Então, galerinha do mal, aqui estamos novamente.
Sozinho na Editora (ou melhor, na sala de editoração), ouvindo música alta, passeando na internet. A vontade de comer chocolate ainda não me abandonou, estou querendo virar artista e morar sozinho de uma vez. Lembrei esses dias de um diálogo engraçado - pra mim, ao menos - que tive com uns amigos no shopping. Era algo como:
- Meu sonho de criança era ter um carro. - Disse o amigo.
- Ah, o meu sonho - respondi - era passar a noite num shopping. Mas daí eu me dava conta que não teria graça, já que todas as lojas estariam fechadas e eu só poderia ficar vendo as vitrines!
- Bah, Tales! Desde criança tu já é um cara frustrado! - gargalhadas.
Eu não sou uma pessoa frustrada. Um dia, conversando no MSN com um amigo, tive a conversa:
- Bah, quando eu ficar velho eu vou ser muito frustrado - eu.
- Pq? - vini
- Pq tudo que eu faço é reclamar e dizer que não gosto das coisas.
- Nah, é mais provável que tu seja um velho chato, não frustrado.
Estou lendo sobre kitsch. Arte do grotesco, do exagero e da massificação. Arte da confusão, do fetichismo, da falta de sentido ou, no mínimo, da troca de sentido. Isso, junto com uma conversa com o gui ontem fizeram eu meio que acordar, um daqueles momentos "lembre-se quem você é".
- Eu quero morar sozinho num prédio alto, olhando a cidade de uma janela que ocupe parede inteira, a chuva caindo e eu vendo os reles mortais lá embaixo, enquanto degusto uma taça de vinho e penso na genialidade que me separa dos normais.
- É, nossas pretensões são diferentes.
- É? Qual seria a tua?
- Um apartamento apertado, um bando de amigos tomando chimarrão, conversando e rindo juntos. Depois uma cerveja, um filme ou uma música.
Eu quero ser feliz.
Nunca achei que dinheiro fosse o único caminho pra isso, então porquê ultimamente me parecia a solução para todos os problemas? Deuses, minha visão estava meio desfocada...
Um comentário:
É... tá explicado! Poderia ter me dito!
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