domingo, maio 16, 2010

Interesses

Conversando hoje com um amigo de Porto Alegre sobre as dificuldades de se relacionar com outros seres humanos, chegamos à conclusão de que o difícil não é alguém gostar de outra pessoa. O complicado, na realidade, é que duas pessoas estejam interessadas mutuamente uma na outra. Parece simples, mas quantos casos de um mais apaixonado que o outro nós cansamos de ver? Ou de criaturas que só se descobrem interessadas depois que perderam o que tinham?

Para quem está interessado o mundo segue maravilhoso e encantado até o momento em que se descobre sozinho, mesmo quando acompanhado. Tudo bem, algumas pessoas não notam isso até serem dispensadas, e se não fossem, notariam nunca. Do lado de quem não está interessado, o desafio de escolher entre brincar com a pessoa, deixá-la acreditar ou abandoná-la. Nenhuma dessas é isenta de culpas e de dores e complicações.


Nós humanos sempre queremos saber das coisas antes delas acontecerem. Baseados nas nossas crenças, decidimos o que virá e nos preparamos para o combate. Nunca aprenderemos que o futuro é tão fluido quanto nossas identidades?
Vista sua roupa branca, jovem monge. Ela não está limpa? Lave-a. Almoçou? Lave os pratos. Varreu a casa? Agora passe o pano. Saiu para a rua, compre o pão. Sinto falta de ser zen, embora não saiba se posso ter saudades de algo que nunca tive. Já conheci pessoas que diziam ter, mas eles invariavelmente se contradiziam minutos, horas, dias ou semanas depois. Nunca passou de semanas.


Nessas horas tenho vontade de fumar, só pelo potencial dramático. Vida é drama. Viver de morte também, e morrer de vida, mais ainda.

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