segunda-feira, abril 08, 2013

Orientação vocacional para leigos

leigos

Antes de mais nada, esse livro é ótimo. Ando com ganas de mudar de rumos e ele me respondeu várias perguntas que eu tinha sobre psicologia e psicanálise. Duas respostas me dão sobre eu ser psicólogo: (1) eu seria um ótimo psicólogo, (2) mas não devo fazer isso porque o mercado está saturado de terapeutas e bem difícil de ganhar dinheiro.

A isso, tenho algumas respostas. Escolhi o jornalismo pela minha fantasia de que poderia sair me aventurando e escrevendo sobre lugares inóspitos e maravilhosos. Isso, é óbvio, foi uma ilusão. Outra coisa que foi uma ilusão era acreditar que, porque gosto de escrever, o jornalismo seria um bom caminho para mim. Essa é uma coisa que poucas vezes nos dizem quando somos mais novos: a gente não trabalha por prazer. Isso dito, não há nada de errado em fazer aquilo em que se é bom (pelo contrário), mas não significa que nossa vida será recheada de prazeres a partir do trabalho. Não significa, portanto, que saber desenhar deve nos levar à publicidade ou às artes. Que saber ler (haha) nos leva às letras. Discutir, ao direito. E assim por diante.

Depois de alguns anos navegando entre o jornalismo, o mestrado e o ser professor, dei-me conta de uma coisa. Devemos seguir aquilo que acreditamos. Óbvio, não é mesmo? Nem tanto, especialmente quando percebemos que o mundo os oferece opções infinitas. Ontem li no Facebook um amigo falando sobre os jornalistas que desempenham seu papel com afinco, sujeitos curiosos que desejam compartilhar, informar, levar o conhecimento aos outros publicamente. Eu não sou essa pessoa, não tenho esses interesses e ainda assim passei quatro anos e meio me formando para ser jornalista.

De volta ao livro da psicologia e aos motivos pelos quais eu não deveria cursar essa segunda graduação, fico pensando no argumento "mercado saturado" e "difícil ganhar dinheiro". Acabei de aconselhar que façamos aquilo que acreditamos. Posição idealista, é verdade. Principal consequência: a probabilidade de ser reconhecido como uma pessoa boa no que faz é bem maior do que a de ter uma conta bancária invejável.

Escolher uma profissão não é só decidir aquilo em que se é bom, mas também misturar com o que acreditamos que podemos fazer para nós e para os outros. A realidade nem sempre será a mais amistosa aos nossos desejos, por isso algumas vezes precisamos tornar um costume o ato de desafiá-la.

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