O dia começou como sempre, aulinha chata na Fabico. Não que eu desgoste de dar oportunidade de aprendizado aos internos da FASE, não é essa a questão. O problema é ter que aguentar uma cadeira de oito créditos que poderia ser eletiva ou, no mínimo, ter horário flexível para atender ao formato que ela de fato tem (na grade horária a disciplina ocupa as terças e quintas pela manhã, quando na realidade acontece de termos encontros de dois créditos e meio, no máximo, num momento semanal a ser definido pelos alunos de cada grupo). Grande parte do meu desgosto com essa cadeira se dá pelo fato de haver uma disciplina chamada Fundamentos de Editoração bloqueada para mim na quinta de manhã, por conta da aula obrigatória causar colisão de horário. Tudo bem, fica pro semestre que vem. Sempre existe uma vantagem em atrasar a faculdade.
O período entre almoço e ônibus para o campus do Vale foi divertidamente passado na editora. Antes, tive o prazer de reencontrar pessoas que as oportunidades têm me roubado a presença. Muito agradável passar pelo menos dez minutos conversando com criaturas que eu gosto e admiro. Muito mesmo.
Ah, o campus do Vale. A aula parece ser promissora. Há quatro pessoas do jornalismo numa turma que atualmente conta com vinte e oito pessoas (quarenta, de acordo com a matrícula, mas se entrasse mais três pessoas na sala, ela explodiria). Uma das minhas colegas do jornalismo é uma menina que será minha colega no projeto de pesquisa guiado pela minha futura orientadora. Interessante esse jeito meio estranho de conhecer as pessoas que conheceremos daqui uma ou duas semanas. Ela também fará uma outra cadeira comigo, Seminário de Arte e Comunicação. Pelo menos meus dias no Vale não serão solitários.
Lá reencontrei minha grande paixão. Estava parada, me esperando, como a perguntar o motivo de eu tê-la deixado de lado. "Estou estudando História das Literaturas", eu respondi naquela linguagem que só nós sabemos. Ela continuou ali imóvel, desaprovando minha traição. Não pude fazer muito que não continuar o caminho, prometendo um dia retornar. Talvez apenas para observá-la de longe, como uma raposa astuta, ou quem sabe para vivê-la. Quem saberá?
A vida no Campus do Vale é linda.
Não sei se foi o sol, o fato de ser a primeira semana de aula, a quantidade de pessoas de cursos diferentes – e tão diferentes! –, a quantidade de verde para todos os lados ou o fato de estarmos isolados do resto da cidade. Deve ter sido isso tudo e mais um pouco.
Entendo os que dizem que passar quatro anos viajando para lá todos os dias mata de canseira o espírito do estudante. Mesmo assim, se o espírito acadêmico da UFRGS vive em algum lugar, é no Campus do Vale.
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Por quê eu estou com a sensação de que esta postagem deveria ter começado com "Querido diário,"? ^^
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