. Um dia feliz.

terça-feira, outubro 09, 2007

Além da Academia

Lendo o blog do meu amigo de infância (uh, legal, eu tenho amigos de infância ^^), um pensamento veio à minha cabeça: não acredito em autoria dentro do universo acadêmico. Ainda é apenas um projeto de birra, nem mesmo uma idéia bem trabalhada. O corpo dela se forma na minha dificuldade de referenciar determinados conceitos a seus autores, já que minha memória não guarda muito disso (ainda).

Defenderei essa idéia mais adiante, junto com teorias sobre amizade e seu surgimento.

quarta-feira, outubro 03, 2007

Quartas feiras são as piores

Estou um tanto cansadinho, como costuma acontecer às quartas. Meu desgosto com esse dia da semana começou no segundo grau, quando no colégio eu tinha aula de manhã e de tarde. O terceiro ano trouxe a educação física na quarta-feira de noite. A faculdade nunca teve as melhores cadeiras nas quartas.
O grande problema está em ser um dia no meio dos outros. Dois dias de trabalho antes, dois dias de trabalho depois; a perspectiva não é muito animadora. Quartas foram feitas para sofrer, acho.

Uau.
Estou parado na frente do blog e não tenho vontade de escrever. Não por faltarem eventos nos últimos dias, tenho razoavelmente bastante para contar.
Ainda assim, fica o silêncio.
Pois que fique.

quinta-feira, setembro 27, 2007

Cante, cante!

Acabei de ser acometido por uma lembrança de um passado quase remoto.
Época: Sétima Série.
Local: Colégio São Francisco.
Então... eu tive que apresentar um trabalho bem diferente para o professor de alguma matéria... não lembro qual, acho que inglês, mas isso não faz sentido, já que cantei em português. Ou melhor, gaguejei qualquer coisa que poderia ser considerado uma música (se adotássemos critérios bastante compreensivos).

Só isso que eu queria comentar.
Tá, eu queria escrever mais, mas estou trabalhando e tenho que voltar às atividades. Talvez de noite.

segunda-feira, setembro 24, 2007

Medinho

Registro para referências futuras: eu estou com medo do final do semestre que vem. Tive medo ao sair do Fundamental, também quando saí do Ensino Médio. Não é do Superior que sairei confiante. Os motivos, como sempre, são outros, mas a idéia se mantém: estou deixando um tempo para trás.
Preciso fazer minha monografia. Hoje entendi a razão de estar sendo tão difícil arranjar sequer um tema. Ela é bem simples, na realidade, e está respondida no parágrafo anterior. Fazer a monografia e entregá-la significa a minha aceitação do fim deste período.
Eu quero, mas a coragem de enfrentar o resto do mundo ainda não chegou.


Isso é engraçado. No Fundamental eu era o CDF maior, sabia de tudo e só lembro de duas pessoas (colegas) que podiam disputar comigo em termos de inteligência ou conhecimento. Eu era extremamente pedante, óbvio, mas isso eu acho aceitável, considerando que eu não tinha nada mais a partir do que sustentar meu ego. Volto a essas histórias num outro tempo.
O Ensino Médio foi um baque bem forte no meu peito estufado. Meu tão aclamado conhecimento era nada mais que medíocre, havia um mundo por aí que poderia se bater de frente comigo sem maiores dificuldades. Não só isso, existem pessoas melhores que eu. Esse não é um conhecimento que se adquire levianamente. Minha solução foi assimilar a idéia e seguir caminhando de cabeça baixa.
Foi só na faculdade que eu comecei a aceitar o mundo e, mais recentemente, o meu mundo também. Esse é um momento muito importante da minha vida. Sei que virão outros, mas esse em particular representa um grande crescimento para mim.
Agora eu sei que eu não sou o melhor, embora saiba que posso agir como se fosse. Sei que existem pessoas com mais conhecimento e com habilidades maiores que as minhas. Já aprendi, porém, que sou capaz de superar se não a qualquer um que se apresente no meu caminho, pelo menos a mim mesmo.
Aprendi o que é aprender ^^

quinta-feira, setembro 20, 2007

É meeeuuu

Tantas coisas eu quero. Vamos a elas.

Morar sozinho - Não é tão fácil quanto eu pensei logo que essa idéia se materializou. Tenho o dinheiro para pagar os custos básicos de um ano de aluguel, pelo menos, e sustentar os gastos eventuais que consegui imaginar. Essa é parte boa. A parte ruim é que esse dinheiro cobriria isso e nada mais, dada minha atual situação financeira.
A idéia de sair de casa casa-se (que repetição nojenta) com a de não morar longe de tudo e com a de ser independente, de poder usar minha casa para ir e vir e ter quem eu quiser dentro do meu teto quando eu quiser, sem espalhar justificativas e explicações.
O que eu geralmente demoro a me dar conta é que sair de casa também implica em fazer comida, lavar roupa, arrumar a casa, consertar os canos, alimentar os gatos, assinar o jornal, pagar as contas de água e luz e telefone, enfim, assumir todos os custos dos quais
com frequência nem ouço falar.

Trabalhar - Um serviço que possa me pagar o suficiente para eu viver minha vida com calma, apreciando as coisas que eu gosto e tendo dinheiro para vivê-las. Odeio a sensação de estar sem grana, de não poder fazer exatamente o que eu quero, de ter que procurar alternativas mais baratas. Nada de exorbitante, só o básico para a minha felicidade constante, mesmo.

Computador novo - Um PC ultra poderoso que rode qualquer programa com uma velocidade decente e que me permita navegar à vontade. O problema óbvio é o preço. A desvantagem obscura é a pouca utilidade que eu ando tendo para o computador, já que não tenho, quase, usado meu colega de quarto enquanto estou em casa. Passo algumas horas por dia no trabalho com um computador, tudo o que quero quando chego em casa é o descanso de um livro ou a paz da minha cama.
Nessas vem a idéia de um laptop, para levar minha vida digital comigo para todos os lugares. A questão que se impõe é bem simples: eu não trabalho em casa, não tenho uma utilidade para meu PC fora dela. Portanto o laptop terá que esperar até que eu avance alguns degraus no quesito anterior, "trabalhar".

Gravador digital - Esse é um querer mais modesto, e pretendo resolvê-lo em pouco tempo. Preciso para os programas de rádio que ainda gravarei com meu grupo neste semestre e, potencialmente, para o caso de eu usar entrevistas no meu trabalho de conclusão de curso. O custo é equivalente a um mês do meu salário atual, caso eu queira um decente. Ainda não estou achando válido gastar um mês de trabalho por um aparelho que poderei usar apenas eventualmente.

Rádio portátil - Eu quero um rádio que tenha AM, o que exclui mp3 players e celulares. Ando muito desinformado e é de extrema utilidade ouvir um pouco de notícias por dia. Além do mais, ando com particular vontade de acompanhar a Rádio da UFRGS, que é AM, mas estou sempre na rua e não posso.

Carro - De vez em quando eu penso que, ao invés de sair de casa, compensa mais comprar um carro. Não tenho o dinheiro, mas ainda assim vale a pena consider a idéia por um tempo. Um carro me permitiria uma liberdade maior na cidade e nos horários, garantindo uma "amplitude" maior de passeio. Festas, casas, filmes, exposições e tudo mais que eu quisesse visitar ou conhecer e que normalmente de ônibus seria muito dificultado, tudo isso ficaria bem mais fácil.
Os problemas ficam por conta do óbvio aumento dos custos de manutenção de transporte. Atualmente gasto um valor fixo todos os meses, referente às passagens rosas. Além do medo, que vem com a possibilidade maior de perder um item caríssimo que será mostrado pra todos na rua. Tradução: medo de furto e assalto.

Tempo - Eu sei que esse é um desejo que ninguém pode me realizar, uma vez que depende do Grande Roteirista, mas não custa lembrar. Quero tempo para passar com quem eu amo, com quem eu gosto e fazendo o que me agrada. Também quero espaço para viajar, passear, conhecer lugares, pessoas, situações novas e agradáveis. Tomar cafés (chá, pois não bebo café) comemorando aniversário, bolos. Viver.

Aprender idiomas - Quero saber falar fluentemente espanhol, francês, alemão e japonês. De quebra, melhorar meu inglês, que anda meio enferrujado, apesar das minhas últimas leituras terem sido todas em inglês. Custa caro um curso, ocupa tempo estudar. Eita complicação.

Mestrado e doutorado - O caminho é longo, preciso ainda me formar na graduação para depois pensar el aguma coisa relacionada aos próximos passos. Nem sei se não passarei a vida sendo um Operador de Veículo Vertical, como posso com tanta certeza querer um mestrado? Serei Mestre em Elevação de Pessoas?

É o que eu lembrei até agora. Todos esses pequenos ou nem tão pequenos desejos são realizáveis de alguma maneira, e no momento um costuma entrar em conflito com outro. Queria ser rico, mimado e ter um motorista de helicóptero para me levar onde eu quisesse. Minha vida seria mais fácil, acho.

escrever

Estive pensando ontem em iniciar um segundo blog, irmão deste, para fazer algumas experimentações literárias. Talvez uma blog-série, como devem haver muitas pelo mundo. Ando com idéias para uma história fantástica (no sentido de fantasia, não de maravilhosa), mas sinto que ainda me falta alguma coisa para que ela surja naturalmente nas minhas sinapses.

Incrível como meu cérebro é rápido em criar desculpas racionais para as situações que eu tenho medo de viver. Não entrarei no mérito desses receios terem fundamento ou não. Hoje estava armando mentalmente de convidar meu digníssimo para visitar minha casa sábado, dia de comemoração de quatorze meses juntos. Imediatamente meu cérebro começou a funcionar no sentido inverso, acompanhem:
"Ah, sábado nós combinamos de ir na Bienal, e eu quero muito muito ir na Bienal, então não pode ser nesse sábado." Ao que meu outro lado, provavelmente o esquerdo, respondeu: "Então convida ele pro domingo! Isso, domingo, dia de ficar em casa e conhecer os sogros". Evidentemente meu questionador e fujão nato não perdeu tempo: "Ixi, não dá, aniversário do Marcel, família toda aqui, tu não quer que a tua vó e teu tio e bla bla saibam do teu namoro, quer? Deixa pra semana que vem..."
Diálogos internos como esses têm se repetido há tempos.

Eu ia falar sobre infância, agora, mas ainda existem coisas sobre as quais não quero escrever aqui. A Raposa Antropomórfica ainda não é tão poderosa...

Pulguinha preconceituosa

Existe uma prática que me incomoda muito: reclamar do que não se conhece. Precisamos entender, em primeiro lugar, que há uma distinção entre reclamar para conhecer e reclamar do que "não li e não gostei".
Os que desaprovam aquilo que não sabem e que não têm a menor vontade de saber deveriam aprender algumas lições de mundo. Criticar é uma ação legal e divertida, mas também extremamente complicada, porque envolve as escolhas de outras pessoas. Não somos juízes do mundo, mesmo os que respondem como juízes do judiciário, para determinar o que é bom e o que é ruim. É claro que podemos reclamar daquilo que não nos agrada, que não queremos que entre no nosso mundo e etc., mas também é claro que, seguindo a mesma linha de raciocínio, posso considerar esta uma postura ridícula e inculta.
Por outro lado, criticar para conhecer é bem mais interessante, mas não menos complicado. Um método meio socrático este do questionar para entender, que se feito de forma ofensiva pode causar mais problemas e enterrar mais do que trazer à luz.

Ontem falei alguma coisa sobre preconceito. Depois do que escrevi fiquei pensando, considerando o quanto nós, que nos dizemos contra ações preconceituosas, permitidos que ele cresça e fortaleça. Eu fiquei impressionado com o casal gay caminhando de mãos dadas, quando na verdade acho que essa é uma coisa que deveria ser absolutamente normal. Não sendo comum, me chamou a atenção. Justamente essa atenção concede uma diferenciação ao casal, pois eles se destacam mais que os demais a sua volta.
Eu tenho um pouco de medo da reação das pessoas frente à palavra-tabu gay. Ela seria, como qualquer outra, uma boa palavra para designar um gosto. Contudo, ela é também muito temida. Ela evoca o desconhecido, o exótico. Não poucas vezes ouvi alguém falar em "ai, eu tenho um amigo gay" como se tivesse em casa um mico-leão dourado.
Portanto me parece um pouco normal o medo que tenho em dizer que estou estudando sobre homocultura. Entrei em duas listas de discussão sobre o tema (encontrei o endereço numa revista acadêmica que peguei na biblioteca da fabico) e tenho lido alguns livros a respeito. Estou tentando mapear como a comunicação retrata gays e lésbicas; se existe uma linguagem particular e separada, e por que não separatista?, homossexual; e também a quantas anda o preconceito sexual.

Estou quase me formando em jornalismo e preciso fazer uma monografia. Minhas áreas de interesse: lingüística, linguagem, significado, jornalismo cultural, homocultura.
Está bem complicado de achar o que estudar. Ou eu que estou com medo de propor?

quarta-feira, setembro 19, 2007

Redenção

Hoje atravessei a Redenção para chegar ao centro. Gosto deste caminho repleto de árvores, água, pipoca, cachorros e pessoas. Sempre algo me chama o olhar, para o bem ou para o mal. O objeto do dia foi um casal gay que caminhava de mãos dadas.
É normal encontrar homossexuais altamente afetados cuja única vontade aparente é chocar. Em certa medida poderíamos considerar uma tarefa nobre, uma vez que é do espanto e ruptura (crise) que surgem novas ordens. Acontece que este casal era não somente discreto: eles estavam tão compenetrados na sua conversa que pareciam nem notar que havia um mundo acontecendo ao seu redor.
Fiquei um pouco incomodado de ter prestado tanta atenção. Casais héteros que distraídos caminham pela Redenção não me chamam. Eu estranhei os dois, antes de admirar a atitude corajosa. Procurei ao redor alguém que lhes apontasse o dedo, que risse deles ou que se espantasse, mas não achei ninguém.
Ambos tinham mais de 25 anos e provável situação financeira estável. Não quero, agora, debater sobre as vantagens da independência familiar e da capacidade de se sustentar sem responder a outras pessoas fora do espaço de trabalho. Foi a atitude simplória e romântica de passear de mãos dadas no entardecer que me tocou.
Não me interessa saber sobre o que conversavam, quem eram e o que faziam. O simples fato de ver que ações assim são possíveis já me motivou a lutar um pouco mais contra o mundo; e a favor, é claro.

A Redenção é o lar do alternativo. Tanto que o anormal, de diferente, porém constante, que é, tornou-se comum. Isso é bom.
O diferente assusta por não ser compreendido. Quanto mais pudermos ver e conhecer, mais o diferente não será exótico, apenas não igual. Preconceitos se desfazem apenas frente a novos conceitos.

sábado, setembro 15, 2007

Manual para a Raposa Antropomórfica

Desde sempre eu gosto dos sábados. Eles não são cansativos e com cara de "nada acontece" como os domingos, e também não são cheios de tarefas como os dias de semana. São simplesmente sábados, muitas vezes de sol. Os que amanhecem cinzentos e chuvosos não são, na maior parte das vezes, ruins; só o são quando esta condição é metafórica, e não climática.
Hoje é um dia que eu gostaria de estar trabalhando, com a mente ocupada enquanto divago operariamente sobre a vida. Tenho que estudar, tenho livros para ler, lugares para ir, e ainda assim estou completamente desanimado. Eu queria croissants de goiabada. Por algum motivo eles me dão a sensação de que estou no futuro que desejo para mim, um futuro contente.

Eu tenho alguns sonhos já estabelecidos, coisas que não morrerei em completar. Um deles é ser professor universitário: construirei meu caminho profissional até chegar a esse patamar. Outro é viajar à Europa, passear um pouco no Velho Mundo. Sempre quis.
Esses são os grandiosos. Tenho sonhos menores, pequenas vontades. Ter um dia na semana reservado aos amigos, mas este é utópico ou decadente, já que ter um dia para alguns nunca seria para todos e, dessa forma, ou eu deixaria alguns de lado ou eu não teria quem deixar de lado, e ambas as possibilidades são tristes. Eu já tenho isso atualmente, mas estou abrindo mão para viver outras experiências. Foram três anos muito agradáveis ao lado do grupo, agora está na hora de conhecer novos horizontes. Espero não deixá-los para trás no processo.

Morro de medo de mudanças. Boa parte de quem eu sou hoje advém dessa característica minha. Eu gosto de segurança, de saber que as coisas continuarão como são e que tudo dará certo desta forma. É claro, então, que terminar um grupo que se reúne todas semanas ou fazer um concurso para trabalhar em São Paulo são coisas que me assustam terrivelmente. Maldito medo.

Inteligência e sentimento são duas coisas diferentes. Via de regra a primeira trabalha para justificar o segundo. Meus pensamentos trabalham em função de justificar meus instintos e escolhas.

Eu gostaria de, numa vida, viver mil vidas.

Estou momentaneamente perdido num brainstorm. Tudo girando aqui na cabeça. Isso não é ruim, geralmente desses momentos saem as idéias para o meu futuro. Ainda assim não me agrada eu não conseguir focar meu pensar em um único ponto e seguir uma linha reta.

Até onde vai a minha vida e onde começa a dos outros? O que as separa? É possível retirar alguém cirurgicamente do mundo sem afetar nada ao redor? É possível considerar a própria vida sem qualquer influência das outras pessoas? Não, não é. Estamos constantemente sofrendo influências dos "campos" de outras pessoas, que interagem com a nossa própria área de influência e, desta forma, compomos o mundo.
Cada pessoa que para mim é importante o é por algum motivo. Motivo = justificação racional de um sentimento. Vale tudo, desde um abraço no momento em que eu precisava de um abraço; até uma conversa de bar que me serviu para guiar minha vida. Algumas pessoas são importantes simplesmente por continuarem no trem comigo, sem descerem nas primeiras estações.
É uma metáfora legal, essa. A vida é um trem, e pessoas entram e saem a cada nova estação que ele para. Eu sempre considerei uma outra no lugar desta: a vida é um seriado. A cada temporada, alguns personagens aparecem com maior ou menos importância, outros vão para outros seriados, alguns saem definitivamente, alguns ainda voltam para testar reviravoltas. Sempre me refiro ao Grande Roteirista como a entidade antropocósmica responsável pelo destino meu e dos meus.

Eu dou muita importância para o passado.

Não sou perfeito, estou bem longe disso. Acho que meu maior erro foi passar a vida me escondendo do mundo, me protegendo atrás de um casulo de segredos, de proteções contra todos. Se ninguém souber demais de mim, ninguém poderá me machucar. Se ninguém me machucar, ninguém roubará minha felicidade.
Existem aspectos que eu ofereço a todos que merecem. Lealdade, proteção. Existem aspectos que eu guardo pra mim, outros que eu partilho com um e ninguém mais. Extraindo o fragmento de "eu" que existe em cada pessoa com a qual já conversei talvez alguém possa me entender completamente.

Sim, eu sou estranho e sou feliz por isso. Odiava ser assim chamado até o dia em que um amigo comentou que ele gostava, já que isso significava que ele não era simplesmente mais um. Eu não sou diferente por querer, simplesmente. Eu sou por não querer ser igual, por viver minha vida através de uma linha de raciocínio e sentimento que são meus e de mais ninguém.
Sou inteligente, dependente, extrovertidamente tímido, carismático. Eu sou feliz por ser diferente. Feliz por ser lembrado como alguém que não age como todos. Não ajo para chamar atenção. Vivo para perseguir os meus sonhos e objetivos, simples ou complexos, sem deixar de lado quem eu sou.
Seria mais fácil ser "normal"? Ah, com certeza.
Eu quero? Não, obrigado.

Um abraço pode salvar o mundo, junto de um sorriso sincero.

Nunca pedi que qualquer amigo lutasse por mim: luto por eles e isso já me basta. Existe apenas uma pessoa fora do núcleo familiar que eu sinceramente espero que lute por mim, que me defenda e que deseje, acima de muito, me ver feliz. O peso do mundo sobre os teus ombros, amor.

sexta-feira, setembro 14, 2007

Preguicinha

Hoje é sexta, dia de sair pra farrear! ... ãhn... não ^^
To com sono, tenho que estudar, ler notícias, me atualizar, isso tudo é muito cansativo heheh. Por que eu escolhi jornalismo? Poderia ter sido alguma coisa mais fácil, tipo professor de literatura ou matemático, mas não. O mais alienado dos alunos escolhe a mais comprometida das profissões.

Heh
Ainda não voltei a pegar o ritmo da blog. Retorno :o)

quinta-feira, setembro 13, 2007

sexta-feira, agosto 24, 2007

terça-feira, agosto 21, 2007

Futuros e sucessos

Existe uma preocupação que vem crescendo nos últimos tempos não só no meu peito – ou cabeça –, mas também nos de meus colegas. Estamos nós nos (eita cacofonia!) últimos semestres da faculdade. Desconsideremos, hoje, artigos "secundários" como amizades, experiências coletivas e aulas. O que importa no raciocínio é apenas a idéia de que a universidade, para mim, está acabando. Em breve terei meu diploma de jornalista. Daí, para onde vou?

Ninguém pode medir o sucesso de outra pessoa baseado nas próprias expectativas. Alguém que só queira ser um pescador terá todo o sucesso na vida se porventura viver pescando, enquanto um alto executivo que goste de manejar todo o dinheiro que conseguir odiaria tal vivência. É um pensamento que faz sentido, não?

Minha dúvida é: o que eu quero?
Continuo defendendo que procuro dinheiro suficiente para fazer tudo o que eu quiser. Muito amplo, eu sei. Eu não quero comprar um carro toda semana, nem ter quarenta e quatro apartamentos ou uma renda mensal que conte com no mínimo sete zeros.
Eu quero viajar, de vez em quando, permitindo que eu conheça mundos diferentes do meu. Desejo ter roupas que eu ache bonitas, um pequeno luxo. Procuro ler, comprar livros pra mim sempre foi uma atividade de envolvimento fetichista. Desejo ir ao cinema uma vez por semana, quiçá duas; ir ao teatro, assistir a espetáculos diversos.
Quero dinheiro para viver sem me preocupar se terei dinheiro para viver.
Quero saber tudo que eu posso, sem necessariamente poder tudo.

Nhai.
Eu não sei como fazer isso, não sei qual caminho, que trabalho... Minha realização pessoal não está no trabalho, não está no recebimento de um salário, mas sim na forma como eu o usarei. Por isso o caminho fica tão enevoado...

sábado, agosto 18, 2007

Pensamentos no banho

Eu estava ali embaixo da água quente deixando a mente fluir através das memórias. Passei o tempo todo não no banheiro da minha casa, mas nas tardes ensolaradas na Redenção, quando deliberadamente ignorávamos se poderiam ser conhecidos ou não, quando tudo que importava era o abraço na beira do laguinho, os convites para passear de cisne.
Tenho saudade de dias assim, simples em sua existência, felizes por sua simplicidade. Não quero ter que ganhar na MegaSena para ter dias assim de novo. Em contrapartida, desde que começamos a lutar para que dinheiro nunca nos faltasse.
É a vida, virá a resposta.
Sim, é a vida. Pois que não me incomodem por desejar que ela fosse diferente, que a busca pelo dinheiro e pelo que o dinheiro pode trazer não nos roubasse justamente o que queremos que ele nos traga.


Ontem uma colega de trabalho - ela é a advogada da Editora - estava comentando sobre uma cabeleireira que trabalhava até cansar, então passava um tempo viajando com o dinheiro juntado, e quando voltava trabalhava até não poder mais, para enfim viajar novamente.
Trabalhar para viver.
Nunca viver para trabalhar.

É egoísmo demais querer aproveitar o AGORA e o DEPOIS também?

Momento emo

Querido diário,

Ontem, todo mundo saiu. Todo mundo mesmo, menos eu. Foi o coração, foram os amigos, até meus pais - que nunca saem - foram e só voltaram às quatro da matina. Pizzaria, churrasco, cinema, churrasco, bebedeira, todo mundo na rua. Eu fiquei trovando no MSN até uma hora, até que tudo perdeu sentido e eu fui dormir.
Oh, papel molhado das lágrimas comprovará meus sentimentos!


*****

Voltando ao normal... (mesmo que eu tenha algumas pontas de emice no meu normal)
Acho que fui mal interpretado pelo que escrevi ontem. Talvez nem tenha sido e é apenas meu lado neurótico falando, mas acho que fui.

sexta-feira, agosto 17, 2007

Sexta chuvosa e diálogos

Então, galerinha do mal, aqui estamos novamente.

Sozinho na Editora (ou melhor, na sala de editoração), ouvindo música alta, passeando na internet. A vontade de comer chocolate ainda não me abandonou, estou querendo virar artista e morar sozinho de uma vez. Lembrei esses dias de um diálogo engraçado - pra mim, ao menos - que tive com uns amigos no shopping. Era algo como:
- Meu sonho de criança era ter um carro. - Disse o amigo.
- Ah, o meu sonho - respondi - era passar a noite num shopping. Mas daí eu me dava conta que não teria graça, já que todas as lojas estariam fechadas e eu só poderia ficar vendo as vitrines!
- Bah, Tales! Desde criança tu já é um cara frustrado! - gargalhadas.

Eu não sou uma pessoa frustrada. Um dia, conversando no MSN com um amigo, tive a conversa:
- Bah, quando eu ficar velho eu vou ser muito frustrado - eu.
- Pq? - vini
- Pq tudo que eu faço é reclamar e dizer que não gosto das coisas.
- Nah, é mais provável que tu seja um velho chato, não frustrado.

Estou lendo sobre kitsch. Arte do grotesco, do exagero e da massificação. Arte da confusão, do fetichismo, da falta de sentido ou, no mínimo, da troca de sentido. Isso, junto com uma conversa com o gui ontem fizeram eu meio que acordar, um daqueles momentos "lembre-se quem você é".
- Eu quero morar sozinho num prédio alto, olhando a cidade de uma janela que ocupe parede inteira, a chuva caindo e eu vendo os reles mortais lá embaixo, enquanto degusto uma taça de vinho e penso na genialidade que me separa dos normais.
- É, nossas pretensões são diferentes.
- É? Qual seria a tua?
- Um apartamento apertado, um bando de amigos tomando chimarrão, conversando e rindo juntos. Depois uma cerveja, um filme ou uma música.

Eu quero ser feliz.
Nunca achei que dinheiro fosse o único caminho pra isso, então porquê ultimamente me parecia a solução para todos os problemas? Deuses, minha visão estava meio desfocada...

quinta-feira, agosto 16, 2007

Ocorrências

Meu computador em casa foi pro saco, não está ligando mais do que o início. Não sei o que ele tem, não faço idéia de como resolver. Vou tentar mais tarde, chegando em casa, fuçar e coisa e tal, mas não tenho muitas esperanças de que ele acorde antes do final de semana.

Eu estou estudando. Pode ser este apenas mais um momento de "quero ser alguém então devo estudar" ou pode ser mais ou menos permanente. Eu nunca sei, só vou acompanhando.
Estava lendo sobre a história do Design, logo depois de ter lido um pouco sobre Gestalt; agora migrei para um livro da série Debates sobre Kitsch, pra ver se eu finalmente entendo conceitualmente essa palavrinha que me foi apresentada há três anos, no primeiro semestre.

Tenho idéias pra minha monografia. Juntando incapacidades técnicas (momentâneas, talvez) com preferências, escolhas e uma frase da Carla, minha colega de trabalho ("me dei conta de que se eu não trabalhasse e me divertisse com meu trabalho, eu não conseguiria continuar trabalhando" - ok, cúmulo do já dito, mas sempre bom ouvir isso de perto e de alguém que a gente respeita), acho que escolhi um tema apropriado. Ou melhor, uma idéia de tema, ainda falta focar um pouco mais. O legal é que essa idéia dá alguma continuação para futuros estudos mais avançados.

Fui desafiado na faculdade. Numa aula de debates, dois textos haviam sido indicados para serem discutidos e eu, tendo-os lido, senti certa dificuldade em contribuir de modo satisfatório (ou não totalmente óbvio, pelo menos) para as questões levantadas. Expressei isso quando minha palavra foi pedida, inclusive. Como resposta, ouvi que realmente o texto era bastante difícil e coisa e tal, e que eu não precisaria me preocupar que os próximos seriam mais fáceis. Só faltou me dar um par de orelhas de burro e me colocar no fundo da sala!!!
Com certeza isso não vai se repetir. Já estou estudando as duas novas leituras indicadas, lendo e relendo, anotando, comentando, pensando, meditando. Se é pra seguir uma vida acadêmica, que eu faça isso de verdade, não é?

segunda-feira, julho 30, 2007

Hummm

Eu to meio autista, hoje. E também com uma leve dificuldade pra respirar.
Acho que a raposa tá ficando doente.

sexta-feira, julho 27, 2007

Eita

Alguém para o mundo? Quando foi que eu cresci e ninguém me avisou?
Que coisa...

sexta-feira, julho 20, 2007

Medo

É estranho pensar nisso agora, mas eu já deixei de fazer muitas coisas por ter medo de até onde elas poderiam me levar. A verdade é que odeio a possibilidade de não estar à altura de algum desafio. Fugir a ele e não enfrentá-lo é o que para mim sempre se mostrou como a resposta mais fácil e segura. Nunca estive errado neste ponto.

Ontem era meia-noite quando entoquei-me embaixo das cobertas, prontos para dormir. Por volta de uma hora depois eu levantei, acendi a luz do quarto e comecei a ler. Li até o sono começar a ficar mais importante do que a leitura, e então consegui dormir.
Eu queria acordar cedo hoje, acabei levantando quase ao meio-dia. Em contrapartida, tenho certeza que li mais e aproveitei melhor meu tempo do que eu teria feito se tivesse levantado cedo hoje. É uma espécie de compensação estranha, mas hoje cheguei à conclusão de que ao invés de perder tempo tentando "me desligar" para dormir, aproveitarei esse tempo com algo útil: leitura, estudo, crescimento.

Crescimento.
Ontem, conversando com uma amiga, lembrei de diversos pontos da minha vida (sim, hoje será um post emo) que serviram de base para meu crescimento até hoje, bem como outras vezes que posso sem medo considerar quedas no meu caminho.
Nós estávamos falando sobre futuro, sobre o que queremos para nós daqui pra frente. A faculdade está acabando, não tenho mais do que um ano e meio, no máximo, pela frente. É muito pouco tempo. Por outro lado, é um espaço que não posso desperdiçar apenas esperando que ele passe, simplesmente seguindo o rio. Já passou da hora de controlar o fluxo (momento da metáfora) do rio da vida.

É estranho pensar em determinar como será minha vida nos dias futuros. Parece uma limitação auto-imposta. Difícil notar, entretanto, que essa "limitação" na verdade é uma definição de objetivos. Nada me impede de não me restringir ao que for planejado. Planos são feitos para que não caminhemos a esmo, para que possamos saber aonde vamos e do que podemos fugir. Ao mesmo tempo, planos também servem para que saibamos quando é hora de não segui-los.
Houve um tempo em que eu quis ser famoso. Quando penso nisso, acabo notando que eu não deixei, nunca, de desejar a fama. O que eu fiz foi fugir dela, porque é um desafio grande demais para que eu possa vencer. Ao menos nisso acreditei e, se bem me conheço, ainda sigo acreditando.
Eu quero, mais do que tudo, ser bom no que eu faço. Ser reconhecido por isso. Eu quero crescer.

sexta-feira, julho 13, 2007

Desafios

*silêncio*
raposa caminhando pelo corredor das memórias
*ainda silêncio*



Pensando eu aqui, lembro-me: não gosto de ser desprezado, de ser lembrado de defeitos inalteráveis – nem dos que podem ser mudados, pois para esses o importante não são lembranças, mas sim incentivos –, odeio ser esquecido, detesto ser desafiado.
Uma vizinha certa feita disse que eu gostava de desafios. Não, nem de perto. Detesto me bater de frente com situações adversas ou com pessoas contrárias. O que eu gosto, isso sim, é de provar que sou capaz de vencer os desafios que se colocam no meu caminho.

Não é questão de arrogância. Sempre que duvidei da minha capacidade de vencer o desafio, desisti.
Não me orgulho de nenhuma das vezes que fiz isso e tenho todas elas marcadas na caixinha que fica no peito. Odeio admitir que não fui capaz de (ter coragem de) enfrentar algum desafio.

Também não gosto de músicas grosseiras, textos mal escritos e falta de criatividade. Tem muita coisa por aí que eu não gosto.
O que eu gosto, entretanto, quem me gosta sabe. E faz.

quarta-feira, julho 11, 2007

Weee


* Tales * Tails * Raposa * Fox * Ludo * Raio * Raioz * Hanjo * Kyubi * Soubi * Halliwell * Gubes *
Hoje é dia de passar de nível, ficar mais velho, ganhar mais folhas de seda, receber presenter, comer bolo, comemorar, conversar ao telefone com pessoas de longa data, reviver laços, la li hoo!

21

\o/
Não era pra eu estar feliz, já que estou ficando velho e tinha muitas coisas que eu gostaria de fazer antes de ficar, de fato, velho. Por enquanto, porém, vou acreditar na teoria de que só é velho quem velho se achar :oD


terça-feira, julho 03, 2007

Férias

(Raposa aqui está testando fontes para o blog)


Que preguiça a minha. Estou de férias, almas humanas, com nada me prendendo a compromissos que não minha bolsa na Editora e minha vontade de não gastar todo meu tempo sentado na cama jogando Neverwinter Nights.
Sabem que é gostoso esse tempo sem grandes complicações, não? Eu gosto, pelo menos. Já disse antes, não sei se aqui, que não estava realmente interessado em férias AGORA, mas já que elas vieram, não serei eu a reclamar.
Minha cunhada comentou sobre a possibilidade de (eu) corrigir redações de vestibulandos (e ser remunerado por isso, obviamente). Engraçado, mesmo do alto da minha arrogância literária eu hesitei. Ela ficou de me passar um e-mail para que eu envie currículo, caso esteja interessado, mas a dúvida que martelou na minha cabeça foi: "eu tenho capacidade pra isso?". Não se trata apenas de corrigir uns textos descompromissadamente, dizer algo como "acho que é por aí". Todas as correções deverão ser corretas (!) gramaticalmente, para não dizer estilísticamente.
Algumas vezes me dou liberdades com a língua, invento palavras, crio fantasias que muitas vezes são incorporadas ao que eu acredito ser real. Estou preparado para assumir uma função dessas?
Fora o preparo, é algo que eu quero. Algo que eu acharia que me completaria, pelo menos por um tempo. Não que eu esteja incompleto, mas é outro daqueles sonhos de "quando crescer eu quero".

Um ano ou um ano e meio. Esse é o tempo que falta para eu me formar. Um ano se eu quiser o mínimo, um e meio se o que eu procuro envolve alguma calma e maior compromisso com o mundo inteiro – e não só com a faculdade.
Não sei, realmente, o que escolher. Nem sei, aliás, o quanto dessa escolha depende de mim, posto que eu poderia definir "ah, um ano" e não ter condições de cursar todas as cadeiras que eu desejo, o que inviabilizaria meus planos. Enquanto não começar o processo de rematrícula eu não terei condições de determinar qual será o caminho que seguirei. A única certeza que eu tenho é a de que não deixarei a Editora até o dia em que me formar, se isso for possível. Quero seguir trabalhando como editorador.

Ontem recebi uma cópia do primeiro livro que eu fiz e que ficou pronto. Fiquei eufórico, como seria de se esperar em relação ao primeiro trabalho que realmente *saiu*. Tenho outros cinco pra saírem em breve, estou no aguardo de mais para serem feitos. Empolgante.

Oito dias para meu aniversário, dezenove dias para um ano.
Serão, respectivamente, uma quarta e um domingo.
As duas datas são importantes pra mim, muito muito.

Espero poder viajar no final de semana de um ano, mas quero estar aqui no dia 11 – como de fato estarei, por conta do trabalho. Nunca fui muito de comemorar aniversários, convidar pessoas, fazer acontecimentos. A idéia de juntar gente em torno de uma comemoração pela minha existência (ou resistência?) é deveras agradável, mas não acho que seja possível sem complicações.
Raras foram as vezes que viajei em comemoração de alguma coisa. As duas que me vêm à cabeça sem dificuldade foram Bauru na Páscoa e Segredo numa semana muito feliz.

Aliás, essa semana eu devo receber meu terceiro salário. Já estou aqui há 3 meses, quem diria?

Uou.
Três meses.
Um ano.
Três anos.
Vinte e um anos.

É, tempo não é nada sendo ao mesmo tempo tudo.

sexta-feira, junho 29, 2007

oi

Nove dias sem postar.
Eu tenho pensado bastante, isso é bacana. Quase não usei a internet em casa nesta quase última semana do semestre. Última porque cinco cadeiras acabaram. Quase, porque uma se mantém até quinta que vem, pelo menos.

De qualquer forma, meu aniversário está chegando e eu estou tendo idéias. Muitas idéias.

quinta-feira, junho 21, 2007

Nhaa

Estou calmo. As nuvens negras do final do semestre se dispersaram, abrindo lindos fachos de luz solar. Essa semana está bem próxima do que eu poderia considerar dias ideais. Falta muito, é claro, mas esse muito parece pouco quando estou feliz. Consigo enxergar o futuro com uma clareza contente nesses dias.
É bom estar desse jeito.

Estive e ainda estou com idéias para escrever na cabeça. Ainda não tomaram coragem, essas idéias, de caírem no papel, mas estão próximas disso. Sinto que minha habilidade com as letras está voltando a ser o que um dia foi, acrescida da experiência do tempo que passou treinando.
Evolução.
Tenho certeza de que hoje sou melhor do que eu era ontem. Infinitamente superior ao que eu fui anos atrás. Não vale a pena fazer uma comparação em relação a outras pessoas: ainda existem muitas montanhas altas demais para sequer enxergar o topo. Ainda assim vale a pena seguir escalando ^^

E o melhor de tudo: acompanhado.

quarta-feira, junho 13, 2007

Best ever

Vale-presente da Cultura
Coração de chocolate
Final de semana inesquecível

e a semana continua :oD

segunda-feira, junho 11, 2007

Coisas de olho

Ontem deite-me era 0h47.
Aproximadamente 1h59 eu conferi o horário, pois já estava cansado de não conseguir dormir. Por um longo tempo passei apenas escutando a televisão, as músicas vindas do escritório, o no breacker (ou seja lá como se escreve, meu inglês tá fraco) do meu PC silenciar, a chuva de vez em quando. Depois, e em intervalos entre a percepção dos sons, pensei. Pensei, pensei, pensei.
O primeiro tópico dos pensamentos da noite foi uma projeção de futuro. Estava (obviamente, ainda estou) preocupado com os rumos que a vida está tomando, os caminhos que o rio está tomando, a velocidade do barco e outras tantas metáforas. Cursos, idiomas, informação, leituras. Prometi para mim mesmo não me perder em promessas. Já outras vezes havia feito o compromisso de me esforçar mais, de ler, de estudar, de me informar. Nada disso adianta até que eu esteja realmente preparado para cumprir o que me proponho. Não serão juramentos de pé de cama que me farão uma pessoa melhor.
A maior parte da pré-noite foi dedicada ao passado. Mais precisamente aos eventos do início do ano passado, que são fundamentais para a construção do *eu* atual. Sim, sim, todo acontecimento interfere em quem nós somos e altera quem nós fomos. Deixado esse peixe de lado (*nota do tradutor: peixe, para o autor, é o prêmio dado àqueles que dizem as maiores obviedades), consideremos os eventos do início de 2006 como particularmente fortes. Imaginemos uma represa, onde a água vai subindo, subindo, subindo de um lado, enquanto outro apenas seca. Um dia surge uma rachadura. N'outro, um pequeno buraquinho por onde nem bem passa água. Outro ainda alarga esse buraco, o suficiente para o líquido passar, mas nada significativo. Então, um dia, a barragem rompe e a água flui com toda a força acumulada pelo tempo. Mais ou menos isso.
Lembrei de algumas pessoas que tiveram importante papel nesse processo, situações que eu não vivi e que também tiveram seu peso. O pouco que eu fiz ou deixei acontecer e que, obviamente, teve sua parte. Quase fiz mais promessas, mas me contive a tempo.

******

Amizade é uma coisa engraçada. Não acho que exista uma Lei Fundamental que a explique, uma regra que possa qualificar ou mensurar o que ela significa. Ainda assim geralmente temos tanto a falar sobre ela, muitas coisas a teorizar, a exemplificar, etc.
Eu olho e gamo. É assim que funciona comigo, se eu visualizar a pessoa e sentir que posso confiar, a minha amizade e confiança serão da pessoa até que essa sensação mude. Não sou racional nesses processos, abdico da presença de criaturas desagradáveis sem pensar duas vezes.
Não sou, contudo, mal educado. Simplesmente evito o contato com quem desgosto. Não procuro, não pergunto, não me interesso nem dou bola. Espero dessas criaturas que compreendam meu desinteresse e caiam fora da minha vidinha pacata ^^. O que, claro, é complicado. Trato de modo quase-semelhante meus amigos, posto que dificilmente os procuro exceto por meios convenientes (exemplo: internet em conversas online). Sou muito pouco prático para a criação de encontros e a manutenção de relações, mas os momentos destinados às pessoas que gosto são de dedicação quase exclusiva.
Eu me entrego a quem eu gosto e afasto quem eu não gosto.
A maneira mais simples de saber isso é perguntando. Eu respondo perguntas, sempre (lá foi um peixe pra mim). A diferença está se eu responderei diretamente, o que considero um ato de confiança, ou se tergiversarei e enganarei o interlocutor com voltas e floreios.

Então, fica a pergunta: por quê, se quer saber, não me pergunta?

quarta-feira, junho 06, 2007

Iou iou

Cá estamos em mais uma tarde de liberdade total de ação: nada pra fazer no trabalho. Não acho particularmente divertido esse tempo, uma vez que me sinto constrangido demais pra puxar um livro e ler e acabo gastando minhas tardes na internet sem encontrar absolutamente nada novo.
Fora isso, hoje é um dia absolutamente normal. Estou cansado, é uma quarta, chegarei em casa cedo e dormirei até não poder mais, leia-se quando tiver que levantar para ir para minha aula da noite, então chegarei em casa e dormirei novamente, desta vez até quando eu conseguir. Quinta é feriado, adorado feriado, poderei aproveitá-lo com todas as vantagens de um dia de liberdades ^^

É isso aí, deixo meu recado e saio de fininho... a frase da vez fica sendo "não estou aqui para criar gatinhos, mas sim tigres". Meu professor disse que um antigo mestre dele falou isso em aula. Achei fantástico, simplesmente. Se formos pensar, faz todo sentido. Podemos aprender a simplesmente beber nosso leitinho, ou podemos caçar aquilo que realmente queremnos. Nham.

segunda-feira, junho 04, 2007

Visões de mundinho

Ontem dei-me conta de uma pequena questão. Estava a falar sobre o mundo virtual e as vantagens e desvantagens do MSN na vida de uma pessoa. Claro problema é o vício, a necessidade de ficar na frente do computador o tempo inteiro, que condiciona (a mim, pelo menos) a uma não realização de outras tarefas. O ponto positivo fica para a aproximação de pessoas d'outras formas distantes pelos tantos compromissos e acontecimentos em horários desconexos.
Sobre essa aproximação, porém, eu tenho alguns detalhes a comentar. Notei que a imagem mental que eu tenho de uma pessoa não leva em consideração aquilo que com ela "vivi" através da internet. São duas percepções distintas, a real e a virtual. O olhar é dotado de um poder magnífico, pois apreende diversas características que poderiam facilmente passar ignoradas – algumas passam sem lembrança, mas não sem uma pequena fagulha de referência mental para análises futuras. Essa característica própria do olhar de captar elementos tão diversos, complementares ou não, nos permite gerar uma imagem mental da pessoa física. Não ignoremos a audição, o olfato e o tato, talvez até o paladar, já que são sentidos que nos ajudam a atribuir (adivinhem) sentidos. A visão, porém, vale aqui como caráter ilustrativo ou alegórico.
Eis que o mundo virtual. Fotos, palavras, algumas vezes sons e imagens. Ainda assim, é uma percepção fragmentada de um todo, uma análise de uma parte que é apenas a ativa. Boa parte da linguagem passiva, ou seja, a não intencional, é perdida. Podemos considerar que webcams permitem essa apreciação, mas discordo, posto que os dois não estão participando do mesmo espaço, não estão interagindo com os mesmos elementos: a percepção não é completa. Conversas por chats, MSN, ICQ e e-mail são ainda mais ilustrativas nessa discussão, já que ali está apenas o que se deseja escrever. Nossas paradas, hesitações, dúvidas e questionamentos pessoais não são visíveis. As nossas reações são protegidas por uma tela. Temos, então, a criação de uma identidade virtual.
As duas são fundamentalmente diferentes por algumas questões que já beiram o senso comum, ao menos o daquelas pessoas que têm contato com a existência da internet. Por trás de um computador podemos esconder nossa timidez e mesmo nossos medos de que as coisas dêem errado. Estamos seguros contra a reação das pessoas, pois não a enxergamos, só imaginamos e acreditamos no que a outra pessoa nos diz (escreve).
Acontece de tempos em tempos das duas identidades serem confrontadas. A frequência com que isso acontece também altera a percepção que temos das pessoas. Alguém que muito pouco encontramos pessoalmente terá sua personalidade enxergada muito mais pelas suas considerações virtuais, ou seja, seremos influenciados bastante pelo que a pessoa diz ou acredita que é, e menos pelas nossas próprias leituras sobre a pessoa. Nossas análises serão baseadas não na pessoa puramente, mas sim nas ações dela.
Alguém que encontramos bastante pessoalmente, por outro lado, terá o virtual como uma ferramenta de auxílio e de aumento de interação social. Complicado, algumas vezes, considerarmos algumas das coisas que vemos pela internet e acreditarmos que são reais. Imagino que há uma tendência a duvidarmos daquilo que estranhamos justamente por acharmos que conhecemos.

Aprofundarei-me hora dessas.


xxxxxx


Ontem foi um dia de muitas considerações. Eu estava particularmente de bem com a vida, colocada a perspectiva de que um futuro mais interessante do que o que eu esperava estava surgindo. Mais feliz, também. Nessas idas e voltas de humor é que acontecem minhas maiores reflexões, bem como as trago aqui para vocês admiráveis leitores.
Sempre tive certo receio de contar ao mundo quem sou e o que já fiz por achar que sou ou fiz pouco. Trata-se de uma insegurança boba e que em qualquer pessoa eu apontaria como desnecessária para uma vida feliz. Não em mim, obviamente, pq eu não consigo apontar pra mim mesmo com tanta facilidade ^^.
Então percebi, refletindo, algo sobre a formação da experiência de uma pessoa. A história de alguém não vem apenas daquilo que ela viveu, experimentou, etc. Trata-se de uma soma de tudo aquilo que não foi vivido, também. Somos o que somos porque vivemos determinadas experiências e não fomos afetados por outras que, obviamente, não tivemos.
Sei que parece um pensamento bobo, e talvez até o seja, mas eu nunca havia considerado que aquilo que eu deixava de lado também influenciava quem eu me tornei.
Fico feliz em perceber, portanto, que todas as dores por me achar distante do mundo e das experiências do mundo significaram algo que quem esteve próximo e participante jamais terá. É fantástico pensar que mesmo a ausência nos seja tão significativamente educativa.
(o que não dispensa o fato de hoje eu prefirir muito mais o sim do que o não)

domingo, junho 03, 2007

Hoje

Quero todas as minhas tardes de domingo como a de hoje. Feliz.
Melhor que isso, só uma tarde como a de hoje + liberdade.

sexta-feira, junho 01, 2007

Assim assim

Olhos ardendo, coração apertado.
É, galerinha do mal, a coisa não tá muito boa não. Há alguns dias já que eu to triste, confuso, magoado e cansado. Quando eu acho que tudo vai se acertar, zap! passam uma rasteira e vou ao chão de novo. Hoje não terei a possibilidade de me enterrar no trabalho, já que ele está todo feitinho, quase.
Eu quero um sábado de sol sem preocupações, sem medos. É, um pouco de ensimesmamento já me faria bem. Talvez seja o que eu realmente esteja precisando, não sei.

Enfim.
Eu amo.

quarta-feira, maio 30, 2007

Eu ando um pouquinho fora de mim. Estar "fora de mim" não significa nada lém de não estar conseguindo compreender meus próprios pensamentos... to numa fase meio questionadora, com ímpetos de duvidar de tudo, incluindo de mim mesmo.

Terei voltado pra adolescência?

domingo, maio 27, 2007

Atualizando

Nhai.
Meus dias têm sido felizes. Gosto dessa sensação de completude que vez ou outra me ergue o espírito. Ao mesmo tempo, porém, eu sinto falta de estar conquistando algo. Trata-se do eterno acúmulo de folhas de seda, não perceberei o dia em que tiver conquistado algo grande porque só será grande quando eu já o assim perceber.

Enfim, estou bem.
Embora domingos tenham efeitos amuantes sobre mim...

segunda-feira, maio 21, 2007

Ouvindo a cidade

Como é difícil para as pessoas definir qual é o som da sua cidade. Respeito a dificuldade, eu mesmo comecei a encarar essa dificuldade frente ao trabalho experimental para rádio que estou fazendo. Eu e meu grupo estamos em busca de um mapeamento do som da cidade através dos olhos de quem mora nela.
Trânsito. Buzinas. Loucura. Gritos. Ônibus. Música alta. Por que todos os sons que chegam mais facilmente à mente das pessoas são os mais exaustivos, os mais dolorosos de serem acompanhados? Os mais caóticos, até?
Pássaros, um avião passando acima do parque num domingo de manhã, MPB, o vento.

O som está aí.
Imagino que da mesma forma que naturalizamos os impactos visuais, que enxergamos o todo e não as partes que o compõe, assim fazemos com o que é sonoro. Um barulho alto só nos choca enquanto estamos atentos a ele: nossa tendência é deixá-lo de lado tão logo nossa atenção seja capturada por algo mais momentâneo.
A luz forte do sol, entretanto, continua nos machucando. E não deixamos de senti-la nos incomodar, o que é importante de ser dito.

Estamos mais acostumados a depender da visão do que da audição.
Parece-nos incrível pensar que uma pessoa seja capaz de se localizar apenas através dos barulhos e silêncios que nos cercam. É possível. Complicado para nós que vivemos imersos no mundo visual.
Considero um desafio parar e escutar, representar o mundo através dos seus sons. Agora mesmo percebo o bater as bandejas do RU, o plac-plac das teclas pressionadas pelos meus dedos, vozes de conversas distantes, passos se aproximando, a cadeira chiando por ter sido movida, uma moto indo para longe, as rodas no asfalto, mais vozes, computadores ligados, coolers funcionando.
Não posso convidá-los a ouvir o mundo, posto que ainda não estou preparado para tanto. Lembro, porém, de quando meditei numa oficina do Forum Mundial Social (o último que tivemos aqui em Porto Alegre, início de 2005, se bem lembro). Olhos fechados, uma voz nos guiando, o não-silêncio lado a lado com o não-ruído. Percebendo tudo e ao mesmo tempo não se prendendo em nada foi possível ter uma leve compreensão de tudo que deixamos de lado a cada milésimo de segundo.

O mundo é fantástico.

sábado, maio 19, 2007

Pessoas

Para a discussão de hoje precisamos entender alguns conceitos básicos.

Primeiro, PESSOA. Consideremos um indivíduo qualquer, de preferência pensante. Suas idéias e reflexões são diferentes das outras pessoas, posto que sua história de vida e suas relações com outras pessoas nunca poderão ser totalmente iguais às de qualquer outra pessoa.
Agora, trabalhemos RELACIONAMENTO. Quando duas pessoas se envolvem de alguma forma (seja por trabalho, amor ou amizade), elas têm um relacionamento. Compreendemos, então, que o número em questão é dois (ou mais), não apenas um.

Uma pessoa tem os seus conceitos. Outra pessoa tem outros conceitos. Essas duas pessoas juntas, num namoro, terão os mesmos conceitos? Acertou quem disse "não". É justamente essa diferença conceitual que causa brigas, pois se ambos vissem tudo da mesma forma seriam reflexos, não pessoas.
Então chegamos ao ponto do dia (da noite, no caso): de nada vale um relacionamento quando as duas pessoas envolvidas não estão dispostas a serem mais do que duas pessoas dividindo seus corpos. Amor, sexo, beijo, nada disso se sustenta sozinho, se a idéia for um relacionamento sério e companheiro.
As pessoas precisam estar dispostas a abandonar o Ego, ou deixá-lo de lado um pouco. Reconhecer na visão do outro o que é importante e lembrar que, no trato interpessoal, não só o que é importante para si que tem significado, mas também o que significa para o outro e o que o outro acha que está significando.

Metáfora básica da psicologia: um relacionamento nunca é a dois, mas sim a quatro. Usemos exemplo de marido e mulher. Na relação temos ele, o que ela acha que ele é, ela e o que ele acha que ela é.
Para os mais aptos à abstração, o exemplo basta ^^

sexta-feira, maio 18, 2007

Ingenuidade

Raposa no ônibus, voltando pra casa depois da aula de Direito, conversando sobre saúde:
– Eu sou tripolar. Alterno direto entre euforia, apatia e irritação.
– Verdade?

...

...

...

É, pessoas.
Poderia ter sido uma ironia, e nesse caso eu estaria fazendo um papel de idiota aqui. Talvez eu esteja, mas creio que não é o momento. Infelizmente, eu diria. Será que existe um complexo de tripolaridade? Ou a criatura realmente achou que eu estava falando de um desvio de personalidade por ele desconhecido?
Sabem, nem estranho tanto que ele aceite tão facilmente, agora que penso melhor... Quem de nós sabe todos os males que podem atingir os seres humanos? Como eu poderia desejar que ele soubesse, então, metade dos que afetam raposas?


xxxx

Hoje peguei para minha irmã-raposa os materiais na gráfica para serem apresentados amanhã. Eu ainda não tinha pensado no que isso significa, entretanto... Daqui do trabalho não tenho meu destino certo, ou vou pra aula, ou vou pra noite.
Estou imaginando que legal será eu dançando com alguns cartazes debaixo do braço, mas tuuuudo bem ^^
(na verdade não estou pensando realmente em sair pra dançar, mas sim para curtir uma preciosíssima companhia, o que vale muito mais)


*****

Nhai
To feliz.
Muito feliz.
Felizão assim \ o /

La li hoo

quinta-feira, maio 17, 2007

Raposa

Essa é a história que devem se lembrar, pois daí surge a Raposa, aí ela ensina ao Pequeno Príncipe as maiores verdades que o mundo pode precisar. Achei num site, não é a melhor tradução possível, mas tá bem bonitinho... um dia encontrarei em francês e terei os segredos da raposa em francês para ilustrar meu MSN :oD

Por enquanto, divirtam-se com a história mais bonita do Pequeno Príncipe.

XXI

E foi então que apareceu a raposa:

- Boa dia, disse a raposa.

- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada.

- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...

- Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita...

- Sou uma raposa, disse a raposa.

- Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste...

- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. não me cativaram ainda.

- Ah! desculpa, disse o principezinho.

Após uma reflexão, acrescentou:

- Que quer dizer "cativar"?

- Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?

- Procuro os homens, disse o principezinho. Que quer dizer "cativar"?

- Os homens, disse a raposa, têm fuzis e caçam. É bem incômodo! Criam galinhas também. É a única coisa interessante que fazem. Tu procuras galinhas?

- Não, disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer "cativar"?

- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços..."

- Criar laços?

- Exatamente, disse a raposa. Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...

- Começo a compreender, disse o principezinho. Existe uma flor... eu creio que ela me cativou...

- É possível, disse a raposa. Vê-se tanta coisa na Terra...

- Oh! não foi na Terra, disse o principezinho.

A raposa pareceu intrigada:

- Num outro planeta?

- Sim.

- Há caçadores nesse planeta?

- Não.

- Que bom! E galinhas?

- Também não.

- Nada é perfeito, suspirou a raposa.

Mas a raposa voltou à sua idéia.

- Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens se parecem também. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra.

O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...

A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:

- Por favor... cativa-me! disse ela.

- Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.

- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer alguma coisa. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!

- Que é preciso fazer? perguntou o principezinho.

- É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto...

No dia seguinte o principezinho voltou.

- Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração... É preciso ritos.

- Que é um rito? perguntou o principezinho.

- É uma coisa muito esquecida também, disse a raposa. É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas. Os meus caçadores, por exemplo, possuem um rito. Dançam na quinta-feira com as moças da aldeia. A quinta-feira então é o dia maravilhoso! Vou passear até a vinha. Se os caçadores dançassem qualquer dia, os dias seriam todos iguais, e eu não teria férias!

Assim o principezinho cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:

- Ah! Eu vou chorar.

- A culpa é tua, disse o principezinho, eu não queria te fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse...

- Quis, disse a raposa.

- Mas tu vais chorar! disse o principezinho.

- Vou, disse a raposa.

- Então, não sais lucrando nada!

- Eu lucro, disse a raposa, por causa da cor do trigo.

Depois ela acrescentou:

- Vai rever as rosas. Tu compreenderás que a tua é a única no mundo. Tu voltarás para me dizer adeus, e eu te farei presente de um segredo.

Foi o principezinho rever as rosas:

- Vós não sois absolutamente iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos cativou, nem cativastes a ninguém. Sois como era a minha raposa. Era uma raposa igual a cem mil outras. Mas eu fiz dela um amigo. Ela á agora única no mundo.

E as rosas estavam desapontadas.

- Sois belas, mas vazias, disse ele ainda. Não se pode morrer por vós. Minha rosa, sem dúvida um transeunte qualquer pensaria que se parece convosco. Ela sozinha é, porém, mais importante que vós todas, pois foi a ela que eu reguei. Foi a ela que pus sob a redoma. Foi a ela que abriguei com o pára-vento. Foi dela que eu matei as larvas (exceto duas ou três por causa das borboletas). Foi a ela que eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. É a minha rosa.

E voltou, então, à raposa:

- Adeus, disse ele...

- Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.

- O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.

- Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante.

- Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.

- Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa...

- Eu sou responsável pela minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.

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