quinta-feira, dezembro 31, 2009

Last 3 hours

Então é isso, o ano está acabando de verdade. Dentro de três horas estaremos em 2010.


O que eu preciso para que os dias solitários do ano seguinte não sejam uma repetição dos deste, horas jogado em casa esperando alguma coisa acontecer. And once again nothing happens. Talvez seja um aviso divino, um meio de contato da criatura que narra esta história: Tales, não seja burro, não há nada aí.

Ainda assim eu sigo esperando. Esperar: eis um verbo que eu deveria eliminar do meu vocabulário.

Tudo bem. Irei ao Gasômetro encontrar meus amigos, curtir uns fogos, talvez depois ir a uma festa beber até cair. Junkie life it is.


xxxx

Ahn, meu tio me ligou e falou algo sobre como é importante cuidar da saúde. Bem aleatório, mas me deixou pensando. Estou hoje pesando menos do que nos últimos cinco ou seis anos, se bem consultei as balanças nesse período. Talvez esteja na hora de visitar um médico.
Ahn, ano que vem eu faço isso.

Last 5 hours

Tales e a síndrome do não ter o que fazer

Last hours

O plot do último capítulo da temporada está se definindo. A grande questão gira em torno de ser deixado de lado. Eu tenho alternativas, já, e muito boas. Já não é uma questão do que eu queria, está se tornando o que eu quero.

(adoro escrever e parecer que estou no controle)

Construindo 2010

Acabou o período mimimi do dia. Vamos pensar o que virá para 2010.

Goiânia
O mais óbvio primeiro. Vou para uma cidade nova, e minha missão dos primeiros meses será me virar sem a bolsa do mestrado. Não é fato, ainda, mas tenho quase certeza que não terei auxílio financeiro institucional, ao menos no início. Talvez no segundo ano. Arranjarei um emprego, talvez dois, quem sabe trinta. Freelance, tudo o que for necessário para pagar aluguel, comida, festa e estudo. Minhas aulas serão de tarde, o que deve dificultar um pouco a minha vida.
Esse será um tipo de desafio bem diferente do que estou acostumado. Porto Alegre sempre foi "casa da mamãe", a segurança de poder falhar e ter pra onde voltar no fim do dia, receber um abraço e lalala. A partir de março acabou essa segurança, a vida real vai começar a pegar. O tal do cachorro preto da criatividade correndo atrás de mim.

Junkie life
Não vou parar. Decidi agora que a "adolescência" tem que continuar. Não faz sentido começar um processo de mudança e pará-lo só porque a vida ficou difícil. Irei em festas, conhecerei pessoas, me manterei aberto ao mundo. O "sim para tudo" já não persiste, mas o "sim para o novo" vai se manter. Junto com ele, o "sim para tudo que pode ser bom". Isso significa que vou continuar deitando tarde, saindo com pessoas, bebendo tequila, dançando ao som de músicas animadas, entre outras coisas.

Mestrado
Obviamente, terei estudos sérios a fazer. Como me sinto um incompetente, vou me jogar nos livros e absorver tudo que eles puderem me dar. Também os professores ouvirão falar muito de mim. Não gosto da idéia de ser o décimo terceiro. Acho que já passei da fase de me sentir mal porque existem pessoas melhor preparadas que eu; agora já posso entrar na fase em que me preparo melhor.

Amigos
Não quero perder o que conquistei em 2009, o que reforcei. Seja por e-mail, ou telefone, ou carta, manterei contato com as pessoas que gosto. Se um dia eu mudar e não mais querer isso, talvez essas palavras me façam lembrar o valor deles para mim. São pessoas que acompanharam meu crescimento, minha construção. São pessoas que eu quero que sejam felizes :o)

Me posicionar
Não sei o que mais dizer. Eu quero melhorar, como pessoa. Aprender a sair do que não me agrada. Ser mais egoísta, então que estarei sozinho no mundo. Acho que esse será o aprendizado mais difícil, mas também mais importante. Escolher o que eu quero, quando e como. Chega de depender das escolhas dos outros, de "ah, pode ser".
Não gostei, levantei e saí. Um dia isso será realidade. Tomara que seja um dia em 2010 :o)

Recados que me fazem sorrir

fuckin' want to talk to you. i miss you, you know? i really do. anyway... talk to ya? (L) :*
Eu não estava esperando, sabe? Achava que ele ia ficar na praia, aproveitando a vida. E sem drama mesmo, pra mim felicidade é ver os que eu gosto felizes. Mas aconteceu o seguinte, estou sozinho na virada do ano, e acabou que combinamos de passar juntos. Esses dias ele me ligou falando da praia e eu recusei, porque seria sacanagem com minha mãe, que foi pra praia, queria minha companhia e mesmo assim estou aqui, além de haver dois ratinhos aqui que precisam comer. Eu falei, reforcei, que tudo bem ele ficar lá e passar lá, que pra mim o importante era que ele pudesse se divertir e tal.

Aí hoje mandei uma mensagem pra ele perguntando sobre a praia, se ele estava em Porto Alegre, enfim, iniciei os planejamentos para minha meia-noite. Ele disse que estava voltando pra cá e tal, o que já me fez um pouco feliz. Fiquei longe da internet desde o início da tarde, então perdi essa mensagem dele no orkut, que colei. Abatido como eu estava, super feliz eu fiquei. Uma coisa simples, um lembrete simples.

Que só me faz reafirmar: façam os outros felizes.

Música do dia

I could hold your beautiful hands
...
...
...
but it is all over, it's all over...

Last 12 hours of 2009

Eu pretendia fazer um countdown bem longo, várias postagens comentando os acontecimentos e tal. Bem, ocorreu que algumas coisas se aceleraram e acabei não tendo tempo para usar a internet.

Hipoteticamente, meu ano está completo. Fiz tudo que havia me proposto a fazer. Experimentei tudo que queria. Amizades, sexo, drogas, a maior parte das coisas que sempre tive curiosidade. Algumas são experiências a serem repetidas, outras a serem modificadas, algumas poucas a serem descartadas.

Este foi um ano que amei. Não apenas os acontecimentos, mas também algumas pessoas. Não odiei ninguém, posso dizer que há anos não sinto algo verdadeiramente ruim por alguém. Conheci pessoas maravilhosas que em poucos dias já estavam super íntimas, outras não tão maravilhosas nem tão rápidas. Algumas pessoas foram instantâneas, confusas, apaixonadas, apaixonantes, loucas, reguladas.
Vivi com meus amigos, saí para encontrá-los, encontrei-os para sair. Não sei se disse "eu te amo" o suficiente para todas as pessoas que mereciam ouvir essas palavras todos os dias de suas vidas.

Termino o ano exatamente como o iniciei: sozinho. Isso é, muito, uma escolha. Eu poderia estar em algum lugar parado, mas escolhi não parar jamais. Porém hoje não sei se consigo lidar com esse sentimento de solidão. Enquanto mantinha o Effy's style tudo funcionava perfeitamente. Why botter caring about people? Porém, agora que reaprendi a sentir, preciso aprender a lidar com isso. É meio que um turbilhão, muita coisa represada.
Talvez eu guarde tudo outra vez.

Está chegando a hora de planejar 2010. Prometi para mim, como resolução ainda de 2009, que só pensaria no próximo ano quando ele chegasse. Bolsa, emprego, estudos, tudo isso guardado para começara ser pensado amanhã. Como irei me relacionar com as pessoas, o quanto mostrarei de mim, que tipo de festa farei.
Hoje concluí alguns discursos que alterarei. Embora eu não pense em deixar de ser uma pessoa de sexualidade livre e fácil, não divulgarei isso aos quatro ventos. É uma questão de respeito: já me foram apontados dedos com relação a quem eu sou ou ao que faço, e odiei a sensação.


Acho que, no fim, tudo se resume ao medo de ser deixado de lado, de não ser protagonista.


Desculpem, meu punhadinho de leitores, pela verborragia. Estou chateado com os acontecimentos das últimas horas que, embora potencialmente prazerosos, ficaram muito aquém do esperado. Não acredito que houvesse muito que eu pudesse fazer para alterar isso, depois de iniciado o processo. Era meia-boca ou nada, mas eu não tinha me dado conta do que aconteceria. No fundo, mantive minha estúpida crença de que as pessoas pensam como eu.
Não é verdade, nunca é verdade. Ninguém pensa como eu. Quem pensa, enlouquece.
OK, não sejamos idiotas. Óbvio que tem gente que acompanha meu raciocínio, que entende as coisas como eu e tudo mais. Mas onde estão essas pessoas? Eu queria uma delas aqui, me oferecendo um abraço. Simples assim. Um abraço verdadeiro, sabe? Daqueles que aquecem não só o corpo, mas também o espírito.

Nossa, não consigo parar de escrever. Acho que é tanta coisa na cabeça, tanto assunto que sinto precisar encriptar para falar a respeito.
Eu fui transparente ontem e hoje. Odeio ser transparente. O que é ridículo da minha parte, se passei meses treinando para transparecer meus pensamentos. Agora que não estou na caverna, quero voltar. Que diacho de contradição é essa?

Eu realmente entendo a necessidade que as pessoas têm de serem amadas. Compartilho, evidentemente. Puxa vida, olhem pra mim, sou uma criança sedenta de atenção. Ora, vejam o tamanho deste post.

O ano está acabando. As questões dele, não. Novas questões virão para a próxima temporada. Novos desafios, também. Se tudo correr como espero, ainda faço uma lista de desejos para 2010 antes que o ano comece. Se não correr como espero, não pensem mal de mim, é provável que o dia tenha superado minhas expectativas, então.

^^

quarta-feira, dezembro 30, 2009

Last 48 hours

Can you feel it? It's the year saying good bye.
Ontem, meia-noite e oito, olhei para o relógio e pensei "oh uau, menos de 48 horas para que 2009 se encerre".

Ainda não sei o que farei na virada. Estou um pouco perdido, já que todos meus amigos têm compromissos com suas famílias ou amigos. Eis o lado ruim de não possuir um grupo de amigos fechado e consistente. Transitar por vários círculos termina por não me prender o suficiente a nenhum deles, portanto festas importantes como a virada do ano tendem a não me considerar como integrante. Note-se: não é uma reclamação, é uma escolha. Talvez a partir de 2010 eu escolha diferente, mas por enquanto não posso.

A princípio passarei aqui na cidade com o moço que tem movimentado meus dias nos últimos dois meses. Será um fim de temporada adequado, com um abraço carinhoso e comemorativo, em nome às dificuldades que o semestre apresentou. Ele sabe como me sinto nessa coisa de ir embora, abandonar uma cidade e começar a vida em outra, pois já passou por isso. Porém em muitos aspectos ele não me entende, assim como muitas pessoas têm dificuldade em entender. Sei porque isso acontece, eu transito entre tantos espaços, na esperança de nunca estar fixo em algum espaço. Isso me protege ser convencional. Infelizmente também me prejudica na medida em que ninguém sabe, realmente, o que eu gosto.

Minto. Pessoas sabem. Alguns enxergam através de toda essa onda de desvios e estratagemas. Meio Amélie Poulain, que muda a vida de todo mundo, mas não sabe quem corrigirá a sua própria. Estratagemas. Bah! Nem sei exatamente a razão de ter puxado essa referência, foi uma coisa meio fluxo de consciência. Útil, embora estranho.


Preciso pensar nas resoluções para 2010. Nunca fui de fazer isso, mas o sucesso dos meus planos para 2009 me mostrou que ter objetivos é algo que pode funcionar. Não preciso dominar o mundo em um ano, mas posso mudar o meu inteirinho. Oh uau, estou apaixonado pela vida!

terça-feira, dezembro 29, 2009

Músicas do momento + curando preconceitos

Estou embalado por algumas músicas brasileiras desde a última quarta-feira. Capital Inicial, Engenheiros do Hawaii, Nenhum de Nós, Raul Seixas. Nenhuma novidade, não descobri agora, mas o contato com um mocinho legal me fez resolver voltar a elas. E oh uau, como estou contente de estar fazendo isso.

Se duvidar até perco meu preconceito com Los Hermanos. É que durante muito tempo essa banda foi sinônimo de pseudo-intelectual, o tipo de pessoa que realmente me cansa. A mesma coisa com o Beco, que eu acreditava conhecer todos os frequentadores, uma vez que me formei em Comunicação. E ok, não estava completamente errado, o estereótipo é realmente o que eu esperava, mas poderia ser pior.

Isso tudo me leva a reafirmar: preconceito se quebra com conhecimento, com experiência, com influência, com saber-que-existe. "Ai, é gay, é errado". Não, não é, veja seu melhor amigo, ele é gay e tu nem sabia. Ohn, que mágico, ele continua sendo a mesma pessoa, só que sai com homens ao invés de mulheres. Quanto mais a gente conhece, menos a gente discrimina, mais entendemos que é normal ser diferente. Esse tem sido meu lema, e me puxo as orelhas sempre que noto que estou sendo preconceituoso.
OK, um adendo: uma coisa é ter preconceitos, outra é se deixar roubar por um cara mal encarado. Digamos que o que vale não é a inexistência de preconceitos, o que é humanamente impossível, aliás, mas sim a predisposição para destruí-los e reconstruí-los sempre que possível. Tentemos.

Amanhã

A expectativa está um pouquinho grande. Se tudo der certo, 2009 fecha com todos os projetos concluídos. Se tudo der certo, acreditarei que 2010 será um sucesso. Iei!

Tranquilidade

Estava pensando agora enquanto lavava a louça: 2009 foi, para mim, uma espécie de adolescência. Dentro da minha confusão de não ter existido antes de 2006, os primeiros passos da descoberta de um mundo (não novo, simplesmente um mundo) aconteceram ao longo dos primeiros três anos. Porém a novidade, a rebeldia, a reinvenção, tudo isso aconteceu somente neste ano.

Primeiro é importante esclarecer: entre 2006 e 2008 eu vivi muita coisa fabulosa. Eu construí muita coisa nesse período, que em 2009 vim a reafirmar ou a reformar.

De novo à adolescência. No início de 2009 foi o período de confusão, de começar a experimentar e descobrir que algumas coisas diferentes não machucam. Brincando de Effy da terceira temporada (Skins), me fechei e não deixei muita gente chegar perto de mim. Quando eu começava a esboçar qualquer tipo de interesse, fugia. Fiz isso com algumas pessoas que poderiam ter me acrescentado muito mais do que acrescentaram. Pessoas que poderiam ganhar infinitamente mais de mim. Paciência, não posso recuperar esse tempinho ingênuo.

Depois foi a vez de me interessar pelas pessoas que não se interessam por mim. Problema típico, mas natural. Acho que hoje estou livre dessas frustrações. Doeu muito, muito mesmo, me dar conta de que algumas vezes preciso aceitar que meus desejos são simplesmente isso: desejos que, como tais, não têm obrigação de se realizar.

Agora acho que estou num novo momento, em que devo decidir se a vida adulta começa ou se continuarei nesse ritmo acelerado. É um ritmo muito bom, mas estagnado. É um ritmo que seria totalmente aceitável aos 15 anos, mas aos 23 ele já começa a ser inconsequente. E agora, o que escolherei?

segunda-feira, dezembro 28, 2009

Sobre amar

Eu estava matutando aqui o que significa amar alguém. Embalado pelos Titãs, acho que acredito na idéia de que "não existe o amor, apenas provas de amor". Amor é algo tão insubstancial, tão particular e impossível de dividir que nunca se pode ter certeza se se é amado simplesmente pelos nossos sentidos.

Porém, existem as provas de amor. O que são? Sacrifícios. Não é humanamente produtivo abrir mão do que queremos, pelo simples fato de que, se queremos, devemos ir atrás e ponto. É nosso, cai fora. Por outro lado, quando deixamos de fazer algo que pode nos trazer proveito em nome da felicidade de outra pessoa, isso é amar.

Uma mãe que deixa de dormir para cuidar do filho que chora com dor de ouvido; um pai que perde um dia de salário para ajudar o filho numa gincana da escola; um irmão que sangra para defender o caçula; um namorado que controla seu desejo de ficar com outras pessoas; um amigo que não lê um livro para conversar com um companheiro triste.

Essa visão do amor obviamente dificulta o platonismo romântico, a noção do namoro perfeito.
Hoje eu não quero um namoro perfeito, eu quero amizades que me completem. O sexo é um acréscimo, e se puder acontecer dentro das amizades, tanto melhor. Se não, dane-se, arranjo em outro lugar.


Eu amo meus amigos. Abro mão de coisas da minha vida para que possa vê-los sorrir. Não sei explicar a razão, e nem estou interessado. Sou feliz fazendo felizes os que gosto.

Cartas

Recebi hoje uma carta da Pri, que está viajando pelo Brasil desde o início do semestre. Ela é uma moça que em pouco tempo se tornou super minha amiga, o que claramente foi facilitado pelo nosso contato diário como colegas de trabalho. É a segunda carta que recebo dela. Ao todo, deve ser a sétima, nona, décima carta que recebo na vida, considerando as da minha ex-cunhada e as da minha mãe virtual, que mora em Cascavel. Saudade da Sami, por sinal.

Nunca tive o costume de retribuir as cartas, porém. Neste exato instante considero isso um problema. Um e-mail é super legal de receber quando vem de um amigo. Uma ligação, uau, maravilhosa. Uma visita, então, supimpa. E uma carta? Ai, que coisa fria, distante, antiga. Não. Por trás das palavras escritas numa carta está o esforço em utilizar a mão, a caneta e o papel para uma atividade hoje incomum. A intenção de iniciar algo físico, uma prova material de um cuidado para com alguém que gostamos. Não só as palavras são importantes, mas também o dobrar do papel, a escolha do envelope, o caminho até o correio, o pagamento dos selos e da postagem.
Também não é uma questão de preço. Uma ligação pode sair mais custosa que uma caixa despachada pelo sedex. Não importa.

Talvez seja preciosismo, mas a materialidade da tinta no papel é... fantástica. E fica ali, guardada, na gaveta, pra sempre que quisermos olhar. Além do mais, um livro chamado "E-mails de fulano" não teria tanta graça quanto "Cartas de sicrano". Já pensaram no Werther via e-mail? Emo do jeito que era, seria intragável. Blérg.

domingo, dezembro 27, 2009

Ser normal

Eu queria, de vez em quando. Outra hora falo mais sobre isso, agora tenho planos pra noite! Fui ^^

Ainda acreditam no amor?

Alguém pode me explicar como, depois de tanto estudo, as pessoas podem ainda acreditar no amor monogâmico, na relação fixa com uma única pessoa? Gente, uma pessoa não pode pertencer a outra, é simplesmente impossível, ao menos sentimentalmente.

Aí vem um e dispensa um encontro super legal porque se deu conta que não há esperança para relacionamentos a dois. Claro que há. Só que as criaturas não se dão conta do quanto têm que abrir mão para que esse tipo de relação funcione. Liberdade, desejo, descoberta. Tudo isso é reduzido. Se vale a pena? Depende do que cada um espera da vida. Pra mim, hoje, não vale. Pra mim, três anos atrás, valia completamente (tanto que valeu).


Eu costuma achar que felicidade era inversamente proporcional à inteligência. Um argumento válido, talvez, mas somente quando a inteligência não é suficiente para perceber a besteira que está sendo colocada. Ser feliz não é um estado permanente e intocável. Ser feliz é uma questão de momento, de acontecimentos fortuitos que se encaixam nas nossas expectativas ou as superam. O que acontece de forma diversa nos entristece, o que vem como queremos ou gostaremos nos anima.

A vida é muito menos dolorida quando nos preparamos para as possibilidades.
Eu estava preparado para não acontecer nada agora de noite, mas estava realmente interessado que acontecesse. Detesto ficar na mão, principalmente quando isso é literal.


Enfim, frustração passando. Hora de fazer os preparativos para os últimos dias do ano.

Enfim só

Hoje às 4h minha família viajou para a praia. Estarei sozinho até provavelmente o dia 4 de janeiro, quando meu irmão deve estar de volta, com a namorada, para ter um tempo de sexo com ela. Eu costumo ficar feliz quando estou só aqui, mas atualmente as razões já não são tão simples. Usualmente, não ter ninguém em casa me permitia ir e vir quando quisesse, sem restrições. Bem, eu já alcancei essa situação com o pessoal em casa. Eu também conseguia sexo com um lugar facilitado, mas também esse não tem sido um problema atualmente.

Talvez eu não tenha notado, mas acho que minha mãe não me deu tchau antes de sair. Será?

sábado, dezembro 26, 2009

Minha vida sem mim

Como seria um mundo em que eu não tivesse nascido? Claro, talvez seja muita pretensão imaginar que alguma coisa fosse diferente, mas convenhamos: se aplicarmos a teoria do caos e retirarmos o bater de asas da borboleta, teremos um furacão a menos.

Na família está o ponto mais fácil de traçar os resultados, principalmente com a minha mãe. Acredito que ela teria separado do meu pai antes, provavelmente, e conhecido meu padrasto talvez também antes. Quem sabe nem acontecesse de casar com ele. Meu irmão, que durante muito tempo foi um problema em casa, talvez o fosse ainda mais pela minha mãe não ter um apoio caçula para sustentar a mente.

É difícil mensurar o impacto de uma inexistência na vida dos amigos. Penso que talvez uma amiga tivesse demorado mais para se separar do namorado, e quem sabe o rumo de algumas pessoas fosse completamente diferente – ao menos nos hobbies. E, numa continuidade insana, alguns romances não aconteceriam, fazendo com que as vidas seguissem de modos completamente diferentes.


Eu não consigo, realmente, medir o impacto que causo no mundo. Ele pode ser grande em algumas pessoas e mínimo em outras, e talvez nunca seja possível mensurar ao certo. É mais fácil imaginar o peso de uma ausência repentina, como por exemplo a de uma morte inesperada. Pensei em falar da minha viagem, mas não é a mesma coisa: eu continuarei existindo, continuarei em contato.
Acaso hoje eu morresse, acho que o dano na minha família seria irremediável. Enxergo facilmente um longo tempo de tristeza, raiva e frustração. Separações, talvez. Entre os meus amigos, talvez alguns se tornassem ainda mais unidos, por conta da lembrança de que sem mim jamais teriam se conhecido. Outros podem finalmente descobrir a brevidade da vida e, enfim, interromper o ciclo de auto-sabotagem.


Para realmente saber isso tudo, eu teria que ver minha vida de fora dela. Impossível, so far.

sexta-feira, dezembro 25, 2009

Feriado chato

Estou um pouco chateado com o jeito como o dia seguiu. Não fiz nada. Como resultado do meu egoísmo, minha mãe está chateada. Para completar, acho que estou perdendo contato com a pessoa que mais mobilizou sentimentos/acontecimentos em mim nos últimos dois meses. Será que vamos nos tornar "conhecidos de internet"? Não gostaria disso.

Estou assustado.
É o lado ruim do fim da temporada.

Feliz Natal egoísta

A principal mudança do ano, nessa coisa de aceitar as possibilidades, foi eu ter me tornado mais egoísta, menos preocupado com os outros. Normalmente eu não teria acompanhado minha mãe na tarde de natal, independentemente do quão desagradável essa possibilidade me soasse. Eu simplesmente disse não, sabendo que se no último segundo mudasse de idéia ainda assim ela ficaria absolutamente feliz pela minha companhia.

Ela dizia sempre que eu era o "companheiro" dela. Algo mudou. Muita coisa mudou. O preço disso, aparentemente, é um pedacinho da felicidade dela.

=/

quinta-feira, dezembro 24, 2009

Das coisas para o ano terminar feliz

Basta encerrar. Já estou contente com tudo que alcancei em 2009, não preciso repetir minhas conquistas. Existe, porém, um algo que ainda pode acontecer. Falei sobre ele hoje com duas pessoas. Tenho o aceite delas. Falta apenas tornar realidade. Se tudo der certo, tornarei.


x x x

em tempo, acho que estou sabotando minha saúde, provavelmente para que cansado eu não consiga viajar no dia 28 de fevereiro... sou eu tão irracionalmente racional assim?

terça-feira, dezembro 22, 2009

noite quente

Sério, será que alguém conseguiu dormir esta noite?


xxxx

preguiça de pensar. Azar do blog.

segunda-feira, dezembro 21, 2009

Incompetente

Prova = 8,0
Projeto = 8,0
Entrevista = 8,0
Colocação no mestrado = 13º (18 entraram)

Acho que merecia mais, no mínimo no projeto, que estava muito bem escrito. Com essa colocação minha chance de ter bolsa é remotíssima, o que explica toda a conversa que os entrevistadores tiveram comigo sobre não haver bolsa para todos.

Vou mesmo assim.
Tenho dois meses, mais ou menos, pra virar um 10,0.

domingo, dezembro 20, 2009

Noite doída

Nossa, uau, essa foi uma noite difícil de segurar. Eu saí de casa com a determinação de cortar uma relação de amizade que me trouxe muitas coisas positivas nos últimos tempos, mas que me machucava pela certeza de que seria sempre amizade. Enquanto ele estava "quebrado" e não ficava comigo nem com ninguém mais, ok, eu conseguia suportar esse não-acontecimento. Agora, contudo, ele está reconstruído, e ontem eu tive a felicidade de bater de frente com a cena dele agarrado num outro rapaz. E terminei a noite sabendo que foram três, ao todo, inclusive o amigo que ele convidou para dormir na casa dele (além de mim). Não vou entrar na discussão de "o que eu tenho de errado", basicamente por achar que isso é bobagem: ninguém é obrigado a gostar de mim.

Vê-lo consertado doeu muito, pois mais que tudo percebi o quanto ele estava feliz daquele jeito. Saí da festa furioso e triste. Soquei algumas coisas no caminho, mas acho que não quebrei nada. Já na rua, sentei encostado num poste e deveria estar com uma cara muito ruim, pois um bando de gurias começou a conversar comigo, perguntar se estava tudo bem etc. Uma delas disse o quanto eu não deveria estar triste, que o mundo continua, essas coisas para animar a pessoa. Achei engraçado, fiquei contente que pessoas desconhecidas se prestassem a me animar. Em seguida a elas irem embora, fui falar com um menino na rua. Perguntei qualquer coisa sobre como se cura bebedeira, e não é que a criatura me conhecia do MSN? Formidável.

A noite teve outras surpresas, umas boas, outras irritantes, algumas deliciosas, outras intrigantes. Por exemplo: o que leva uma pessoa a apertar tua mão, fazer carinho, te puxar, e ficar com outra criatura bem na tua frente, no meio desses sinais todos? Frustrante, at least.


De tudo isso, estava convicto que deveria abandonar essa amizade que tanto me acrescenta, mas tanto me machuca. Então percebi: não. Foi com ele que notei o quanto querer alguma coisa me faz mal, querer que alguém se submeta aos meus desejos. Sem o peso desse desejo dentro de mim, consigo olhar para ele e ver que ele é uma pessoa cuja busca não me inclui, não além da amizade, e tudo bem.

Eu cresci.
Senti a dor de "perder" alguém, e sei que ela é uma dor passageira. Talvez retorne toda vez que eu olhar pra ele, mas só durará até o momento em que eu estiver completamente livre desse querer. Algo meio budista.
Fico contente em saber que cresci e que não preciso excluí-lo da minha vida. Não é a fuga que vai me acrescentar, hoje, mas sim a coragem de encarar a dor.


Mas pontos para as meninas preocupadas \o/

sábado, dezembro 19, 2009

O que procuro?

Nada.
Estou interessado em estimular as probabilidades e abraçar as possibilidades. Entre o que aparecer, escolho. Entre o que não aparecer, busco. Um tanto clichê, mas não sejamos tão rápidos em dispensá-los. Clichês só são o que são porque funcionam.

sexta-feira, dezembro 18, 2009

Fim de temporada

Dezembro de 2009 está encerrando. Com este mês, a série de conquistas bem sucedidas às quais me propus, e também uma quantidade enorme de experiências que eu não estava esperando.

Passei na seleção do mestrado.
Esse era, de longe, o objetivo mais formal, mas também o que tinha maior chance de causar impacto na minha vida. Qualquer outro era administrável. Não passar no mestrado, porém, significaria atrasar minha vida em um ano.

Dei valor aos meus amigos.
Após algum tempo distante deles, acho que os fiz perceber novamente o quanto são importantes pra mim. Sofri por alguns, fiquei feliz por outros. Acho que estou reaprendendo a ser humano, a sorrir por lembrar de sorrisos. Ainda hoje felicitei uma pessoa por sua conquista, e eu estava realmente contente por ele.

Aprendi sobre o caos.
Na vida, existem muitas coisas que eu não posso controlar, assim como existem as que eu posso estimular. Cansado de fugir dos acontecimentos, me joguei a estimular o imprevisto, disse "sim" para tudo, redescobri o valor do não.

Beijei, transei, me relacionei.
Hoje não me considero mais inexperiente. O estigma de haver namorado apenas uma pessoa, e de antes dele não ter quase nenhuma noção de mundo, agora é passado. Estou livre deste medo tolo, estou pronto para não precisar abraçar qualquer experiência simplesmente pela urgência de fazer.

O depois é agora.
Esperar pra que, se o tempo leva tudo embora, eventualmente? Se um abraço pode ser dado num instante, esperar que ele aconteça mesmo que um segundo depois se transforma em uma experiência não vivida. Por que não dizer "eu te amo" quando a vontade surge?

Experimentei coisas novas.
Muitas delas me mudaram, muitas delas não. Cruzei alguns limites que me definiam, aproveitei para me redefinir. Disse "não" a quem me gostava, ouvi "não" de quem eu hoje gosto. Aprendi que não se pode ter tudo que se deseja, muito menos na forma como se deseja.


Entendi que talvez seja, mesmo, a minha hora de partir.
Porto Alegre me ensinou muitas coisas, me permitiu muito; hoje sou alguém que pode viver, se quiser. Assim como sou alguém que sente ciúmes de uma pessoa que talvez nem me considere amigo, não importa o quanto eu goste dele. Esse "gostar" é rápido, forte, vigoroso, e também dolorido, afiado, fugidio.

Toda uma temporada para entender que cacarecos morais não têm sentido. Que a opinião dos outros não é nada que não perda de tempo. Que um sorriso, um bilhete escondido e um carinho podem valer mais do que beijos e sexo.


Mais importante do que qualquer outra coisa, eu aprendi que amo pessoas. Cada um de seu jeito, cada um na sua intensidade. Eu amo e sou amado.


Eu me transformei numa pessoa muito diferente de quem eu era. Ainda não como eu queria quando comecei essa viagem, mas muito mais feliz. Já posso voltar alguns passos atrás e reconquistar certas características que deixei que afundassem.
Hoje eu mijaria de porta aberta, mas não na casa onde não o fiz.


"Foi o tempo que perdeste com a tua rosa que a fez tão importante"

terça-feira, novembro 17, 2009

Um ano

Domingo foi uma dia maravilhoso. Gostei muito.
Apenas uma coisinha estava me colocando para baixo. Eu, muito ligado em datas e acontecimentos e passados, por alguns momentos me deixei lembrar – e portanto esquecer que viver é estar no presente – que o domingo marcou um ano de um fim. É difícil enxergar o término como novo começo, que de fato foi, incontáveis vidas tocadas por um encerramento.

Essa coisa da complexidade me fascina. Um único acontecimento pode influenciar o mundo. Vendo desta perspectiva, não me parece tão fantasiosa a idéia de que sozinha uma pessoa pode salvar a Terra.

sábado, novembro 14, 2009

Difícil

A questão não está sendo tanto encontrar tempo para postar, isso sempre se cria. O problema maior é escrever. Hábito ruim, esse, de não escrever, ao menos para um escritor.

terça-feira, novembro 10, 2009

Etapa 1 de 3, ok

Passei na prova. Sem notas, apenas "aprovado". Metade dos meus concorrentes caíram nessa parte. Somos agora 13 lutando por 7 vagas. Na realidade, são apenas 2 as vagas às quais eu concorro, mas não sei quantos estão desejando o mesmo orientador. Sei menos ainda o que se passa pela cabeça dos professores, o que eles acharão das minhas idéias, de quem eu sou, enfim.

Continuo apostando que sou uma boa aposta, para eles, mas será que sou mesmo? Mais que os outros?

terça-feira, outubro 27, 2009

Amanhã

Nhai nhai, amanhã é o grande dia. Será grande mesmo, por conta de horas e mais horas de prova. Espero que nada burocrático invente de dar errado. Torço pra que eu passe, pra que tudo funcione lindamente e a vida siga seu rumo.

Enquanto isso, vou vivendo Porto Alegre, novos amigos, novas possibilidades. Estou feliz.

segunda-feira, outubro 26, 2009

Atualizando

Depois de amanhã é minha prova de seleção pro mestrado. Nham, espero que dê tudo certo. Todo mundo diz que eu vou passar e tal, mas isso, ao invés de me deixar menos preocupado, apenas aumenta a responsabilidade de passar.


Estou me entregando à ideia de que a lucidez é uma droga. Na verdade, não cheguei a essa conclusão sozinho, estou roubando-a de um amigo. Já vão três finais de semana que estou me jogando nos prazeres de sufocar a sobriedade com boas doses de álcool, e o que eu achava que seria pura juvenilidade é, para ser sincero, muito interessante.
Juro que preferia não ter gostado de ficar fora de mim, mas a noção de que o mundo segue girando mesmo sem os pensamentos excessivos que me acompanham o tempo inteiro é simplesmente perfeita.


Amigos.
Já falei um bocado sobre este tema aqui na Raposa, mas só recentemente me dei conta que não há necessidade de categorizar minhas amizades, "amigos verdadeiros", "conhecidos", "colegas", enfim. Essas separações só servem para tentar dar um ar científico ao meu olhar sobre o mundo, o que é um tanto patético.
Amigos, simples. Os guris com os quais saí podem muito bem ser meus amigos, já que gosto deles e quero estar perto deles tanto quanto possível. Que dane-se o fato de eu não estar disposto a colocar minha mão no fogo por eles, isso é algo que deve vir com o tempo. Ou que, quem sabe, deveria ser uma virtude minha, mais do que uma característica relacional.
Difícil dizer.

domingo, outubro 04, 2009

Epistemologia da complexidade - Edgar Morin (pseudo-resenha)

Edgar Morin inicia seu texto apresentando a idéia de que a palavra complexo indica algo que não conseguimos explicar. Partindo desta lógica, um pensamento que se diga complexo não pode ser considerado um que resolva situações, mas sim que assuma a dificuldade e a incerteza que devem acompanhar todo raciocínio.

O eixo do pensamento complexo é a noção de que tudo, no universo, está interligado. Morin não escapa ao exemplo da borboleta que, ao bater suas asas no Japão, gera uma tempestade nos Estados Unidos. A explicação para este exemplo, muitas vezes considerado com humor e desdém, está nas retroalimentações que os eventos produzem, de maneira que uma ação simples, a longo prazo, torna-se imprevisível. Além destas ligações entre todos os elementos, também é importante notar que o todo é composto por partes que, em si, o carregam isoladamente. Morin usa como exemplo as células de nosso corpo, que são ao mesmo tempo pequeníssimas partes do conjunto, mas que têm em si a informação genética para que sejamos inteiramente compostos. Esse reflexo do todo na parte, contudo, não significa que nada resta de diferença no individual: ele conserva sua singularidade, ao mesmo tempo que sua semelhança.

Nós somos ensinados, durante a escola, a pensar separadamente, cada assunto em uma disciplina diferente. Ocorre que esta separação nos leva a buscar uma simplicidade, uma redução dos problemas a respostas definitivas. Estas resoluções, uma vez alcançadas, levam-nos a estereótipos que, se seguirem sem questionamento, limitam nossa capacidade de pensamento, enxergando respostas simples para problemas complexos. Como ocorre com a estereotipia em geral, ela transforma-se em preconceito, graças à falta de perguntas simples que indiquem respostas complexas.

É possível, dentro desta busca por respostas simplificadoras, acreditar que o mundo pode ser explicado por um gênio superior dotado da capacidade de reconhecer as forças em atuação no mundo. Este ser poderia, então, conhecer o passado e antever o futuro, pois o mundo funcionaria como uma máquina infalível. O erro, nesse raciocínio, é acreditar que o caos e o imprevisível são apenas um nível ainda incompreensível de ordenamento. Esta questão deriva de uma crença em um destino escrito, ou seja, a organização última de todos os eventos, como se nossas vidas viessem de páginas escritas por um narrador engenhoso.

Para que seja possível compreender o pensamento complexo, faz-se necessário abandonar o conceito de objeto por um mais apropriado, o de sistema. A realidade comporta relações entre diferentes sistemas, e em diversos níveis, já que um todo é formado por inúmeras partes que, por sua vez, também possui unidades menores que as compõem. Nesta trama inalcançável de elementos constituintes, é possível se chegar a um certo nível de previsibilidade, na medida em que tudo ocorra conforme o esperado. Contudo, é justamente o inesperado que perfaz o complexo, e uma alteração no planejado reproduz-se, causando relações que podem, a princípio, ser sutis, mas que proporcionam a chance de outras acontecerem. Eventualmente, um bater de asas terminou por causar uma tempestade.

Outro ponto que Morin considera importante na defesa de suas idéias é a noção de que a realidade é construída a partir de nosso conhecimento, e portanto é única para cada indivíduo. Precisamente esta característica auxilia a perceber o pensamento complexo: não existe uma verdade que explique todas as questões do mundo, ou uma forma de agir que seja a correta. Cada ser percebe o mundo de um modo diferente, interpreta-o mentalmente à sua maneira e, por fim, reage a ele de sua forma.

Edgar Morin apresenta, como um dos fundamentos do pensamento complexo, o princípio ecológico da ação: “a ação escapa à vontade do ator político para entrar no jogo das inter-retroações, retroações recíprocas do conjunto da sociedade”. Esta noção apresenta duas conseqüências. A primeira está no fato de que a eficácia de uma ação planejada é maior quanto mais próxima está no seu princípio, quando menos fatores entraram em ação. A segunda é uma expansão da primeira, considerando que não é possível prever as conseqüências últimas de uma ação. De fato, talvez seja impossível inclusive considerar uma ação como última.

Aqui surgem outras duas questões que precisamos considerar. Em primeiro lugar, em meio ao caos e à complexidade, é necessário encontrar “metapontos de vista”, ou seja, estabelecer um local e um tempo a partir dos quais se observará a realidade e então se agirá sobre ela. A conseqüência de evitar este procedimento é a imersão em um eterno relativismo, numa observação inoperante e inacabável das retroalimentações da realidade complexa. Estes metapontos, porém, não se devem enraizar, sob o risco de tornar-se simplificado. Em segundo lugar, o uso excessivo de estereótipos gera um comportamento massivo que, justamente por não considerar alternativas, torna-se altamente previsível. Pessoas desacostumadas com o pensamento complexo, portanto, encontram-se desarmadas frente a outras que, por sua vez, aceitem o caos e sejam capazes de produzir alterações planejadas nos sistemas. Estas mudanças, terreno fértil para as retroalimentações incontroláveis, podem encontrar um corredor isotópico em determinados grupos de raciocínio menos elaborado.

Em tempos de internet, a noção de um pensamento complexo parece alcançável em poucos cliques. As gerações mais novas, criadas em contato com uma realidade amparada em comunidades virtuais, têm nesta tecnologia a percepção exata de uma ação simples pode se reverter em resultados inesperadamente gigantescos. É o caso de vídeos gravados para o Youtube, ou dos jogos interativos que correm entre blogs, ambos iniciativas individuais, ou de pequenos grupos, que podem se multiplicar ao ponto de serem reconhecidos mundialmente. Seria possível dizer, atualizando a borboleta e sua tempestade, que um adolescente no Japão que disponibilize uma foto online poderá, em algum tempo, criar uma nova tendência de moda no Brasil. Ou uma nova celebridade virtual. Ou, talvez, absolutamente nada, em meio às iterações imprevisíveis.

Complexidade científica

Estou escrevendo um texto sobre o pensamento complexo de Edgar Morin, e ao mesmo tempo cogito a possibilidade de disponibilizar meus escritos aqui no blog, ou em algum outro espaço que possa servir de ancoradouro para minha produção científica. Não sei ainda ao certo, talvez me parece mais acertado trabalhar com a Raposa Antropomórfica para questões mais diárias, sentimentais mesmo, embora ela esteja atualmente se configurando muito como um espaço para reflexões de trabalho. Dúvidas, óh dúvidas.


Por enquanto, uma idéia recorrente nas minhas leituras: a memória não é uma reprodução, mas sim uma reconstrução. Toda vez que pensamos em algo, não estamos acessando um arquivo em nosso cérebro, que prontamente recolhe a imagem, o som, o cheiro de determinado momento. Ao contrário, nós traduzimos algumas informações e a consideramos a memória do que aconteceu, sem percebermos que esse processo inevitavelmente contamina a "reprodução" com outras informações que, por ventura, cruzem nosso cérebro.

sábado, outubro 03, 2009

Trabalho

Foi-me dito que meu blog anda muito sobre trabalho. Não cheguei a reler meus posts (ainda) para confirmar, mas não duvido, já que este período da minha vida está bem dedicado aos livros. Mais de uma pessoa já disse para eu dar um tempo, descansar, enfim. Não é o que eu quero agora. A única coisa que preciso é passar no mestrado, ganhar uma bolsa e me mudar para Goiânia.

Como acontecerá isso, então? Bem, até o dia 15 de outubro devo fazer minha inscrição. Acho que a farei dia 9, já que depois ficarei com horários bem apertados, em função de ter conseguido um emprego. Já explico essa parte :op. O importante desta etapa é o pré-projeto, que deve explicar o que pesquisarei e, principalmente, deve atrair algum orientador.

Depois da inscrição, tenho a prova no dia 28. Tentarei realizá-la aqui em Porto Alegre, mas para isso necessitarei da colaboração de algum diretor de unidade da UFRGS bem intencionado. Espero que o pessoal da Fabico não invente problemas para isso, afinal sou um egresso dali.

Dia 9 de novembro vem o resultado da prova do dia 28, e dia 23 terei resposta sobre o meu projeto, caso eu tenha sido aprovado já na primeira avaliação. Passados estes momentos, terei que ir para Goiânia entre 30 de novembro e 4 de dezembro, a fim de ser entrevistado pelos professores do Programa de Pós-Graduação em Cultura Visual da UFG.

Lá em meados de dezembro, dia 15, sai enfim o resultado. Se eu passar por todo processo seletivo com sucesso, mudar-me-ei para Goiânia em março, a fim de iniciar meus estudos.


Emprego novo: carteira assinada, 6h por dia, das 8h às 14h, na Gráfica da UFRGS. Minhas tarefas ainda não ficaram definidas. A proposta era fazer serviço de editoração, que é bem meu chão, mas talvez eu auxilie a chefe do departamento de editoração, uma vez que tenho um conhecimento bem avançado nesses processos. Vamos ver o que acontece ^^

quarta-feira, setembro 30, 2009

Desenhando a Catedral Metropolitana

Coloco aqui algumas fotos que fiz sábado, dia 26. Acho que elas permitem que tenhamos uma idéia bem apurada sobre quão divertido e precioso foi o dia :o)
















sexta-feira, setembro 25, 2009

Desenhos

Sinto-me uma criança descobrindo as possibilidades de lápis e cores e traços e voltas diferentes. Sensação boa de aprender uma linguagem e também uma técnica nova.

quarta-feira, setembro 23, 2009

Especializando-me

Adorei as três aulas de hoje. Sei que isso parece coisa de twitter, mas estou com dificuldades de manter este blog E meu projeto secreto paralelo. De todo modo, estou um bocado feliz com meus estudos dos últimos tempos. Só falta conseguir conectá-los com uma bolsa para pesquisa e com muita festa :oD

domingo, setembro 20, 2009

Cansando

Estudar é bom, mas estou começando a ficar saturado. Maldito projeto que eu não consigo materializar. Quem foi que inventou a dificuldade em resolver algo que pode nos acompanhar pro resto da vida? De quem foi a idéia de que uma única atitude, sozinha, é capaz de decidir nosso rumo até o dia (ou noite, ou madrugada) da nossa morte?

Francamente.

quinta-feira, setembro 17, 2009

Duas vidas

Manter a vida real e a digital ao mesmo tempo definitivamente envolve um esforço que eu não estava esperando. Enquanto tento postar aqui pelo menos uma vez por dia, também levo meu projeto secreto na internet no mesmo estilo de proposta. Está bem complicado por enquanto, e pretendo ampliar o espaço da vida virtual (não tanto em tempo real, como é o caso do MSN, mas mais em e-mails e blogs e foruns [ou fora]).


Dia muito bom, hoje. Trabalho, amiga, conversa pouco esclarecedora com professora, tarde entre livros com colega, panqueca, professor que comprou livros apenas para me emprestar, aula sobre utopia. Cada um desses tópicos renderia um bocado de comentários, mas não sei se terei cabeça para colocá-los em letras agora. Estou tão cansado de dormir pouco essa semana que nem sei se vou conseguir trabalhar no meu projeto para a seleção do mestrado.

A vida de estudos me apraz, me completa, me anima. Estou mais cansado do que estive ao longo de todo o ano, mas também recheado de uma energia maravilhosa. Vontade de ter sucesso nessa seleção de mestrado e, principalmente, de enfrentar os desafios de um novo campo de estudos. Nham.


Nota para o futuro: serei eu um dia o professor que viaja e compra livros para seus ex-alunos. Serei eu que ensinarei e serei convidado para sair num dia de semana, apenas pelo prazer de rever os alunos.
Influências são importantes.

terça-feira, setembro 15, 2009

É ritmo...

Nossa, minha proposta de não dormir enquanto não concluir meu projeto de mestrado está começando a me deixar neurótico. Estou quase cancelando o jogo deste finde novamente, pela terceira vez consecutiva. É um saco ficar tanto tempo sem dar atenção ao RPG, que definitivamente me diverte, mas não posso me dar ao luxo de perder uma tarde inteira com algo que não seja produtivo. Posso?

O que me complica o raciocínio é que, de uma forma ou de outra, precisarei de alguma distração, do contrário meu cérebro não funciona por tempo suficiente para me concentrar nos estudos. Uma festa, uma saída, uma cerveja, qualquer coisa que possa significar um finde bem aproveitado em conjunto com estudos excessivos. Ai ai!

segunda-feira, setembro 14, 2009

Keep it simple

Um dos muitos blogs que eu acompanho é o Zen Habits, que traz algumas mensagens estilo auto-ajuda, mas que são sempre úteis de ler e lembrar as razões pelas quais elas fazem tanto sucesso: elas funcionam.

Meio que me inspirei num post recente deste blog, que fala sobre criatividade de um jeito simples. Ela sugere alguns passos para que o processo criativo flua, e decidi testar o modelo aplicando-o na prática. O básico é baixar todas as idéias e depois filtrá-las e limpá-las, "arredondando" o projeto. Vale uns pontinhos extras o cuidado com o tempo, e a lembrança de que mesmo vinte minutos por dia, quando somado em bastante tempo, gera uma produção extensa.

A regra básica, porém, para todo processo criativo continua sendo uma só: just do it. Esperar pela sagrada inspiração não é a atitude mais inteligente. Entender que ela pode surgir enquanto se trabalha, por outro lado, embora difícil, é mais acertado.

A idéia pode não funcionar, o projeto pode não fluir, ene coisas podem acontecer. De todas elas, porém, ninguém poderá acusá-lo de não ter tentado. Arranje um tempo para fazer, ao invés de perder tempo pensando em quando poderá fazê-lo.

domingo, setembro 13, 2009

A fórmula da felicidade

Esse foi um finde divertido. Cheguei à conclusão, num mesmo dia, que devo desculpas a uma pessoa que me foi bem importante e eu razoavelmente desprezei, bem como que estou livre das correntes que vinham me prendendo no último mês.
Adoro :oD

Wild World

Sim, estou estudando para ir embora da cidade e deixar todos meus amigos para trás. Ontem, depois de séculos sem festear, virei a madrugada com algumas amigas e me diverti na Casa do Estudante. Alguma uruguaia/castelhana/argentina estava de aniversário e organizaram uma festa no quinto andar, o que foi bem divertido.

Fazia tempo que eu não passava pelo famigerado quinto andar da CEU, que não observava aquele ambiente universitário e bêbado. E, claro, tempos que eu não sentia o passado voltar como uma pedra e me lembrar de questões que deixei penduradas. Bem, a essa altura já não tem nada mais pendurado, é tudo passado, é tudo falta de cuidado, mais ainda está lá, uma promessa de continuidade, uma esperança de final bem feito.


O mundo não é pequeno.

sábado, setembro 12, 2009

Parabéns



Começa com um dia desimportante, ou que tenha outras importâncias. Um oi, um sentar ao lado, um reparar na existência do outro e trocar palavras engraçadas. É curioso como a coisa cresce, vai seguindo um semestre de aulas e amigos. Em seguida se passa um segundo, tão estranho, tão controverso, maldoso. E assim segue o terceiro, sempre junto, sempre lado a lado, sempre amigos.

Daí vem a vida e separa as pessoas. É verdade que a distância e a falta de tempo dificulta o verde de ficar mais verde e torna-o pálido. Pessoas estudando no mesmo lugar, separadas por horários, rotinas, experiências, namoros, viagens.

Outras amizades surgem, diferentes oportunidades de conhecer pessoas, vivenciar mundos novos. A vida não para, e a série de eventos e oportunidades que formam a existência (num mar caótico, sendo caos uma ordem de complexidade acima da nossa compreensão) segue incólume. Nosso barquinho enfrenta as ondas, segue o fluxo, luta contra a correnteza, avança. Ainda que as lembranças fiquem, a mente esquece.

Aí um dia surge uma possibilidade. Acontece uma festa, noite feliz para um, triste para outro. Alguns dias depois, um pouco de verdade, tempero essencial para o sabor de uma verdadeira amizade. O fogo reacende, o companheirismo, a dedicação. Então a gente entende que, havendo amizade, existindo amor, interesse, chamem como quiser, as pessoas criam formas de se ver, criam tempos para coexistir.

De mãos dadas os amigos saem do fundo da caverna e caminham para a luz. Almoços, jantas, caminhadas, conselhos, dúvidas, futuros.

Estou longe de conseguir prever o que virá. Porém eu sei, sem dúvida, o que eu quero que da minha vida de hoje permaneça na minha de amanhã. Tu é uma delas :o)

Feliz aniversário ^^

sexta-feira, setembro 11, 2009

Tempo

Acabei de me espantar com a descoberta de que as coisas não seguiram, ao longo do ano, exatamente como eu estava acreditando. Tenho um calendário ao lado do meu computador, onde passo todo o tempo que estou em casa, e estava observando minhas anotações. Coisas que eu imaginava que fossem mais recentes aconteceram há meses. Algumas questões que mudaram sensivelmente minha forma de agir durante o ano.

Céus.


Foi dada a largada para o mestrado. Meu pré-projeto deve estar pronto até dia 15 de outubro. Ok, esta é a última data possível. O ideal seria terminá-lo até o dia 1º. Possível? Don't think so. De qualquer modo, vou fazê-lo, vou estudar para a prova, vou.


Estou com planos de um segundo blog, diferente deste. Não só sobre mim, talvez, não solitário, quem sabe. A idéia de blog coletivo sempre me agradou. Enfim, não pretendo colocar informações sobre ele aqui, já que a idéia é fazê-lo através de um pseudônimo ^^


Agora tenho que voltar a trabalhar. O sono está me matando, como é usual, mas quem precisa dormir? Dizem que terei a eternidade para isso, num futuro (espero) distante.

terça-feira, setembro 08, 2009

Alice practice + Skins

Apaixonei-me pelo seriado Skins, que veio pro Brasil com o nome "Juventude à flor da pele", na HBO. Bem bacana, uma trama inicialmente comum, mas que logo pega o espectador pelo pescoço e leva por uns caminhos absurdos e emocionantes. Fantástico mesmo.

Uma das músicas que tocou no seriado eu JAMAIS ouviria mais de uma vez em qualquer outra situação. Tê-la ouvida no contexto em que ouvi, por outro lado, faz com que ela tenha se tornado minha atual canção favorita. Completamente fantástico :oD

segunda-feira, agosto 31, 2009

As inteligências múltiplas

Howard Gardner, se não me engano, surgiu algumas décadas atrás com a teoria de que não possuímos uma única inteligência, mas sim várias, cada uma apropriada para um determinado tipo de processamento intelectual. São elas: lingüística, musical, lógico-matemática, espacial, cinestésica, interpessoal e intrapessoal. Se não estou enganado, ele ampliou sua teoria e acrescentou no mínimo mais uma, a "natural", relacionada com o meio ambiente. Não gostei, não considero.

Fazendo uma breve auto-análise, diria que possuo destacadas ao menos duas destas inteligências: lingüística (é evidente minha habilidade com a escrita e com a compreensão de mensagens) e intrapessoal (eu tenho blog, dãh). A interpessoal é um pouco mais complicada de dizer que tenho desenvolvida, já que sou um verdadeiro travado social, mas tenho certa facilidade para compreender o que os outros sentem e também tenho algum dote para a liderança, quando estou perto de pessoas que não se destacam neste ponto. Coloco-me como mediano neste quesito, portanto.

Musical, lógico-matemática, espacial e cinestésica. Não por acaso os lados do meu cérebro que eu menos desenvolvi ao longo da vida, são os menos providos de habilidade. Somente a pouco comecei a notar que a música não é uma coisa só, mas decompô-la em suas pequenas partes ainda me exige um esforço hérculeo.

Cinestésica? Sou descordenado. Isso é, em grande parte, mentira. Minha falta de ordenação corporal vem não de algum desajuste físico, mas antes de um problema com o olhar dos outros. Não se trata de falta de habilidade, mas sim de excesso de medo. Sem um local nas condições normais de temperatura e pressão, portanto, não é possível analisar este ponto. Por outro lado, estar desenhando pode ser um ponto de segurança, principalmente se eu evoluir meu traço o suficiente para me agradar constantemente.

Lógico-matemática. É, não sou tosco, mas nunca trabalhei muito esta parte. Creio que demorei muito para entender que o caos não é ausência de ordem, mas sim uma ordenação acima da minha capacidade de processamento mental.

Espacial. Creio que a tenho treinado bastante nos últimos tempos, com os estudos de imagem e afins. Alcançar equilíbrio em imagens ainda está longe de ser meu forte, mas como estou começando a desenhar, acredito que poderei desenvolvê-la.



Estava com saudade de escrever.

sexta-feira, agosto 28, 2009

Questões

Escrevi pensando em "cuéstions", mas como escrevi em português, li mentalmente "cuestões". Colocaria em linguagem fonética, aqui, se eu lembrasse certinho como se faz. Não recordo.

Terminei de olhar hoje a quarta temporada de House. Estou apaixonado pela série, e por isso pretendo assistir o quanto antes a quinta e, assim, me lvrar desse vício.

Passei os olhos pelos seis textos que foram deixados no xerox lá na especialização, três de uma disciplina, três de outra. Mais um deve vir, ainda, embora eu não acredite que este último será tão (potencialmente) bacana quanto os outros seis. Apostem suas fichas, senhores.


Tempo. Eita questão complicada.

quinta-feira, agosto 27, 2009

Musiquinha do dia

Revelry, do Kings of Leon.
Trechinho rápido: "So the time we shared it was precious to me, all the while I was dreaming of revelry".

Alguém explica o coração dos homens?
Eu, certamente, não.

segunda-feira, agosto 24, 2009

Wanting less for yourself

Existe algo que me irrita nas doutrinas de "viva simples", "ocupe-se com uma questão de cada vez", etc e tal. Essas filosofias, embora lindas, pressupõem que eu não preciso trabalhar para ganhar o maldito dinheiro necessário para TER uma vida simples. Afe.

quinta-feira, agosto 20, 2009

Maldade ou irresponsabilidade?

O primeiro pensamento que vem à minha cabeça, quando vejo ou ouço algo, é maldoso. Comentei isso ontem, e hoje minha colega de trabalho falou, no almoço, que eu tinha um outro por dentro que era maldoso. Certo, ela estava fazendo piada de mim, mas enfim.

No momento me parei a pensar. Cheguei a uma conclusão simples. Não se trata de maldade, mas sim de repulsa às regras. Não falamos mal dos outros abertamente por uma preocupação com o social, ou seja, com os regulamentos que nos cercam.

Estive raciocinando sobre o que chamo de "lado raposa", que é justamente o laod impulso, irreverente, irresponsável. Mesmo quando "possuído" eu não tenho intenção de fazer mal aos outros, e falar diretamente o que me vem à mente não tem essa intenção. O que ocorre, neste caso, é que as barreiras morais desaparecem, assim como a necessidade de ter meu discurso aceito.

"Faço o que quero, danem-se as regras"
É quando estou inspirado pelo canino que "apronto". Se loucura é maldade, então não sou louco, e sim muito são. Se loucura é irreverência e despreocupação, então tenho muito disso dentro de mim, lutando pra escapar do ordenamento.

quarta-feira, agosto 19, 2009

Primeiras impressões do segundo semestre

Gostei das três primeiras aulas. Na minha cabeça eu tinha um texto gigantesco pra escrever sobre isso, relacionando expectativas com resultados. Nhé, agora se foi ^^

segunda-feira, agosto 17, 2009

Borboletas amigas

Tenho pensado muito nas minhas amizades. As verdadeiras, ok, nada de "ahn, somos coleguinhas". Aquelas pessoas em que eu confio 100%, pelas quais eu desviaria meu caminho sem pestanejar, mesmo que isso pudesse resultar num gigantesco problema na minha vida. Cheguei a um número particularmente pequeno.

Existem muitas pessoas que eu gosto, várias para as quais eu conto determinados aspectos da minha  vida. Porém poucas têm acesso verdadeiro ao núcleo e também à superfície, e me espantei em perceber quão poucos.

O momento e o tempo possibilita ou limita algumas pessoas. Esse número já cresceu, e também já diminuiu, sendo bastante circunstancial. Não se falar, não estar perto, essas questões pesam para esfriar uma amizade. Ela dificilmente morre, podendo ser reinventada e repintada a qualquer momento, bastando o envolvimento dos dois lados.

xxxx

Borboletas no estômago. Gostei dessa expressão, ela simboliza, para mim, tanto a amizade que lhe deu sentido quanto a sensação em si.

Estou começando a teorizar sobre relacionamentos. Ainda não tenho certeza, preciso rodar mais alguns testes mentais, mas quase acredito que existam dois tipos de pessoas: os que necessitam e os que aceitam os outros. Os primeiros sofrem pela ausência, entregam-se, são "cachorrinhos". Os segundos vivem e incorporam o outro na vida. Melhor opção? Acho que trocamos conforme avançamos, e com cada pessoa nos encaixamos de uma forma diferente.

Ai ai ^^

Alguns estudos

Imprimi hoje um livro para estudar o Indesign CS4 ainda mais a fundo. Trata-se de um manual feito pela Adobe, e é simplesmente maravilhoso. São 400 páginas de muita informação e aprendizado, lindinho e prontinho esperando por mim.

Ontem resolvi brincar no www.babbel.com, um site bem legal que serve como comunidade para estudantes de idiomas. Nele estou cadastrado como um falante de inglês que deseja aprender francês, e já fiz alguns exercícios beeem bacanas ali.
Por enquanto é tudo coisinha simples, aprender umas palavras, dizer bonjour, mas acredito que conforme eu utilizar o site ele deve se tornar mais inteligente, dinâmico e complexo.


Ai, feliz :oD

Manejando a saudade

É uma coisa incrível que eu esteja conseguindo manter a noção de *feliz* mesmo com esse tempo chuvoso e desencontrado. Continuo agarrado à idéia de que vale a pena esperar e tentar, mesmo que esteja longe do ideal.

Ideal?
Como posso esperar para mim, hoje, algo que seja perfeito, se minhas condições não o permitem? Sejamos claros: por enquanto é tempo de me contentar com o que de especial eu consigo, não com o que de maravilhoso eu desejo. Não é o lugar dos outros na trama de probabilidades que deve ditar onde eu deveria estar. Não hoje, ao menos.

domingo, agosto 16, 2009

Domingo

Gastei meu dia jogando RPG. Churrasco em família antes, fim de filmezinho ruim na TV quando cheguei, algum MSN agorinha. Eu não sinto falta do meu vício quando estou vivendo outras coisas, então talvez a solução seja fazer outras coisas, no lugar de ficar sentado esperando o mundo.

Comprei creme de barbear essa semana, para experimentar a sensação. Dizem que fica melhor barbeado e tal. Realmente espero que isso seja verdade.


Meus pais viajarão nos próximos dias. Não preciso dizer o que isso significa, certo? Acho que passarei um pouco ausente do MSN, enfim.


A prova do mestrado está chegando e ainda não tenho um pré-projeto. Preciso disso pra ontem. Também tenho que investigar outros lugares que possam trabalhar minhas idéias, mas antes eu necessito colocá-las no papel de uma forma minimamente razoável.


A noite me traz um certo cansaço ultimamente, uma vontade de viver diferente, uma certa tristezinha. Sim, estive me sentindo bem sozinho nas últimas semanas, embora meu jeito tamaki-raposa não permita que isso seja visto com tanta facilidade. Tenho sonhado um bocado com a liberdade de ter muito dinheiro em mãos.


Triste a corrente significante de probabilidades. Consigo manejá-las com dificuldade, preferia que elas estivessem a meu favor há mais tempo. Inércia, sabe?


Post emo, parece-me.
Ainda assim estou feliz. Como faz diferença acreditar, não é?

Ainda a tradição

Estive pensando sobre namoros. Não é de hoje, claro, desde que estou solteiro tenho analisado o funcionamento de relacionamentos abertos, dissecado a estrutura dos namoros tradicionais, enfim, explorado – mesmo que eu não tenha exatamente namorado desde o fim de novembro.

Uma das questões que permearam meu raciocínio desde então foi a (aparente) fragilidade da estrutura do namoro. Ocorre que é uma entidade fundamentada na confiança e na pertença de uma pessoa a outra. A tão falada fidelidade é, enfim, uma aceitação da posse.

Engraçado como o momento define o modo como pensamos. Enquanto namorava, traição nunca foi uma possibilidade. Desde solteiro, porém, passei a relativizar essa noção e a trabalhar com a inexistência de compromissos para justificar minha liberdade.

Curioso que, mesmo com essa "liberdade", eu me mantive fiel a certos preceitos monogâmicos. Nas ocasiões em que estive com uma pessoa por algum período de tempo, sempre foi uma questão de exclusividade.

Festa, diversão, sexo, etc. Tudo muito bom. Amigos, conversas, comemorações. Sempre maravilhoso. Creio ser inquestionável meu apreço pela amizade, minha confiança nos que amo. Considero-me dando os primeiros passos, ainda e sempre, no mundo, e sei onde posso me apoiar para isso.


Por que, então, apesar de todos meus desejos de 2009, eu me vejo querendo retornar ao mais tradicional de todos os modelos? Logo agora que tudo que procuro é a iconoclastia?

sábado, agosto 15, 2009

Cultura

Li hoje de tarde um texto incrível. É o primeiro capítulo do livro A idéia de cultura, de Terry Eagleton. Já havia ouvido falar sobre quão complexo o texto do homem era, mas não tinha ainda me dedicado a lê-lo. O fiz hoje de tarde, meio que como um início de estudo para o mestrado, já que este texto foi bibliografia obrigatória para a prova de seleção do ano passado no PPG em Cultura Visual da UFG.
Colocarei aqui alguns pensamentos que me ocorreram durante a leitura, e não referências resenhadas sobre o escrito. Caso queiram mais do texto, bem, leiam-no, pois é fabuloso. Escreverei na forma de citação as minhas anotações (escrevi na primeira página do meu xerox), mas elas são minhas, viu?

A tradição se mantém através do desejo de não ferir o olhar tradicional dos outros. O diferente, para não assustar aos comuns deve, ele mesmo, contentar-se com o comum; ou, então, aceitar o olhar da diferença.

O "olhar da diferença" acompanha desprezo, distância, medo, preconceito. Costumamos, geralmente, temer aquilo que escapa à nossa compreensão e à nossa capacidade de percepção. Não é uma idéia estranha, difícil de compreender: quando saem da caverna, os acostumados com sombras em preto e branco não ficarão confusos, assustados e, ao mesmo tempo, maravilhados, com a luz e todas as suas cores?
Lidar com esse sentimento de diferença é uma tarefa complexa, pois baseia-se na inteligência dos outros. Acredito, sinceramente, que todas as pessoas têm o potencial para a abertura, para a compreensão de que suas verdades são apenas suas, e que apesar de serem verdades elas não são universais.

O olhar sobre a cultura, para ser verdadeiramente pluralista, precisa estar aberto ao que consideramos tradicionalmente como maldade e vilania, tal como a tortura e a pornografia infantil.

Este pensamento me assustou, em princípio, pela crueza e singeleza. Acompanhe meu raciocínio: se aceitamos a diferença ilimitadamente, não podemos deixar de lado a idéia de que a tortura é algo culturalmente possível, e que em si pode carregar grande inventividade e até mesmo criatividade. Ah, é maldade, fere os irmãos humanos e tudo mais? Sim, verdade.
Onde está, porém, na idéia de aceitação universal, a cláusula limite? Como sempre, na tradição, e a nossa hoje (não sei se em todo o planeta, parece-me que não) requer a proteção de certos preceitos, como a vida e a segurança, mesmo que precisemos invadir e matar para isso.
Por sinal, uma citação maravilhosa do Eagleton: "[os governos {não tenho certeza e estou com preguiça de procurar}] não percebem que o melhor modo de garantir a independência política é concedendo independência política". Amei.

Educar é estabelecer tradições.

Nosso modelo atual de ensino prioriza a repetição do que já foi ensinado, confirmado, estabelecido, desenvolvido, etc. A criatividade, o olhar alternativo, nada disso é favorecido ou esperado. As questões apontam para uma única resposta, e sempre a mesma para todos os alunos. O pensamento evolui para o estabelecimento de uma biblioteca específica e muito limitada, ao invés de um banco de dados intercambiável e facilmente acessível. Resta apenas aos alunos geneticamente ou culturalmente favorecidos a possibilidade de enxergar essa limitação e vencê-la quando ainda crianças, ao invés de terem essa oportunidade apenas quando mais velhos.
Tive um professor que disse, certa vez, que não podemos culpar a ignorância alheia. Concordo. Ele comentou, em seguida, que poderia sim odiar o desejo de não aprender, que isso era pequenez do homem. Concordo de novo.

A tradição se estabelece como crença, com um edifício a partir do qual olhamos o mundo. Para vermos diferentemente é preciso, primeiro, sair dele.

Não sei se a metáfora ficou tão clara quanto eu desejava, acho que desenhada ficaria melhor. Assim como o conhecimento científico é uma pilha de folhas de seda, ou ainda uma escada, em que aproveitamos os estudos alheios para fundamentar e chegar mais alto aos nossos, muitas vezes subimos em um degrau e não descemos para chegar até outros, mantendo-nos sempre no mesmo lugar, sempre nas mesmas opiniões.
Flexibilidade, variação, abertura. São habilidades importantes para o homem, e provavelmente as que permitem o melhor desenvolvimento da inteligência.

Conexões

Curioso como funciona a vida e as relações entre as pessoas, não é? Estive agora pensando em um amigo e no modo como nos conhecemos, e cheguei a uma conclusão no mínimo estranha. Com ninguém a cadeia de conexões se mostrou, antes, tão aparente. Para conhecê-lo e me tornar amigo de A precisei, antes, participar do evento D, que me fez colega de C, que namorava B. Quando B demonstrou interesse em me conhecer e, mais tarde, de me ajudar em certos aspectos, resolveu me apresentar A. Não funcionou, o bolo cresceu e hoje somos amigos.


Ainda pensando na rede + background; meus amigos não se conhecem entre si. Quem me conhece sabe da minha distinção entre amigos e conhecidos, colegas, etc. São poucos os que eu confio suficientemente para chamar de amigos, e trato-os com uma confiança muito próxima de 100%. Por algum motivo, porém, eles não se conhecem. Não falo dos meus amigos para os meus amigos. Não os convido para as mesmas coisas.

Aliás, eu não convido as pessoas para nada, em geral eu espero ser convidado. Talvez esse seja um ponto que eu precise corrigir. Sinto-me tão bem quando estou com os que gosto, admiro, etc.

Ai, tanta vida pela frente e tanto mais para aprender ainda :op

Cegueira

Existe um problema clássico na fé: ela demanda falta de questionamento. O que é o amor senão uma forma extrema de crença? Apaixonados, acreditamos que tudo pode ser feliz, que a vida tem sentido, que as coisas terminarão bem. Muitas vezes pode ser verdade.

O mundo de quem ama se torna tão intensamente colorido que a gente já não enxerga os cinzas, fica perdido nos azuis, vermelhos, amarelos.

O curioso, nessa coisa toda, é que desejamos esta cegueira. Por que diabos ela é tão boa?

sexta-feira, agosto 14, 2009

Feliz

Sim, hoje é um dia alegre. Acredito ter encontrado a parcela de sensação que estava faltando em meu coração, e agora entendo como ela pode coexistir com o racionalismo extremado. Talvez este seja uma dica de que o caminho do meio esteja, finalmente, disponível para mim.

Sinto-me desejando o que sei que me deixará triste. É realmente fantástico :oD


xxxxxxx

As aulas recomeçam nesta terça, finalmente. O francês ainda vai demorar, apenas em setembro voltarão as lições, mas por enquanto já me bastarão os estudos da especialização. Diversos livros que comprei nos últimos tempos me chegaram, e hoje ainda deve chegar mais um. Tive tempo de ler um, apenas, esta semana, Asterios Polyp, uma HQ simplesmente fascinante. O modo como os recursos gráficos estão organizados são incríveis!

Enfim, feliz, torno-me produtivo.

Máquina e Imaginário

Estou lendo apaixonado este livro do Arlindo Machado, e já no primeiro capítulo eu preciso registrar uma citação que pensei magnífica:

As sociedades avançadas industrialmente estão baseadas na determinabilidade de todas as suas funções e elementos. Elas trabalham no sentido de otimizar as performances do sistema, na direção da eficiência e da operacionalidade do todo (Lyotard, 1985). Elas ensejam que seus protagonistas contribuam para esse esforço de produtividade com receitas utilitárias e "conteúdos" pragmáticos. Nesse sentido, elas esperam que o artista se integre da forma menos dolorosa possível em seu projeto diretivo e aceite sem dramas o lugar e a função que lhe cabe na linha de produção. Da parte do artista, a pressão se faz sentir de forma bem concreta. Para trabalhar com tecnologias de ponta, o artista precisa aprender a excercitar a disciplina e a produtividade. O acesso às másquinas de grande porte é superlativamente caro e o preço cobrado por intervalos de tempos (horas, minutos), não estando nas cogitações do sitema a ociosidade das máquinas. O trabalho com tecnologias de ponta, no interior de instituições poderosas, exige sistematização, eliminação do improviso, o que quer dizer: saber exatamente o que se quer, sem excentricidades ou irracionalismos. Por outro lado, porém, o trabalho artístico se alimenta da ambigüidade, dos acidentes do acaso e das liberdades do imaginário; ele se define pelas utilizações desviantes ou lúdicas, de modo a transformar em jogo gratuito a função produtiva. O trabalho artístico depende muito pouco dos valores da produção e progride na direção contrária à da tecnocracia; ele precisa de um certo coeficiente de desordem, de um certo espaço de imprevisibilidade, sem os quais degenera na metáfora da utilidade programada. A arte é indiferente a qualquer teleologia; ela é o que é, esse enigma inesgotável, entre outras coisas porque lhe faltam finalidades. Ao fluxo quantitativo das mensagens utilitárias, ela responde com a incerteza e a indeterminação qualitativas. Toda arte produzida no coração da tecnologia vive, portanto, um paradoxo e deve não propriamente resolver essa contradição, mas pô-la a trabalhar como um elemento formativo.

segunda-feira, agosto 10, 2009

Not fair

Life has a way of being funny, hasn't it? I'm not really sure of why I'm writing here today, I guess it's just to fill this space.


Não estou exatamente feliz hoje ou nas últimas semanas. Isso me incomoda. Não estou triste, também, o que com certeza é bom. Algumas vezes eu realmente esse jogo de extremos. Por quanto tempo mais as regras seguirão assim, o que falta para assumir o caminho do meio?

Esses dias li uma frase ótima. "Você só sairá de onde está quando decidir para onde deseja ir". Duh, óbvio. Sim, eu sei. E ainda assim é difícil de segurar a onda, né?

Semana que vem começam minhas aulas de novo, se tudo der certo. Livros de novo, yai!

domingo, agosto 09, 2009

Em quadrinhos?

Taí uma questão que eu não tinha pensado ainda... história na cabeça, possibilidade de torná-la um romance... mas pq não uma graphic novel? Nhé, preciso trabalhar esta idéia com mais calma.

quarta-feira, agosto 05, 2009

Sentindo-me meio-assaltado

Depois ninguém entende o quanto eu odeio pessoas desinteressantes.

Fui semi-assaltado hoje. Isso pq do meu amigo o assaltante levou doze ou quatorze reais, mas de mim levou apenas as palavras "não tenho dinheiro". Bah, o quanto podia ter ido embora ali mesmo, naquela hora...

Sexta-feira serei cortado por cirurgiões. Medinho básico.

terça-feira, agosto 04, 2009

Ai ai ai

Extremamente decepcionante descobrir a falta que o dinheiro faz. Eu já deveria ganhar mais do que recebo hoje em dia, apesar de estar sendo razoavelmente bem remunerado. Qual a solução? Sentar e chorar?

Momento heróico do dia: parar de chorar e me concentrar no trabalho.

Missão: cair na real

Adeus Belo Horizonte. Mil reais a menos no orçamento e era isso.

Medinho financeiro

Coloquei na ponta do lápis os gastos previstos para o mês de agosto. Acho que passei um pouco da conta, né? A dica pra concordar comigo nem é ver a quantidade de dígitos, mas sim ver quantas vezes maior do que meu salário é este número. Tudo bem, eu compartilho: R$ 3.500,00. Claro, estão faltando alguns pontos nestes cálculos. Não coloquei almoços nem passagens de ônibus, que havia esquecido.

Claro, eu sei como reduzir muito dessa conta. Muito mesmo. Estou enxergando aqui, de cara, pelo menos R$ 1.906,00 que são retiráveis do orçamento. Ainda assim o gasto vem alto. Saco. Odeio não ter dinheiro.

segunda-feira, agosto 03, 2009

Ainda sonhos

Sonhei com trabalho, hoje. Uma solução gráfica para um problema e, além disso, uma piada do meu inconsciente sobre minhas próprias crenças. Razoavelmente patético, eu diria. A provocação, não a solução. Esta, por sinal, é bem interessante, pretendo aproveitar algo dela.


Falta vontade, sabe? De levantar, ler, desenhar, escrever, pesquisar. Como se tudo estivesse distante demais pra ser alcançado. Pelo menos os dias têm sido movimentados, entre preparações para cirurgia, almoços, amigos e trabalhos. Acho que aprendi a lição, "mais vale um gosto que um vintém". Guardar dinheiro para sempre ter dinheiro guardado é prudente, mas prudência não dá boas histórias. Geralmente.


Estou surpreso comigo mesmo. Cativado pela Lily Allen. Preconceito meu, claro, nem tinha ouvido muita coisa dela antes. "Not fair", porém, é fantástica. O ritmo é divertido, dá vontade de sair chacoalhando. A letra é hilária, algumas vezes quase uma luva.


Média atual: duas semanas.
Próxima meta: dez dias.

sábado, agosto 01, 2009

Noites sonhadas

Ok, estou assustado agora.
Eu realmente não tenho o costume de sonhar com sexo, quanto menos com pessoas que eu tenha transado ou que deseje. Que isso tenha acontecido repetidas vezes de quinta pra hoje deve significar alguma coisa, mesmo que seja freudianamente saudade da minha mãe. Creio que consigo identificar os pontos em cada sonho que me fazem querer de volta ou para mim as coisas que já não tenho ou ainda não tive.

De quinta pra sexta a explicação é simples: cultura, distância, solidão acompanhada, saudade de uma perspectiva de futuro realmente animadora. É claro que o medo vem sempre, mas estou cada vez mais firme na convicção de que certos estereótipos só poderão ser quebrados fora de seu lugar de origem. São 23 anos de estrutura para ser despedaçada, ao passo que, no resto do mundo, a força da resistência psicológica (e do olhar social) é mais diluída.

De ontem pra hoje foram três numa tacada só. Mentira, eles foram um por vez, inclusive em ordem cronológica, para auxiliar meu pensamento, sempre tão analítico.

O primeiro nasce da minha tristeza/decepção em ver mais uma linha cortada. Difícil de explicar sem ser misterioso, concordo, mas tento mesmo assim. Eu não gosto de finais, aprecio a continuidade que a vida oferece mesmo às situações que já terminaram. Ontem me dei conta, porém, que mais um pedacinho de passado foi consumido, mais uma pequena lembrança foi deixada de lado. Ok, isso não é errado, é uma forma de desconstruir e tornar mais fácil deixar para trás. Eis que, no meio da noite, veio um revival com direito a parentes e tudo. Até consigo localizar as razões de ter sido um "sexo escondido e às pressas", mas imagino que o importante seja a saudade, mais do que as condições.

Para o segundo caso, porém, as circunstâncias são mais importantes do que a lembrança. A sensação de liberdade, aliada ao medo, produziu um turbilhão de questionamentos. Cresci muito ao passo de alguns dias, mas também demorei uma eternidade para notar o quanto meu medo é forte e significativo. O pavor de romper os estereótipos é indescritível, principalmente quando esta possibilidade foi entregue perfeita, palpável, já construída.

Por fim, o terceiro sonho, bastante representativo do que eu me digo querer, veio com um aviso daquilo que temo: o rompimento do contrato. Quando me dei conta do que havia sonhado, pensei que algo estava faltando, mas agora percebo que não. Das minhas últimas experiências significativas, este último sonhar sintetiza tanto o que falta quanto o que ainda não veio.


As regras são, o tempo inteiro, o importante neste texto. Para serem seguidas, para serem ignoradas e para serem reescritas. Aprendizado é necessário para não repetir erros e tristezas, mas coragem vem ainda melhor para enfrentar a dúvida e as cristalizações de pensamento.

sexta-feira, julho 31, 2009

Ainda vivo

Blogar costuma ser mais fácil quando a vida corre agitada, principalmente pra baixo. A minha anda legal, então nem posso reclamar (ou escrever) muito.

Achei curioso o que me disseram por esses dias, que quem lesse meu blog e não me conhecesse pessoalmente imaginaria uma pessoa completamente diferente. Faz sentido, sabe? As letras escritas revelam uma parte de mim que não costuma ser demonstrada para o mundo, protegida dos julgamentos mundanos. Não é curioso, contudo, que aqui também haja restrição?

quinta-feira, julho 16, 2009

Sobre vender o peixe

Importante lição, crianças: quem não é percebido não existe. Pode parecer óbvio, e de fato é, mas se não somos vistos, ouvidos, cheirados, etc, não passamos de uma idéia abstrata que não faz sentido nem apresenta significado.

Pós-modernismo, crianças. Comunicação intensa, inacabável. Sociedade de redes. E cunhadas que falam bem de seus cunhados. Valeu, Mi!

quarta-feira, julho 15, 2009

Uptade básico

Terminei um livro que estava me atormentando há meses (desde pelo menos novembro) lá na Editora. Agora estou finalmente livre pra trabalhar com outros materiais, o que deve animar meu serviço. Ontem já conversei com meu chefe, devo assumir um trabalho já iniciado, feito pela arquitetura. Projeto gráfico interessante, com alguns problemas – que corrigirei – e alguns desafios. Nham, gosto de desafios novos para afiar meu trabalho heheheehh

Mais novidades na sequência, a vida anda agitada :oD

terça-feira, julho 14, 2009

Empolgação

A diferença entre ser mais um e ser alguém com um nome lembrado está não só em aparecer, mas também em fazer. Alguns aparecem e somem logo que se nota que não têm o que oferecer, outros não aparecem mesmo tendo muito o que dar ao mundo. Qual a dificuldade de alinhar os dois?

Estou bem animado com as possibilidades de trabalho que estão se apresentando para mim, não entendo como deixei tanto tempo se colocar entre eu e meu próprio crescimento. Bem, o querer-ser-professor certamente contribui, agora que está mais encravado na minha cabeça hehehehe

Eventualmente contarei por aqui minhas andanças e atuais sucessos, todos ainda parciais, mas é a partir do potencial que a gente constrói o concreto, não?

segunda-feira, julho 13, 2009

sábado, julho 11, 2009

Aniversário

Aqui publico minha primeira tentativa saída do meu novo Firefox. Estou realmente empolgado com os plugins e add-ons dele, incluindo as frescurinhas do Twitter heehheeh... vamos ver se aqui em casa arranjo a coragem necessária para atualizar o blog com uma frequência desejada!

Beijos, mortais. Eis que a raposa completa 23 anos.

domingo, julho 05, 2009

Então

Escrever como se nada tivesse acontecido parece ser a melhor solução, não é?



Tive aula no Hospital Psiquiátrico São Pedro neste sábado. Saí de lá, caminhei pela Ipiranga, comi no Bourbon, verifiquei meu salário, aproveitei o sol, dormi, estudei. Por um breve momento, as 7h30, tive a escolha entre voltar a dormir ou viver um pouco. Acordei na hora em que deveria sair, e a decisão ali implicaria chegar atrasado ou não chegar, estas eram minhas chances.


Domingo de sol. Não quero sair, não quero viver na rua. Fico postergando a reforma cultural e social para sempre. Em seis dias, acrescento um número na minha idade. Tempo passando, vida passando, e eu baixando podcasts. Estudar pra que?

terça-feira, junho 23, 2009

23 de junho

Tchau vó. Vai com Deus.

mensagem pouca, muito pra dizer, muita concentração voltada pra segurar as pontas

domingo, maio 31, 2009

Will and Grace

Pseudo-atividade total:

– Grace, você quer transar comigo?
– Desculpe, Will, eu não transo com gays.
– Pois é, esse é o problema, eu sim.

Ótimo diálogo :oD

sábado, maio 30, 2009

Agradecimentos da monografia

(isso eu ainda não havia colocado aqui... ficou tão bonito)

À Cida Golin, paciente orientadora e organizadora dos meus pensamentos desconexos. Sem dúvida uma das melhores pessoas que a faculdade me permitiu conhecer, e um estímulo para ver na Academia um caminho para a vida.

À minha família, ela inteira, pelo acompanhamento e apoio, pela compreensão de que um universitário em fim de curso não tem tempo nem para respirar, que dirá para acompanhar a janta. Também as conversas e o interesse, as dúvidas e os estímulos.

À Editora da UFRGS; não pela instituição, mas pelas pessoas que a fazem ser um ótimo lugar para trabalhar. Às meninas da revisão, Rosangela, Gabriela, Fernanda e Fabiane, pela presença e auxílio nas dificuldades. Ao meu chefe, Paulo, pelo muito apreciado papel de professor exercido no dia-a-dia.

Aos meus colegas de faculdade, que me acompanharam por quatro anos e meio e que, se a vida seguir para um lado bonito, terão de me aturar por muito mais tempo ainda. Citar nomes, aqui, me levaria a uma obrigatória omissão ou esquecimento, portanto fica a mensagem: obrigado por terem crescido comigo.

Aos meus amigos, relegados a segundo plano por conta da vida de gente grande, mas que nunca deixaram de estar ao meu lado (mesmo que fosse por MSN ou por e-mail, todo santo dia).

Ao Ricardo, pela importância e influência, não tanto no trabalho quanto na vida.

Vida acadêmica

Eita saquinho... to há meses devendo um artigo pra Cida, que me orientou na monografia. A idéia é publicar em uma revista de São Paulo (ou algo parecido), mas eu me joguei no cantinho do quarto e estou postergando essa possibilidade há tempos. Engraçado, eu achava que só me auto-sabotava na vida amorosa...

Será?

Pode ser que a vida seja tão simples que tudo se resolva na atitude-zen "eu não desejo"? Tenho dúvidas quanto a isso. Gostaria de resolver meus problemas com uma atitude sincera frente ao que sinto, mas nos últimos dias tenho sentido uma espécie de nadinha irritante.

Claro, é bem possível que eu esteja me sabotando. Não seria a primeira vez, mas se o fiz, foi em busca de uma sensação superior. Foi? Who am I to tell?


Crianças, dia de chuva, não pensem.

quinta-feira, maio 28, 2009

Vast - Flames

Eu quero me sentir assim.

close your eyes
let me touch you now
let me give you something that is real
close the door
leave your fears behind
let me give you what you're giving me

you are the only thing
that makes me want to love at all
when I am with you
there's no reason to pretend
that when I am with you I feel flames again
just put me inside you
I would never ever leave
just put me inside you
I would never ever leave
you

Oito horas

Descobri que se eu dormir oito horas por dia consigo a energia necessária para aguentar as outras dezesseis! Fascinante e, até o momento, bastante funcional.

quarta-feira, maio 27, 2009

Preocupação com o olhar por sobre o ombro

Em uma hora atualizando minhas leituras blogueiras, encontrei três posts sobre a preocupação com o que os demais pensam de nós. Aí entra uma questão interessante: se todo mundo sabe que a opinião dos outros não deveria nos afetar, o que a torna tão poderosa e faz de nós tão vulneráveis?

Algumas vezes consigo jogar por terra o que os outros pensam. É uma pena que esses estados de "coragem" não costumam durar muito tempo, e logo me voltam as dúvidas.

Ontem, no ônibus, estava eu voltando pra casa e vi que também um quase-vizinho estava ali. Nós não conversamos, não temos contato há anos, e eu odeio esse tipo de situação, pois bizarramente me deixa desconfortável. Nós desceríamos na mesma parada, pois moramos muito perto. Quem acredita que eu considerei seriamente descer antes, a fim de não precisar caminhar meia rua em silêncio ao lado de alguém que eu conheço? Ou de ter que falar rapidinho coisas sem valor?

Acho que, no fim das contas, eu tenho medo da vida social.

quinta-feira, maio 21, 2009

Forever

Se nada dura pra sempre, pq tentamos fazer nossos trabalhos serem eternos? Ou ainda o amor, porque razão deveria o amor permanecer existindo ao longo da nossa vida?

Ai ai

quarta-feira, maio 20, 2009

Vergonha II

É evidente que as escolhas que fazemos são determinadas não somente pelos nossos desejos, mas também pelo modo que nossas atitudes serão enxergadas dentro dos grupos aos quais pertencemos. Muito do que se diz "coragem" (ou indiferença, ou frieza, ou idiotice) está em ser capaz de ignorar o olhar do outro. Problema nisso? Eu não vejo nenhum, conquanto ninguém seja prejudicado.

(ainda tenho que retrabalhar essa idéia de "prejudicado", já que pontos de vista diferentes podem apontar modos diferentes de se sentir prejudicado)

A única razão lógica para nos conformarmos com as regras de determinado grupo, creio, é a necessidade de pertença. Se formos excessivamente diferentes, não nos encaixaremos. Claro, essa é uma redução grosseira, principalmente porque, considerando indivíduos pensantes, é difícil constituir grupos homogêneos. Bem, eu não escrevo para seres não-pensantes, então não preciso me preocupar com as ditas massas (que ainda assim, imagino, possuem diferenças e particularidades para cada sujeito).

Ontem na aula me senti mal pelo trabalho não entregue, e não falei nada desde que começou a aula do professor de Utopia. O remorso estava me batendo, bem como a vergonha. O mesmo ocorre quando penso em pessoas que pintam os cabelos de cores diferentes das "naturais".


Todas as minhas idéias estão apontando para o mesmo lugar: a razão disso é o medo de não sermos aceitos, de sermos rejeitados e humilhados. De fato, uma questão de coragem, indiferença, frieza ou idiotice. Ou ainda tudo junto.

Será que eu consigo algum desses atributos como "padrão"? Considero uma tarefa quase impossível, considerando que sou versado em Comunicação... e não ser rejeitado é meio que o objetivo principal dessa maldita prática. Ai ai...

Vergonha

Um dos professores da especialização requisitou que levássemos para a aula um desenho do objeto que menos gostamos dentro de casa. Eu não fiz, por uma série de motivos, nenhum deles convincente. Bem, acontece que o professor pediu para que cada um colocasse seu desenho sobre uma mesa, e então um a um foi pedindo explicações sobre o que havia sido desenhado e as razões que motivaram a criação.

Eu, obviamente, não falei nada. Em momento algum ele me perguntou se eu havia feito, por que eu não tinha desenhado, nada. Durante todo o tempo fiquei me sentindo mal por não ter levado a "tarefa", por ter me enrolado em desculpas vazias e perdido uma oportunidade de fazer um desenho e participar da aula. Não me senti mal por achar ter perdido uma boa explicação ou aprendizado, mas sim por não ter respeitado as regras daquele grupo.

Numa aula, a regra básica é fazer o que o professor pede. Por algum motivo que ainda não entendi qual, eu consigo desobedecer essa regra, mas não sem me sentir mal por isso. Preciso averiguar de onde vem essa vergonha de enfrentar os acordos, mesmo quando eles não me interessam ou quando não concordo com eles.

segunda-feira, maio 18, 2009

Chuva

Esses dias frios são agradáveis pela possibilidade de vestirmos roupas legais, mas eles pecam por nos obrigar a tirá-las e colocá-las o tempo inteiro. Não gosto disso. Também não gosto de arrumar o cabelo de manhã e chegar em casa parecendo um algodão doce.

O frio me dá saudade de dormir abraçado.

domingo, maio 17, 2009

Slumdog Millionaire

Amei esse filme. Acabei de assisti-lo. A construção da história é muito interessante, o modo como as músicas apontam para as sensações. O jeito que o coração bate quando o guri vai responder às perguntas. A dúvida se ele acertará a última questão. A sinceridade da história que ele está contando. O valor da esperança e da confiança.

Estou emocionado :oD
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