terça-feira, março 03, 2009

Sobre a espera

Li ontem a introdução de um livro chamado "Blink". A proposta dele é, numa vertente meio auto-ajuda, nos convencer de que o inconsciente possui um papel decisivo nas nossas ações e que devemos domá-lo, de modo a confiar na nossa instuição (sendo "intuição" um processamento rápido das informações a partir do cérebro, e não um sopro dos anjos no nosso ouvidinho). Nenhuma novidade para mim, que nunca desconfiei da capacidade inconsciente do meu cérebro, muito pelo contrário, sempre a achei mais confiável. Confesso que fiquei um pouco curioso com a idéia de "afinar" o uso da intuição, mas o tom de auto-ajuda me afastou de ler o restante do livro.

Um dos argumentos da introdução do livro foi que, mesmo quando esperamos muito tempo ponderando sobre alguma questão, podemos estar errados. Concordo. O autor afirma que em um instante podemos descobrir a verdade sobre algo, ao invés de analisarmos por séculos. Concordo. É possível ser sempre assim? Absolutamente não. As variáveis são infinitas, passando por nosso conhecimento sobre o tópico em que nossa intuição está opinando, envolvendo nossos preconceitos acerca do assunto, entre outras questões.

Existe, porém, um ponto a ser destacado sobre quando esperamos pelas coisas. Espera, nesse caso, deve ser entendida tanto como tempo de análise (estudo) quanto mero tempo de espera (preguiça, medo, etc). A verdade é que coisas acontecem conforme o tempo vai passando, e conforme as pessoas vão se influenciando, a tendência é que as situações mudem constantemente.
Enquanto determinadas regras não são fixadas (em alguns infelizes casos, as regras não importam, mas aí entramos em um outro nível de sacanagem), corremos o risco de que outras tomem seu lugar. Um relacionamento por começar, se estiver sempre "por começar", pode ser substituído por outro que comece. É uma lógica simplista, mas coerente.

A solução é nos atirar feito loucos nas possibilidades?
Ainda não sei, mas esperar infinitamente para testá-las não parece, mais, o método mais inteligente de se viver. Com certeza é o mais científico, mas onde entra o espírito zen nessa jogada?

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