sexta-feira, dezembro 28, 2007

Presentes e escrituras

Hoje eu ganhei mais três presentes de Natal: uma agenda do Pequeno Príncipe, um bloco de notas (também do Petit Prince) e o livro Neve, de Orhan Pamuk. Falo sobre ele quando terminar (o que, antes, envolve começar) de ler. Ainda estou enrolando Os Três Mosqueteiros, que é muito bom, mas eu peguei para ler num período em que o vício pelo computador está falando mais alto.
Falando em presentes de natal, detestei o meu dia 25. Foi cansativo, cheio de pessoas e presentes não muito agradáveis, situações que eu não gostaria de viver, mas que todo ano tenho que passar, essas coisas. Um sonho absurdo de liberdade me faz esperar que um dia eu possa escapar dessas rotinas massacrantes, mas não creio que seja esse um caminho possível.

xxx

Existe um tempo para cada texto.
Um período para começar a escrever e que, se não for respeitado, é esquecido. A história apaga-se da mente do escritor e viaja para o próximo cérebro e coração interessados, até que deixe de ser sonho e passe a ser papel. Um prazo para terminar, pois as idéias se remexem na mente e se transformam. Depois de algum tempo escrevendo, perde-se a noção do que se faz e do que se terá: tudo vira pó, o final se perde, o fim chega sem ter a história terminada.
Escrever precisa de método. Tempo para as idéias fluírem, espaço para analisar os próprias escritas e companhia para dar segundos olhares. Há os que pensam que ser escritor é ter uma vida fácil. Quanto engano.

Acabando

O ano ainda não acabou, temos pelo menos mais três dias e meio para ficarmos brincando por aí e aproveitarmos de tudo que a vida tem a nos oferecer, mas ainda assim todos já comemoram o início do bissexto e tudo mais. Eu bem que deveria estar comemorando também, já que não faz muito sentido eu dizer que vou aproveitar e fazer mil loucuras, se continuarei com as mesmas normalidades.

Esses tempos eu estava conversando com uma colega que gosto como amiga, mas que questões de tempo e contato acabam nos deixando mais próximos da condição de colega. Ela escreveu recentemente sobre as propostas de mudança na virada do ano. Sempre achei meio bobo ter um momento para mudar, mas também nunca mudei sem determinados instantes que acendessem o pavio da diferença.
Analisando 2007, é possível ver uma série de coisas a serem mudadas. A primeira delas e a que mais tem me ocupado os pensamentos é, sem dúvida, essa mudança das condições "colega" e "amiga". Não é como se faltasse tempo para viver todas as pessoas que eu quero, para conviver com todos que eu gosto e para me dedicar. Dedicação, aliás, é algo que vem com o tempo, não é algo que se constrói de uma hora pra outra. Tudo o que precisa pra acontecer é um primeiro passo. Sobre isso, eu prometi a mim mesmo que faria o possível para manter contato com as pessoas que eu gosto, mesmo que seja por e-mail. Relação virtual, bla bla a parte, ainda é melhor do que nenhuma relação.
No final de 2008, eu serei um cara formado. Essa parte, apesar do atraso que o medo e a dúvida me causaram (ainda posso, mas não voltarei atrás sobre me a data de formatura), está finalmente definida e será mantida. No final de 2008 serei Bacharel em Comunicação Social, com ênfase em Jornalismo. Eita título pomposo pra uma coisa tão pequena. Ainda nos planos, em 2009 entrarei numa especialização ou ainda em 2008 farei provas para mestrado. Tudo depende.
Já não é a primeira vez que me prometo isso, mas vamos de novo: voltarei a escrever. Existe rios de histórias tentando sair pelos meus dedos e inundando meus pensamentos. Eles merecem o mundo fora de mim.
Ler mais é a promessa que sempre me faço, também. Se eu mantiver o ritmo desse ano, acho que conseguirei cumprir essa idéia a contento. Li muito esse ano, tenho muito ainda para ler. Eu tenho um mundo inteiro de leituras para fazer, sejam acadêmicas, sejam literárias.
O plano é para 2009, mas as bases precisam estar preparadas desde 2008: sair de casa. A idéia era associar esse vôo para longe das saias da minha mãe com o final da faculdade, e ainda publicamente é assim que defenderei essa idéia, mas eu quero começar 2009 num canto meu. A vida mudará, pelo menos em parte, na virada do ano que vem, e quero que essa mudança seja profunda, não superficial. Amo minha casa e minha família, mas minhas possibilidades de vida aqui são muito mais limitadas (inclusive pelas minhas próprias idéias, portanto parte da culpa é minha). Ainda vejo sair de casa como solução para os meus problemas. Visão meio ingênua, mas ingenuidade é característica da minha personalidade não é de agora.
Talvez a mudança que mais me seja importante para 2008 seja, para meu deleite, verbal. Até 2005 eu me enganei e menti pra mim sobre aquilo que, bizarramente, eu já sabia muito bem. Em 2006, o castelinho de mentiras pessoais ruiu e eu passei não só a acreditar e confiar, mas também a viver. Pode-se dizer que 2007 foi a continuação, em boa parte ampliada, das conquistas do ano anterior. Não posso deixar a bola parar agora: 2008 deve trazer mais mudanças. Positivas para mim, que me solto das amarras. Negativas, talvez, em pontos que ainda não consigo vislumbrar. O medo, porém, está cada vez menor.

Eu tenho saudade aqui do blog. Tenho escrito pouco, e sendo este o último espaço que vinha dedicando à escrita, isso me magoa. Eu sou um escritor. Não posso esquecer disso, não de novo.

quinta-feira, dezembro 20, 2007

Diferenças

Esses dias, na Editora, eu estava conversando com minhas adoradas colegas de trabalho. Falávamos sobre o(s) dia(s) do orgulho gay. Lembro ter comentado algo sobre o diferente ser normal, já que temos tantas coisas distintas umas das outras circulando por aí. Chega a ser bobo querer que todos sejam iguais, padronizados, com estilinhos combinados. Normais.

Não concordo com a existência de um dia para o orgulho gay. Acho que as lutas pela aceitação – não pela igualdade – são necessárias e fazem um bem danado ao mundo. Dias de orgulho? Não, isso não. Só percebi o quanto não gostava dessa idéia quando vi um cara levantar a bandeira do dia do orgulho hétero, numa forma engraçada de protesto. Alguns disseram que isso era absurdo, que onde já se viu, fazer um dia do orgulho hétero, se homem com mulher é o que mais tem por aí e tudo mais.
E daí? A pergunta é exatamente essa: e daí?
A diferença existe e está aí para ser apreciada. Celebrar a diferença é muito diferente (ãhn, ãhn?) de celebrar um tipo específico, uma raça, uma classe, uma orientação sexual. Por que não temos o dia das loiras, dos negros, dos garçons, dos jogadores de RPG, dos trekkers?

As pessoas são diferentes entre si e possuem buscas que não são iguais às dos outros. Não há, nem nunca haverá, o normal. O normal é uma situação momentânea de estabilidade organizada e mantida por um grupo predominante, que sempre é trocado por outro. Não vale a pena perder tempo em busca das normalidades que se alteram.

É diferente? Não faz mal a ninguém? Vai lá e vive tua vida, criatura, que se não tiver nada a ver com a minha, nada terá. Se tiver, bem, vamos ver no que dá nossa convivência.


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quarta-feira, dezembro 19, 2007

Testes

Estou testando uma nova forma de postar aqui no blog... vamos ver se funciona ^^

Quero testar ainda mais uns badulaques... cores, citações...
"Isso é uma citação?"
Bem, não consigo colocar imagens com a facilidade que o Blogger me dá... Parece que eu preciso delas armazenadas em algum lugar na internet, e não no meu computador... com o Blogger ele puxa pra ele e daí me deixa usar, mmmm
Testemos um link para o google.

Ainda não me acertei muito com esse jeito de postar, vamos ver se vale tanto a pena...


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sexta-feira, dezembro 14, 2007

Questões

Acho que é assim mesmo, hoje sou um morrinho, amanhã poderei ser montanha.

Ler [ser] é algo meio doído. Gosto da fantasia, mas o mundo que se diz real não me deixa fantasiar. Acontece que ele não é o meu mundo, e ainda assim não me deixa brincar. Estou preso.

Olhar para os lados me enche de vontades. Tantos prazeres, cores, sentimentos e pessoas. Olhar para o lado me deixa com inveja. De todos que compreendo nenhuma inveja eu sinto. Dos que projetam suas sombras maiores que as minhas, porém, tudo o que sinto é admiração e inveja. Estes, mais que me cativem, quero eu cativar. Não para ser como eles: para ser melhor.

Reconhecimento. É isso que eu quero, é isso que me faz feliz. É? Não necessariamente. Ler me faz feliz, contar uma piada, assistir a um filme, conversar com pessoas queridas e/ou inteligentes, passear. Tantas coisas, e no meio delas, o desejo de ser reconhecido pelo que sei, mais do que pelo que sou. Terei vergonha de mim?
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