Existe algo complicado em se procurar pela verdade, provavelmente por eu não acreditar que seja possível compartilhar (de verdade) verdades. Heh, irônico, até para não acreditar em verdades eu preciso delas. No plural funciona melhor, já que haver muitas não implica que elas possam ser coletivas por inteiro. Creio que esse é o ponto: não há 100%, coexistência, compartilhamento. A própria ideia de comunicação, enquanto transmissão de saberes e conteúdos, é errônea.
Penso que é por isso que tenho medo de cientistas. Quando me digo acadêmico, perguntam-me o que estou pesquisando, na expectativa de que eu tenha respostas a dar. Ou que eu venha a ter, um dia. Nessa coisa de não querer ter respostas, eu sinto dificuldade em encarnar o estereótipo do professor, aquele sujeito que sabe, que tem certeza, que conhece os caminhos.
Tenho me definido como um filósofo, um sujeito que pensa a vida. Estou numa posição muito delicada para refletir: se a vida não para, como posso ter certeza de que consigo compreendê-la? Mesmo o passado não é passado por muito tempo, vira mais passado rapidamente, e se soma com o novo passado, que logo passa. É, hoje não tenho nada muito concreto para oferecer hehe.
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