domingo, dezembro 20, 2009

Noite doída

Nossa, uau, essa foi uma noite difícil de segurar. Eu saí de casa com a determinação de cortar uma relação de amizade que me trouxe muitas coisas positivas nos últimos tempos, mas que me machucava pela certeza de que seria sempre amizade. Enquanto ele estava "quebrado" e não ficava comigo nem com ninguém mais, ok, eu conseguia suportar esse não-acontecimento. Agora, contudo, ele está reconstruído, e ontem eu tive a felicidade de bater de frente com a cena dele agarrado num outro rapaz. E terminei a noite sabendo que foram três, ao todo, inclusive o amigo que ele convidou para dormir na casa dele (além de mim). Não vou entrar na discussão de "o que eu tenho de errado", basicamente por achar que isso é bobagem: ninguém é obrigado a gostar de mim.

Vê-lo consertado doeu muito, pois mais que tudo percebi o quanto ele estava feliz daquele jeito. Saí da festa furioso e triste. Soquei algumas coisas no caminho, mas acho que não quebrei nada. Já na rua, sentei encostado num poste e deveria estar com uma cara muito ruim, pois um bando de gurias começou a conversar comigo, perguntar se estava tudo bem etc. Uma delas disse o quanto eu não deveria estar triste, que o mundo continua, essas coisas para animar a pessoa. Achei engraçado, fiquei contente que pessoas desconhecidas se prestassem a me animar. Em seguida a elas irem embora, fui falar com um menino na rua. Perguntei qualquer coisa sobre como se cura bebedeira, e não é que a criatura me conhecia do MSN? Formidável.

A noite teve outras surpresas, umas boas, outras irritantes, algumas deliciosas, outras intrigantes. Por exemplo: o que leva uma pessoa a apertar tua mão, fazer carinho, te puxar, e ficar com outra criatura bem na tua frente, no meio desses sinais todos? Frustrante, at least.


De tudo isso, estava convicto que deveria abandonar essa amizade que tanto me acrescenta, mas tanto me machuca. Então percebi: não. Foi com ele que notei o quanto querer alguma coisa me faz mal, querer que alguém se submeta aos meus desejos. Sem o peso desse desejo dentro de mim, consigo olhar para ele e ver que ele é uma pessoa cuja busca não me inclui, não além da amizade, e tudo bem.

Eu cresci.
Senti a dor de "perder" alguém, e sei que ela é uma dor passageira. Talvez retorne toda vez que eu olhar pra ele, mas só durará até o momento em que eu estiver completamente livre desse querer. Algo meio budista.
Fico contente em saber que cresci e que não preciso excluí-lo da minha vida. Não é a fuga que vai me acrescentar, hoje, mas sim a coragem de encarar a dor.


Mas pontos para as meninas preocupadas \o/

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