segunda-feira, abril 26, 2010

Tempo

Ando bastante ocupado, e muito do meu domingo foi uma corrida atrás do tempo desperdiçado em dias anteriores. Passarei essa semana correndo feito louco, dormindo pouco e produzindo muito. Como posso, então, pensar em considerar isso algo ruim? Minha única dúvida no momento é: para o que dou prioridade, trabalho ou apresentação de quinta? A lógica da agenda diz que devo pensar mais no trabalho, que tenho que entregar resultados amanhã de noite. A vontade me joga para a quinta-feira, quando discutirei um texto que não é de fácil assimilação.

Que tempos tenho livres até quinta? Amanhã de manhã, terça de noite, quarta de tarde e quinta de manhã. Necessito de tempo de maturação e espaço para construir o trabalho. É, comecemos a semana de sonos curtos. E vamos!

quarta-feira, abril 21, 2010

Retranca

Ontem foi feita uma festa (e uma aliteração hoje nessa frase) aqui na Casa Bonita. No meio dela, o colega maranhense, responsável pela função, ficou com o sobrinho da orientadora dele. Eu vi a cena e o rapaz ficou todo sem jeito. Veio me explicar que era muito "na dele", que não gostava de falar da vida dele para os outros e tal. Eu, altivo e cheio de veneninho, perguntei: "E está me contando isso por quê?".

Creio que estou sendo duro demais com o rapaz, só porque ele não consegue assumir suas escolhas de vida. Ou talvez porque, no fim das contas, eu considere ridículo esse medo de se expor. Na realidade, existe algo mais aí, pois tenho amigos que não se revelam e nem por isso eu os acho deprimentes.

Qual será a explicação?

terça-feira, abril 20, 2010

On my own

Vou apostar em um lugar comum, agora: viver sozinho não é fácil. Ah, basta comprar comida e cuidar pra que a casa esteja limpinha? Claro, mas o que se faz para ficar tudo limpo? E de onde se arranjam panelas para cozinhar? E as roupas, lava como? E a janela, que não tem vidro, quem conserta?

Estou tonto com tanta coisinha. "Diquinha".


Anyway, a família ganhou mais um membro ^^
Um polvo roxo chamado Cthulhu \o/

domingo, abril 18, 2010

Momento auto-ajuda

Separei de um e-mail que minha amiga me mandou algumas... "lições" de um livro de auto-ajuda para publicitários. Acho que vale pra qualquer um, mas me tocaram em especial. Não costumo colar partes de conversas com meus amigos, mas acho que vale a exceção. Tem apenas uma frase que foi colocada fora ^^

52 Faça, e depois conserte ao seguir em frente.
gente, nada faz mais sentido pras minhas dúvidas do momento do que isso. É isso mesmo, faz e conserta depois, faz todo sentido do mundo! Só preciso agora me acostumar com isso e fazer funcionar no meu cotidiano. Por que colocar em prática é sempre o mais difícil?

59 Se você quer ser interessante, seja interessado.
Estou há horas me deparando com a questão: o que preciso fazer para ser visto como interessante? Isso me ataca nas crises de baixa auto-estima, e talvez por isso mesmo é algo que me incomoda. Sempre defendi ser alienado como uma opção de vida, não ler notícias e tudo mais, e o mesmo sempre valeu pra todo tipo de "causa social": minha preocupação sempre foi com o indivíduo. Serei interessante para os indivíduos se for interessado por eles, não?

136 Simplesmente mude sua vida. O mundo é o que você pensa dele. Portanto, pense nele de um jeito diferente e sua vida mudará.
Essa tem sido uma espécie de lema pra mim. Mudar minha visão de mundo para que meu mundo se altere. Aliás, fiz o extremo disso ao vir para Goiânia, pois me obriguei a reconstruir tudo tudinho num instante, e minha visão de mundo ainda não se recuperou do choque, está ainda liquefeita. Imagino que só terei blocos sólidos de novo quando voltar pra Porto Alegre pela primeira vez.
E, de boa, não quero solidificar.


Coisas

Recebi um depoimento no orkut de uma criatura que vi uma única vez na vida. No texto, declarações de amizade eterna. Agora pergunto: que porcaria é essa?


Ligar o foda-se implica em não se preocupar com o que os outros vão pensar. Envolve soltar a raposa e prender o canceriano, e embora fosse meu plano quando saí de Porto Alegre, não sei se é uma boa repetir a dose do início de 2009. Achei que tivesse aprendido a temperar os dois lados, mas não aconteceu.


Hoje a noite variou entre muito divertida e consideravelmente chatinha. Coisas aconteceram por trás dos panos, nos bastidores de histórias que não são as minhas. Eu não teria problema com isso, não fosse atingido por essas intrigas.
Aí fica a pergunta: como não me afogar nesse oceano de histórias passadas e sussurradas?

sábado, abril 17, 2010

Dia de festa na Casa Bonita

Aqui estamos, preparando a casa para uma pequena reunião de amigos e tal. Todos os convidados são ou colegas do Fernando, nosso maranhense de plantão, ou amigos do Vinicios e do Osmar, que são os nossos goianos de nascença.


Interrompo para uma notícia assustadora: meu coração bate forte por alguém, que acabei de descobrir que foi recorrentemente cantado por alguém por quem meu coração já bateu muito forte. Gente, que mundo mínimo!

Here I am

Título bobo para um comentário ainda mais bobo.
Quando vou aprender que o mundo não segue as regras que eu quero? E quando meu corpo vai entender que precisa parar de contrariar minha mente? Ora, essa história de sentimento ser mais forte que a razão é absolutamente odiosa para alguém que gosta de ser pensativo.

O lado negro da força ganha toda vez que chego em casa e sou tomado por arroubos sentimentais que nublam meu pensar. Em compensação, quanto mais eu sinto, mais eu tenho vontade de ligar o foda-se e dar adeus à minha preocupação com os outros. Claro, é sempre discurso, acho que esse é um traço da minha personalidade que vai acabar sendo sempre assim. Paciência.

sexta-feira, abril 16, 2010

Morais

Estive engajado em algumas discussões sobre escolhas morais, preocupação com os outros e tal. O caso em questão era a entrevista de um candidato a estagiário para a equipe com a qual trabalho, e estávamos conversando e lançando perguntas para o rapaz. A verdade é que havia pouca chance dele não ser escolhido, entre outras razões por ser o único candidato disponível e ter uma vontade agradável de se envolver e aprender.

Em certo momento, o guri comentou que tem uma doença que precisa de acompanhamento constante. Não recordo exatamente as especificidades da enfermidade, mas era algo dermatológico e tal. Então em dado instante fui fazer uma piada que envolvia esse ponto e, subitamente, me segurei. Tudo bem, o meu motivo considero justo: não sei se ele aceitaria a piada (certamente humor negro) sem constrangimento ou, até mesmo, algum rancor, por isso segurei.

Aí surgiu a dúvida moral, pois comecei a pensar se, descontado o potencial de reação do indivíduo, poderia haver algum lado "maligno" em fazer piada sobre doença. Cheguei a duas respostas possíveis, ambas aceitáveis no meu olhar: de um lado, não fazer a piada seria tornar o garoto um excluído, o que provavelmente já acontece o suficiente, e talvez ele não queira ser considerado diferente por algo que não é uma escolha; de outro, fazer a piada é torná-lo justamente alguém que não pertence ao todo, uma pessoa com características que o distinguem do todo.

Lembrando que meu raciocínio, aqui, está excluindo o sentimento do fulano, acho que ficaria com a segunda possibilidade. Para mim, ter minha diferença lembrada é algo que me agrada, contanto que isso não se torne uma definição do tipo "Ah, o Tales é o que tem a doença tal". Entra aqui, também, o papel duplo do humor, que ao mesmo tempo sedimenta uma visão já consolidada (para que os motivos da graça sejam reconhecidos) e rompe com valores pré-construídos (pois o humor geralmente está numa resolução inusitada para uma situação conhecida).


Nisso tudo, o que é o certo?
Amplio: será possível, um dia, alguém estar certo?

quarta-feira, abril 14, 2010

Liberdades na cama

Hoje dormi nu. É, simples assim, estava com vontade, então resolvi repetir uma prática que pra mim sempre foi comum em Porto Alegre. Entrei no quarto, apaguei a luz, tirei o roupão e deixei-o acessível ao alcance de um movimento rápido. Como os leitores devem saber, atualmente eu moro com três pessoas que, ao contrário da minha família, não conhece a totalidade do meu corpo. Resumo da ópera: passei a noite acordando e tendo sonhos sobre ser visto, observado e tudo mais. Acho engraçado como o meu lado exibicionista termina na cueca, dali pra baixo subsiste a vergonha.

terça-feira, abril 13, 2010

Preguiça

Alguém tem a cura, por favor? Preciso estudar, ler, produzir, e esse marasmo apreguiçado está me deixando completamente inútil. Arf.

domingo, abril 11, 2010

you're not a single lady, buddy

Decidimos, Vivian e eu, ter filhos. Luan e Sara, gêmeos. Vamos criá-los livres de cacarecos morais, de repreensões absurdas e expectativas irrealizáveis de felicidade. Terão liberdade para escolher seus caminhos, desejos e questionamentos. Sexo não será um tabu. Religião não será um tabu. Política não será um tabu. Nada será um tabu.

Pausa para comentar o título. Assisti essa semana um vídeo em que três crianças, duas meninas e um menino, cantavam Single Ladies, da Beyoncé, no banco de trás de um carro. Crianças felizes e animadas, braços pro alto, tudo contente. Então o pai, de forma bastante sutil, proferiu as palavras mágicas "you're not a single lady, buddy". Resultado: silêncio seguido de choro interminável. Muito engraçado, é claro.
O problema disso está na repressão que a criança sofreu. Ali, naquele momento, ficou claro que ele não podia ser uma menina, ou dançar como uma menina. O que isso significa, pro futuro do ex-single lady? Que ele deve ser um menino, que meninos não fazem determinadas coisas. Uma questãozinha inocente como cantar uma música e se identificar com uma mulher, hoje, uma coisa complexa como não brincar de boneca ou não chorar, amanhã. Daí pra homem ser melhor que mulher, então, um pulo.
Não estou dizendo, fique claro, que o pai estava propositalmente podando o filho. O tanto de desculpas que ele pediu, quando fez o pequenino chorar, explicita que provavelmente ele nem notou o que estava fazendo. Contudo, ele fez.

Aí voltamos ao Luan e a Sara. Mesmo que eu e a Vivian sejamos muito liberais, como vamos ter certeza que não constrangeremos nossos pimpolhos, um dia? Digo mais: mesmo que consigamos lutar contra todas as opressões típicas criadas no lar, como vamos proteger os dois das influências repressoras de quem vive num mundo marcado pela escuridão intelectual?
Ouvi dizer que estava acontecendo uma espécie de escândalo porque a Angelina Jolie permitia que sua filha se vestisse como menino. Um parêntese, agora, por favor. "Como menino", que diabo é isso? Onde está escrito o que um menino pode ou não fazer, usar, comer? Achei super admirável a postura dela em dizer que os filhos serão o que quiserem, independente de quão excêntricos eles possam parecer (ou mesmo ser). Tudo bem que vivemos em um mundo onde permitir excentricidades costuma ser um privilégio de manutenção muito cara, já que ignorantes tendem a reagir de formas extremas (muitas vezes violentas) contra o que não concordam, entendem ou aceitam.

Luan e Sara, como viverão livres num mundo tão preso?
Será que esse desejo de liberdade projetado pelos pais não pode, eventualmente, destruir a cabecinha ainda inexistente de vocês e projetá-los como monstrinhos acríticos e hedonistas?



...
e por que isso seria errado?

Domingo

Esses últimos dias foram cheios de acontecimentos e de possíveis decisões importantes. Não creio que algo vá mudar, ao menos não em função do que ocorreu. Existe a decepção, ela não vai embora não importa quanto tempo passe, pois as expectativas são sempre mais altas do que a realidade pode conceber. Fico sempre em dúvida se considero admirável uma dona de inteligência absurda ser feliz no meio do médio ou se penso ser um desperdício terrível. Acabo sempre tendendo para o segundo lado, provavelmente para seguir acreditando que o meu descontentamento me obriga a ser como sou.

Ser diferente tem um preço.


Hoje é domingo e estou aqui no meu computador dedilhando este texto. Poderia estar num parque vendo o sol, ou observando um lago e adolescentes bebendo vinho, ou caminhando por um shopping, ou vendo um filme no cinema. Sozinho ou acompanhado, em qualquer dessas atividades, hoje eu estaria sem ninguém.
Talvez seja uma escolha, mas eu não quero mais fazê-la. Não quero o meio, quero as nuvens ainda e sempre. Lá é gelado, é solitário, é distante.

Eu não quero companhia nem tentativas.
Quero saber onde, nessa cidade, há alguém como eu.
Onde, nesse mundo, podemos nos encontrar.

sexta-feira, abril 09, 2010

Sonhos

Quando cheguei em casa e dormi, agora de tarde, nunca imaginei que acordaria possuído por raiva. Vontade de esfregar asfalto na cara do sujeito. Quente, se possível.

Sério, que sensação terrível. Pura raiva, descontrolada, não filtrada. Malditas normas sociais que filtram tudo que fazemos, mas ao mesmo tempo são elas que nos garantem que não vamos matar as criaturas que nos circulam.

Existe meio-termo para essa regulação? Um ponto em que ela não nos cause nenhum mal? Será que existe? Tem que existir x.x

Dia de sol

Hoje acordei bem. Como tem sido costumeiro, despertei primeiro às 8h, depois com meu celular às 9h e, para concluir legal, levantei às 10h. Gastei minha manhã inteirinha na internet e não me arrependo um segundito do contato que fiz. Acho que comecei a construir algo que me será muito legal. Quem pode dizer que eu não tinha razão ao definir que estar com internet em casa salvaria a minha vida em Goiânia?

Minha saúde está inteira da novo. A física, mental e emocional, quero dizer, pois a financeira, tadinha, está sofrendo as pressões de me ajustar a um lugar novo. E isso que nem me dei a muitos luxos, ainda. Uma coisa que preciso resolver logo logo é como lavar minhas roupas, pois depender de lavanderia não é muito legal, quando o custo disso chega a R$ 70,00 por semana. Sou metidinho a rico, mas nem tanto, né, amores.

Decidi que quero um carro. É, simples assim, quero e deu. Se o terei em algum momento próximo? Ahn, não sejamos ingênuos. Se eu ganhar bolsa de mestrado logo, poderei começar a regular meus gastos adequadamente. Sem ela, porém, estou capengando no mar dos sofredores. Oh céus ^^


O dia nasceu com um sol tão bonito. Não está quente demais, está agradável. Tudo bem, estou em casa, protegido do calor absurdo. Só de pensar nisso já fiquei meio suado. Vou ao campus, hoje, e faltarei à palestra que pretendia assistir. Visitarei um lugar chamado Grande Hotel, que tem cursos e coisas bacanas para eu conhecer. Se for perto, passearei pelo tal Parque dos Buritis, também.

Hoje os meninos querem sair de noite.
Seguindo a lógica do "faço o que quero", vamos ver se não aparece um convite melhor até o cair da noite. E viva la vida.

Quero mais tempo

Não estou conseguindo dar conta da quantidade de coisa que tenho que descobrir, reconstruir no meu cérebro e seguir procurando. Vim com um projeto, tenho até quase junho para reformulá-lo e adequá-lo aos interesses tanto da instituição quanto da minha orientadora e, se sobrar tempo, também meus.
Óbvio que não gosto de coisas simples, então ainda preciso achar tempo de escrever para minha especialização, a respeito de um tema que não me move mais. Preciso sentar e olhar com a visão de uma criança o que posso arrancar que ainda não foi descrito sobre umas histórias em quadrinhos que tenho aqui comigo. Pelo menos ainda tenho um mês ou dois pra isso.

No meio de tudo isso, estou feliz. O processo de pesquisa, de questionamento, de descoberta, de discussão, bem, tudo isso é absurdamente contente. Só não quero me matar, como minha orientadora, que está afastada por razões de excessivos atentados à saúde.

Serei um professor. Nunca isso foi tanto uma certeza.

Contatos

É bem isso, ainda mais numa cidade pequena como Goiânia: quem tu conhece determina o que tu pode fazer. Quem te orienta consegue ou não dinheiro, o que tu oferece garante até onde se pode ir.

Nunca fui um bom RP, mas acho que terei que trabalhar minhas habilidades sociais para construir algumas relações que terminem me sendo úteis. Algo sobre jogar o "jogo dos ratos" para mudar o sistema e tal.

Eu quero dar aulas e influenciar pessoas, mas pra isso preciso ser doutor.


Aliás, fica a questão: o que é educar? Seria um "influenciar" institucionalizado? Ainda quero pensar mais sobre isso, confesso que me encucou.


quarta-feira, abril 07, 2010

Músicas

Ah, suas safadas, sempre me lembrando da vida. Agora está o Mika cantando no vaioso: This is the way that we love, like it's forever, than we spent the rest of our lives, but not together. Essa canção tem um significado especial pra mim, fundamentada em um momento em que cometi um engano ao ler uma pessoa. Fiquei, por um tempo, sentindo-me mal por haver machucado alguém quando, na verdade, não havia nada que eu pudesse fazer para evitar. Aliás, havia: eu podia perder duas histórias futuras muito interessantes, para dizer o mínimo.

Conversando sobre as escolhas que a gente faz e que sempre terminam machucando os outros, um rapaz me comentou sobre o abraço dos porco-espinhos. Apavorados com o frio, eles se aproximam para compartilhar calor corporal, mas seus espinhos machucam os companheiros a quem deveriam ajudar. É uma contrapartida obrigatória em toda escolha. A harmonização final, ou seja, a estabilização de todas as energias, seria o fim. Enquanto isso não acontecer, não haverá chance de um sorriso alegrar a todos os corações.


Tomei uma decisão, hoje.
Tudo bem que é a vigésima vez que penso a mesma coisa desde que cheguei em Goiânia, mas repetir é sempre bom, e se cumprir for possível, melhor ainda. Farei o que quiser. Quando eu quiser e, principalmente, como eu decidir.
Chega de depender.

segunda-feira, abril 05, 2010

Ai, minha dor

Eis que estou novamente tomando antibiótico pra minha garganta. Gente, que inferninho. Super quero um elixir de cura. Até nem vou pensar muito hoje sobre a soberania do indivíduo no lugar do coletivo.

domingo, abril 04, 2010

Homenagem ao coração solitário

Somente agora consigo entender completamente o que é estar num lugar novo sem ninguém. As pessoas tom de cinza estão por aí o tempo inteiro, mas onde estão as cores? Por que elas têm sido cada vez mais raras? Nenhum de nós dois é uma alma fácil, dessas que encontra respiro em qualquer paradouro. Nossas esquinas não são retas, nossos mapas não fazem sentido. Reparo, agora, que nossos semelhantes são justamente queridos por nos compreenderem, e que só nos entendem porque compartilham da mesma dúvida: por que não é diferente? Por que não é fácil ser feliz, simplesmente sorrir e iluminar o mundo?

Eu dizia que era um caso de ir à rua e deixar o sol iluminar tudo. Estava errado, pois a luz do mundo não reflete as cores.

Estou, agora mesmo, sentindo a solidão. Ela me aguarda na cama, para dormirmos abraçados. Ela diz: procure um sentido, pois não o há. Vasculhe o mundo atrás de uma resposta, quando na realidade apresentam-se apenas perguntas. Sempre mais.


Quisera eu tivesse para conosco o dom que temos sobre os demais. Será que alguém tem? Ou seremos sempre somente nós?

Vou procurar aqui o que já tinha lá. Não queria deixar de lado o que já havia encontrado, as luzes coloridas que me completavam aí. Por egoísmo, quero que te cure aqui. Meu coração, danado esperto, diz que tu tem que ficar aí, te proteger.

Dói.

sábado, abril 03, 2010

Outras pessoas

Ando num certo processo de aprendizagem através de um tipo de relacionamento que costuma ser definido como "aberto". O princípio é simples: liberdade para interagir fisicamente com outras pessoas além do digníssimo eleito como principal. A ideia que essa relação pressupõe inclui um nível de respeito e desprendimento absurdos, pois devemos aceitar que embora tenhamos a afeição da pessoa, não somos donos de seu corpo nem, tampouco, da realização de todos os seus prazeres físicos.
A solução do relacionamento aberto veio como uma necessidade, pois eu e ele dividimos casa, moramos porta a porta, então o nível de neurose a que chegaríamos num namoro tradicional seria incontrolável. Definimos as regras do nosso funcionamento em conjunto, para garantir que não tenhamos surpresas desagradáveis e nada que fique imaginado, mas não regrado. Não ficamos com outras pessoas na presença do companheiro, por exemplo, de modo a evitar a desagradável sensação de ser preterido.

O que nenhuma categoria de relação interpessoal resolve é a necessidade de lidar com diferentes personalidades. Isso vale para amizades, vizinhanças, coleguismos, namoros, casamentos, sexos.

O que fazer quando uma das pessoas necessita seguir protocolos confirmados de conduta e a outra altera seus caminhos a cada contratempo que surge? Eu, canceriano, planejo minha vida em torno das definições feitas anteriormente. Eu sigo as regras.
Como diriam as pessoas do mundo: tenso.

sexta-feira, abril 02, 2010

De volta

Voltarei a escrever regularmente a partir desse finde ou, no máximo, a partir de segunda.

Apenas atualizando brevemente: decidi me abrir com os goianos e parar de brincar de cubo de gelo. Não está me servindo pra absolutamente nada ficar fechado, distante das possibilidades. É óbvio que essa escolha vai fazer com que eu me machuque, já que estou inserido num sistema que já funciona muito bem sem minha presença, mas vamos nessa! Chega de ficar "ai, não tenho passado, ai, não me abro".

Chega =)
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