domingo, abril 04, 2010

Homenagem ao coração solitário

Somente agora consigo entender completamente o que é estar num lugar novo sem ninguém. As pessoas tom de cinza estão por aí o tempo inteiro, mas onde estão as cores? Por que elas têm sido cada vez mais raras? Nenhum de nós dois é uma alma fácil, dessas que encontra respiro em qualquer paradouro. Nossas esquinas não são retas, nossos mapas não fazem sentido. Reparo, agora, que nossos semelhantes são justamente queridos por nos compreenderem, e que só nos entendem porque compartilham da mesma dúvida: por que não é diferente? Por que não é fácil ser feliz, simplesmente sorrir e iluminar o mundo?

Eu dizia que era um caso de ir à rua e deixar o sol iluminar tudo. Estava errado, pois a luz do mundo não reflete as cores.

Estou, agora mesmo, sentindo a solidão. Ela me aguarda na cama, para dormirmos abraçados. Ela diz: procure um sentido, pois não o há. Vasculhe o mundo atrás de uma resposta, quando na realidade apresentam-se apenas perguntas. Sempre mais.


Quisera eu tivesse para conosco o dom que temos sobre os demais. Será que alguém tem? Ou seremos sempre somente nós?

Vou procurar aqui o que já tinha lá. Não queria deixar de lado o que já havia encontrado, as luzes coloridas que me completavam aí. Por egoísmo, quero que te cure aqui. Meu coração, danado esperto, diz que tu tem que ficar aí, te proteger.

Dói.

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