segunda-feira, dezembro 28, 2009

Cartas

Recebi hoje uma carta da Pri, que está viajando pelo Brasil desde o início do semestre. Ela é uma moça que em pouco tempo se tornou super minha amiga, o que claramente foi facilitado pelo nosso contato diário como colegas de trabalho. É a segunda carta que recebo dela. Ao todo, deve ser a sétima, nona, décima carta que recebo na vida, considerando as da minha ex-cunhada e as da minha mãe virtual, que mora em Cascavel. Saudade da Sami, por sinal.

Nunca tive o costume de retribuir as cartas, porém. Neste exato instante considero isso um problema. Um e-mail é super legal de receber quando vem de um amigo. Uma ligação, uau, maravilhosa. Uma visita, então, supimpa. E uma carta? Ai, que coisa fria, distante, antiga. Não. Por trás das palavras escritas numa carta está o esforço em utilizar a mão, a caneta e o papel para uma atividade hoje incomum. A intenção de iniciar algo físico, uma prova material de um cuidado para com alguém que gostamos. Não só as palavras são importantes, mas também o dobrar do papel, a escolha do envelope, o caminho até o correio, o pagamento dos selos e da postagem.
Também não é uma questão de preço. Uma ligação pode sair mais custosa que uma caixa despachada pelo sedex. Não importa.

Talvez seja preciosismo, mas a materialidade da tinta no papel é... fantástica. E fica ali, guardada, na gaveta, pra sempre que quisermos olhar. Além do mais, um livro chamado "E-mails de fulano" não teria tanta graça quanto "Cartas de sicrano". Já pensaram no Werther via e-mail? Emo do jeito que era, seria intragável. Blérg.

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