segunda-feira, junho 11, 2007

Coisas de olho

Ontem deite-me era 0h47.
Aproximadamente 1h59 eu conferi o horário, pois já estava cansado de não conseguir dormir. Por um longo tempo passei apenas escutando a televisão, as músicas vindas do escritório, o no breacker (ou seja lá como se escreve, meu inglês tá fraco) do meu PC silenciar, a chuva de vez em quando. Depois, e em intervalos entre a percepção dos sons, pensei. Pensei, pensei, pensei.
O primeiro tópico dos pensamentos da noite foi uma projeção de futuro. Estava (obviamente, ainda estou) preocupado com os rumos que a vida está tomando, os caminhos que o rio está tomando, a velocidade do barco e outras tantas metáforas. Cursos, idiomas, informação, leituras. Prometi para mim mesmo não me perder em promessas. Já outras vezes havia feito o compromisso de me esforçar mais, de ler, de estudar, de me informar. Nada disso adianta até que eu esteja realmente preparado para cumprir o que me proponho. Não serão juramentos de pé de cama que me farão uma pessoa melhor.
A maior parte da pré-noite foi dedicada ao passado. Mais precisamente aos eventos do início do ano passado, que são fundamentais para a construção do *eu* atual. Sim, sim, todo acontecimento interfere em quem nós somos e altera quem nós fomos. Deixado esse peixe de lado (*nota do tradutor: peixe, para o autor, é o prêmio dado àqueles que dizem as maiores obviedades), consideremos os eventos do início de 2006 como particularmente fortes. Imaginemos uma represa, onde a água vai subindo, subindo, subindo de um lado, enquanto outro apenas seca. Um dia surge uma rachadura. N'outro, um pequeno buraquinho por onde nem bem passa água. Outro ainda alarga esse buraco, o suficiente para o líquido passar, mas nada significativo. Então, um dia, a barragem rompe e a água flui com toda a força acumulada pelo tempo. Mais ou menos isso.
Lembrei de algumas pessoas que tiveram importante papel nesse processo, situações que eu não vivi e que também tiveram seu peso. O pouco que eu fiz ou deixei acontecer e que, obviamente, teve sua parte. Quase fiz mais promessas, mas me contive a tempo.

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Amizade é uma coisa engraçada. Não acho que exista uma Lei Fundamental que a explique, uma regra que possa qualificar ou mensurar o que ela significa. Ainda assim geralmente temos tanto a falar sobre ela, muitas coisas a teorizar, a exemplificar, etc.
Eu olho e gamo. É assim que funciona comigo, se eu visualizar a pessoa e sentir que posso confiar, a minha amizade e confiança serão da pessoa até que essa sensação mude. Não sou racional nesses processos, abdico da presença de criaturas desagradáveis sem pensar duas vezes.
Não sou, contudo, mal educado. Simplesmente evito o contato com quem desgosto. Não procuro, não pergunto, não me interesso nem dou bola. Espero dessas criaturas que compreendam meu desinteresse e caiam fora da minha vidinha pacata ^^. O que, claro, é complicado. Trato de modo quase-semelhante meus amigos, posto que dificilmente os procuro exceto por meios convenientes (exemplo: internet em conversas online). Sou muito pouco prático para a criação de encontros e a manutenção de relações, mas os momentos destinados às pessoas que gosto são de dedicação quase exclusiva.
Eu me entrego a quem eu gosto e afasto quem eu não gosto.
A maneira mais simples de saber isso é perguntando. Eu respondo perguntas, sempre (lá foi um peixe pra mim). A diferença está se eu responderei diretamente, o que considero um ato de confiança, ou se tergiversarei e enganarei o interlocutor com voltas e floreios.

Então, fica a pergunta: por quê, se quer saber, não me pergunta?

Um comentário:

Maria Clara Spies disse...

Afinal, qual era o problema de minhas meias?

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