quinta-feira, dezembro 20, 2007

Diferenças

Esses dias, na Editora, eu estava conversando com minhas adoradas colegas de trabalho. Falávamos sobre o(s) dia(s) do orgulho gay. Lembro ter comentado algo sobre o diferente ser normal, já que temos tantas coisas distintas umas das outras circulando por aí. Chega a ser bobo querer que todos sejam iguais, padronizados, com estilinhos combinados. Normais.

Não concordo com a existência de um dia para o orgulho gay. Acho que as lutas pela aceitação – não pela igualdade – são necessárias e fazem um bem danado ao mundo. Dias de orgulho? Não, isso não. Só percebi o quanto não gostava dessa idéia quando vi um cara levantar a bandeira do dia do orgulho hétero, numa forma engraçada de protesto. Alguns disseram que isso era absurdo, que onde já se viu, fazer um dia do orgulho hétero, se homem com mulher é o que mais tem por aí e tudo mais.
E daí? A pergunta é exatamente essa: e daí?
A diferença existe e está aí para ser apreciada. Celebrar a diferença é muito diferente (ãhn, ãhn?) de celebrar um tipo específico, uma raça, uma classe, uma orientação sexual. Por que não temos o dia das loiras, dos negros, dos garçons, dos jogadores de RPG, dos trekkers?

As pessoas são diferentes entre si e possuem buscas que não são iguais às dos outros. Não há, nem nunca haverá, o normal. O normal é uma situação momentânea de estabilidade organizada e mantida por um grupo predominante, que sempre é trocado por outro. Não vale a pena perder tempo em busca das normalidades que se alteram.

É diferente? Não faz mal a ninguém? Vai lá e vive tua vida, criatura, que se não tiver nada a ver com a minha, nada terá. Se tiver, bem, vamos ver no que dá nossa convivência.


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