quinta-feira, maio 20, 2010

Identidade e felicidade


Identidade
não é uma coisa estável, única. Falar em indivíduo (indivisível) é uma concepção moderna, superada, que pressupõe que deva haver um eu que está na essência. Bem, até hoje de manhã eu estava em conflito com a noção de se comportar diferente em cada situação, em como podemos falar em um sujeito multifacetado e, ainda assim, reconhecível enquanto tal. Bem, uma colega me iluminou esse ponto, deslocando a noção de fragmentação da identidade da perspectiva dos comportamentos para um olhar sobre os interesses. Quais são meus interesses em cada situação, que me coloca em diferentes relações de poder? Que relações estabeleço a partir disso, o que quero com um professor, com um aluno, com um mecânico? Quero ler mais sobre isso, mas pelo menos agora minha inquietação se tornou suportável.

Felicidade, por outro lado, me parece ser fruto de uma grande estabilidade e conformação de expectativas. Bem sabemos, contudo, que não é assim que a coisa funciona. Se o mundo é esse caos eterno, como podemos ser felizes? Aí lembrei de Axel Honeth, um pensador que trata da justiça como respeito individual. Para ele, a justiça se forma em três aspectos: igualdade jurídica, reconhecimento social e amor. Mesmo nesses pontos, principalmente no amor, rola uma boa dose de questionamento. Será que para sermos felizes precisamos escolher determinados portos seguros?

Engraçado como só escrevendo isso já me vêm novos pensamentos.
Quem disse que produzir não é produtivo? Hahaha, que bizarro =D

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