domingo, abril 26, 2009

Furioso 2

Alguém tem alguma coisa a ver com as minhas escolhas? Infelizmente sim: todas as pessoas que podem ser afetadas por elas.

Eu sempre trabalho pela idéia básica de "faça o que quiser, desde que não faça mal a ninguém". Recentemente fui obrigado a aceitar que o suicídio, embora não seja um mal direto a outras pessoas, significa um vazio na existência de todos aqueles que se importam. Olhando desta forma, os suicidas estão sendo cruéis e fazendo mal aos que se importavam com eles, logo o suicídio não é um comportamento aceitável.

Acontece que os interesses das pessoas são conflituosos e não é possível viver sem experimentar escolhas que vão ora machucar um, ora machucar outro. Como escolher? Talvez ainda mais importante do que COMO escolher QUEM machucar, levanto a questão: entre um e outro, onde entra o NOSSO bem-estar?

A proposta de não fazer mal aos outros é basicamente altruísta, vem da noção de que devemos passar pela existência causando o mínimo de conflito possível. Ora, então vou me jogarnum convento e não ter contato com as pessoas! E não, não farei isso.

Não posso considerar essa "regra moral", então, como a baliza comportamental número um. Ela simplesmente não funciona. De algum modo colocarei o meu prazer, o aprendizado e a emoção em primeiro lugar, assessorada pela bússola moral.


Fica uma questão: a sinceridade com a qual venho tentando jogar a vida, ela continua valendo? Ou coloco-a de lado e facilito meu trabalho, mantendo as pessoas no escuro? Faz sentido, se é a luz que as machuca. É curioso, pq a luz gradual machuca, mas tenho a impressão de que a exposição súbita (descobrir aquilo que não se sabia até então) dói mais.

Bem, o mínimo que posso fazer é ser sincero comigo.

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