Alguns anos atrás eu escrevi uma história chamada A Teoria dos Anjos. Uma típica história de romance adolescente, com personagens simples e situações novelescas. Um dos personagens criava uma teoria, a partir da qual deveria simplesmente ajudar outra pessoa. Essa pessoa, por sua vez, seria o anjo de uma outra. Algo como uma corrente do bem.
hoje eu estava relendo dois contos antigos meus dos quais eu gosto bastante, e me diverti notando a ingenuidade com a qual eu os construí. Não sei se hoje conseguiria fazê-los tão simples e, mesmo assim, divertidos. Não li novamente ainda a Teoria, e tenho algum medo de pensar que a história que já considerei minha obra prima não seja nada muito diferente que um texto fraco de um adolescente pretensioso. Quatro anos atrás eu a defenderia bravamente, mas hoje não tenho muitas esperanças para o seu futuro.
Anjos.
eu não sou católico, não sou budista, não sou wiccan. E, apesar de eu muitas vezes me referir a deuses e a Narradores da minha história, também não sou muito tentado a acreditar em destino. Isso dificulta muito acredita que "tudo acontece por uma razão", embora essa seja a forma mais elegante que eu consiga imaginar para explicar o mundo.
as razões pelas quais as coisas acontecem não são, de forma alguma, desígnios lidos por um homem cego que carrega um livro por labirintos infinitos. Creio que tudo acontece por uma razão porque nós criamos essas razões. Um amor no nosso caminho só o é quando o aceitamos, quando o encaramos, quando o vivemos. Não há livro do destino que possa indicar isso.
Livros, contos, histórias.
acho que perdi minha fé na capacidade de escrever a partir do momento que percebi que minha vida não pode ser controlada por mim mesmo. Existe um mundo inteiro fora de mim, imune aos meus apelos mais sinceros. Como eu posso me investir da arrogância dos escritores e planejar aventuras e peripécias para personagens também criados por mim?
vivendo.
todo escrito é uma tradução de nós mesmos, então o que eu puder escrever será um pedaço de mim que poderei trazer para o mundo.
Tenho pensado muito ultimamente em salvar o mundo.
e, mais ainda, em quem estará aí para me salvar.
eu poderia citar alguns nomes que acredito serem fortes candidatos, alguns dos quais podem ser claramente indicados como anjos só pelo que já fizeram na minha vida.
Ficar de férias tanto tempo é perigoso, eu começo a procurar perguntas para minha vida.
o que me enche de vontade de achar as respostas.
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