segunda-feira, agosto 31, 2009

As inteligências múltiplas

Howard Gardner, se não me engano, surgiu algumas décadas atrás com a teoria de que não possuímos uma única inteligência, mas sim várias, cada uma apropriada para um determinado tipo de processamento intelectual. São elas: lingüística, musical, lógico-matemática, espacial, cinestésica, interpessoal e intrapessoal. Se não estou enganado, ele ampliou sua teoria e acrescentou no mínimo mais uma, a "natural", relacionada com o meio ambiente. Não gostei, não considero.

Fazendo uma breve auto-análise, diria que possuo destacadas ao menos duas destas inteligências: lingüística (é evidente minha habilidade com a escrita e com a compreensão de mensagens) e intrapessoal (eu tenho blog, dãh). A interpessoal é um pouco mais complicada de dizer que tenho desenvolvida, já que sou um verdadeiro travado social, mas tenho certa facilidade para compreender o que os outros sentem e também tenho algum dote para a liderança, quando estou perto de pessoas que não se destacam neste ponto. Coloco-me como mediano neste quesito, portanto.

Musical, lógico-matemática, espacial e cinestésica. Não por acaso os lados do meu cérebro que eu menos desenvolvi ao longo da vida, são os menos providos de habilidade. Somente a pouco comecei a notar que a música não é uma coisa só, mas decompô-la em suas pequenas partes ainda me exige um esforço hérculeo.

Cinestésica? Sou descordenado. Isso é, em grande parte, mentira. Minha falta de ordenação corporal vem não de algum desajuste físico, mas antes de um problema com o olhar dos outros. Não se trata de falta de habilidade, mas sim de excesso de medo. Sem um local nas condições normais de temperatura e pressão, portanto, não é possível analisar este ponto. Por outro lado, estar desenhando pode ser um ponto de segurança, principalmente se eu evoluir meu traço o suficiente para me agradar constantemente.

Lógico-matemática. É, não sou tosco, mas nunca trabalhei muito esta parte. Creio que demorei muito para entender que o caos não é ausência de ordem, mas sim uma ordenação acima da minha capacidade de processamento mental.

Espacial. Creio que a tenho treinado bastante nos últimos tempos, com os estudos de imagem e afins. Alcançar equilíbrio em imagens ainda está longe de ser meu forte, mas como estou começando a desenhar, acredito que poderei desenvolvê-la.



Estava com saudade de escrever.

sexta-feira, agosto 28, 2009

Questões

Escrevi pensando em "cuéstions", mas como escrevi em português, li mentalmente "cuestões". Colocaria em linguagem fonética, aqui, se eu lembrasse certinho como se faz. Não recordo.

Terminei de olhar hoje a quarta temporada de House. Estou apaixonado pela série, e por isso pretendo assistir o quanto antes a quinta e, assim, me lvrar desse vício.

Passei os olhos pelos seis textos que foram deixados no xerox lá na especialização, três de uma disciplina, três de outra. Mais um deve vir, ainda, embora eu não acredite que este último será tão (potencialmente) bacana quanto os outros seis. Apostem suas fichas, senhores.


Tempo. Eita questão complicada.

quinta-feira, agosto 27, 2009

Musiquinha do dia

Revelry, do Kings of Leon.
Trechinho rápido: "So the time we shared it was precious to me, all the while I was dreaming of revelry".

Alguém explica o coração dos homens?
Eu, certamente, não.

segunda-feira, agosto 24, 2009

Wanting less for yourself

Existe algo que me irrita nas doutrinas de "viva simples", "ocupe-se com uma questão de cada vez", etc e tal. Essas filosofias, embora lindas, pressupõem que eu não preciso trabalhar para ganhar o maldito dinheiro necessário para TER uma vida simples. Afe.

quinta-feira, agosto 20, 2009

Maldade ou irresponsabilidade?

O primeiro pensamento que vem à minha cabeça, quando vejo ou ouço algo, é maldoso. Comentei isso ontem, e hoje minha colega de trabalho falou, no almoço, que eu tinha um outro por dentro que era maldoso. Certo, ela estava fazendo piada de mim, mas enfim.

No momento me parei a pensar. Cheguei a uma conclusão simples. Não se trata de maldade, mas sim de repulsa às regras. Não falamos mal dos outros abertamente por uma preocupação com o social, ou seja, com os regulamentos que nos cercam.

Estive raciocinando sobre o que chamo de "lado raposa", que é justamente o laod impulso, irreverente, irresponsável. Mesmo quando "possuído" eu não tenho intenção de fazer mal aos outros, e falar diretamente o que me vem à mente não tem essa intenção. O que ocorre, neste caso, é que as barreiras morais desaparecem, assim como a necessidade de ter meu discurso aceito.

"Faço o que quero, danem-se as regras"
É quando estou inspirado pelo canino que "apronto". Se loucura é maldade, então não sou louco, e sim muito são. Se loucura é irreverência e despreocupação, então tenho muito disso dentro de mim, lutando pra escapar do ordenamento.

quarta-feira, agosto 19, 2009

Primeiras impressões do segundo semestre

Gostei das três primeiras aulas. Na minha cabeça eu tinha um texto gigantesco pra escrever sobre isso, relacionando expectativas com resultados. Nhé, agora se foi ^^

segunda-feira, agosto 17, 2009

Borboletas amigas

Tenho pensado muito nas minhas amizades. As verdadeiras, ok, nada de "ahn, somos coleguinhas". Aquelas pessoas em que eu confio 100%, pelas quais eu desviaria meu caminho sem pestanejar, mesmo que isso pudesse resultar num gigantesco problema na minha vida. Cheguei a um número particularmente pequeno.

Existem muitas pessoas que eu gosto, várias para as quais eu conto determinados aspectos da minha  vida. Porém poucas têm acesso verdadeiro ao núcleo e também à superfície, e me espantei em perceber quão poucos.

O momento e o tempo possibilita ou limita algumas pessoas. Esse número já cresceu, e também já diminuiu, sendo bastante circunstancial. Não se falar, não estar perto, essas questões pesam para esfriar uma amizade. Ela dificilmente morre, podendo ser reinventada e repintada a qualquer momento, bastando o envolvimento dos dois lados.

xxxx

Borboletas no estômago. Gostei dessa expressão, ela simboliza, para mim, tanto a amizade que lhe deu sentido quanto a sensação em si.

Estou começando a teorizar sobre relacionamentos. Ainda não tenho certeza, preciso rodar mais alguns testes mentais, mas quase acredito que existam dois tipos de pessoas: os que necessitam e os que aceitam os outros. Os primeiros sofrem pela ausência, entregam-se, são "cachorrinhos". Os segundos vivem e incorporam o outro na vida. Melhor opção? Acho que trocamos conforme avançamos, e com cada pessoa nos encaixamos de uma forma diferente.

Ai ai ^^

Alguns estudos

Imprimi hoje um livro para estudar o Indesign CS4 ainda mais a fundo. Trata-se de um manual feito pela Adobe, e é simplesmente maravilhoso. São 400 páginas de muita informação e aprendizado, lindinho e prontinho esperando por mim.

Ontem resolvi brincar no www.babbel.com, um site bem legal que serve como comunidade para estudantes de idiomas. Nele estou cadastrado como um falante de inglês que deseja aprender francês, e já fiz alguns exercícios beeem bacanas ali.
Por enquanto é tudo coisinha simples, aprender umas palavras, dizer bonjour, mas acredito que conforme eu utilizar o site ele deve se tornar mais inteligente, dinâmico e complexo.


Ai, feliz :oD

Manejando a saudade

É uma coisa incrível que eu esteja conseguindo manter a noção de *feliz* mesmo com esse tempo chuvoso e desencontrado. Continuo agarrado à idéia de que vale a pena esperar e tentar, mesmo que esteja longe do ideal.

Ideal?
Como posso esperar para mim, hoje, algo que seja perfeito, se minhas condições não o permitem? Sejamos claros: por enquanto é tempo de me contentar com o que de especial eu consigo, não com o que de maravilhoso eu desejo. Não é o lugar dos outros na trama de probabilidades que deve ditar onde eu deveria estar. Não hoje, ao menos.

domingo, agosto 16, 2009

Domingo

Gastei meu dia jogando RPG. Churrasco em família antes, fim de filmezinho ruim na TV quando cheguei, algum MSN agorinha. Eu não sinto falta do meu vício quando estou vivendo outras coisas, então talvez a solução seja fazer outras coisas, no lugar de ficar sentado esperando o mundo.

Comprei creme de barbear essa semana, para experimentar a sensação. Dizem que fica melhor barbeado e tal. Realmente espero que isso seja verdade.


Meus pais viajarão nos próximos dias. Não preciso dizer o que isso significa, certo? Acho que passarei um pouco ausente do MSN, enfim.


A prova do mestrado está chegando e ainda não tenho um pré-projeto. Preciso disso pra ontem. Também tenho que investigar outros lugares que possam trabalhar minhas idéias, mas antes eu necessito colocá-las no papel de uma forma minimamente razoável.


A noite me traz um certo cansaço ultimamente, uma vontade de viver diferente, uma certa tristezinha. Sim, estive me sentindo bem sozinho nas últimas semanas, embora meu jeito tamaki-raposa não permita que isso seja visto com tanta facilidade. Tenho sonhado um bocado com a liberdade de ter muito dinheiro em mãos.


Triste a corrente significante de probabilidades. Consigo manejá-las com dificuldade, preferia que elas estivessem a meu favor há mais tempo. Inércia, sabe?


Post emo, parece-me.
Ainda assim estou feliz. Como faz diferença acreditar, não é?

Ainda a tradição

Estive pensando sobre namoros. Não é de hoje, claro, desde que estou solteiro tenho analisado o funcionamento de relacionamentos abertos, dissecado a estrutura dos namoros tradicionais, enfim, explorado – mesmo que eu não tenha exatamente namorado desde o fim de novembro.

Uma das questões que permearam meu raciocínio desde então foi a (aparente) fragilidade da estrutura do namoro. Ocorre que é uma entidade fundamentada na confiança e na pertença de uma pessoa a outra. A tão falada fidelidade é, enfim, uma aceitação da posse.

Engraçado como o momento define o modo como pensamos. Enquanto namorava, traição nunca foi uma possibilidade. Desde solteiro, porém, passei a relativizar essa noção e a trabalhar com a inexistência de compromissos para justificar minha liberdade.

Curioso que, mesmo com essa "liberdade", eu me mantive fiel a certos preceitos monogâmicos. Nas ocasiões em que estive com uma pessoa por algum período de tempo, sempre foi uma questão de exclusividade.

Festa, diversão, sexo, etc. Tudo muito bom. Amigos, conversas, comemorações. Sempre maravilhoso. Creio ser inquestionável meu apreço pela amizade, minha confiança nos que amo. Considero-me dando os primeiros passos, ainda e sempre, no mundo, e sei onde posso me apoiar para isso.


Por que, então, apesar de todos meus desejos de 2009, eu me vejo querendo retornar ao mais tradicional de todos os modelos? Logo agora que tudo que procuro é a iconoclastia?

sábado, agosto 15, 2009

Cultura

Li hoje de tarde um texto incrível. É o primeiro capítulo do livro A idéia de cultura, de Terry Eagleton. Já havia ouvido falar sobre quão complexo o texto do homem era, mas não tinha ainda me dedicado a lê-lo. O fiz hoje de tarde, meio que como um início de estudo para o mestrado, já que este texto foi bibliografia obrigatória para a prova de seleção do ano passado no PPG em Cultura Visual da UFG.
Colocarei aqui alguns pensamentos que me ocorreram durante a leitura, e não referências resenhadas sobre o escrito. Caso queiram mais do texto, bem, leiam-no, pois é fabuloso. Escreverei na forma de citação as minhas anotações (escrevi na primeira página do meu xerox), mas elas são minhas, viu?

A tradição se mantém através do desejo de não ferir o olhar tradicional dos outros. O diferente, para não assustar aos comuns deve, ele mesmo, contentar-se com o comum; ou, então, aceitar o olhar da diferença.

O "olhar da diferença" acompanha desprezo, distância, medo, preconceito. Costumamos, geralmente, temer aquilo que escapa à nossa compreensão e à nossa capacidade de percepção. Não é uma idéia estranha, difícil de compreender: quando saem da caverna, os acostumados com sombras em preto e branco não ficarão confusos, assustados e, ao mesmo tempo, maravilhados, com a luz e todas as suas cores?
Lidar com esse sentimento de diferença é uma tarefa complexa, pois baseia-se na inteligência dos outros. Acredito, sinceramente, que todas as pessoas têm o potencial para a abertura, para a compreensão de que suas verdades são apenas suas, e que apesar de serem verdades elas não são universais.

O olhar sobre a cultura, para ser verdadeiramente pluralista, precisa estar aberto ao que consideramos tradicionalmente como maldade e vilania, tal como a tortura e a pornografia infantil.

Este pensamento me assustou, em princípio, pela crueza e singeleza. Acompanhe meu raciocínio: se aceitamos a diferença ilimitadamente, não podemos deixar de lado a idéia de que a tortura é algo culturalmente possível, e que em si pode carregar grande inventividade e até mesmo criatividade. Ah, é maldade, fere os irmãos humanos e tudo mais? Sim, verdade.
Onde está, porém, na idéia de aceitação universal, a cláusula limite? Como sempre, na tradição, e a nossa hoje (não sei se em todo o planeta, parece-me que não) requer a proteção de certos preceitos, como a vida e a segurança, mesmo que precisemos invadir e matar para isso.
Por sinal, uma citação maravilhosa do Eagleton: "[os governos {não tenho certeza e estou com preguiça de procurar}] não percebem que o melhor modo de garantir a independência política é concedendo independência política". Amei.

Educar é estabelecer tradições.

Nosso modelo atual de ensino prioriza a repetição do que já foi ensinado, confirmado, estabelecido, desenvolvido, etc. A criatividade, o olhar alternativo, nada disso é favorecido ou esperado. As questões apontam para uma única resposta, e sempre a mesma para todos os alunos. O pensamento evolui para o estabelecimento de uma biblioteca específica e muito limitada, ao invés de um banco de dados intercambiável e facilmente acessível. Resta apenas aos alunos geneticamente ou culturalmente favorecidos a possibilidade de enxergar essa limitação e vencê-la quando ainda crianças, ao invés de terem essa oportunidade apenas quando mais velhos.
Tive um professor que disse, certa vez, que não podemos culpar a ignorância alheia. Concordo. Ele comentou, em seguida, que poderia sim odiar o desejo de não aprender, que isso era pequenez do homem. Concordo de novo.

A tradição se estabelece como crença, com um edifício a partir do qual olhamos o mundo. Para vermos diferentemente é preciso, primeiro, sair dele.

Não sei se a metáfora ficou tão clara quanto eu desejava, acho que desenhada ficaria melhor. Assim como o conhecimento científico é uma pilha de folhas de seda, ou ainda uma escada, em que aproveitamos os estudos alheios para fundamentar e chegar mais alto aos nossos, muitas vezes subimos em um degrau e não descemos para chegar até outros, mantendo-nos sempre no mesmo lugar, sempre nas mesmas opiniões.
Flexibilidade, variação, abertura. São habilidades importantes para o homem, e provavelmente as que permitem o melhor desenvolvimento da inteligência.

Conexões

Curioso como funciona a vida e as relações entre as pessoas, não é? Estive agora pensando em um amigo e no modo como nos conhecemos, e cheguei a uma conclusão no mínimo estranha. Com ninguém a cadeia de conexões se mostrou, antes, tão aparente. Para conhecê-lo e me tornar amigo de A precisei, antes, participar do evento D, que me fez colega de C, que namorava B. Quando B demonstrou interesse em me conhecer e, mais tarde, de me ajudar em certos aspectos, resolveu me apresentar A. Não funcionou, o bolo cresceu e hoje somos amigos.


Ainda pensando na rede + background; meus amigos não se conhecem entre si. Quem me conhece sabe da minha distinção entre amigos e conhecidos, colegas, etc. São poucos os que eu confio suficientemente para chamar de amigos, e trato-os com uma confiança muito próxima de 100%. Por algum motivo, porém, eles não se conhecem. Não falo dos meus amigos para os meus amigos. Não os convido para as mesmas coisas.

Aliás, eu não convido as pessoas para nada, em geral eu espero ser convidado. Talvez esse seja um ponto que eu precise corrigir. Sinto-me tão bem quando estou com os que gosto, admiro, etc.

Ai, tanta vida pela frente e tanto mais para aprender ainda :op

Cegueira

Existe um problema clássico na fé: ela demanda falta de questionamento. O que é o amor senão uma forma extrema de crença? Apaixonados, acreditamos que tudo pode ser feliz, que a vida tem sentido, que as coisas terminarão bem. Muitas vezes pode ser verdade.

O mundo de quem ama se torna tão intensamente colorido que a gente já não enxerga os cinzas, fica perdido nos azuis, vermelhos, amarelos.

O curioso, nessa coisa toda, é que desejamos esta cegueira. Por que diabos ela é tão boa?

sexta-feira, agosto 14, 2009

Feliz

Sim, hoje é um dia alegre. Acredito ter encontrado a parcela de sensação que estava faltando em meu coração, e agora entendo como ela pode coexistir com o racionalismo extremado. Talvez este seja uma dica de que o caminho do meio esteja, finalmente, disponível para mim.

Sinto-me desejando o que sei que me deixará triste. É realmente fantástico :oD


xxxxxxx

As aulas recomeçam nesta terça, finalmente. O francês ainda vai demorar, apenas em setembro voltarão as lições, mas por enquanto já me bastarão os estudos da especialização. Diversos livros que comprei nos últimos tempos me chegaram, e hoje ainda deve chegar mais um. Tive tempo de ler um, apenas, esta semana, Asterios Polyp, uma HQ simplesmente fascinante. O modo como os recursos gráficos estão organizados são incríveis!

Enfim, feliz, torno-me produtivo.

Máquina e Imaginário

Estou lendo apaixonado este livro do Arlindo Machado, e já no primeiro capítulo eu preciso registrar uma citação que pensei magnífica:

As sociedades avançadas industrialmente estão baseadas na determinabilidade de todas as suas funções e elementos. Elas trabalham no sentido de otimizar as performances do sistema, na direção da eficiência e da operacionalidade do todo (Lyotard, 1985). Elas ensejam que seus protagonistas contribuam para esse esforço de produtividade com receitas utilitárias e "conteúdos" pragmáticos. Nesse sentido, elas esperam que o artista se integre da forma menos dolorosa possível em seu projeto diretivo e aceite sem dramas o lugar e a função que lhe cabe na linha de produção. Da parte do artista, a pressão se faz sentir de forma bem concreta. Para trabalhar com tecnologias de ponta, o artista precisa aprender a excercitar a disciplina e a produtividade. O acesso às másquinas de grande porte é superlativamente caro e o preço cobrado por intervalos de tempos (horas, minutos), não estando nas cogitações do sitema a ociosidade das máquinas. O trabalho com tecnologias de ponta, no interior de instituições poderosas, exige sistematização, eliminação do improviso, o que quer dizer: saber exatamente o que se quer, sem excentricidades ou irracionalismos. Por outro lado, porém, o trabalho artístico se alimenta da ambigüidade, dos acidentes do acaso e das liberdades do imaginário; ele se define pelas utilizações desviantes ou lúdicas, de modo a transformar em jogo gratuito a função produtiva. O trabalho artístico depende muito pouco dos valores da produção e progride na direção contrária à da tecnocracia; ele precisa de um certo coeficiente de desordem, de um certo espaço de imprevisibilidade, sem os quais degenera na metáfora da utilidade programada. A arte é indiferente a qualquer teleologia; ela é o que é, esse enigma inesgotável, entre outras coisas porque lhe faltam finalidades. Ao fluxo quantitativo das mensagens utilitárias, ela responde com a incerteza e a indeterminação qualitativas. Toda arte produzida no coração da tecnologia vive, portanto, um paradoxo e deve não propriamente resolver essa contradição, mas pô-la a trabalhar como um elemento formativo.

segunda-feira, agosto 10, 2009

Not fair

Life has a way of being funny, hasn't it? I'm not really sure of why I'm writing here today, I guess it's just to fill this space.


Não estou exatamente feliz hoje ou nas últimas semanas. Isso me incomoda. Não estou triste, também, o que com certeza é bom. Algumas vezes eu realmente esse jogo de extremos. Por quanto tempo mais as regras seguirão assim, o que falta para assumir o caminho do meio?

Esses dias li uma frase ótima. "Você só sairá de onde está quando decidir para onde deseja ir". Duh, óbvio. Sim, eu sei. E ainda assim é difícil de segurar a onda, né?

Semana que vem começam minhas aulas de novo, se tudo der certo. Livros de novo, yai!

domingo, agosto 09, 2009

Em quadrinhos?

Taí uma questão que eu não tinha pensado ainda... história na cabeça, possibilidade de torná-la um romance... mas pq não uma graphic novel? Nhé, preciso trabalhar esta idéia com mais calma.

quarta-feira, agosto 05, 2009

Sentindo-me meio-assaltado

Depois ninguém entende o quanto eu odeio pessoas desinteressantes.

Fui semi-assaltado hoje. Isso pq do meu amigo o assaltante levou doze ou quatorze reais, mas de mim levou apenas as palavras "não tenho dinheiro". Bah, o quanto podia ter ido embora ali mesmo, naquela hora...

Sexta-feira serei cortado por cirurgiões. Medinho básico.

terça-feira, agosto 04, 2009

Ai ai ai

Extremamente decepcionante descobrir a falta que o dinheiro faz. Eu já deveria ganhar mais do que recebo hoje em dia, apesar de estar sendo razoavelmente bem remunerado. Qual a solução? Sentar e chorar?

Momento heróico do dia: parar de chorar e me concentrar no trabalho.

Missão: cair na real

Adeus Belo Horizonte. Mil reais a menos no orçamento e era isso.

Medinho financeiro

Coloquei na ponta do lápis os gastos previstos para o mês de agosto. Acho que passei um pouco da conta, né? A dica pra concordar comigo nem é ver a quantidade de dígitos, mas sim ver quantas vezes maior do que meu salário é este número. Tudo bem, eu compartilho: R$ 3.500,00. Claro, estão faltando alguns pontos nestes cálculos. Não coloquei almoços nem passagens de ônibus, que havia esquecido.

Claro, eu sei como reduzir muito dessa conta. Muito mesmo. Estou enxergando aqui, de cara, pelo menos R$ 1.906,00 que são retiráveis do orçamento. Ainda assim o gasto vem alto. Saco. Odeio não ter dinheiro.

segunda-feira, agosto 03, 2009

Ainda sonhos

Sonhei com trabalho, hoje. Uma solução gráfica para um problema e, além disso, uma piada do meu inconsciente sobre minhas próprias crenças. Razoavelmente patético, eu diria. A provocação, não a solução. Esta, por sinal, é bem interessante, pretendo aproveitar algo dela.


Falta vontade, sabe? De levantar, ler, desenhar, escrever, pesquisar. Como se tudo estivesse distante demais pra ser alcançado. Pelo menos os dias têm sido movimentados, entre preparações para cirurgia, almoços, amigos e trabalhos. Acho que aprendi a lição, "mais vale um gosto que um vintém". Guardar dinheiro para sempre ter dinheiro guardado é prudente, mas prudência não dá boas histórias. Geralmente.


Estou surpreso comigo mesmo. Cativado pela Lily Allen. Preconceito meu, claro, nem tinha ouvido muita coisa dela antes. "Not fair", porém, é fantástica. O ritmo é divertido, dá vontade de sair chacoalhando. A letra é hilária, algumas vezes quase uma luva.


Média atual: duas semanas.
Próxima meta: dez dias.

sábado, agosto 01, 2009

Noites sonhadas

Ok, estou assustado agora.
Eu realmente não tenho o costume de sonhar com sexo, quanto menos com pessoas que eu tenha transado ou que deseje. Que isso tenha acontecido repetidas vezes de quinta pra hoje deve significar alguma coisa, mesmo que seja freudianamente saudade da minha mãe. Creio que consigo identificar os pontos em cada sonho que me fazem querer de volta ou para mim as coisas que já não tenho ou ainda não tive.

De quinta pra sexta a explicação é simples: cultura, distância, solidão acompanhada, saudade de uma perspectiva de futuro realmente animadora. É claro que o medo vem sempre, mas estou cada vez mais firme na convicção de que certos estereótipos só poderão ser quebrados fora de seu lugar de origem. São 23 anos de estrutura para ser despedaçada, ao passo que, no resto do mundo, a força da resistência psicológica (e do olhar social) é mais diluída.

De ontem pra hoje foram três numa tacada só. Mentira, eles foram um por vez, inclusive em ordem cronológica, para auxiliar meu pensamento, sempre tão analítico.

O primeiro nasce da minha tristeza/decepção em ver mais uma linha cortada. Difícil de explicar sem ser misterioso, concordo, mas tento mesmo assim. Eu não gosto de finais, aprecio a continuidade que a vida oferece mesmo às situações que já terminaram. Ontem me dei conta, porém, que mais um pedacinho de passado foi consumido, mais uma pequena lembrança foi deixada de lado. Ok, isso não é errado, é uma forma de desconstruir e tornar mais fácil deixar para trás. Eis que, no meio da noite, veio um revival com direito a parentes e tudo. Até consigo localizar as razões de ter sido um "sexo escondido e às pressas", mas imagino que o importante seja a saudade, mais do que as condições.

Para o segundo caso, porém, as circunstâncias são mais importantes do que a lembrança. A sensação de liberdade, aliada ao medo, produziu um turbilhão de questionamentos. Cresci muito ao passo de alguns dias, mas também demorei uma eternidade para notar o quanto meu medo é forte e significativo. O pavor de romper os estereótipos é indescritível, principalmente quando esta possibilidade foi entregue perfeita, palpável, já construída.

Por fim, o terceiro sonho, bastante representativo do que eu me digo querer, veio com um aviso daquilo que temo: o rompimento do contrato. Quando me dei conta do que havia sonhado, pensei que algo estava faltando, mas agora percebo que não. Das minhas últimas experiências significativas, este último sonhar sintetiza tanto o que falta quanto o que ainda não veio.


As regras são, o tempo inteiro, o importante neste texto. Para serem seguidas, para serem ignoradas e para serem reescritas. Aprendizado é necessário para não repetir erros e tristezas, mas coragem vem ainda melhor para enfrentar a dúvida e as cristalizações de pensamento.
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