domingo, outubro 21, 2012

As temporalidades do coração

Tem algo de cruel no tempo. Ele está ali, passando para todos sem nunca descansar. Ainda assim, quando queremos que algo chegue, tomamos consciência de que o tempo existe e é bastante longo. Milhares de pensamentos cruzam a cabeça daquele que está ciente do tempo. E ele, em sua maldade intrínseca, apenas desacelera e continua a nos perturbar. O tempo, esse danado, não passa se queremos que ele se vá logo. Isso é especialmente verdade quando nós o temos de sobra, mas aqueles que amamos não. Podem ser amigos, amores, quem for: o tempo passa diferente para nós e para eles.

Cabeça vazia, oficina do diabo. Não é assim o ditado? Pois então, o sujeito fica em casa esperando, aguardando a ligação que nunca vem. Oh, ele não me ama! Oh, não vai rolar, meu deus, estou destinado ao inferno! Ou, quem sabe, a outra pessoa está ocupada? Quem sabe ela tem uma vida?

É isso, a gente fica num domingo pensando na vida, enquanto para outros sujeitos a vida está acontecendo. O que a gente faz? Ah, disso eu posso falar: a gente faz a vida acontecer aqui também. Amigos, trabalhos, leituras.

O que a gente faz? Vive.

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