quarta-feira, outubro 31, 2007

Perdido no passado

Hoje eu passei meu tempo no ônibus lembrando. Fazia certo tempo que eu não ficava assim, perdido no passado, passeando pelas coisas que já aconteceram. Não é o tipo de lembrança que eu corra atrás para reviver, mas sim fragmentos daquilo que me formou como eu sou hoje. Gosto de lembrar, saber por onde eu passei e ver que meu passado não é tão branco quanto eu um dia achei que seria ^^

domingo, outubro 28, 2007

Aquelas regras que nós sabemos

Conforme o tempo vai passando, nós aprendemos a viver neste mundo.
As regras básicas são as primeiras que nós identificamos: necessidades e medos, que geralmente são traduções de perigos. Regras mais complexas vão aparecendo conforme o tempo vai passando. Elas estão sempre por aí, e novas surgem a cada instante, até alterando-se ante nossa presença. É um jogo complexo, esse, o do viver. Uma pessoa escolhe entre adaptar-se às mesmas regras dos demais ou subvertê-las. Quando isto acontece, temos conflito.

Às vezes, porém, entramos em conflito com nossas próprias regras. Excluamos outras pessoas do processo, assim já temos uma quantidade enorme de informação para lidar dia após dia. Alimentação, concentração, estudos, dificuldades.
Eu tenho uma questão que me incomoda desde pequeno: quanto tempo eu preciso para ser realmente bom em alguma coisa? Eu olho pra mim hoje e reconheço que sou muito mais do que era, e isso é bom. Em contrapartida, eu olho para os lados e enxergo mais pessoas que estão na minha frente, mais criaturas que são difíceis de serem superadas. Alcançadas, sequer.

Passei o final de semana em casa. Não botei o pé pra rua desde que acordei no sábado, exceto para levar minha cunhada em casa, junto com meu irmão, uma vez a pé e outra de carro. Meio entristecido e tal, mas isso não é o que eu gostaria de discutir (comigo mesmo). O problema está no fato de eu desafiar a mim mesmo.
Até o primeiro ano da escola eu tinha um problema sério com espinhas. Eu tinha mais pontos vermelhos do que pele branca no meu rosto. Minhas costas pareciam uma almôndega. Ao contrário do que pode parecer, eu não estou usando o típico exagero adolescente. Tenho fotos que me lembram disso.
Eu tomei remédio, a acne foi embora, mas o tempo se encarregou de trazê-la de novo. É uma coisa simples, mas que incomoda muito. Sou extremamente desequilibrado quando se trata de espinhas. Elas, obviamente, ignoram isso e continuam aparecendo. Eu, esta é a parte que me surpreende, continuo dando passagem para elas.
Não engordo há anos. Matenho o mesmo peso desde que estava na escola. Tenho um nível de colesterol bom altíssimo, portanto estou razoavelmente protegido contra gorduras e doces. Naturalmente, não é só isso que precisa ser visto. Minha pele reage às minhas emoções e, infelizmente, também a algo que eu costumo ignorar: minha alimentação.
Tendo passado o final de semana sozinho, de mal humor e comendo porcarias, não é de espantar que minha pele esteja o lixo que está agora. Uma parte disso, pelo menos, eu poderia resolver facilmente: a comida.

Ah, eu quero aprender a lutar. Esse desejo é antigo, de ter coragem para enfrentar o mundo não apenas intelectualmente, mas também no físico. É claro que, dadas minhas prioridades, esse desejo vai ficando pra trás.

quinta-feira, outubro 25, 2007

Calor

*Fui atravessado por um pensamento momentâneo*
que coisa mais de gurizinho de segundo grau ficar escrevendo incessantemente sobre as coisas do dia a dia, como as aflições pseudo-platônicas e envolvidas numa aura de intelectualidade... ah, grande coisa se está calor, oras, hunf
*Voltamos agora ao nosso post normal*

Então está quente. O calor atrapalha o pensamento, complica a vida e nos faz suar. Estou com fome, levemente enjoado por usar uma camiseta que não permite que o quente escape do meu corpo e, pra terminar, fiquei feliz por estar quase finalizando o livro de matemática, depois de 4 meses lutando contra ele. Talvez seja amanhã o grande dia da vitória.
Detesto o verão por causa desse calor alucinante. Gosto do outono. Cheguei a essa conclusão depois de passar pelo inverno e lembrar que o frio muito frio é desagradável, quase, mas que o meio-frio-quase-calor é ótimo.


Comecei minha incursão pelo I Ching. Não sei ainda até onde esse processo vai me levar, que respostas ou novas perguntas vão aparecer, mas a idéia toda gira em torno do aprendizado. Como qualquer filosofia oriental antiga, nós precisamos estar abertos para sua compreensão e aceitação. Talvez ela não seja útil para mim, talvez ela se torne um incômodo ao esclarecer coisas obscuras, ou quem sabe ainda ela será simplesmente o que é – um livro para ser estudado conforme suas regras.
Essa é mais uma leitura em busca do que é correto no mundo.

terça-feira, outubro 23, 2007

Resenha: Guardiões da Noite

Ontem assisti novamente ao filme Guardiões da Noite, adaptação para o cinema do texto de um autor russo que parece conhecido entre os nomes da literatura fantástica. Já havia olhado cerca de três anos atrás, ontem resolvi dar uma segunda espiada para ter sua história fresca na memória, a fim de assistir ao segundo filme da trilogia.
Comentei com minha colega de trabalho que era um filme possível de se ver com as crianças (ela tem dois gêmeos de cerca de 10 anos), baseado no que eu conseguia lembrar. Não, não veja com os filhos! O filme é pesado, possui imagens fortes e muitas vezes doloridas. Sangue, dor, gritos, uma linguagem visual extremamente aflitiva.
Por outro lado, ele é lindo. Muito bonito, uma escuridão quase perpétua que cansa os olhos, mas também assusta e prepara os olhos para mais escuro. A história é um pouco confusa, mal explicada, porém se apresenta bem costurada. Entendemos, no final desta primeira parte, todos os eventos que aconteceram até então, mesmo que eles não tenham nenhuma outra sustentação outra que não eles mesmos. Sem contar que o herói é um fracassado. Ele faz besteiras e triunfa na mesma medida.
Não saber se ele de fato vencerá no final é ótimo, quase tão bom quanto não saber quem acho que tem que vencer. Vale a pena assistir, ainda, pela curiosidade da construção russa, muito diferente da norte-americana. Não sou um entendido em cinema, nem de perto, mas ele tem um que surrealismo. Longe de ser agradável, por ser um estilo distinto do que estou acostumado.

Considerações sígnicas

Hoje na aula tivemos uma interessante discussão sobre blogs, sites de jornalismo participativo e as distintas linguagens que amparam uma e outra estrutura. Esse assunto me interessa especialmente considerando minha recente leitura sobre a teoria semiótica de Peirce.
Estou apenas dando os primeiros passos, mas já é possível perceber que a estrutura que parece fundamental para o entendimento de um processo de linguagem (ou seja, de interação; logo, de comunicação) envolve três pontos. O primeiro é o objeto; o segundo, o signo; por fim, o interpretante. Importante manifestar que por "interpretante" não se deve entender intérprete, ou receptor, mas sim a imagem mental que o signo provoca, algo mais como o entendimento do que com a recepção em si. Peirce apresenta diversas tricotomias, indicando diferentes níveis de signo, objeto, interpretante, e tantas outras categorias sobre as quais ele disserta. Esse estabelecimento de diferentes níveis é muito proveitoso para um estudo sobre a linguagem (lembrando que Peirce não trabalha a linguagem como algo isolado, mas sim como uma disciplina filosófica que envolve necessariamente um contexto). O exemplo clássico é a separação de signo em ícone (uma representação semelhante ao objeto, como um desenho de uma casa), índice (que faz alusão ao objeto através de uma relação, como uma seta para indicar o caminho) e símbolo (que é um estabelecimento de significado convencional, como as palavras). Parece impossível falar de Peirce sem se estender.
De volta à aula de hoje, um colega comentou que entre as diferentes linguagens (blog, jornal) o público para o qual ele se dedica não é de todo importante. Esse comentário não pode passar em branco, muito menos ser admitido levianamente. Num processo de comunicação, a importância do emissor é tão grande quanto a do receptor, pois é o conjunto de referenciais em comum que garantirá um entendimento ou a falta de um.
Um trabalho que fiz em algum semestre passado exigia que fizéssemos uma análise de peças de publicidade, separando suas características e potenciais significados. Uma tarefa que julgo inútil, ou ao menos pouco utilizável, considerando que os aspectos que meu conhecimento me permite acesso são, certamente, diferentes dos que seriam reparados e compreendidos (consciente ou inconscientemente) por outros observadores. Talvez pudessemos, num exercício de abstração, procurar as identificações possíveis para os alvos da peça em questão, num trabalho voltado ao entendimento do que se quis dizer, do que foi dito e do que foi compreendido.

Nessa linha entra a questão do conhecimento. Aqui quero ser breve: um estudo que fiz nos primeiros semestres da faculdade se mostrou quase impossível de decifrar. Hoje, passo por ele com certa facilidade e desenvoltura. Conhecimento é algo que se acumula e que abre portas para novos aprendizados.
O que, me parece claro, faz total sentido se comparado com os comentários a respeito da linguagem feitos acima.

segunda-feira, outubro 22, 2007

E se...

...a resposta para a pergunta fundamental não for, de fato, 42?

xxx

Ontem (quase anteontem, por folga de 10 minutos) foram completados quinze meses. Quinze! Eu fico muito feliz com isso; é, além de uma conquista, uma contínua descoberta. Obrigado e tomara que venham mais quinze ^^

quarta-feira, outubro 17, 2007

Pequeno segredo

Eu tenho um pequeno segredo, e ele é tão importante que o protejo com todos os meus poderes de raposa. Esse segredo é um casulo onde eu guardo todas as pessoas do meu mundo, ali elas ficam protegidas. Nunca perdi ninguém em definitivo, jamais senti a dor de ter uma morte de alguém importante (ou nem tão importante) perto de mim.
Isso é bom, claro. Só que eu olho pro lado e vejo que as pessoas não deixaram de morrer simplesmente porque eu cheguei no mundo. A tristeza continua por aí. A sensação que me preenche é de idiotice, por ficar irritado com um aumento de bolsa que não aconteceu, quando alguém por aí está atravessado pela morte do pai ou avô.

Nessas horas eu consigo entender o que é o zen, mas não por quê funciona o mundo.

:o(

Podaram minhas asinhas... Tales não vai mais para 30h por semana, retorno às 4h originais. Meu contrato novo irá até final de dezembro. Só os deuses sabem se poderei renovar, depois, não estando em período letivo. Ô, inferno.

segunda-feira, outubro 15, 2007

Hunf

Eu quero mais tempo para ler.
Mais um ano e acaba a faculdade, tomara que isso signifique ter tempo para fazer as coisas que eu gosto. Ah, doce ilusão.

Fantasia

Quem acompanha estas letras já deve bem saber que não tenho muito gosto pela realidade; a fantasia, permeada de sonhos e criações, sempre foi muito mais interessante.

É nessas que me veio a dúvida: porque, nas histórias de literatura fantástica, os magos são sempre mais poderosos que as feiticeiras? Terry Pratchett, J. R. R. Tolkien (que nem tem feiticeiras, se bem lembro), Terry Goodkind, e certamente não são os únicos.
Não conto neste cálculo as histórias construídas a partir de RPG, já que estes geralmente seguem regras não (muito) discriminatórias e, portanto, favorecem certa igualdade.
Histórias escritas por mulheres, por outro lado, parecem favorecer o lado feminino. Será que existe, de fato, essa ligação? Curioso, tenho que ler mais a respeito...

Esse é, pra variar, só o começo.

domingo, outubro 14, 2007

Quando eu escrevia, tempos atrás, meu padrasto dizia que meus personagens não tinham alma. Nossa, eu morria de ofensa com aquilo, sem perceber o que ele queria dizer. Sem experiência, sem sonho, sem alma, um escritor jamais poderia criar personagens de verdade.

Hoje (ontem) foi um dia muito importante pra mim. Um dia feliz.

terça-feira, outubro 09, 2007

Além da Academia

Lendo o blog do meu amigo de infância (uh, legal, eu tenho amigos de infância ^^), um pensamento veio à minha cabeça: não acredito em autoria dentro do universo acadêmico. Ainda é apenas um projeto de birra, nem mesmo uma idéia bem trabalhada. O corpo dela se forma na minha dificuldade de referenciar determinados conceitos a seus autores, já que minha memória não guarda muito disso (ainda).

Defenderei essa idéia mais adiante, junto com teorias sobre amizade e seu surgimento.

quarta-feira, outubro 03, 2007

Quartas feiras são as piores

Estou um tanto cansadinho, como costuma acontecer às quartas. Meu desgosto com esse dia da semana começou no segundo grau, quando no colégio eu tinha aula de manhã e de tarde. O terceiro ano trouxe a educação física na quarta-feira de noite. A faculdade nunca teve as melhores cadeiras nas quartas.
O grande problema está em ser um dia no meio dos outros. Dois dias de trabalho antes, dois dias de trabalho depois; a perspectiva não é muito animadora. Quartas foram feitas para sofrer, acho.

Uau.
Estou parado na frente do blog e não tenho vontade de escrever. Não por faltarem eventos nos últimos dias, tenho razoavelmente bastante para contar.
Ainda assim, fica o silêncio.
Pois que fique.
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